Capítulo 35 ao 38





Capítulo 35 – Dia da loucura



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



- , pega leve. – pediu, olhando pro amigo.
- Eu não estou falando com você. – disse sem deixar de me olhar.
- , deixa eu e ele conversarmos a sós. – Eu pedi, olhando pro meu irmão.
- Ta, mas se você precisar é só me chamar. – fuzilou com os olhos.
- Ok. – Eu dei um quase sorriso pra ele e ele se afastou.
- Responde a minha pergunta. – continuou sendo grosso.
- Eu não.. – Ele nem me deixou terminar a frase.
- Por que eu fui o último a saber? – me encarou. Fiquei em silêncio por um tempo, deixando de olhá-lo. Olhei pra qualquer coisa no pátio, apenas tomando coragem para dizer o que eu precisava dizer. - Olha pra mim.. – pediu de forma menos grossa. Encarei o chão por um tempo, antes de voltar a olhá-lo.
- Eu sabia que ficaria assim. – Eu respondi, séria.
- Eu não vou aceitar essa desculpa. – não deixou de me olhar.
- Você vai ter que ficar com essa, por que essa é a única verdadeira que eu tenho. – Eu disse, irritada. Por que ele perguntava se não queria ouvir a resposta?

Dei alguns passos pra longe dele com a intenção de deixa-lo sozinho. se virou e me acompanhou com o olhar por um tempo, até decidir ir atrás de mim. Quando percebi que ele estava em minha frente novamente, suspirei, dessa vez de forma impaciente.

- Por que o Mark merecia saber antes de mim? – perguntou com a voz mais calma. Ele parecia mais chateado do que irritado agora.
- Mark? – Eu arqueei a sobrancelha. – Talvez eu esteja morando em Nova York daqui um mês e você quer falar sobre o Mark? VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COMIGO? – Eu sorri, indignada.
- Por que o Mark soube de algo que significa tanto pra você, antes mesmo de mim? - não se abalou. Continuou procurando pela resposta, mas demonstrava estar um pouco mais irritado dessa vez. Olhei pra ele por um tempo.
- Por que não é ele que eu amo. Por que não vai ser ele que eu vou ter que deixar aqui em Atlantic City. Por que não é por ele que eu estou pensando em desistir do meu sonho. – Eu disse, furiosa. me olhava, enquanto eu dizia aqui, sem reação.
- Desistir do seu sonho? Você está maluca? – arqueou a sobrancelha. Não era exatamente a reação que eu esperava. Ele tentou esconder a sua verdadeira reação com aquelas duras palavras.
- Você está certo. – Eu o olhei com desprezo. – Como sempre, você está certo, . – Eu repeti, olhando nos olhos dele. – Quer saber? Eu acabo de decidir! – Eu disse o encarando-o com o meu olhar de superioridade. – EU VOU PRA NOVA YORK! – Eu sorri, orgulhosa de mim mesma. – Eu vou viver o meu sonho e perder o meu tempo com o que realmente vale a pena. – Eu disse, vitoriosa.
- FAÇA ISSO! – perdeu o controle. Ele só queria saber de me dar o troco agora. – Aproveite e arranje outro idiota para aturar os seus altos e baixos e as suas mentiras. – era quem estava falando com superioridade agora. Eu queria pular em seu pescoço naquele momento. – Eu estou fora! – quase gritou.
- Eu farei isso. – Eu sorri sarcasticamente. – Boa sorte na sua procura pela Mulher Maravilha, que vai lutar por tudo e por todos, inclusive por você. Não é isso que você tanto quer? – Eu sorri falsamente.
- Eu realmente espero que o Mark te ajude a achar um bom lugar pra morar. Quem sabe ele não te ofereça a casa, o quarto ou até a cama dele? Aproveita, enquanto ele ainda está se jogando aos seus pés. Aproveita enquanto ele ainda não percebeu quem você é realmente. – sorriu falsamente e piscou um dos olhos. Encarei ele por um tempo, indignada com o que eu tinha acabado de ouvir.
- E eu realmente espero que você vá pro inferno. – Eu sorri como nunca e sai, furiosa.

observou eu me afastar, irritadíssimo. Fazia tempo que ele não ficava irritado daquele jeito. Daquele jeito que ele só ficava comigo. Daquele jeito que ele só ficava depois de uma de nossas brigas idiotas de antigamente. Eu fui até as garotas, que estavam observando tudo de longe.

- EU VOU MATAR AQUELE IDIOTA! – Eu gritei, apertando minhas mãos com força.
- O que aconteceu agora? – fez careta. Parecia que havíamos voltado a estaca zero.
- é um IDIOTA. Novidade? – Eu disse, quase gritando. Fui saindo e assim que me lembrei, parei e voltei a olhar pra elas. – E EU VOU PRA NOVA YORK! – Eu gritei com um sorriso forçado no rosto. Voltei a andar em direção as escadas e as desci, indo em direção a minha classe.
- Caramba, ela está revoltada. – fez cara feia.
- Cadê o ? – perguntou, depois de voltar do bebedouro com .
- Ele está vindo. – apontou com a cabeça.
- Garota mimada. – bufou, jogando a sua bolsa sobre a escada e se sentando em um de seus degraus.
- .. – ia tentar falar alguma coisa.
- SABE QUAL É A MINHA VONTADE? – disse, furioso. – ENFIAR ELA DENTRO DE UM CARRO E LEVAR ELA DE UMA VEZ PRA NOVA YORK, PARA VER SE ASSIM ELA PARA DE SER TÃO.. CHATA! – disse, gritando. A escola toda pareceu ter escutado. Que ótimo.
- Mas se ela for, vocês vão ficar separados e.. – ia dizendo.
- FODA-SE. – quase soletrando. – Eu quero mais é que o Mark fique com ela. ESSES DOIS IDIOTAS SE MERECEM. – esbravejou.
- , você esta falando da minha.. – tentou me defender.
- ESTOU MESMO! – disse e sorriu. – QUER ME BATER? BATE LOGO. EU PRECISO DESCONTAR ESSA PORRA DE RAIVA EM ALGUÉM MESMO. – se levantou, segurou a sua bolsa e saiu, embarrando em propositalmente.
- Estava sentindo falta de toda essa agressividade dele. – sorriu, enquanto todos se entreolhavam, sem saber o que havia acontecido.
- Ai, cala a boca vai, . – revirou os olhos.
- Estou adorando toda essa harmonia na semana do meu aniversário. – sorriu falsamente.
- Como estão os preparativos? – perguntou, atenciosa.
- Está tudo pronto. Já compraram os vestidos? – perguntou, olhando para as amigas.
- Comprei. Resolvi comprar aquele vestido que mostrei pra você. – explicou.
- Vai ficar lindo! – disse com os olhos brilhando. – Aliás, hoje tem ensaio. – disse, desamarrando e amarrando novamente o seu cabelo.
- ENSAIO? QUE ENSAIO? – arregalou os olhos.
- O ensaio da dança. – revirou os olhos. – Eu já disse 20 vezes. – suspirou, irritada.
- Os pares vão ser aqueles mesmo? – perguntou, curioso para saber se dançaria mesmo com a .
- Sim. – concordou.
- Vai ser engraçado ver o e a se estapeando no meio da sua festa. – gargalhou.
- Eles que não ousem. – disse, irritada.
- Ok, sinal do inicio das aulas bateu faz tempo. Vamos logo. – disse, vendo que um dos inspetores se aproximava para expulsá-los dali.
- Até o intervalo. – disse, segurando a mão de e saindo.
- Até depois. – saiu, deixando a ver navios.
- Calma, amigo. Uma hora ela dá o braço a torcer. – riu, vendo a frustração do amigo.
- É mais fácil ela torcer o MEU braço. – negou com a cabeça, sorriu e saiu. e também foram para as suas respectivas aulas.

Já faziam duas horas que eu estava na aula de Matemática. A hora parecia não passar. O ódio por ainda consumia cada parte do meu corpo. Era como um bomba, que estava prestes a explodir com qualquer um, a qualquer lugar. estava na mesma situação que eu, em uma das salas vizinhas da minha. Queria ficar um tempo sem me ver, agora.

O sinal do intervalo soou e eu sai imediatamente da sala, simplesmente por que se eu ficasse mais um minuto ali, eu acabaria parando na sala da diretora. Desci as escadas rapidamente e fui até a mesa em que meus amigos estavam. não estava lá, para o bem dos meus nervos e da minha paciência.

- Oi . – sorriu, quando me viu sentar em sua frente.
- Oi lindo. – Eu sorri pra ele. Eu queria que todos vissem rapidamente que o meu estresse havia passado, mesmo sendo mentira.
- E é por isso que eu amo mais ela do que vocês. – mostrou a língua pra , e , que riram de seu comentário.
- Legal ouvir essas coisas na semana do meu aniversário. Tudo bem, . – fez drama, sabendo que se sentiria mal por ela.
- Não vale apelar, . – revirou os olhos.
- Falando sobre o meu aniversário.. – disse com os olhos brilhando.
- Eu sabia que iriámos falar desse assunto. – disse com cara de tédio.
- Qual o problema? – perguntou, sem entender a atitude de .
- Ela só fala nessa festa. – rolou os olhos.
- Para de ser chato, . – olhou irritada pro namorado.
- Desculpa, amor. – fez bico. – Mas é que você nem tem mais tempo pra mim. – tentou dramatizar para sensibilizar .
- Awn. – forçou um bico, fingindo ter dó de .
- Coitadinho. – continuou a brincadeira. – Olha.. – pegou uma banana que havia trazido pra comer no intervalo e a colocou na frente de . – Pega aqui essa banana. – disse, fazendo bico. começou a ter ataques de risos. Eu, e também.
- Idiota. – cerrou os olhos e voltou a olhar pra na sequência.
- , ainda bem que você chegou. Eu preciso que todos estejam aqui pra eu falar. – disse, olhando pra alguém atrás de mim. Era ele. Meu sangue subiu novamente. Era automático. Era só ele chegar perto, que os meus nervos sentiam vontade de explodir. Ele se sentou ao lado da , que estava ao meu lado.
- O que foi? – perguntou, atencioso. Eu senti ainda mais raiva, por que eu sabia que por trás de toda aquela bondade, havia um idiota insensível. Eu conhecia ele. Era como se eu soubesse que o modo gentil dele tratar as outras pessoas fossem pra me atingir. Fossem só pra me dizer que eu era a única que não merecia aquilo.
- Hoje nós temos ensaio de dança. – disse e arqueou a sobrancelha.
- Mas eu não quero aprender a dançar. Eu já sou bonito e isso basta. – disse, apenas para fazer graça. Ele não tinha todo esse ego, ele só dizia pra ser engraçado, ou TENTAR, né?
- Que horas é isso? – perguntou.
- 2 horas da tarde. – explicou.
- Então, nós vamos pra casa, almoçamos e depois vamos pra lá, né? Melhor. – disse, olhando pra mim.
- Por mim tudo bem. – Eu concordei.
- Eu também quero falar sobre os casais. – disse com alguns papéis nas mãos. Ela analisou os papéis por um tempo e depois voltou a nos olhar. Eu não gostei nem um pouco da parte do ‘casais’, já que eu não fazia mais parte de um casal.
- O que tem eles? – perguntou, atenciosa.
- Só pra confirmar. – sorriu. – Vão ser e . – fez uma pausa. – e . – O casal se entreolhou rapidamente. Eu sabia que eles haviam gostado daquilo. – E e . – olhou pra mim e pro . Olhamos pra cara dela, sem fazer movimento algum, sem manifestação. Não queríamos isso. Estávamos fazendo isso por ela e isso ficou bem claro. - Tudo bem? – perguntou, já que nenhum de nós dois dissemos nada.
- Tudo bem. – Eu ergui os ombros.
- O que eu não faço pelos meus amigos. – sorriu e cruzou os braços. Eu neguei com a cabeça, sem acreditar que ele estava sendo tão infantil.
- Que idiota. – Eu disse, baixo. Ele conseguiu ouvir.
- O que? Você acha que todos os caras do mundo dariam a vida pra dançar uma valsa qualquer com você, não é? Você acha que todo mundo tem que gostar de ficar do seu lado, né? – disse e olhou pra mim.
- Em menos de um mês, eu já estarei em Nova York. Vou evitar esse sacrifício pra você. – Eu disse, sarcástica.
- E que Deus ajude o Mark. – sorriu, apenas para me irritar.
- ESCUTA AQUI, JONAS! – Eu ia começar a soltar os cachorros em cima dele, quando me interrompeu.
- PRESTEM A ATENÇÃO! – nos olhos, furiosa. – Eu não sei que droga é essa que acontece entre vocês dois, mas vocês vão dançar JUNTOS no meu aniversário e eu não quero que estraguem tudo por causa desse amor mal resolvido de vocês. – suspirou. – ENTENDERAM? – nos olhou, séria.
- Amor mal res.. – ia argumentar.
- ENTENDERAM OU NÃO? – cerrou os olhos.
- ENTENDI. – respondeu, impaciente.
- Somente uma dança. – Eu respondi, me sentindo desagradável com toda aquela situação.

Dançar com uma pessoa, é algo muito... próximo. Seria estranho e ao mesmo tempo ruim. Não estávamos mais juntos e agora estávamos brigando. Era algo certo. Eu ia pra Nova York. Eu podia ir embora sem ter que dançar com ele. Tudo pela minha amiga, certo?

- Certo. Então quero todos vocês ás 2 horas na minha casa. Vamos ensaiar no porão. A professora de dança vai estar lá. – explicou.
- Estarei lá. – Eu confirmei, tomando um gole do refrigerante do .
- Hm, professora de dança? – fez cara de safado.
- , ela tem 30 anos e tem 2 filhos. Cala a boca. – respondeu, revirando os olhos. Eu segurei a risada rapidamente. Não queria recomeçar uma briga.
- Que droga. – fez careta.
- E vocês podem ir com uma roupa normal. Vocês só vão precisar usar os trajes no aniversário. – explicou, olhando pra todos.
- Vou usar o mesmo terno do baile. – disse. – Só vou trocar a gravata. – Ele terminou de dizer.
- Pode ser, mas ela tem que ser da cor do vestido da . – explicou.
- Meu vestido é verde claro. – disse com os olhos brilhando.
- Já compraram os vestidos de vocês? – olhou pra mim e pra .
- Já! – Eu e confirmamos.
- Todos eles são com brilho, do jeito que combinamos, certo? – quis confirmar.
- Isso. – afirmou.
- O meu também. – Eu também confirmei.
- O seu é dourado né, ? – perguntou, pois queria anotar isso em seu caderninho. Ela estava cuidando de cada detalhe.
- Sim. – afirmou.
- E o meu é azul. – Eu disse, antes que ela perguntasse.
- Ok. – sorriu e escreveu. – Então, você tem que usar uma gravata dourada. – disse, vendo fazendo cara de desgosto. – E você, uma gravata azul. – olhou pro .
- Ok, mas tem um problema. – disse e olhou pra ele em pânico.
- Problema? QUE PROBLEMA? – estava mesmo enlouquecendo com os preparativos da festa.
- Eu tenho um terno, mas.. – sorriu antes de dizer. – Eu emprestei o meu blazer pra alguém e não me devolveram, sabe? – disse, cínico. Logo entendi que a indireta era pra mim.
- Por que você não pode pedir de forma educada? Por que você não pode deixar de ser idiota uma vez na sua vida? – Eu voltei a me irritar. me olhou sério. Não gostou do jeito que eu havia falado. – Esquece. – Eu neguei com a cabeça, percebendo que ele estava pensando em alguma forma de me responder. – Eu te devolvo no ensaio. – Eu disse e me levantei da mesa. O sinal do fim do intervalo tinha acabado de bater.
- Ok, até a aula de Sociologia, então. – disse, se levantando e vindo ao meu lado. Acho que ele me acompanharia até a minha sala. Quando ele falou sobre a aula de Sociologia, eu desanimei. Não acredito que ainda teria que ter uma aula com o hoje.

Todos se despediram e saíram, indo em direção a suas salas. me acompanhou até a minha sala. Ele provavelmente queria conversar comigo. Sobre , sobre Nova York. Eu não sei se eu queria fazer isso.
- Então.. tudo bem? – perguntou com um sorriso fraco. - Eu vou pra Nova York. Vou viver o meu sonho. Eu tenho que estar, certo? – Eu olhei pra ele e forcei um sorriso.
- Não sei. Me responda você. – cruzou os braços, me observando.
- Você está falando sobre o ? – Eu fiquei séria.
- Não, estou falando de você. Do que você quer. – também me olhou sério.
- É o meu sonho, . Eu sempre quis isso. Eu lutei por isso. – Eu expliquei. Eu sabia que ele estava querendo chegar em algum lugar.
- Mas o que você quer AGORA? – foi mais específico. Eu não sei por que, mas responder aquela pergunta me deixava meio confusa as vezes. Eu me perguntei isso a noite toda e não consegui a resposta.
- Eu assumo que eu estava em dúvida sobre isso. Eu não queria deixar o .. aqui. – Eu neguei com a cabeça. – As coisas mudaram. Nós brigamos. Eu quero isso agora. – Eu expliquei e sorri.
- Vocês sempre brigam, mas vocês sempre voltam. – tentou argumentar.
- Eu sei, mas Nova York ainda é importante pra mim. Eu ainda quero isso. Eu estava em dúvida e eu precisava de um empurrãozinho pra tomar a minha decisão. me deu esse empurrãozinho. Está decidido. – Eu expliquei, séria.
- E como eu fico sem a minha melhor amiga? – fez bico.
- Eu venho te visitar e você também pode ir me visitar quando quiser. E também tem o telefone. Vamos superar. – Eu sorri e abracei ele. acariciou a minhas costas e terminou o abraço pra dar um beijo carinhoso em meu rosto.
- Se você achar um outro melhor amigo por lá, eu te mato. – riu.
- Você é o único. – Eu disse e ele riu novamente e levou suas mãos em minhas bochechas e as apertou.
- E é por isso que eu amo você. – gargalhou.
- Ok, eu também amo você. – Eu ri e neguei com a cabeça. – Eu tenho que entrar na aula de Geografia, ok? Nos vemos daqui a pouco na aula de Sociologia. – Eu disse e me afastei. Olhei pra trás e me mandou um beijou de longe e eu mandei outro. Só o pra melhorar o meu dia depois de TUDO.

Fui pra aula de Geografia, querendo permanecer lá pra sempre. Eu não queria ter que ir pra aula de Sociologia. Eu não queria ficar perto dele nem mais um minuto. Se eu pudesse, iria pra Nova York amanhã. Evitaria muitos problemas. 50 minutos se passaram rapidamente e o sinal bateu. Eu tinha que ir pra aula de Sociologia. Peguei a minha bolsa e andei até a sala da Sra. Dark.

- Heeey! – e disseram juntas, assim que eu entrei na sala. Me sentei entre as duas.
- Tudo bem, garotas? – Eu sorri pra elas.
- Você é que parece não estar tão animada, quanto deveria. – sorriu fraco.
- Eu estou querendo evitá-lo, sabe? – Eu sorri, sem mostrar os dentes.
- Lá vem ele. – disse, disfarçadamente. Eu não me movi, apenas percebi quando ele se sentou na carteira atrás de mim. Tanto lugar pra sentar, ele se senta bem ali? É ou não pra me irritar?

, , e chegaram logo depois. A aula começou, assim que a Sra. Dark entrou na sala. Os alunos ficaram em silêncio. Ela ficou de pé no centro da sala, enquanto segurava um papel em suas mãos.

- Bom dia a todos. – Ela sorriu. A classe respondeu por pura obrigação. – Bem, eu tenho novidades pra vocês. – Ela disse, animada.
- Isso nunca é bom. – fez careta.
- Disse alguma coisa, Sr. ? – Sra. Dark olhou pro meu irmão, séria.
- Não, não. Só pensei alto. Desculpe. – sorriu, sem jeito.
- Como eu estava dizendo. – Sra. Dark fez cara de irritada. – Temos um novo projeto. Em especial para vocês, que vão se formar esse ano. – Sra. Dark sorriu.
- O que é que ela vai inventar agora? – disse de forma quase inaudível. Só ouvi por que ele estava atrás de mim.
- Não sei se vocês já foram em alguma formatura do 3° ano aqui da escola, mas quem já foi sabe que na cerimônia da entrega dos diplomas, temos uma apresentação. – Sra. Dark não viu nenhuma empolgação no rosto de seus alunos. – Todo ano, escolhemos uma pessoa para fazer a tal apresentação. – Ela explicou.
- A Sra. quer dizer... cantar? – arqueou a sobrancelha.
- Exatamente isso, Sr. . – Sra. Dark sorriu.
- Fiquei sabendo que apresentação do ano passado foi uma porcaria. – disse baixo e fez careta.
- Eu queria saber se alguém aqui desta classe se interessa. – Sra. Dark continuava com o papel nas mãos, esperando ter que anotar os nomes dos alunos que demonstrariam interesse na apresentação. Nenhum (eu disse NENHUM) aluno levantou a mão.
- Ninguém quer participar? – Sra. Dark disse, nada satisfeita. Ninguém respondeu. – É uma pena, por que essa apresentação acrescentaria 2 pontos extras na nota da pessoa escolhida. – Sra. Dark disse. A classe continuou sem se manifestar. – Tudo bem, então. Falarei com a outra sala. – Sra. Dark pareceu não ter gostado nada.
- Você devia fazer isso, . – me cutucou e disse, sussurrando.
- Eu? Ta maluca? – Eu arqueei a sobrancelha.
- É, você canta bem! – riu.
- Eu não vou fazer isso. – Eu sorri e neguei com a cabeça. Fora de cogitação.
- Coitada da Sra. Dark. – riu baixo.

A professora continuou a aula. Ela estava meio brava, o que era totalmente compreensível, mas não adiantava descontar em todos nós. Não nos faria mudar de ideia. A aula até acabou um pouco mais cedo. Acho que ela não aguentava mais olhar pra nossa cara. Finalmente isso se tornou algo mútuo!

- Então, lá na casa da ás 2 horas, né? – perguntou novamente pra confirmar.
- Isso ae, . – confirmou.
- Ok, então já estou indo pra almoçar logo. – disse, dando um beijo em meu irmão e saindo rapidamente.
- Eu também já vou indo. Meu pai está ai na frente me esperando. – jogou beijos pra todos. – Quer carona, ? – ofereceu.
- CLARO! Vamos! – beijou e saiu correndo com .
- Ok e quem vai me dar carona? – sorriu pros amigos.
- Eu levo você, vai. – riu e deu um soquinho no braço do amigo.
- Você não vive sem a minha companhia. – riu e negou com a cabeça. Se aproximou de mim para se despedir. – Até daqui a pouco, . – Ele beijou a minha bochecha.
- Até. – Eu sorri pra ele.
- Falo, caras. – fez o toque de mãos rotineiro com o meu irmão e depois com . Nesse meio tempo, percebi que olhou pra mim. Mesmo eu tentando evitar, acabei olhando pra ele também. desviou o olhar.
- Até depois. – não quis se aproximar, apenas se despediu de longe. Os dois saíram, deixando apenas eu, e ali.
- Nossa. – olhou pra mim, achando estranha a atitude de . – Não vou falar nada. – sorriu, sabendo que não adiantaria nada.
- Isso mesmo, fica quieto. – Eu sorri falsamente, andando pra fora da escola, sabendo que ele e me seguiriam.
- Vamos, . Eu te deixo em casa. – Ouvi dizer.

Chegamos no estacionamento. Eu já esperava e no carro. Quando eles chegaram, entramos no carro e dirigiu até a casa de e o deixou lá. Seguimos pra minha casa. Quando chegamos em frente a minha casa, vimos que tinha um carro grande e muito bonito estacionado na garagem.

- Mas que porra.. – disse, arqueando a sobrancelha.
- Temos visitas? – Eu perguntei, confusa.
- Aquele não é o carro da tia Janice? – arregalou os olhos.
- Caramba, é mesmo! – Eu disse, chocada. Desci do carro e fez o mesmo. Ambos fomos até o tal carro e olhamos ele de mais perto.
- Esse carro é muito foda. – disse com os olhos brilhando.
- Então vocês já viram? – Minha mãe apareceu e cruzou os braços.
- Não tem como não ver né, mãe? – riu.
- O que esse carro está fazendo aqui? – Eu perguntei, curiosa.
- Entrem. O pai de vocês quer conversar com vocês. – Minha mãe abriu a porta de casa e esperou que entrássemos. Entramos e encontramos meu pai sentado na mesa da cozinha. Tinha uns papéis em suas mãos.
- Oi pai. – Beijei o seu rosto e me sentei na cadeira ao seu lado.
- Estamos aqui, pai. – se sentou na cadeira do outro lado.
- Estava esperando vocês chegarem. – Meu pai disse, sério.
- O que aconteceu? – ficou sério, colocando a sua mochila no chão.
- Que papel é esse? – Eu perguntei, olhando o papel.
- Esse.. – Meu pai olhou pro papel e depois voltou a nos olhar. – É o testamento da tia de vocês. – Meu pai disse no mesmo tom.
- Da tia Janice? – arregalou os olhos.
- É! – Meu pai afirmou.
- O que está escrito ai? – Eu perguntei, mais curiosa do que já estava.
- MEU DEUS, AQUELE CARRO.. – já começou a deduzir.
- Calma, calma. – Meu pai continuou sério.
- Meu Deus, eu vou chorar. – sorriu como nunca.
- Cala a boca, . Deixa ele falar. – Eu olhei pro meu irmão de cara feia.
- Vou resumir isso aqui pra vocês. – Meu pai voltou a olhar pra carta.
- Melhor. – Eu sorri e olhei pro meu pai, esperando ele ler. fez o mesmo.
- Éramos a única família da Janice, então tudo no testamento está no nosso nome. – Meu pai explicou.
- Porra, estamos rico! Já posso largar a escola! – ergueu os braços, comemorando.
- Faça isso e você não chegará perto dessa herança. – Meu pai disse e eu ri da cara de frustrado do .
- Só estava brincando, pai. Pode continuar. – fez cara de santo.
- Ela nos deixou suas 2 casas no campo e sua empresa. – Meu pai explicou.
- Só isso? – fez careta.
- ! – Eu gritei, tentando fazê-lo calar a boca.
- Não, . Não é só isso. – Meu pai deu um sorrisinho pro .
- O que mais? – sorriu, esperançoso.
- Ela deixou uma coisa em especial pra cada um de vocês. – Meu pai nos olhou.
- Eu sempre amei a tia Janice. – suspirou, sorrindo.
- O que é, pai? – Eu olhei pra ele, sem saber o que poderia ser.
- Pra você, , ela deixou a casa em Nova York. – Meu pai disse e eu paralisei.
- A casa que ela morava? – Eu arregalei os olhos.
- Sim. Eu não sei o que ela quis dizer, mas no testamento ela diz que esta deixando a casa pra você, porque sabia que você tinha boas lembranças lá. – Meu pai disse e a primeira coisa que veio em minha cabeça era o . Ela sabia do ! – Ela também disse que esta deixando a casa pra você, porque sabia que você precisaria de um lugar pra morar quando fosse fazer a sua faculdade em Nova York. – Meu pai explicou. Eu estava em choque. Era muita coisa pra processar.
- Aquela casa enorme em Nova York é só minha? – Eu perguntei, ainda perplexa. também estava chocado.
- Sim. – Meu pai confirmou. – Parece que não precisamos mais procurar um lugar pra você morar. – Meu pai sorriu pra mim.
- Meu Deus.. – Eu suspirei, sem reação.
- Ok, agora fala o que ela deixou pra mim. – estava mais ansioso do que nunca.
- Bem, pra você, . – Meu pai voltou a olhar pra carta. – Ela deixou.. – Meu pai fez suspense só para deixar ainda mais maluco.
- Diz o carro, diz o carro, diz o carro.. – juntou as mãos e começou a dizer baixinho. - Pega ae, garoto. – Meu pai jogou as chaves na mão de .
- MEU DEUS! – pulou da cadeira. – O CARRO É MEU! – saiu gritando pela casa. – TIA JANICE, ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA, VOCÊ É A MELHOR TIA DO MUNDO. – disse, olhando pro teto.
- Ele vai ter um AVC, gente. – Eu disse, rindo.
- O CARRO É MEEEEEEEEEEU. – gritou mais uma vez e foi pro lado de fora da casa. Eu fui atrás, só pra ver aquela cena e rir. – EU VOU CUIDAR MUITO BEM DE VOCÊ, BEBÊ. – abraçou o carro.
- Você é doente. – Eu cruzei os braços e ri.
- Aliás.. – colocou a mão no bolso. – Essa lata velha é toda sua agora, . – jogou a chave do ‘seu’ antigo carro. Eu peguei a chave e cerrei os olhos.
- Isso, cospe no prato que comeu. – Eu disse, rolando os olhos. já havia entrado dentro do carro e estava sentado no banco do motorista.
- Eu acho que vou chorar. – disse, olhando o interior do carro. Já tinha dirigido aquele carro em Nova York, mas nunca desconfiou que um dia ele seria seu.
- Você é tão exagerado. – Eu revirei os olhos.
- É UM CARRO IMPORTADO, GAROTA. – gritou, rindo. - Os caras vão enlouquecer quando verem isso. – riu.
- Ok, ok. Deixa o carro pra depois. Vamos almoçar, que daqui a pouco eu e seu pai já temos que voltar pro trabalho. – Minha mãe apareceu na porta da casa.

Com muito custo, conseguimos tirar o de dentro do carro. Estávamos todos sentados na mesa, almoçando.

- Por que vocês estão comendo com tanta pressa? – Minha mãe perguntou, irritada.
- Vai ter o ensaio na casa da . – Eu avisei, bebendo o último gole de água.
- Ahn.. pro aniversário, não é? – Minha mãe deduziu.
- Sim. – confirmou.
- Mãe, como vocês vão fazer com a empresa da tia Janice? Ela fica em Nova York e vocês estão aqui.. – Eu perguntei, entre uma garfada e outra.
- A administração da empresa vai continuar trabalhando lá. Somente o capital vai vir para a nossa conta. – Minha mãe explicou.
- Vamos lá só de vez em quando para assinar alguns papéis. – Meu pai completou.
- Ahn, entendi. – Eu sorri.
- , você sabe que ainda estamos esperando você trazer a sua namorada aqui, não é? – Meu pai disse, olhando feio pro meu irmão.
- Eu vou trazer ela, pai. – revirou os olhos.
- A já trouxe o dela faz tempo. – Minha mãe disse, sem saber do que estava falando.
- O namorado dela? – olhou pra mim e riu.
- Calado, . – Eu lhe dei um chute por debaixo da mesa.
- O que aconteceu? – Minha mãe olhou pra mim, assustada.
- Não é nada, mãe. – Eu disse, fazendo cara feia pro .
- Como não é nada? – Meu pai me olhou, sério. , desgraçado.
- Nós só brigamos, pai. – Eu menti. Eu não queria dizer que tínhamos terminado ou eu teria que dar detalhes.
- Brigaram? – Meu pai arqueou a sobrancelha.
- É só isso. – Eu forcei um sorriso.
- Hm.. – Meu pai disse, desconfiado.
- Vamos, querido? Estamos atrasados já. – Minha mãe perguntou, olhando pro meu pai.
- Vamos. – Meu pai se levantou da mesa.
- Então, estamos indo, crianças. – Minha mãe deu um beijo em mim e depois no . - Bom ensaio pra vocês. – Minha mãe sorriu.
- Obrigada. – Eu sorri pra ela.
- Até mais tarde. – Meu pai se despediu, pegando sua maleta no sofá.
- Até, pai. – Eu gritei, ainda na mesa.
- Bom serviço! – gritou. Ouvimos meus pais fechando a porta da casa.
- Tinha que falar né, seu boca aberta? – Eu cerrei os olhos, olhando pro meu irmão.
- O que? – Ele se fez de desentendido.
- Argh, esquece! Vamos logo. Também estamos atrasados. – Eu disse, já que tinha acabado de comer.
- Espera, eu vou só terminar de.. – disse, bebendo seu último gole de suco. – Pronto. – Ele sorriu, se levantando da mesa.
- Eu só tenho que pegar uma coisa lá em cima e já desço. – Eu disse, subindo as escadas rapidamente.
- Não demora. – revirou os olhos.

Cheguei em meu quarto e fui diretamente pro meu armário. Peguei o blazer do e o joguei em cima da cama. Aproveitei para trocar de roupa. Coloquei um shortinho e uma regatinha qualquer, combinando com uma sandália de salto não muito grande. Eu deveria ir de salto, já que eu ia dançar, né? Prendi o meu cabelo em um alto rabo de cavalo e apenas passei um lápis nos olhos e um batom claro. Voltei a pegar o blazer do e dei uma olhada nele. Estava limpo e cheiroso. Entregaria daquele jeito mesmo. Desci as escadas rapidamente e já estava na porta, me esperando.

- Vamos. – Eu disse, pegando o meu celular em cima da estante da sala e colocando no meu bolso. sorriu pra mim e mostrou a chave do carro. – O que você está pensando em fazer? – Eu perguntei, olhando pra ele.
- Vamos pra casa da com meu carro novo. – sorriu, feliz da vida.
- Mas será que você pode? – Eu fiz cara de dúvida.
- Se eu não pudesse, você acha que o pai teria dado a chave pra mim? – arqueou a sobrancelha.
- Ok, então vamos. – Eu ergui os ombros, deixando pra lá. Não adiantaria falar mesmo. Fomos em direção ao carro e entramos. estava sentado no banco do motorista e eu no do passageiro.
- Agora sim eu sou um cara completo. – sorriu.
- Por causa de um carro? – Eu neguei com a cabeça.
- POR CAUSA DE UM CARRO? – me olhou, furioso. – Ela não está falando sério, baby. – acariciou o carro.
- Você é retardado, sério. – Eu ri e neguei com a cabeça.
- Sou um retardado com um carro foda. Para de ser invejosa. – riu.
- Ok, ok. – Eu ri, deixando o assunto pra lá.

Fomos em direção a casa da . estava eufórico para mostrar o carro pros amigos. Homens, só precisam de um carro para serem felizes para sempre.

Chegamos na casa da e estacionou o carro na frente da casa dela. Todos estavam lá na frente, esperando por . Quando o carro estacionou, todos olharam, sem saberem quem era. Admito que foi engraçado ver a cara de surpresa deles, quando viram eu e sairmos do carro.

- É o ? – arregalou os olhos. Eu e nos aproximamos deles.
- Você rouba carros agora, ? – sorriu, tentando ficar sério.
- Eu não roubei, imbecil. Ele é meu mesmo. – disse, se achando. Eu revirei os olhos e fui me sentar ao lado de e .
- SEU? Como assim é seu? – começou a gargalhar.
- Espera, esse não é o carro da sua tia? – fez cara de confuso.
- Exatamente. – se sentou ao lado dos garotos e ficou admirando o carro junto com eles.
- E o que ele está fazendo com você? – arqueou a sobrancelha.
- Ela deixou uma herança.. – sorriu e olhou pros amigos. – Ela deixou o carro pra mim. – voltou a usar o seu ar de superioridade.
- O QUE!? – e gritaram juntos.
- Talvez eu deixe vocês darem uma voltinha nele mais tarde. – gargalhou, guardando a chave do carro em seu bolso.
- Seu desgraçado, como você consegue essas coisas? – disse, rindo.
- Eu sempre fui um ótimo sobrinho. – riu.

olhou pra mim nesse meio tempo. Viu que o blazer estava em minhas mãos e pensou em como eu devolveria pra ele. Eu teria que falar com ele e isso parecia uma coisa boa pra ele. Mesmo sentindo o olhar dele sobre mim, não olhei pra ele. Olhei pro blazer em minhas mãos e andei em direção a ele. Ele olhou eu me aproximar e quando eu cheguei em sua frente, olhei pra ele séria.

- Isso é seu. – Eu ataquei o blazer com força em seu peitoral e ele segurou, me olhando com uma cara feia. Eu sai e fui ao lado de . Ele continuou olhando pra mim, irritado. Olhei pra ele e sorri falsamente.
- Uau, amor. É lindo! – sorriu pro namorado, que passou um de seus braços em torno da sua cintura.
- Eu te levo pra dar uma volta depois, gata. – disse com uma voz grossa e logo em seguida começou a gargalhar.
- O carro é só seu ou é da também? – perguntou, curiosa.
- É só meu. A recebeu outra coisa de herança. – explicou.
- VERDADE, ? – arregalou os olhos.
- Não é nada demais. – Eu neguei a cabeça, querendo evitar aquele assunto na frente do .
- Eu duvido que não seja nada demais. – riu.
- Pronto. Desculpa o atraso, gente. – abriu a porta de sua casa e deu de cara com o carro de . – Mas que carro é esse? – arqueou a sobrancelha.
- É meu! – mostrou a chave do carro.
- A tia dele deixou de herança pra ele. – adiantou a história.
- Caramba! – analisou o carro, mesmo de longe.
- É uma belezura, não é? – voltou a admirar o seu carro.
- A ia contar qual herança ela recebeu. – disse e todos olharam pra mim.
- O que é, ? – perguntou, curiosa. Eu neguei com a cabeça, meio sem jeito.
- Ela.. – Eu hesitei continuar. – Ela deixou a casa de Nova York pra mim. – Eu disse com um sorriso fraco no rosto.
- O QUEEEEEE? – e fizeram um escândalo.
- Você quer dizer.. – começou a dizer.
- Aquela casa que ficamos no feriado? – completou.
- É.. – Eu sorri, achando graça da surpresa deles.
- MEU DEUS! – gritou, chocada. me olhava, sério. Não olhei pra ele, para evitar constrangimentos.
- Você vai morar lá, então? – deduziu.
- Sim. Ela me deixou a casa justamente pra isso. – Eu expliquei.
- Amor, acho que vou fazer faculdade em Nova York. – brincou com o namorado.
- Só se você me levar com você. – entrou na brincadeira.
- A tia Janice era incrível. Ela sempre esteve ajudando vocês, mesmo agora depois do que aconteceu. – sorriu.
- Verdade. Ela era.. incrível. – Eu sorri fraco, meio chateada por me lembrar de tia Janice.
- Ok, ok. A professora de dança está lá embaixo nos esperando. – nos interrompeu.
- Então vamos lá logo. – revirou os olhos.
- Podem entrar. – cedeu a passagem para que entrassemos.

Todos entramos em sua casa e descemos pro porão. Diferente das outras casas, o porão da casa de era muito bem limpo, organizado e bonito. Eu e as garotas já fizemos algumas festas ali. Chegamos no porão e a professora de dança estava sentada, nos esperando.

- Olá! – Ela sorriu e se levantou quando chegamos.
- Oi. – Dissemos todos juntos.
- Eu já volto, vou colocar o meu vestido. – subiu as escadas rapidamente.

A professora se apresentou e disse que nos daria algumas dicas para dançarmos bem na noite do aniversário. Disse que não faria de nós, profissionais. Eram só dicas. desceu as escadas novamente com o seu belo vestido.

- Você está linda, ! – Eu disse, sabendo que ela adoraria o comentário.
- Own, obrigada! – disse, maravilhada.
- Você é linda de qualquer jeito, amor. – sorriu pra namorada.
- Obrigada, lindo. – piscou pro namorado.
- Então, vamos começar. – A professora disse, pedindo que fizéssemos uma roda em torno dela. – Certo, quais são os pares? – Ela perguntou.
- e , e e e . – explicou, mostrando quem era cada um de nós.
- Certo, então eu quero que os casais fiquem lado a lado. – A professora pediu. Eu não me movi, pois percebi que estava vindo até mim. Ele ficou ao meu lado. – Eu sei que os acompanhantes vão ter uma entrada diferenciada e improvisada, certo? – Ela perguntou. Ela se referia a entrada dos casais, em que cada casal entraria dançando rapidamente da forma que quisesse um trecho da música ‘Movie Your Feet’ do Junior Senior. Eu e já havíamos ensaiado uma entrada, mas agora as circunstâncias eram outras.
- Isso. – confirmou.
- Então, não há motivo para ensaiarmos isso. Devemos focar na valsa, que vocês vão ter que dançar com a aniversariante e seu acompanhante. – Ela explicou.
- Eu ainda não sei por que aceito fazer essas coisas.. – disse baixinho, negando com a cabeça.
- Vou colocar a música e quero que cada casal comece a dançar, para que eu possa ver o que pode ser melhorado em cada um. – A professora explicou. – Quero que os casais fiquem frente a frente. – Ela disse e eu a xinguei mentalmente. se virou pra mim e eu também virei pra ele. Nos olhamos por um tempo. Momento mais estranho e constrangedor que aquele, impossível.
- Quando a música começar, quero que o garoto de cada dupla estenda a sua mão e convide a sua parceira para dançar. – Ela disse e eu sorri imediatamente. Seria engraçado ver o fazendo isso.

A música começou, era uma música lenta. Aquelas próprias pra dançar valsas. negou com a cabeça e estendeu a sua mão em minha direção. Eu, que ainda segurava o riso, olhei pra ele e levei uma das minhas mão ao encontro da sua. Ele então me puxou pra mais perto, fazendo com que eu parasse de sorrir no mesmo instante.

- Para de rir. – disse, sério. Estávamos bem próximos e nos olhávamos nos olhos. Uma de nossas mãos estavam coladas e a minha outra mão estava em seu ombro e a outra dele estava em minha cintura, quase em minhas costas.
- Se pisar no meu pé, eu mato você. – Eu disse, aproximando meu rosto de seu ombro, simplesmente para não ter que olhar pro seu rosto. Era meio.. irresistível, sabe?
- Então.. – disse, baixinho em meu ouvido. – Você vai ser vizinha do Mark? – Ele perguntou. – Deve estar feliz. – Ele aproveitou pra me provocar.
- Não é a mesma coisa de morar no quarto dele, mas eu vou superar. – Eu disse, sarcástica. afastou nossos corpos e levantou uma de suas mãos e me girou, apenas para me lançar um olhar furioso. Quando ele terminou de me girar, me puxou com força pra perto dele, fazendo com que nossos corpos se chocassem. Nossos rostos estavam ainda mais próximos do que antes. Meu olhos acabaram cedendo e desceram para olhar os lábios dele. também paralisou, me olhando com um sorriso fraco.
- Não, não. Está tudo errado. – A professora nos interrompeu, desgrudando nosso corpos. Me senti uma idiota por ter participado daquela cena. me olhou, sério e sem jeito. Passou uma das mãos pelo cabelo, demonstrando estar sem graça com a situação.
- E como deve ser? – Eu perguntei, disfarçando.
- Assim.. – Ela sorriu e me levou pra perto de novamente. – Você segura a cintura dela assim. – Ela colocou a mão de em minha cintura. – E a sua aqui. – Ela colocou minha mão no ombro dele. Era a mesma posição que estávamos antes. – E vocês estão muito afastados. Fiquem mais perto. – Ela empurrou o meu corpo, que ficou colado ao dele. – Isso, assim mesmo. – A professora sorriu, satisfeita.

Eu estava entrando em pânico com toda aquela aproximação. Eu não queria sentir tudo aquilo de novo. Eu não quero estar perto dele de novo, sabendo que logo estarei bem longe. Eu não quero ter certeza de que vou sentir saudade dele, por que toda vez que eu penso nisso, eu estremeço.

- Por que você fica fugindo de mim? – sorriu e me olhou. – Acha o que? Que eu vou te agarrar a força? – continuou olhando pra mim. Eu suspirei, irritada.
- E você acha que eu deixaria você me agarrar? – Eu ri da cara dele.
- Eu acho que você não resistiria. – disse, segurando uma risada.
- A você? – Eu voltei a rir. – Me poupe, Jonas. – Eu neguei com a cabeça.
- Você está aqui nos meus braços e está se segurando por dentro. – me olhou com seu olhar sexy. COMO ELE SABIA? Puta merda.
- Estou mesmo me segurando para não mandar você parar de encher o meu saco com essa história. – Eu sorri falsamente.
- Está vendo? Você fica nervosinha quando eu falo disso. – gargalhou.
- O silêncio é importante durante a dança. – A professora de dança disse, passando por nós.
- Ouviu? Fica quieto, Jonas. – Eu olhei pra ele, irritada.

A professora continuou analisando os outros casais. e eram os melhores dançarinos, sem duvidas. e eram meio desengonçados, talvez por causa do que existia entre eles. e pareciam estar dançando forró. Eles deram trabalho pra professora. Ficamos uma hora ensaiando. Foi muito perturbador pra mim ter o tão perto.

- Ok, então por hoje é só isso. – A professora disse, parando a música. Eu e nos distanciamos rapidamente.
- Amanhã é o mesmo horário, né? – perguntou, só pra confirmar
- Isso. – A professora deu a confirmação.
- Ok, até amanhã, então. – sorriu pra professora.
- Até. – A mulher se afastou e se despediu com uma das mãos, quando já estava longe.
- Ok, isso foi muito chato. – revirou os olhos.
- Eu gostei! – sorriu, empolgada.
- Estou morrendo de calor nesse vestido. – riu, se abanando. – Vou me trocar aqui no banheiro. Pera ae. – disse, entrando no banheiro que havia ali mesmo no porão.
- Essa professora invocou comigo. – disse, indignado.
- Talvez seja por que você e a estavam discutindo a relação no meio da dança. – riu.
- HAHAHA – fingiu uma risada.
- Estou mentindo? – arqueou a sobrancelha.
- Não tem relação pra discutir, . – Eu revirei os olhos.
- Vocês já podem voltar a encher o saco da e do agora. – sorriu falsamente.
- Ai, muito melhor! – saiu do banheiro com um shortinho e uma blusinha. O vestido estava em suas mãos.
- Também acho, amor. – disse, olhando pras pernas da namorada.
- Você está andando muito com o , amor. – riu da safadeza do namorado.
- Seu namorado é pervertido e a culpa É MINHA? – fez cara de indignado. – Quer colocar a culpa da 2° Guerra Mundial em mim também? Fica a vontade. – ironizou.
- É o telefone que está tocando? – disse e todos fizeram silêncio.
- É! – gritou. – Segura meu vestido, amor. – jogou o vestido nos braços do e subiu as escadas correndo para atender o telefone.
- Esse vestido fica me pinicando. – disse, colocando o vestido em cima de um sofá que havia ali mesmo no porão. O sofá ficava embaixo de uma prateleira que tinha diversas coisas, inclusive as coisas que a mãe de usava para fazer seus quadros. A mãe de adorava pintar quadros nas horas vagas. Ela era boa nisso.
- Olha, uma bola. – disse, vendo uma pequena bolinha de tênis em um dos cantos do porão. – Vai, pega ai, . – disse, jogando a bolinha pro amigo, que o conseguiu alcançá-la a tempo e chutar para .
- Chuta aqui, . – pediu, entrando na rodinha dos garotos.
- Aprende com o mestre. – disse, fazendo embaixadinhas com a pequena bolinha, depois de recebê-la de .
- Parem com essa bolinha. – disse, irritada.
- TOCA AQUI, JONAS! – gritou e fez o que o amigo pediu. A brincadeira foi se intensificando.
- HEY! Tomem cuidado com essa bola! – gritou, quando a bolinha quase acertou o seu rosto.
- Cuidado com o.. – Eu ia dizendo, quando chutou a bolinha e ela acertou um dos frascos de tinta da mãe de , fazendo com que ele se quebrasse e a tinta começasse a vazar por toda a prateleira. A tinta foi se espalhando e começou a cair em cima do vestido da . – Vestido da . – Eu disse, paralisada. Eles estavam ferrados.
- Não, não, não.. – tentou salvar o vestido, mas não deu tempo.
- FU-DEU. – disse, em choque.
- Você é burro, ? OLHA ONDE VOCÊ CHUTOU A BOLINHA! – disse, nervoso.
- VOCÊ ME PASSOU A BOLA ERRADO, SEU IMBECÍL! – gritou, irritado por ter ter colocando a culpa só nele.
- A vai.. – fez careta.
- Ela vai chorar até secar. – completou.
- Estamos ferrados. – negou com a cabeça.
- Nós? VOCÊS estão ferrados, né? – apontou pros meninos.
- E no que isso nos ajuda, ? – disse, irritado.
- Que ideia brilhante hein, Jonas? – Eu olhei pro e neguei com a cabeça.
- Fica quieta, por que a culpa não foi só minha. – me olhou, furioso. – O não tinha nada que colocar o vestido bem ali. – disse, fazendo cara feia pro .
- Ta, o que nós vamos fazer? – olhou pros amigos e pra mim e as garotas.
- Não sei por que vocês ainda estão usando o ‘nós’. – Eu ri.
- Vocês querem ou não que a amiga de vocês tenham o aniversário dos sonhos? – nos olhou.
- Sim. – concordou.
- Então, vamos concertar isso. Qualquer lavanderia profissional consegue limpar isso. Ela nem vai notar. – explicou.
- GÊNIO! – gritou, sorrindo pro amigo.
- Querem ajudar ou não? – nos olhou, implorando.
- Eu ajudo. – se ofereceu.
- E vocês, meninas? – perguntou, olhando pra nós.
- Argh, ta bom! – Eu concordei. Eram meus amigos. Eu não podia deixá-los na mão.
- Ta, o que vamos fazer? – também se disponibilizou a ajudar.
- Eu conheço uma lavanderia aqui por perto. – também quis ajudar.
- Ok, então vamos lá. – disse, abrindo a porta do porão. Havia uma porta que dava direto pro lado de fora da casa.
- AGORA? Mas e se ela.. – ia dizendo.
- Nós dissemos que fomos comprar algo pra comer. – disse, saindo passando pela porta do porão.
- Não acredito que vamos fazer isso. – Eu neguei com a cabeça, saindo do porão.

Todos saímos pro lado de fora do porão. estava levando o vestido em suas mãos. A ideia era boa, porém arriscada. podia dar falta do vestido a qualquer momento. Teríamos que inventar uma boa desculpa para aquilo.

- Vamos com o meu carro! Cabe todo mundo. – disse, mostrando a chave do carro. Abriu o porta mala e ajudou a colocar o vestido lá com cuidado. Lá era o único lugar em que o vestido estava totalmente fora de perigo.
- HEY! ONDE VOCÊS ESTÃO INDO? – apareceu na porta.
- Porra, ferrou. – disse, sussurrando.
- Nós vamos dar uma volta com o meu carro novo. – sorriu falsamente. – Você sabe, os caras estão loucos pra andar nele. – continuou mentindo e sorrindo.
- E não iam me chamar? – cruzou os braços.
- Estávamos esperando você desligar o telefone, amor. Íamos te esperar no carro. – mentiu com dor no coração.
- Ahn, então eu já estou indo. Vou só trancar a casa. – disse, entrando na casa.
- O que nós vamos fazer agora? – disse em pânico.
- Vamos dar uma volta com o carro. Nós damos uma desculpa e deixamos as meninas no shopping com ela. E nós vamos em uma lavandaria e esperamos o vestido ficar pronto. – explicou o plano.
- EU NÃO CONSIGO MENTIR PRA ELA, GENTE. – Eu disse, desesperada. sempre sabia quando eu estava mentindo.
- Se vira, . Faz a sua parte. – me olhou, irritado.
- Isso é tudo culpa sua, seu idiota. – Eu fuzilei ele com os olhos.
- Pronto. – voltou a aparecer na porta. Estava trancando-a. Eu e paramos de discutir no mesmo instante. Ela não poderia desconfiar.
- Vamos, então. – continuou forçando o sorriso.

Todos entramos no carro. foi no banco da frente com o . O resto foram atrás, inclusive eu. O carro era enorme, cabia todos nós. Era como uma minivan. começou a dirigir o carro e ninguém tinha coragem de falar nada, pois tinha medo de soltar algum fora sobre o vestido.

- Por que vocês estão tão calados? – perguntou, estranhando nosso comportamento.
- Estamos curtindo o passeio. – disse e lhe deu um soco de forma disfarçada. – O que? – olhou pra ela e disse, sem emitir som.
- É muito confortável. – disse, olhando pro . Estava querendo arrumar um assunto, para quebrar o silêncio.
- E ele é muito grande. Eu nunca dirigi um carro tão grande. – completou.
- Qualquer dia desses, deixo você dirigir. – sorriu pro amigo.
- Então, acho que podíamos dar uma volta no shopping. O que vocês acham? – Eu fingi que a ideia foi minha.
- Eu adorei! – comemorou.
- Shopping? Eu estou fora. – fez careta.
- Eu também não estou afim não. – também fez careta.
- Poxa, amor. – fingiu estar chateada.
- Por que não vão só vocês? – disse, fingindo ter tido uma ideia brilhante.
- Só nós? – repetiu.
- É, você e as garotas vão no shopping e eu e os garotos vamos dar uma volta nesse carro. – forçou um sorriso.
- É, vou deixar eles dirigirem antes que eles morram de vontade. – forçou uma risada e mais ninguém riu.
- Pode ser. – Eu concordei.
- Então pode ser. – sorriu.
- Vamos fazer isso então. – sorriu, empolgada. Ela adorava o shopping.
- Certo, então vamos deixar vocês lá e mais tarde vamos buscar, ok? – disse e eu e as garotas concordaram.

começou a dirigir em direção ao shopping. O plano estava ocorrendo perfeitamente. As garotas iam pro shopping e os garotos fariam o trabalho sujo. Quando achávamos que tudo daria certo, passamos em frente a uma delegacia, na verdade era mais como um posto policial.

- Espera, a polícia está atrás de nós? – disse, olhando pra trás. olhou no retrovisor e viu que a polícia piscava os faróis, sinalizando que era pra ele parar o carro.
- Que droga. – disse, irritado. Parou o carro e esperou o policial vir até o seu carro.
- O policial também deve ter achado que você roubou o carro. – gargalhou.
- Idiotas invejosos. – revirou os olhos. Sabia que o policial não acharia nada de errado ali.
- Boa tarde. – O policial disse. Usava óculos escuros.
- Boa tarde, senhor. – sorriu pro policial. – Qual o problema? – perguntou.
- Aparentemente nenhum. – O policial disse e sorriu, aliviado. – Mas eu preciso ver os documentos do carro. – O policial disse, olhando seriamente pro .
- Os documentos? – ficou um pouco mais sério. Não se lembra de ter visto os documentos do carro, mas sabia que eles provavelmente estavam no porta-luvas. – Só um minuto. – abriu o porta-luvas e começou a revirar os diversos papéis que haviam ali dentro em busca dos documentos.
- Você está brincando, né? – disse, sorrindo. Achou mesmo que o amigo estava brincando.
- Cadê essa porcaria de documento? – disse baixo, enquanto continuava revirando o porta-luvas.
- , você não pegou os documentos com o pai? – Eu perguntei, ficando nervosa.
- Com o pai? Era pra estar aqui, porra. – continuo revirando o lugar.
- Ok, garoto. Pode descer do carro, por favor. – O policial disse, se afastando para que descesse do carro. – Os seus amigos também devem descer. – O policial disse, sério.
- Isso é alguma pegadinha? – olhou pra mim.
- Puta merda. – suspirou, descendo do carro. Todos descemos do carro e ficamos em torno do policial.
- Ok, encostem suas duas mãos no carro e afastem as pernas. – O policial disse, esperando que fizéssemos o que ele pediu.
- Isso não está acontecendo. – fechou os olhos, tentando se acalmar para não começar a chorar.

O policial se aproximou e começou a revistar cada um de nós, procurando por algum objeto suspeito. O primeiro a ser revistado foi o , ele estava limpo. Depois foi a vez de , e . Finalmente chegou a minha vez. O policial começou a passar a mão pelo meu corpo, procurando por algo errado. , que estava ao meu lado olhou pro policial, irritado.

- Hey.. – já ia pedir pro policial me deixar em paz, mas não deu tempo.
- Calado, garoto. – O policial parou de me revistar e foi revistar o . Os últimos a serem revistados foram e . – Eu preciso da identidade de vocês. – O policial pediu, enquanto falava com outro policial no rádio.

Demos nossas identidades pra ele e ele analisou uma por uma. A cada identidade, ele falava com uma outra pessoa no rádio, que certamente estava conferindo nossas fixas.

- Diga adeus pra sua herança, irmão. – Eu forcei um sorriso pra ele.
- Como eu ia saber que o documento não estava no carro? Sempre está no carro. – explicou.
- Meus pais vão me matar. – negou com a cabeça.
- Vai ser ótimo passar o dia do meu aniversário presa. – disse com lágrimas nos olhos.
- Meu pai vai me deixar de castigo até o ano que vem. – negou com a cabeça.
- A culpa não foi só minha, OK? – disse, se referindo aos garotos, que também tinham a sua parte de culpa naquilo. se descuidou do vestido, teve a ideia de brincar com a bola e a chutou no frasco de tinta.
- Não adianta ficar procurando um culpado agora. – disse, furioso.
- Não adianta mesmo, por que eu já achei o culpado. – Eu fuzilei com os olhos.
- Que novidade, . – revirou os olhos.
- Vocês vão ser encaminhados para a delegacia mais próxima. – O policial voltou a falar com nós.
- DELEGACIA? – arregalou os olhos. – Mas nós não fizemos nada! – tentou argumentar.
- Fique calado, garoto. – O policial pediu, impaciente.
- Mas senhor, nós só estávamos passeando pela cidade. O que há de errado nisso? – continuou debatendo.
- .. – Eu tentei fazê-lo calar a boca.
- Deixa isso comigo, . – me olhou, irritado. Voltou a olhar pro policial.
- Eu mandei ficar calado. – O policial disse, ainda mais irritado.
- Isso é injusto. Tem tantos bandidos por ai e você quer prender os inocentes? – disse, indignado. O policial foi em direção ao , o virou de costas, apertou seus pulsos e o pressionou contra o capô do carro. – VAI SE COMPORTAR OU VOU TER QUE ALGEMÁ-LO? – O policial gritou.
- Não, não. Não faz isso. – Eu implorei pro policial. – Ele vai parar. Tudo bem. – Eu sorri pro policial. O policial me olhou, sério. Soltou , mesmo estando com o pé atrás. Outras duas viaturas chegaram. O policial foi falar com os seus companheiros. – Cala a boca, garoto. – Eu olhei pro , furiosa. Enfrentar o policial não facilitaria as coisas.
- Vamos! – O policial nos chamou.

Nos dividimos em 3 carros. Os garotos disseram que tinha que ir pelo menos deles em um carro. Eles não queria nos deixar sozinhas com um policial. Nunca se sabe, certo? foi no mesmo carro que e , e foram no mesmo carro que eu e e foram sozinhos em outro.

Aquilo parecia um pesadelo. Um pesadelo que eu estava demorando pra acabar. Não podia estar acontecendo de verdade. Era.. inacreditável. Chegamos na delegacia que havia ali perto. Entramos todos juntos. Não estávamos algemados nem nada. Eu não fazia ideia do que aconteceria.

- Ok, agora eu preciso que vocês me passem o telefone dos pais de vocês. – O policial disse com um papel nas mãos.
- Não, pros meus pais não. – segurou o choro.
- Ficar preso vai ser melhor do que enfrentar os meus pais. Eu posso ficar aqui mesmo. – se sentou em um dos bancos da delegacia.
- Engraçado, garoto. Mas eu ainda quero o número dos seus pais. – O policial disse, sarcástico.

Todos nós passamos os telefones dos nossos pais. Imaginei o quão assustada a minha mãe ficaria ao atender o celular. Pensaria no pior e depois de descobrir tudo, iria querer cometer o pior. Eu e estávamos ferrados. Mais ferrados do que os outros, por que o carro estava no nome da minha família.

- Enquanto isso, vocês vão esperar aqui. – Um dos policiais disse e abriu uma das celas. Não era uma cela como a dos outros presos. Não ficava nem junto com outros presos. Era uma cela que ficava ali mesmo na sala do delegado.
- Eu não acredito que vou entrar em uma cela, como uma criminosa. – começou a chorar. Estava demorando.
- Não chora, amor. Vai ficar tudo bem. – tentou acalmar a namorada.

Entramos na tal cela. Era grande o suficiente para todos nós. Sentamos e aguardamos como o policial havia pedido. Estava pensando em qual dos pais chegaria primeiro. Independente de quem fosse, a liberdade de todos nós dependia dos meus pais. Eles tinham o testamento e o documento do carro. Eles poderiam provar que o carro não era roubado ou qualquer coisa assim.

- Como você foi esquecer o documento, seu idiota? – disse, olhando pro , irritada. Ela não sabia de toda a história e por isso achava que a culpa era só dele.
- Não foi só culpa minha! – disse, ofendido. – Contem pra ela! Não dá pra ficar pior que isso. – disse, revoltado.
- Contar o que? – engoliu o choro.
- Nada. – tentou impedir o assunto.
- Contem logo. – revirou os olhos.
- Não, ela já está nervosa o suficiente. – Eu também tentei evitar.
- Calem a boca e não piorem as coisas. – disse, olhando pros garotos.
- Tudo começou com o .. – começou a explicar. – Ele deixou o seu vestido em cima da cama. – terminou de explicar.
- Então o idiota do resolveu brincar de bola no porão da sua casa. – arqueou a sobrancelha.
- Hey! Eu sugeri! Vocês que aceitaram jogar e foi o ruim do que chutou a bola na prateleira de tintas. – se defendeu.
- O que? Eu não estou entendendo nada. – fez careta, mostrando-se confusa.
- Nós manchamos o seu vestido. – disse de uma vez com uma careta.
- VOCÊS O QUE? – parou de chorar na hora. O vestido era mais importante.
- Foi sem querer, ! E nós íamos limpar. Vocês nem saberia, se o imbecil do não esquecesse a porcaria do documento do carro. – disse, sentindo-se mal pelo que tinha acontecido.
- É, ficou se achando só por que ganhou o carro! – olhou pro , furioso. – ‘Olha, olha, eu tenho um carro novo e sou gay!’ – disse, forçando uma voz fina e querendo imitar .
- Vai se ferrar, . – disse, impaciente.
- Era só você não ter agido como um garotinho de 13 anos e deixasse a porcaria da bola quieta. Mas não, ele vê uma bola e já fica com frescura. – Eu disse, ficando de pé e apontando o dedo pro . Eu tinha que defender o meu irmão, né?
- Fica quieta, garota. Nem estou falando com você! – disse e também se levantou, ficando em minha frente e me fuzilando com os olhos.
- Espera. – tentou nos interromper.
- Não me manda ficar quieta, idiota! – Eu disse e o empurrei pra trás. Ele caiu sentado, por sorte, em cima do banco onde ele já estava sentado antes.
- ESPERAAAAAAA! – gritou, nervosa. Até os policiais pararam para olhá-la. – De qual vestido vocês estão falando? – arqueou a sobrancelha.
- Aquele que você estava usando no ensaio de hoje. – foi o único que respondeu.
- Aquele vestido? – nos olhou com cara de ‘vocês são idiotas?’.
- Qual mais seria? – rolou os olhos.
- Achei que fosse o que eu ia usar na festa! – disse, aliviada.
- COMO ASSIM? – cerrou os olhos, olhando pra .
- Tudo isso por que vocês mancharam o meu vestido de ensaio? Eu paguei R$ 50,00 nele. – não estava entendendo.
- Quer dizer que.. AQUELE NÃO É O VESTIDO QUE VOCÊ VAI USAR NO SEU ANIVERSÁRIO? – gritou, revoltado. Ele não estava acreditando.
- Exatamente isso. – quase sorriu.
- E por acaso, mais alguém sabia disso? – perguntou, olhando pra mim, pra e pra . Ops, fomos descobertas.
- Só as meninas. – respondeu, ainda sem entender.
- PUTA-QUE-PARIU.. – gritou, enfurecido.
- Ferrou. – disse baixinho, forçando um sorriso para os garotos.
- Então vocês viram eu, o , o e o nos matando por ter causado a tragédia do aniversário da e não contaram NADA? – dizia, mostrando-se indignado.
- Eu posso explicar. – Eu disse, forçando um sorriso.
- Por favor, . – cruzou os braços, me olhando. Os meninos faziam o mesmo.
- Vocês sempre foram irresponsáveis com tudo e nunca nos escuta. – Eu expliquei, séria. – Nós queríamos que vocês aprendessem uma lição. – Eu completei, achando que aquilo fazia muito sentido. E fazia, há algumas horas atrás.
- Você está dizendo que estamos na presos por que VOCÊS quiserem nos ensinar uma lição? – me olhou, furioso.
- Eu juro que parecia bem mais divertido há uma hora atrás. – disse com um sorriso culpado no rosto.
- E ainda ficaram colocando a culpa em nós? – cerrou os olhos.
- Mas foi culpa de vocês! Era só o fazer o que a tinha pedido. – começou a explicar.
- E o deixar a bola quieta! – Eu olhei pro , séria.
- E o tomar cuidado com onde chutava a bola! – fez careta pro .
- E o não esquecer os documentos, NÃO É? – olhou pro , impaciente.
- OU ERA SÓ VOCÊS FALAREM QUE NÃO TINHA PROBLEMA EM MANCHAR O VESTIDO! – gritou, louco da vida. Juro que estava até achando engraçado ver ele tão irritado daquele jeito.
- Não acredito que eu vim parar na cadeia por causa disso! Antes fosse por agarrar a minha vizinha gostosa a força. – suspirou, indignado.
- CALA A BOCA, IMBECÍL. – negou com a cabeça.
- Estamos nessa confusão por NADA. Isso é ótimo. – suspirou e negou com a cabeça.
- Eu já me meti em muita confusão, mas não chegou nem perto disso. – disse, desolado.
- Parece até que estamos vivendo ‘American Pie’ por um dia. – riu, frustrado.
- É, mas sem a pornografia e as mulheres nuas, infelizmente. – disse, rindo de sua própria desgraça.
- Vou fingir que não percebi que você esta se referindo a minha irmã. – forçou um sorriso.
- Vocês podem parar de falar de mim na terceira pessoa? Eu estou aqui. – Ei disse, irritada. negou com a cabeça.
- Sr. E Sra. ? – Ouvi o policial dizer. Meus pais chegaram. Estavam conversando com o policial. Não conseguimos ouvir nada da conversa deles.
- Acha que eles vão conseguir nos tirar daqui? – perguntou pro , observando meus pais conversando com o mesmo policial.
- Meu pai pagaria o policial para me deixar preso aqui por uma semana, apenas como castigo. – olhou pro amigo, que não se animou nem um pouco.
- Abra e cela deles. – O policial que conversava com meus pais disse para um de seus subordinados. A cela foi aberta e nós saímos, ficando de frente pros meus pais. Eu e estávamos até com medo de olhar pra eles.
- Ok, crianças. O caso foi resolvido. Vocês podem ir embora. – O policial nos olhou friamente.
- GRAÇAS A DEUS! – gritou, desesperada.
- Só uma pergunta. – sorriu docemente. – Onde está o meu carro? – disse, educado.
- Cala a boca, moleque. – Eu dei um tapinha no braço dele e ele me olhou com cara feia.

Meus pais agradeceram o policial e saíram da delegacia. Nós os seguimos até o lado de fora. sorriu como nunca, quando viu o seu carro estacionado no pátio da delegacia. Meus pais não disseram nada durante o caminho até o carro. O silêncio estava me apavorando ainda mais. Eu preferia que eles gritassem e nos xingassem de uma vez. Chegamos no carro e eles pararam e nos olharam, sérios.

- Eu não sei nem o que dizer. – Meu pai disse, tentando manter a calma.
- Pai.. – tentou explicar.
- Deixe seu pai falar. – Minha mãe disse, séria.
- A culpa foi minha. Eu fiquei tão empolgado, que não vi que estava sem o documento do carro. Me desculpem. – disse, sério. Eu pude sentir a sinceridade em sua voz.
- Obrigado por assumir a culpa, filho. Me deixa orgulhoso. – Meu pai deu um pequeno sorriso.
- Sério? – sorriu, aliviado.
- NÃO. – Meu pai disse, furioso. – ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA? – Meu pai estava revoltado.
- Ahn, droga. – fez careta e coçou a cabeça. Meu pai parou de falar, respirou fundo.
- Eu quero que saibam, que eu já liguei para os pais de vocês explicando tudo. – Meu pai avisou aos meus amigos. – Expliquei que, apesar de ter sido irresponsável, a culpa também foi minha, pois não me lembrei de avisá-lo que o carro estava sem documento. – Meu pai estava muito sério.
- Não, Sr. . A culpa também foi nossa. Nós assumimos isso. – disse. Achei até meio fofo o fato dele estar tentando tirar toda a culpa das costas de e do meu pai.
- É verdade. – concordou.
- Todos tivemos nossas culpas. – também concordou.

Contamos toda a história para os meus pais. Não sei se eles acreditaram ou não, mas pode ver um pequeno sorriso no rosto da minha mãe na hora em que eu contei a parte em que notou que estava sem o documento.

- Certo, então todos são culpados, certo? – Meu pai concluiu.
- Sim. – concordou. Todos concordamos também.
- Eu e os pais de vocês já sabíamos que vocês não deixariam ninguém assumir a culpa sozinho. Conhecemos todos vocês melhor do que pensam. – Meu pai cruzou os braços. Todos nos olhamos. O que aquilo queria dizer?
- Eu sei que tem algum castigo a caminho. – Eu revirei os olhos.
- Exatamente, querida. – Meu pai sorriu pra mim.
- Estou de castigo até completar 50 anos. Já sei. – suspirou.
- Não. – Meu pai negou com a cabeça. – Nós conversamos com os pais de todos vocês e entramos em um consenso sobre o castigo que vocês merecem. – Meu pai explicou com um sorriso perverso no rosto.
- Todos vamos ter o mesmo castigo? – arqueou a sobrancelha.
- Isso. – Minha mãe confirmou.
- Ok, agora eu fiquei com medo. – forçou um sorriso.

A desvantagem dos seus pais serem super amigos dos pais de TODOS os seus amigos era essa. Eles arquitetavam planos malignos contra todos nós. Se um dos pais já daria um castigo perverso, imagina o castigo que 7 pais juntos? Era assustador.
- Ok, pai. Fala. – cansou de esperar.
- Vocês são muito unidos, certo? Vivem fazendo tudo uns pelos outros. Então por que não pagar esse castigo juntos? – Meu pai e minha mãe se olharam.
- Eu não vou dar banho no . Já esta avisado. – disse, sério.
- Não tente me dar ideias, . – Meu pai disse, sério.
- O que o Sr. Está querendo dizer? – disse, confusa.
- , como você já sabe, os seus pais vão viajar essa noite. – Minha mãe olhou pro .
- Sim. Por que? – olhou, sem entender.
- O castigo é esse, crianças. – Meu pai disse, nos preparando para o pior. – A casa de vai ficar vazia essa noite. Vocês vão todos dormir lá. – Meu pai disse e todos nós nos olhamos. SÓ ISSO?
- E o que mais? Vai ter um serial killer lá? – disse e riu.
- Esqueci de contar um detalhe. – Meu pai sorriu falsamente. – Vocês vão ficar sozinhos na casa, só que SEM TELEVISÃO, SEM VIDEO GAME, SEM CELULARES, SEM NADA ELETRÔNICO. – Meu pai sorriu, satisfeito
- Não, não.. – negou com a cabeça.
- Isso inclui a geladeira e o micro-ondas. Isso quer dizer que vão ter que se virar sozinhos, inclusive para fazer a comida de vocês. – Minha mãe detalhou.
- Vamos todos morrer de fome. – fez careta.
- E nos agradeçam por termos deixado a luz fora desses cortes. – Meu pai disse, ameaçador.
- E qual a moral disso tudo? Eu sei que tem alguma moral perdida em algum lugar por aqui. – Eu disse, séria.
- A amizade de todos vocês é bonita e invejável. Vocês fazem de tudo uns pelos outros. Vocês se metem em confusão juntos, vocês ficam de castigo juntos. Amizades são para todos os momentos, inclusive para os ruins. Vamos ver o quanto tempo vocês se aguentam sozinhos e sem nada pra fazer uma casa. – Meu pai explicou tudo.
- Não vamos estar sempre aqui para salvar a pele de vocês sempre que fizerem besteira. Vocês tem que entender isso. – Minha mãe finalizou.
- Quanta maldade. – sorriu, irônica. Não parecia tão ruim assim.
- Aliás, uma semana sem o carro, . – Meu pai disse e os olhos de se encheram rapidamente de lágrimas.
- O CARRO NÃO, PAI. – implorou.
- , uma semana sem o notebook. – Minha mãe sorriu pra mim.
- Não, mãe! Essa semana tenho que fazer um trabalho da escola. – Eu sorri, tentando convencê-la. Eu realmente tinha um trabalho pra fazer aquela semana.
- Que ótimo. É uma boa oportunidade para você ir até a biblioteca e fazer uma pesquisa manual. Sua mão também não vai cair se você fizer o trabalho escrito. – Minha mãe riu.
- NÃO.. – Eu entrei em desespero.
- Agora eu vou levar vocês pra casa de vocês. Vocês também vão ter os seus castigos individuais. Não se preocupem. – Meu pai sorriu malignamente.
- EU SABIA! – gritou.
- Eu não posso ficar sem o meu celular. – fez bico.

Entramos todos no carro de . Meu pai estava dirigindo. Cabíamos todos no banco detrás. Meu pai foi deixando um por um em casa. Era o que havia sido combinado com os pais de cada um deles.

Cheguei em casa com os ouvidos cansados de ouvir tanta lição de moral e tanta bronca. Sim eu e teríamos que ficar ouvindo toda aquela besteira por pelo menos um mês. Nova York pelo menos me salvaria disso, certo?

Eu estava sem notebook e sem vida social. Tive que passar o resto da tarde dormindo. O encontro na casa de estava marcado para ás 8 horas, por isso acordei ás 6:30 e comecei a me arrumar. e eu saímos de casa ás 7:40. Fomos com o MEU carro. estava dirigindo.

- Eu não acredito que estou dirigindo essa lata velha de novo. – disse, emburrado.
- Para de reclamar. Poderia ser pior. – Eu revirei os olhos.
- Pior do que ficar uma semana sem o meu carro importado? COMO? – me olhou, irritado.
- Você podia ter perdido o carro pra sempre. Não iria dirigi-lo nunca mais. – Eu disse, rindo.
- Você tem razão. Seria a pior coisa do mundo. – não quis nem pensar.

Chegamos na casa de . O carro de já estava estacionado na garagem. As luzes da casa estavam acesas. Todos já deviam ter chego. Descemos do carro e o trancou. Pegamos nossas bolsas e fomos em direção a porta da casa de . Tocamos a campainha e a porta logo se abriu.

- Só faltava vocês. – abriu a porta e deixou que eu e entrássemos.
- A única vantagem de passar a noite aqui é a de ficar longe da falação dos meus pais. – revirou os olhos. estava sentado no sofá e nós rapidamente trocamos olhares.
- Minha mãe nunca ficou tão brava quanto hoje. – negou com a cabeça.
- Qual foi o castigo de vocês? – perguntou, se sentando ao lado do namorado no sofá.
- Uma semana sem celular. – revirou os olhos.
- Vou ter que ficar cuidando da minha irmã todas as tardes durante um mês. – fez careta.
- Meu videogame já era. Só mês que vem. – disse, irritado com a situação.
- Vou ter que trabalhar com o meu pai durante o mês inteiro. – disse, contrariado.
- Sem dinheiro por um mês. Isso quer dizer: sem festas, sem baladas, sem cinema. – sorriu, sarcástica.
- Eu também! Sem dinheiro! – também disse.
- Tudo bem, por que antes de pagarmos esses castigos, vamos morrer de fome por que não temos nada pra comer hoje. – sorriu falsamente.
- Vamos fazer algo pra comer então... – disse.
- Ok, agora vamos todos morrer por comer a comida. – disse, rindo. Os garotos também riram.
- Pior que eu estou com fome. – fez bico.
- Também estou. – concordou.
- Ou nós fazemos a comida, ou morremos de fome. – se levantou do sofá.
- Os meninos vão ajudar. Podem ir levantando. – Eu disse, indo até e o puxando do sofá.
- Vamos dividir as tarefas. – nos olhou, pensativa.
- Eu e a fazemos o arroz e o feijão. – disse, olhando pra .
- Eu e a podemos fazer as batatas fritas e a carne. – Eu olhei pra e ela sorrindo, demonstrando que estava satisfeita com a nossa função.
- Eu e o podemos fazer.. as saladas. – disse e o olhou com cara feia. achou que não precisaria fazer nada.
- E eu e o fazemos o suco! – sorriu, satisfeito. Pra ele, o suco era a parte mais rápida e fácil.

Começamos a preparar o jantar. Queríamos colocar uma música para animar, mas estávamos sem nenhum tipo de eletroeletrônico ali. O celular também havia ficado com nossos pais. Demoramos aproximadamente 1 hora para prepararmos todo o jantar.

- Quem vai ser o corajoso que vai pegar primeiro? – riu, olhando pra todos nós. Estávamos todos sentados em torno na mesa, olhando para o resultado da nossa tentativa de fazer o jantar.
- Já que eu sou o único homem desse lugar, eu pego! – se levantou com o prato na mão e começou a pegar a comida.
- Ok, vejo vocês do outro lado. – disse, pegando a comida em seguida. Todos gargalharam.
- Não pode estar tão ruim assim. – continuou rindo.
- O suco eu garanto que está bom. – sorriu pro .
- Isso é verdade. – concordou, depois de comer a primeira garfada.

Todos os outros também pegaram a comida. Não estava tão ruim quanto achamos. Na verdade, estava bom, mas só estava um pouco salgada. Era comível e isso era o suficiente para 8 mortos de fome , que estavam sem energia e sem telefone.

- Essa carne ta tão dura, que estou com medo de quebrar os meus dentes. – disse, apenas por que sabia que era a que havia feito a carne.
- Da próxima vez você faz, idiota! – disse, impaciente.
- E essa batata frita está mais murcha que os peitos da minha avó. – disse e todos tiveram ataques de risos, menos eu. Fui eu que fiz as batatas.
- Você vai ver onde essas batatas murchas vão parar depois de eu.. – Eu ia dizendo e me interrompeu.
- OK, OK! – riu, deduzindo o que eu diria a seguir.
- Idiota.. – Eu suspirei, irritada.
- Insuportável.. – fez o mesmo, olhando pra mim.
- Infantil.. – Eu olhei pra ele, furiosa.
- Fazedora de batatas murchas.. – sorriu, tirando com a minha cara.
- AGORA EU VOU FAZER VOCÊ ENGOLIR ESSAS BATATAS E NÃO SERÁ PELO BURACO QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO. – Eu peguei o prato de batatas e me levantei, bufando.
- Devolve isso, garota. – tirou o prato de batatas das minhas mãos, gargalhando.
- ARGH! – Eu disse, já no meu limite. Sai em direção a cozinha. Se eu ficasse ali, arrancaria os cabelos do . Juro.
- Para de ficar irritando ela, . – olhou e negou com a cabeça.
- Ninguém pede pra ela parar de me irritar né? – arqueou a sobrancelha.

Aproveitei que já estava na cozinha e comecei a lavar a louça. Eu não queria voltar pra sala. Eu tinha que me acalmar primeiro. Lavei toda a louça, enquanto ouvia todos rindo e conversando na sala. Ouvir a voz de fazia meu sangue subir de um jeito inexplicável. Eu realmente tinha que me acalmar.

- Chega de conversa. – olhou pra todos. – Temos que lavar a louça. – fez careta.
- Ok, vou dar uma volta ali fora. – foi se levantando da mesa, querendo se livrar da louça.
- Eu já lavei a louça. – Eu joguei o pano de prato sobre a mesa. – Falta o prato de vocês. – Eu nem olhei pra eles, por que não queria olhar pro . Fui direto pro sofá e me deitei, olhando pro teto. Tudo para não olhar pro .
- Finalmente hein, . Prestou pra alguma coisa. – olhou pra mim de longe. Não me movi, não falei nada. Apenas respirei fundo e continuei olhando pro teto.
- Ok, então vão lavando. Eu vou ao banheiro e já volto. – avisou, saindo da sala da jantar.

Todos começaram a tirar a mesa. As garotas foram lavanda a louça. Uma lavava e a outra enxugava. Deixariam que a guardasse cada coisa em seu lugar depois. Os garotos terminaram de tirar a mesa e foram para o sofá. estava sentado no mesmo sofá que eu. Meus pés estavam em cima de suas pernas. , e estava em outro sofá, que ficava de frente pra mim. Eu continuava olhando pro teto. Não queria dar motivos pro me irritar de novo.

- Eu vou pegar uma coisa no meu quarto. Já volto. – se levantou e foi em direção ao seu quarto. Passou pelo corredor e chegou até outro corredor, onde ficava a porta de seu quarto, a porta do quarto dos seus pais e a porta do banheiro. Não sabia muito bem o que estava fazendo, mas faria mesmo assim.

terminou de usar o banheiro, lavou as mãos e deu uma olhada no espelho. Estava tudo em ordem. Abriu a porta do banheiro e antes que pudesse sair de lá, apareceu em sua frente e a empurrou pra trás, fazendo com que ela voltasse pra dentro do banheiro com ele. Ele trancou a porta, mesmo estando de costas pra porta.

- O que você está fazendo? – até falou meio baixo. Não queria que todos vissem aquela cena. Eles não acreditariam nela.
- Uma coisa que eu já deveria ter feito há muito tempo. – Os lábios de alcançaram os dela rapidamente. não teve reação. Deixou que ele a guiasse. Ele levou suas mãos em suas coxas e a levantou do chão. As pernas dela estavam em torno da cintura dele. a levou até a pia e a colocou sentada sobre o mármore.

sabia o que ele sentia por ela e sabia que aquilo, de alguma forma, também era correspondido. Aquele beijo que ela havia dado nele na noite passada não saia da cabeça dele. A única coisa que ele conseguia pensar era em quando ele poderia sentir aquela sensação de novo. Notou como ela estava extremamente linda naquele dia e ela estava ali, na casa dele. Se ela havia roubado um beijo dele na outra noite, por que ele não poderia fazer isso também?

Eles continuavam a se beijar empolgadamente. estava maluca por ele. sentia isso em cada toque dela em seu rosto, em cada vez que sentia ela morder propositalmente um de seus lábios. O beijo finalmente foi desfeito. Suspiros desacelerados eram dados por ambos.

- Você está maluco? – perguntou, olhando pra .
- Estou maluco por você. – acariciou o rosto dela e viu quando um sorriso surpreso apareceu no rosto dela.
- Ainda bem que eu não sinto nada por você.. – sorriu e negou com a cabeça. voltou a se aproximar e olhou seus lábios. quase tocou lábios dela, os narizes roçaram um no outro e ele pode sentir a respiração dela se intensificar de novo.
- Tem certeza? – sussurrou, olhando-a nos olhos.
- Você não vai me fazer dizer. – riu, ainda hipnotizada com toda aquela sedução dele.
- Dizer o que? – sorriu, cínico. Ele ainda não havia se afastado. Levou uma de suas mãos até o cabelo de e voltou a manipulá-la com os lábios.
- Ok, eu sou louca por você. – disse, desistindo. – Satisfeito? – Ela perguntou, contrariada. Ele voltou a beijá-la no mesmo segundo. Ele só queria ouvi-la assumir aquilo.

O beijo não foi tão longo. Eles ficaram com medo de que alguém desconfiasse do sumiço deles. Não sabiam o que fariam depois daquilo. Quer dizer, o que estava acontecendo entre eles agora?

- Não vamos contar a eles. – disse, sério. Ele e ainda estavam bem próximos.
- Se nós contarmos, eles vão ficar fazendo piadinha e colocando pressão. Nós precisamos ter calma agora. Entender isso. – explicou.
- Também acho. – concordou.
- Certo, então nós vamos ter que ser bem convincentes. – voltou a colocar os pés no chão. – Eu volto pra lá primeiro e você demora mais um pouco pra voltar, ok? – perguntou.
- Certo. – sorriu, ainda maravilhado com o que tinha acontecido.
- Então.. – foi andando em direção a porta.
- Espera! Só mais um.. – colou seus lábios nos de de novo. Foi um beijo mais rápido e sem muita profundidade.
- Para, para! – terminou o beijo.
- Ok, vai lá. – riu e a soltou.

abriu a porta do banheiro e saiu. Voltou pra cozinha como se nada tivesse acontecido. saiu discretamente do banheiro. Passou em seu quarto só para fingir que realmente tinha ido procurar algo lá. Voltou pra sala uns 4 minutos depois.

- Ok, terminamos de lavar a louça! – se sentou no sofá, parecendo exausta.
- O que vamos fazer agora? – perguntou, curiosa.
- Dormir? – arqueou a sobrancelha.
- Não! Ainda está cedo. – negou com a cabeça.
- Vamos.. jogar alguma coisa. – Eu dei a ideia.
- Boa ideia, ! – sorriu, satisfeito.
- Jogar o que? – perguntou, pensando em uma possibilidade.
- Não, . – Eu arqueei a sobrancelha, olhando pra ele.
- O que? – olhou pra mim, sem entender.
- Não vamos jogar truco. – Eu rolei os olhos. Ele era viciado em truco. Se pudesse, jogaria o dia todo.
- Eu nem falei nada! – me olhou, indignado.
- Mas pensou em dizer. – Eu sorri falsamente pra ele.
- E se jogássemos algum jogo de tabuleiro? – deu a ideia.
- Tenho alguns jogos aqui.. – disse, aceitando a possibilidade.
- Talvez.. poker? – disse e todos olharam pra ele.
- NÃO! – Eu e gritamos juntas.
- Por que não? – nos olhou, sem entender.
- Sempre termina em briga. – Eu disse, séria.
- Sempre sou EU que ganho. Esse é o problema. – revirou os olhos.
- VOCÊ? Da última vez você roubou de todo mundo! – disse, revoltado.
- E só você me viu roubando, né? – riu, cruzando os braços.
- Você é que escondeu as cartas embaixo de você na última vez, . – rolou os olhos.
- EU NÃO VI QUE AS CARTAS ESTAVAM LÁ, OK? – se defendeu.
- Com certeza elas foram parar embaixo de você MISTERIOSAMENTE – disse, indignada.
- TA VENDO? – Eu disse, irritada. – O jogo nem começou e já estamos brigando. – Eu neguei com a cabeça.
- Ok, então sem brigas. – respirou fundo.
- Não adianta.. – negou com a cabeça.
- Sem brigas! – ergueu os braços, querendo deixar claro que não brigaria com ninguém.
- Então, tudo bem vai. – rolou os olhos.
- Ok, mas eu não vou jogar. – Eu disse, séria. Eu conhecia o . Eu sabia, que de alguma forma, ele estragaria tudo.
- Por que não, ? – me olhou, contrariado.
- Por que não. – Eu respondi. Não queria citar em minha desculpa.
- Ela não quer perder pra mim. – riu.
- Eu não quero jogar com você. É diferente. – Eu sorri falsamente.
- Não quer jogar, por que está com medo de perder. – sorriu com um certo ar de superioridade.
- Não estou com medo. – Eu cerrei os olhos pra ele.
- MEDROSA! – gritou, rindo.
- Cala a boca, Jonas. – Eu olhei pra ele, séria.
- Esta com medinho? O Mark não esta aqui pra te ajudar? – fingiu um bico, me olhando. Peguei a almofada mais próxima e ataquei nele com toda a minha força.
- Você quer jogar? Vamos jogar. – Eu me levantei do sofá, irritada. – Não reclame depois. – Eu sorri falsamente.
- Vou pegar o poker. Esperem ai. – se levantou e foi até o seu quarto pegar o jogo. Voltou com a maleta nas mãos.

Arrumamos as moedas de cada um e sentamos em torno na mesa, formando um círculo. As meninas eram as primeiras a jogar e os garotos vinham depois. era o último. As apostas começaram. As garotas eram mais cuidadosas e sempre apostavam menos, enquanto os garotos apostavam bem alto.

- Eu aposto todo o meu dinheiro. – disse, olhando todos com um sorriso desconfiado. Suas cartas eram boas. Ele não estava blefando.
- Eu acho que você está blefando, ! – riu, olhando pro amigo.
- Então, paga pra ver. – riu.
- Eu pago pra ver! – sorriu pro , desconfiada.
- Também vou pagar! – decidiu-se.
- Ok.. – engoliu o riso.

e foram os únicos que aceitaram a aposta de . Quem perdesse, perderia todas as suas moedas e quem ganhasse, ficaria com as moedas dos vencedores. tinha certeza que ganharia. As cartas de cada um foram reveladas e todos viram que as cartas de era realmente as melhores. Resultado: ele ganhou todo o dinheiro de e . e perderam todas as suas moedas e tiveram que sair do jogo.

- WOOOOOOW! – gritou, comemorando com uma dancinha. Olhou pro . – NA SUA CARA, ! NA-SUA-CARA! – apontou o dedo pro amigo, rindo da sua cara. – Esse é o JONAS POWER, meu amigo! – gritou, exageradamente.
- É o que? – arqueou a sobrancelha.
- JONAS POWER! – gritou novamente no mesmo tom empolgado.
- Que idiotice é essa agora? – riu.
- Só os vencedores entendem. – disse, quase rindo.
- Ta bom, . Já entendemos. – revirou os olhos.
- Own, não fica triste . – fez cara de triste. - Você só foi mais uma vítima do JONAS POWER! – gritou e riu.
- Não enche, . – revirou os olhos.
- Ok, volta pro jogo. – fez careta, olhando pro .
- Ainda dá tempo de vocês desistirem. – sorriu pros amigos.
- Joga logo, porra. – se irritou.

O jogo continuou. Ainda restavam , , , , e eu. Ficaria difícil ganhar do com a quantidade de moedas que ele tinha agora, mas não era impossível. Eu não perderia MESMO a chance de ganhar dele. ganhou algumas partidas, mas nenhuma das apostas eram grandes.

- Eu aposto tudo o que eu tenho! – disse, olhando o seu pequeno monte de moedas.
- Vou ter que pagar pra ver, . – sorriu pra amiga.
- Ninguém mais vai aceitar? – perguntou, olhando pros outros amigos. Ninguém aceitou.
- Mostra. – pediu, se referindo as cartas.
- MOSTRA PRA ELE COMO É QUE SE FAZ, AMOR! – gritou. virou as cartas, que eram consideravelmente boas, porém as de eram ainda melhores.
- DROGA! – disse, irritada.
- JONAS POWER, querida. – gritou e gargalhou.
- Isso já está ficando irritante, . – revirou os olhos.
- Aprenda a perder, . – piscou pra ela.
- Não vou discutir com você por causa desse jogo idiota. – riu, se sentando ao lado de .
- Ok, quem será o próximo a sofrer o JONAS POWER ? – voltou a olhar pro jogo.
- Você vai sentir o ’s POWER se não calar a boca. – Eu disse, impaciente.
- Estou ansioso. – sorriu falsamente pra mim. Revirei os olhos.
- Fala menos e joga mais, Jonas. – Eu disse, irritada.
- Jogar MAIS? Não vai ter graça, . – olhou pra mim, sarcástico.
- Me poupe do seu sarcasmo. – Eu rolei os olhos.
- Me poupe da sua inveja. – retrucou. Eu já ia responder, mas falou antes.
- EU VOU JOGAR! – gritou.
- Ok, então joga. – disse, querendo que deixasse eu e pra lá.

jogou e depois eu e o . Nós ganhamos algumas partidas, mas era sempre quem ganhava as maiores quantias. Eu já estava ficando irritada com aquele jogo, com ele, com tudo!

- Ok, APOSTO TUDO! – gritou, vendo que tinha ótimas cartas em suas mãos.
- Eu aceito, irmão. – Eu sorri pra ele.
- Eu estou fora! – não quis participar dessa rodada. Suas cartas certamente não deveriam ser boas.
- Pronta pra perder, irmãzinha? – riu, antes de mostrar suas cartas.
- Vai em frente. – Eu sorri falsamente pra ele. mostrou suas cartas e para sua surpresa, minhas cartas eram melhores.
- ADEUS, IRMÃO. – Eu acenei com a mão. Ele me olhou, furioso.
- Não.. pode ser. – olhou minhas cartas novamente.
- Perdeu pra ? Você já foi melhor, . – disse e gargalhou. Eu e olhamos pra ele, sérios.
- Vai se ferrar, Jonas. – se levantou, furioso. Indo pro sofá, ao lado da sua namorada.
- É, vai se ferrar, Jonas. – Eu repeti no mesmo tom que .
- Que pena que você não sofreu o JONAS’S POW.. – ia dizendo e o interrompeu.
- Não termina a frase, . – negou com a cabeça, furioso. – Pelo bem da nossa amizade. – olhou por amigo furioso. Ele era realmente competitivo. Era por isso que SEMPRE acabava em briga.
- Ta bom, ta bom. – rolou os olhos. – Vamos voltar a jogar. – voltou a olhar pra mesa. Restavam apenas eu, , e ele na mesa.

Ficamos mais um bom tempo jogando até que o próximo jogador fosse desclassificado. Todos que já haviam saído do jogo, observavam o desfecho do mesmo, menos e que estavam com um fogo só no sofá. Eles ficavam cochichando no ouvido do outro. e as vezes olhavam e riam. Quem estava jogando, nem notou. Estávamos todos tão concentrando no jogo.

- NÃO VALE ISSO, . Pode ir parando. – disse, irritado.
- Não estou fazendo nada! – disse, indignado.
- Amor, vou ir ao banheiro. – se levantou e riu de forma provocante pro , que a observou deixar a sala, olhando-a da cabeça aos pés.
- Não, ! Você jogou errado. – fez cara feia, vendo as cartas da .
- Não se intromete, ! – disse, brava, enquanto escondia suas cartas.
- Uma mulher tem que ganhar.. – resmungou, observando o jogo.
- Sai fora, ! – e disseram juntos, irritados.

aproveitou que todos estavam entretidos com o jogo e se levantou discretamente, indo em direção ao banheiro da casa de . O corredor estava escuro e ele arqueou a sobrancelha, procurando por .

- ! – Ele disse baixinho, para que seus amigos não ouvissem.
- Por que demorou tanto!? – apareceu atrás dele com um sorriso sedutor. Acendeu a luz. As mãos dele rapidamente colaram no corpo dela. Ele apalpava cada parte do seu corpo, enquanto eles se beijavam empolgadamente. a colou na parede e apertou sua cintura. terminou o beijo e sorriu. Segurou sua mão e o levou até um dos quartos. estava maluco. Faria qualquer coisa que ela quisesse. Antes que ela abrisse a porta do quarto, ele retirou a blusa dela e a empurrou pra dentro do quarto.
- Espera, esse é o quarto do ? – disse, quebrando o clima.
- Isso não faz diferença, ! – disse, irritado e voltou a beijá-la. Ela se empolgou e tirou sua blusa também.
- Você.. quer mesmo isso? – perguntou, depois de jogá-la na cama de .
- Sei o que estou fazendo. – Ela sorriu e ele voltou a beijá-la.

Com o tempo, as peças das roupas foram sendo retiradas. Os lençóis da cama de estavam todos bagunçados e amaçados agora. Eles estavam tão empolgados e doidos, que se esqueceram que seus amigos estavam na mesma casa. Eles não queriam saber disso. Eles só queriam saber que duas virgindades estavam sendo perdidas ali. E melhor: estavam perdendo isso juntos. Duas pessoas que se amam, que apesar de jovens, sabem o que estão fazendo e sabem que cada um é a pessoa certa para aquele momento especial de sua vida.


O jogo continuava na sala da casa de . já havia perdido o jogo. havia tirado ela do jogo, sem querer. Ele estava sendo bonzinho demais com ela e todos já estavam desconfiando. Na primeira tentativa que teve para disfarçar, tirou ela do jogo. Restavam eu, e .

- E..... – virou suas cartas e depois virou as suas. – JONAS POWER, meu filho! – gritou, quando viu que tinha ganho do amigo.
- Vai começar com essa putaria de novo. – revirou os olhos.
- Tem JONAS POWER pra todo mundo. – gargalhou. – Você é a próxima, . – olhou pra mim, forçando um sorriso.
- Vou fazer você engolir esse seu POWER, Jonas. – Eu cerrei os olhos, olhando pra ele. Agora só restava eu e ele.
- , ganha isso! – pediu.
- SILÊNCIO! – gritou, irritado. – Eu preciso de silêncio pra me concentrar. – voltou a olhar pro jogo.
- Pode se concentra. A vai ganhar de você. – disse, rindo.
- Como você ganhou? – riu e olhou pro amigo.
- Fica na sua, Jonas. – rolou os olhos.
- Jonas? – sorriu e fez cara de pensativo. – Isso me faz lembrar de JONAS POWER, o que me faz lembrar diretamente da sua DERROTA PRA MIM. – gargalhou.
- HA-HA-HA. – fingiu uma risada.
- Joga de uma vez, . – Eu disse, impaciente.
- Está com pressa pra perder, ? – riu, olhando suas cartas.
- Estou com pressa pra acabar esse jogo e sair de perto de você logo. – Eu sorri falsamente.
- Esse seu lado estúpido me deixa louco, sabia? – disse, sarcástico.
- Engraçado. – Eu olhei pra ele e voltei a sorrir de forma forçada.

Jogamos mais algumas rodadas. Houveram apostas, eu ganhei a maioria, mas elas eram pequenas. Nenhuma delas foram suficientes para fazer perder o jogo. Uma nova rodada foi começada. As cartas foram distribuídas e ela definiria o vencedor.

- Aposto TUDO. – Eu sorri pro .
- Tudo? - arqueou a sobrancelha.
- É, tudo. – Eu confirmei.
- Está sabendo que se eu ganhar, acaba o jogo, né? – sorriu pra mim.
- Vai me ensinar a jogar agora? – Eu sorri falsamente.
- Ele está enrolando, porque não quer aceitar a aposta. – gargalhou.
- Isso quer dizer, que você está COM MEDO? – Eu ri da cara dele.
- Que medo, garota. – também riu.
- PÓ, PÓ, PÓ.. – disse, imitando uma galinha.
- Não se mete, viado. – disse, irritado.
- ACEITA OU NÃO? – Eu perguntei, impaciente. Estava feliz. Pelo jeito, ele não tinha cartas boas nas mãos.
- Quer saber, ACEITO! – sorriu pra mim.
- Aceita? – Eu arqueei a sobrancelha. COMO ASSIM ACEITA? Achei que ele não tinha nada, caramba!
- O que aconteceu com toda a sua coragem, ? – riu da minha cara.
- PARA DE ME CHAMAR DE , INFELIZ. – Eu gritei, furiosa.
- Já parei, . – disse, me olhando, sério.
- .. – Eu suspirei, impaciente.
- Joga, . – revirou os olhos.
- VAI, ! – gritou, me apoiando. Olhei minhas cartas. Eu tinha a 2° melhor jogada do jogo. só ganharia de mim, se tivesse a 1° melhor jogada. Não era possível.
- Ok. – Eu respirei fundo e virei minhas cartas. Olhei rapidamente pro , para ver a sua expressão. Ele não teve reação. Apenas voltou a olhar as suas cartas.
- E ae, ? – perguntou, querendo que o amigo virasse as cartas.
- Eu acho que.. – fez cara de triste. – Você perdeu pro JONAS POWER! – gritou, virando suas cartas. Sim! Ele tinha a MELHOR jogada de todo o jogo.
- DROGA! – Eu disse, dando um tapa na mesa.
- Que merda. – fez careta.
- NA SUA CARA, ! – apontou o dedo pra mim. – JONAS POWER NA SUA CARA! – continuou gritando na minha cara.
- Sai de perto de mim, Jonas. – Eu empurrei ele.
- Não fica triste. – me olhou, sério. – Você jogou bem. – sorriu pra mim. Até me sensibilizei com a gentileza dele. – QUEM EU QUERO ENGANAR? VOCÊ É PÉSSIMA! – gargalhou e eu me levantei da mesa.
- Ta bom, . Já falou. Você é bom, você é foda. Parabéns. – olhou pro amigo. – Pode parar de falar agora. – sorriu falsamente.
- Eu não falo com derrotados. – riu da cara da amiga.
- Vai ser legal ver o seu diálogo com o espelho. – riu.
- Que ótimo que vocês assumem que são todos derrotados. – forçou um sorriso.
- CHEGA, JONAS! – Eu gritei, irritada. – O que eu tenho que fazer pra você calar a boca? – Eu perguntei, inocentemente.
- Você não vai gostar. – sorriu pra mim.
- SEU NOJENTO. – Eu revirei os olhos.
- Não liga pra ele, . – levantou e veio pra mais perto de mim.
- Ele faz isso pra me irritar. – Eu suspirei, furiosa.
- Eu sei que faz. Não liga! – sorriu.
- Eu não consigo. – Eu suspirei.
- Eu disse que tinha JONAS POWER PRA TODO MUNDO. – disse, olhando pros amigos, que estavam sentados no sofá.
- Se ele falar JONAS POWER de novo. Eu.. – Eu ia dizendo.
- Vocês são podres, por que não tem JONAS POWER! – gritou, conversando com os amigos.
- Ok, já chega. – Eu disse, indo em direção a ele.
- Hey, ta maluca? O que você vai fazer? – entrou na minha frente.
- Você sabe que eu te amo, . Avise a todos que eu amo cada um deles também e que eu quero que eles vão me visitar todos os domingos na prisão. – Eu sorri pra ela.
- Do que você ta falando? – riu.
- Quando a polícia chegar, deixem que eles me levem. Eu vou estar feliz. – Eu segurei cada umbro dela e sorri.
- E por que você vai ser presa? – continuou rindo.
- JONAS POWER, idiotas! – Ouvi gritar.
- Eu vou matar o . – Eu disse, assim que ouvi ele dizer aquelas palavras novamente.
- Para, doida. – negou a cabeça, rindo.
- É sério. – Eu disse, séria.
- Vai dar uma volta pela casa, vai. Volta daqui a pouco. – me empurrou pra fora da sala.
- Melhor mesmo. – Eu sai e comecei a andar pelo corredor.

Passei pelo banheiro e depois fui até o quarto em que eu dormiria e arrumei algumas roupas que estavam amarrotadas na mala. Já haviam dado 15 minutos que eu havia saído da sala. Já era tempo suficiente. Eu nem ouvia mais dizer JONAS POWER. Me levantei da cama e sai, indo pro corredor. Passei na frente da porta do quarto de e ouvi um barulho. Eram duas vozes conversando. Não consegui descobri de quem eram as vozes, mas deduzi que era de e , já que eles haviam sumido da sala. Abri a porta e levei o maior susto da minha vida.

- OH MEU DEUS! – Eu gritei, cobrindo os olhos. e estavam na cama. Por sorte, estavam embaixo do lençol e já tinham terminado o que havia feito.
- ! – gritou, arregalando os olhos.
- Que droga. – disse, nervosa.
- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO? – Eu gritei, surpresa.
- COMO VOCÊ ENTRA SEM BATER NA PORTA? – gritou, irritado.
- COMO EU IA SABER QUE VOCÊS ESTAVAM.. – Quando eu fui dizer a palavra, me dei conta da gravidade. – MEU DEUS. – Eu dei alguns passos pra trás, sai do quarto e fechei a porta.
- É a que ta gritando? – olhou assustado pros amigos.
- É! – gritou, assustada.

Todos se levantaram correndo para ver o que tinha acontecido comigo. Foram em direção ao corredor e quando me viram, eu estava em choque, olhando pra porta do quarto de .

- O que aconteceu? – gritou, preocupado.
- Eu.. não.. Eu.. – Eu comecei a gaguejar. – Meu Deus.. – Eu comecei a rir.
- Não me diga que você bebeu o Whisky do meu pai? – riu, olhando pra mim.
- Não é nada disso. – Eu neguei com a cabeça. – É que.. – Eu apontei pra porta do quarto. Não consegui terminar a frase.
- O que? – se aproximou de mim, ficando de frente a porta de seu quarto.
- Eles.. – Eu sorri e voltei a apontar pra porta.
- O que tem no meu quarto? – disse, sem entender. Foi abrir a porta do seu quarto.
- NÃO.. – Não deu tempo, ele abriu antes de eu impedi-lo.
- PORRA! – gritou, tampando os olhos. estava terminando de colocar seu shorts. ainda estava deitado na cama e o lençol cobria seu corpo. - Calma, . Eu posso explicar. – disse, sem jeito.
- NÃO ACREDITO QUE VOCÊS DECIDIRAM PERDER A PORRA DE VIRGINDADE NA MINHA CAMA. – disse, revoltado.
- Não, . – tentou explicar.
- Ele disse perder a virgindade? – fez careta, olhando pra mim.
- Sim, ele disse. – Eu concordei, rindo.
- EU NUNCA MAIS VOU DORMIR NESSA PORCARIA DE CAMA. – gritou, revoltado.
- Não exagera. – disse, terminando de se trocar.
- NÃO EXAGERAR? COMO EU VOU DORMIR SABENDO QUE VOCÊ.. – olhou pro amigo e fez careta. – QUE NOJO, CARA. – negou com a cabeça.
- Eles.. – fez careta. – Na cama do ? – perguntou, chocado.
- Sim. – Eu concordei.
- Não acredito. – riu.
- ERA SÓ ME FALAR, QUE EU PAGAVA A PORRA DO MOTEL PRA VOCÊS! – continuou gritando.
- Para, . – disse, chateada. Ela estava constrangida com isso tudo.
- SAIAM DAQUI, AGORA! ANDA! – começou a expulsá-los de seu quarto. – E LEVEM ESSES LENÇÓIS E ATAQUEM FOGO. – gritou, fazendo careta.
- Desculpa, cara. – sorriu, olhando pro amigo.
- VOCÊ AINDA TA RINDO, FILHO DA PUTA? – gritou, furioso.
- Já parei. – segurou a risada e sai do quarto.

O resto da noite terminou assim. reclamando e xingando até a morte e todos achando a maior graça. Os garotos arrumaram suas camas na sala e as garotas em um quarto de hospede da casa de .

- , minha cama ta arrumada. – disse, apontando seu colchão pro amigo. – Quer dar uma rapidinha? Fica a vontade. – disse, sarcástico.
- Sério? Deixa eu só chamar a . – fingiu que ia chamar a .
- Fica longe daqui, viado. – gritou, revoltado. e gargalharam.

Eu ainda estava irritada com o . Ele havia me irritando mais do que nunca naquele dia. Eu estava fora de mim. Ele me deixava assim. Eu e as garotas conversamos sobre isso no ‘nosso’ quarto. Aproveitamos para perguntar para , se ela havia feito tudo com com segurança. Ficamos aliviadas quando ela afirmou que sim. Querendo ou não, era estranho saber que meu irmão não era mais virgem.


No outro dia acordamos bem cedo. Fomos todos juntos pra escola e decidimos que nem iriámos tomar café, já que ainda estávamos sem recursos para a fazer a comida. Comeríamos alguma coisa na escola mesmo. ainda estava irritado com a situação da noite anterior, mas não como antes. Ele provavelmente compraria outra cama.

Eu estava na aula de História. Eu não via a hora que o sinal do intervalo batesse pra eu poder sair dali e comer. Eu estava faminta. Eu sempre tomava café, nem que fosse uma fruta. Não estava acostumada a ficar tanto tempo sem comer. Quando o sinal do intervalo tocou, eu sai correndo da sala. Estava passando pelo corredor, quando alguém me puxou.

- O que você quer, ? – Eu perguntei, irritada.
- Você deve estar ansiosa pra festa de amanhã. Mark vai estar lá. – ironizou, apenas querendo demonstrar a sua raiva por Mark. Eu chamo isso de ciúmes, mas tudo bem.
- Não começa com isso, . – Eu olhei pro , séria. Eu ainda estava irritada com ele. Mais um pouco e eu acabaria perdendo a paciência. Deixei de olhá-lo. Estávamos perto demais.
- É bom ele ficar bem longe de mim na festa. – forçou um sorriso.
- Ele vai ficar longe de você, por que ele estará comigo. E eu vou estar o mais longe possível de você. – Eu disse, somente por que sabia que ia irritá-lo.
- Sério? E como vai dançar comigo? – sorriu, sarcástico.
- Eu não vou. – Eu sorri falsamente e sai.

Fui em direção a escada, deixando ele falando sozinho. Dei alguns passos, quando senti uma mão puxando o meu braço. Era o . Ele entrou na minha frente

- O que você quer dizer? – me olhou, furioso.
- Não vou dançar com você, . – Encarei ele, séria.
- E como você pretende fazer isso sozinha? – sorriu, tirando com a minha cara.
- Quem falou sobre fazer isso sozinha? – Eu puxei meu braço, fazendo com que a mão de o soltasse. me olhou, sério. Sorri falsamente e sai, voltando a andar em direção a escada.



Capítulo 36 - O início do fim



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:


gritou, furioso. – nos escolheu. Não é uma opção sua ou minha. Tem que ser feito. – Ele foi atrás de mim e entrou em minha frente.
- Eu sei disso. É por isso que vou conversar com a agora mesmo. – Eu sorri falsamente e voltei a deixá-lo falando sozinho. Ele suspirou, furioso.

Fui até a . Eu tinha que saber a opinião dela sobre aquilo, queria saber se estava tudo bem pra ela. Como o disse, a festa é dela. Ela está sendo tão detalhista com tudo, que talvez uma mudança dessa possa alterar seus planos. Não quero que isso aconteça. Porém, se estiver tudo bem pra ela, eu posso ter um novo par.

- ! – Eu cheguei por trás dela. Ela estava conversando alguma coisa com o .
- Oi . Senta ai. – Ela foi gentil, apontando um lugar vago na mesa. Fiz o que ela pediu. Me sentei na frente dela e de .
- Eu quero conversar com você. – Eu disse, sem jeito. Ela olhou pra alguém atrás de mim.
- É sobre o , né? – Ela deduziu, fazendo careta.
- Como você sabe? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Ele está vindo pra cá e parece irritado. – sorriu, vendo chegar a nossa mesa e se sentar ao meu lado. Olhei pro , sem entender o que ele estava fazendo ali.
- O que você está fazendo? – Eu disse, impaciente.
- Essa conversa também diz respeito a mim. – sorriu falsamente. – E além do mais, quero ver de perto você arruinando os planos da . – continuou sendo sarcástico e olhou pra , esperando que eu falasse.
- Vocês estão me assustando.. – sorriu, nervosa.
- O que eu quero dizer é que.. – Eu hesitei dizer. – Eu e ele.. – Eu apontei um dos dedos pro . – Nós brigamos. Isso está se tornando insustentável. – Eu expliquei com sinceridade. – Eu pensei que talvez nós pudéssemos não dançar juntos. Quer dizer, você é quem manda. O que você escolher, está tudo bem. – Eu sorri, sem jeito. Vi que a cara de não foi boa. Ela não gostou nem um pouco daquilo.
- Que droga.. – revirou os olhos, pensativa.
- Nós precisamos mesmo fazer isso juntos? – perguntou, sério.
- Ok! Durante a festa, vocês podem escolher com quem querem dançar. – sorriu, sabendo que eu não pediria aquilo se eu realmente não quisesse. – Vocês também não precisam dançar a valsa juntos. – explicou. – Mas a entrada não tem como. Só vocês sabem os posicionamentos certos e a forma que foi ensaiada. Tem que ser vocês, juntos! – disse, séria. Eu e nos olhamos. Era bom o suficiente pra nós. Melhor do que nada, certo?
- Por mim tudo bem. – ergueu os ombros.
- Por mim também. – Eu sorri pra , agradecida. – Mas eu posso mesmo escolher qualquer pessoa pra dançar a valsa, certo? – Eu queria ver se eu realmente havia entendido. voltou a me olhar, furioso. Eu já estava pensando no garoto que eu levaria no lugar dele e isso deixava ele maluco!
- Sim. – confirmou. – Você também, . – Ela sorriu pro amigo.
- Ok.. – tentou fingir que estava feliz, mas não conseguiu. Na hora, eu não me importei nem um pouco com isso.
- Obrigada, ! – Eu sorri novamente e me aproximei, beijando o rosto dela.
- Não me arrumem mais problemas agora, ok? – riu pra mim e pro .
- Não vamos. – Eu ri, me levantando da mesa. Sim, eu realmente estava feliz por não ter que dançar com o . Ele estava insuportável nos últimos dias e eu não quero alguém que fique me irritando e estragando a festa. Eu quero que a festa da seja perfeita, como ela sempre sonhou e pra isso, eu tenho que estar longe do , para que não haja confusões.

também saiu da mesa logo depois de mim. Ele estava chateado. Achava que a não permitiria que não dançássemos juntos. Achou que teríamos que ficar próximos na festa, como ficamos nos ensaios de dança. Talvez, aquela aproximação faria ele recuperar o que havia perdido. Mas agora, tudo mudou. Eu ia dançar com outro cara e ia ter que assistir a cena sem dizer nada, sem reclamar, pois nada daquilo era mais seu.

Não vi mais o na escola naquele dia. Parecia que ele realmente havia ficado bravo com tudo o que havia acontecido, mas eu não me importo. Ele mereceu. Ele estava pedindo por aquilo, toda as vezes que foi irônico, insinuando coisas entre eu e o Mark. Falando em Mark, eu tenho que fazer algo. Me sentei em minha cama e peguei o meu celular em cima do criado mudo. Procurei o número do celular do Mark. Chamou umas 4 ou 5 vezes, quando ele finalmente atendeu.

- Alô? – Mark disse, ainda em choque por ver o meu número no visor do seu celular.
- Oi Mark. – Eu disse, sem jeito.
- Oi ! – Ele sorriu, feliz por estar falando comigo. – Como você está? – Mark perguntou, atencioso.
- Estou bem e você? – Eu também sorri, ao perceber a empolgação dele.
- Estou bem. – Ele respondeu, pensando no que eu diria a seguir.
- Então.. tudo pronto pra amanhã? – Eu perguntei, querendo entrar no assunto.
- Na verdade, não. – Ele riu, sem jeito. – Acho que não vou. Tenho alguns trabalhos pra fazer. – Mark mentiu. Na verdade, ele não queria ir para ter que me ver com o . Ele não sabia sobre o término ainda.
- Eu esperava que viesse. – Eu disse, meio decepcionada. Teria que encontrar uma outra pessoa pra dançar comigo.
- Bem, se você realmente quer que eu vá, eu posso tentar dar um jeito. – Mark disse, feliz pela minha manifestação.
- Não, não precisa. Tudo bem. – Eu já havia me arrependido de ter ligado.
- Você quer que vá? – Mark perguntou, sendo objetivo.
- Não, Mark.. – Eu ia argumentar, mas ele não deixou.
- Você quer que eu vá? – Ele repetiu a pergunta. Eu fiquei em silêncio por um tempo, pensando em como dizer aquilo.
- Eu não sei. – Eu neguei com a cabeça, me achando uma idiota. – Eu.. – Eu hesitei falar. – Eu não sei como dizer isso. – Eu comecei a rir, sem jeito.
- Pode falar.. – Mark riu. - Eu esperei que você viesse pra.. – Eu não conseguia dizer. – Pra.. dançar comigo. – Eu disse, muito sem graça. Eu queria desligar o telefone naquele instante.
- Wow, eu.. – Mark não estava acreditando. – Eu nem sei o que dizer. – Mark não conseguia ter reação alguma.
- Nem eu. – Eu ri, abobalhada.
- Bem, nesse caso eu faço questão de ir. – Mark disse, decidido.
- Tem certeza? Não precisa vir se não quiser. Foi só uma ideia que passou pela minha cabeça. – Eu tentei não pressioná-lo.
- Eu vou. Está decidido. – Mark disse, gentil.
- Ótimo. – Eu ainda estava sem graça. – Então, até amanhã, certo? Nos vemos na festa. – Eu esperei ele se despedir.
- Nos vemos na festa. – Mark repetiu, ainda sorrindo como um idiota. – Beijos. – Ele esperou que eu correspondesse.
- Beijos. – Eu disse e desliguei. Fechei os olhos e passei uma das mãos pelo meu rosto, inconformada com a minha idiotice.

Suspirei, rindo como boba. Eu havia ficado nervosa por ter falado com o Mark. Eu não sabia do que se tratava, mas eu sentia algo muito bom por ele. Algo que era totalmente diferente e mais fraco do que eu sentia pelo , mas eu adorava o carinho que ele sentia por mim. O carinho que o nunca me deu, já que ele sempre foi um grosso, que só sabe implicar com tudo o que eu faço. Eu sentia o amor de Mark em cada atitude dele, mas por algum motivo, esse amor nunca foi sentido por mim.

Resolvi dormir para que o dia seguinte chegasse logo. Eu estava muito ansiosa. Não só pelo Mark, mas pelos vestidos que eu usaria e para ver toda a felicidade da . A festa aconteceria no meio da semana. fez questão de fazer a festa no dia exato do seu aniversário. Por sorte, não teríamos aula no dia seguinte. Teríamos o dia todo para nos preparar para a grande festa.

estava irritado, porém havia uma ponta de esperança. Ele desconfiava que eu não seria capaz de abandoná-lo na festa. Ele me conhecia e sabia que eu não chegaria tão longe e que eu acabaria cedendo de alguma forma. De certa forma, também estava ansioso para a festa. Também havia esperanças sobre ela. Algo dizia a ele que aquela festa mudaria as coisas radicalmente.


- ! – Ouvi alguém me chamar. Pensei que estava sonhando e não me importei. – !!! – gritou mais alto, me fazendo dar um pulo na cama.
- PARA DE GRITAR, IDIOTA. – Eu gritei, quase pulando no pescoço dele.
- A esta desesperada no telefone, dizendo que está tentando falar com você há horas e não consegue. – me entregou o telefone.
- Que horas são? – Eu perguntei, me espreguiçando.
- São 11 horas. – disse, indo em direção a porta.
- Por que ela está me ligando ás 11 da manhã? – Eu fiz careta, colocando o telefone no ouvido. – Oi . – Eu disse, observando os edredons sobre mim. Eu estava quase dormindo sentada.
- ! – Ela gritou, me fazendo tirar o telefone do ouvido por alguns segundos, enquanto fazia uma careta. – Está tudo dando errado! – estava chorando.
- O que há de errado? – Eu perguntei, preocupada.
- O meu cabelo acordou uma porcaria hoje. O cabelereiro e a manicure estão atrasados e o meu vestido ainda não ficou pronto na costureira. – estava chorando descontroladamente.
- Calma, . Vai dar tudo certo. – Eu disse, passando uma das minhas mãos nos olhos. Eles estavam quase se fechando sozinhos. – Ainda está cedo. – Eu disse, fechando os olhos por alguns segundos. Eu só precisava descansar os olhos, é diferente de dormir.
- Cedo? São 11 horas da manhã! O aniversário começa em menos de 9 horas! – estava enlouquecendo. Eu apaguei por alguns segundos. Eu estava com sono, ok?
- ? – disse com voz de choro. – !!!!!!!!!!!!!! – gritou, sabendo que eu havia dormido. Acordei no mesmo instante.
- Eu estou aqui! – Eu suspirei, irritada.
- Meu sonho está indo por água abaixo e você está dormindo? Que tipo de amiga você é? – estava descontrolada. Eu não levaria isso a sério.
- Me desculpe. Você tem razão. – Eu revirei os olhos. – Já acordei. – Eu disse, um pouco mais acordada. – Tem algo que eu possa fazer? – Eu disse, me levantando lentamente da cama.
- Eu não sei. Você pode ir tentar ir na costureira e pressioná-la. – estava mais preocupada com o vestido.
- Ok, eu vou fazer isso. É naquele mesmo lugar, né? – Eu perguntei, querendo saber se era a costureira que havia ido outras vezes.
- É.. – disse aos soluços.
- Não chora, . Eu prometo que tudo vai ser perfeito hoje, ok? – Eu tentei animá-la, enquanto abria o meu guarda-roupa para pegar uma roupa.
- Ta bom. – disse, contendo o choro.
- Daqui a pouco eu estou ai com o seu vestido. Beijos. – Eu disse e desliguei o telefone em seguida.

Hora de me trocar. Peguei um shortinho e uma blusinha qualquer. Fui pro banheiro e encarei o espelho. Eu estava parecendo um zumbi. Prendi o meu cabelo, tentando parecer menos pior. Escovei os dentes, lavei o rosto e coloquei a roupa. Sai do banheiro, passei perfume e coloquei uma rasteirinha. Sai do quarto, procurando a chave do carro.

- , cadê a chave do carro? – Eu perguntei, vendo ele deitado no sofá assistindo algum programa idiota. - Por que? – fez careta.
- Por que eu quero a chave. – Eu respondi, irritada. Tinha que dar satisfação agora?
- Mas eu ia na casa da .. – fez bico.
- E o que está te impedindo? Você tem pernas. Vai andando. – Eu disse, rindo.
- Está falando sério? – arqueou a sobrancelha.
- Estou falando seríssimo. Você não vai querer dirigir essa lata velha, não é? – Eu fui irônica, já que ele havia chamado o meu carro de lata velha há alguns dias atrás.
- Então vai, garota. O que está fazendo aqui ainda? – jogou a chave pra mim e voltou a olhar pra TV, irritado. Eu percebi e me aproximei dele, beijei o seu rosto. – Sem ficar com raiva. – Eu ri e ele se afastou.
- SAI LOGO DAQUI, ! – Ele gritou, enfurecido.
- Já fui. Beijos. – Eu sai rindo. Eu adorava irritar meu irmão.

Fui pro carro e dirigi diretamente pra casa da costureira. Estava pronta pra fazer um barraco. O vestido tinha que estar pronto em menos de 1 hora. Ela teria que se virar. Toquei a campainha umas 4 vezes. Uma moça veio atender a porta.

- Olá, eu vim buscar o vestido da minha amiga. – Eu sorri falsamente.
- Você é amiga da ? – A moça perguntou.
- Sou. – Eu confirmei.
- Que ótimo. Por que eu acabei de terminar o vestido dela. – Ela disse, me surpreendendo. Poxa, nem deu pra fazer barraco!
- Ainda bem! Ela está desesperada. – Eu ri, sem jeito.
- Aqui está. – A moça deu uma sacola em minhas mãos. – Peça desculpas a ela por mim por ter entregado tão em cima da hora. – A costureira sorriu, chateada.
- Imagina, está tudo bem. – Eu menti. Deveria ter falado que a está quase cometendo suicídio.

Não quis nem olhar o vestido, já que queria que fosse uma surpresa. Não queria mais um motivo para estragar o dia dela. Dirigi rapidamente até a casa dela e quando cheguei lá, vi a felicidade dela quando viu o vestido em minhas mãos. Ela me abraçou umas 20 vezes.

- E você já conseguiu falar com o cabelereiro e a manicure? – Eu perguntei, curiosa.
- Consegui. Eles estão vindo. Devem estar chegando. Disseram que o carro havia quebrado no caminho, algo assim. – disse, feliz da vida.
- Então, os problemas acabaram? – Eu ri, vendo ela aliviada.
- Acabaram. – riu. – Meu cabelo continua uma porcaria, mas o cabelereiro vai dar um jeito nisso. – sorriu.
- Certo, então posso ir embora? – Eu disse, apontando pra porta.
- Pode. – gargalhou. – E você, já conseguiu um par? – se lembrou de perguntar.
- Já. – Eu confirmei.
- Quem? – Ela me olhou, curiosa.
- Mark.. – Eu sorri, sem jeito.
- .. – negou com a cabeça.
- O que? – Eu ri, sabendo do que se tratava.
- não vai gostar nada disso. – Ela negou com a cabeça.
- Quem se importa com a opinião do ? – Eu revirei os olhos.
- É bom você manter ele e o Mark bem longe um do outro. Não quero briga na minha festa. – me deu uma ordem.
- Não vai acontecer. Vai tudo ser perfeito. – Eu a tranquilizei.
- Espero. – sorriu, empolgada.
- Então, até mais tarde. – Eu disse, beijando o seu rosto.
- Até e obrigada mais uma vez. – Ela me abraçou uma última vez.
- Imagina. Fica linda, hein. – Eu disse, saindo pela porta.
- Eu ficarei. – Ela disse, se despedindo com uma das mãos.

Antes de ir pra casa, parei na Starbucks pra tomar café da manhã. Estávamos no meio da semana e meus pais não estavam em casa. Isso quer dizer que minha mãe não estava lá pra fazer café da manhã. Voltei pra casa, levando um lanche pro , que também não deveria ter tomado café da manhã. Abri a porta da casa e vi que a televisão estava ligada. certamente estava li.

- , trouxe lanche pra você. – Eu disse, fechando a porta com um dos pés, por que minhas mãos estavam ocupadas.
- SÉRIO? – Ele gritou de algum lugar da casa. Acho que da cozinha.
- Pega aqui. – Eu coloquei tudo sobre a mesa. Ele apareceu na porta da cozinha.
- Está querendo puxar o meu saco, agora? – sorriu.
- Só estou sendo uma boa irmã. – Eu sorri e pisquei pra ele.
- Eu vou sentir falta de brigar com você. – disse, abrindo o seu lanche. Olhei pra ele e fiquei observando ele por um tempo, enquanto ele comia. Ouvir ele dizer aquilo fez o meu peito se apertar. Era o meu irmão, sabe? Eu sentiria falta dele. Ele é a pessoa com quem eu mais convivi, com quem eu passei a minha vida toda. Eu mataria e morreria por ele sem pensar uma vez. Agora eu iria acordar todos os dias e não teria ninguém pra brincar ou acordar com gritos e almofadas na cara.
- Eu vou sentir falta disso também. – Eu comentei, um pouco chateada. estava tão entretido em seu lanche, que nem percebeu. Me afastei, para que ele não percebesse que eu estava chateada com tudo aquilo.

Eu perderia o . Eu sei, mas e o meu irmão? E os meus pais? Meus amigos? Eu também perderia todos eles. Eu estava começando a sentir as mudanças. O meu maior medo era do meu último dia em Atlantic City. Acho que a minha ficha só vai cair quando eu estiver vivendo o último dia com as pessoas que eu amo. Quer dizer, nem todas as pessoas, certo?

Eu passei a tarde pensativa com tudo aquilo. Decidi que deixaria pra pensar nisso na hora certa. A única coisa que eu tinha que fazer era viver os meus dias da melhor forma que eu conseguisse. não vai estar comigo, mas eu não vou deixar isso me abalar. Se ele estivesse, só me deixaria mais irritada e acabaria estragando tudo. Era bom que as coisas estivessem do jeito que estavam. Festa da ! Era nisso que eu tinha que pensar agora.

Já eram 7 horas da noite e já estava mais do que na hora de me arrumar. Fui tomar um demorado banho, enquanto pensava em qual das minhas sandálias eu usaria. Mentira! Era em que eu estava pensando. Não íamos mais a festa juntos. Com quem ele iria? Ele dançaria com alguém? Eu ia aguentaria vê-lo com outra garota? Eu só teria essas respostas na festa.

Sai do banho e voltei pro quarto pra me trocar. Encarei meus dois vestidos. O que eu usaria na hora da entrada era maravilhoso! O mais lindo que eu já vi na minha vida, mas eu tinha que usar o que pertencia a fantasia primeiro. Era um vestido enorme! Um típico vestido de princesa. infelizmente obrigou eu e as garotas a irmos de princesas, pois éramos as damas de honra dela. Tínhamos que ser princesas, porém princesas diferentes. Eu era a ‘Bela Adormecida’, portanto o meu vestido teve que ser rosa (VEJA O VESTIDO AQUI) .

Consegui colocar o enorme vestido depois de alguns minutos. A sandália também era rosa, mas ela nem aparecia. O que realmente diferenciou e destacou a fantasia foi a máscara que eu havia encontrado em uma loja perto da minha casa no dia anterior. Ela havia combinado perfeitamente com o vestido, além de tirar a inocência do vestido, dando uma pitada de mistério. Resolvi nem fazer nada com o cabelo. Deixei ele solto, prendendo apenas uma pequena parte das laterais dele para trás, para que a máscara não ficasse tão escondida.

- ! – Eu o chamei, para que ele me ajudasse a levar o vestido e as coisas que eu usaria pra me arrumar para a 2° parte da festa. apareceu no quarto, estava de terno. Ele e os garotos haviam combinado de ir de terno, para que não precisassem trocar de roupa para a 2° parte da festa.
- Uau, você está lindo. – Eu sorri, olhando pra ele. Havia gel em seu cabelo e o perfume estava forte demais.
- Eu sou lindo, garota. – Ele deu uma voltinha, enquanto dava uma reboladinha.
- vai enlouquecer. – Eu gargalhei, dando o vestido e uma sacola que tinha maquiagem, joias e o sapato.
- Eu sei que ela vai. – sorriu, suspeitamente.
- Contanto que você fique longe da minha cama, está tudo bem. – Eu disse e ele gargalhou.
- Deixa só você ir pra Nova York. Vou dominar esse quarto. – disse, me provocando.
- Eu vou trancar. Não quero saber. – Eu disse, rindo.
- Eu faço uma cópia da chave. Sem problemas. – Ele disse, enquanto descíamos as escadas.
- Continue sonhando, irmão. – Eu também gargalhei.

Chegamos na sala de estar da minha casa. Meus pais já haviam chegado do trabalho. Estavam na sala conversando sobre os últimos acontecimentos da família. Fofocas de família, sabe? Minha mãe quase chorou quando me viu.

- Filha, você está linda! – Minha mãe disse, se aproximando de mim e mexendo em meu vestido. - Obrigada, mãe. – Eu ri de toda a perplexidade dela.
- O não vem te buscar em casa? – Meu pai perguntou, olhando pra mim. Ele ainda não sabia sobre o término. Ele deveria saber, já que não voltaríamos.
- Não, vamos encontrar todos lá. – respondeu por mim.
- Não acredito que você vai pra longe de mim, . – Minha mãe fez cara de choro. Ela ainda não tinha superado a história de Nova York e não superaria tão cedo.
- Mãe, não começa. Ainda tem tempo. Deixe para fazer isso mais tarde. – Eu sorri, querendo que ela não estragasse a minha noite com aquele assunto.
- Tudo bem. – Minha mãe se conteve e sorriu. – Vão logo pra festa. – Minha mãe nos apressou.
- Vamos. – concordou, indo em direção a porta.
- Boa festa. Se divirtam. – Minha mãe gritou, nos vendo sair pela porta.
- Obrigada. – Eu agradeci. – Boa noite, pai. – Eu gritei e ouvi ele responder.

Eu e entramos no carro e fomos em direção ao salão de festa, onde aconteceria o aniversário. O lugar não era tão longe, mas também não era tão perto. Eu e o fomos relembrando algumas regras da valsa no caminho. Não éramos profissionais e tínhamos medo de envergonhar na frente de todos.

- O QUE? O Mark vai estar lá? – disse, chocado. Eu estava contando pra ele sobre a briga com o e que Mark seria o meu par.
- Vai! – Eu disse, sem entender a surpresa dele.
- , ele e o vão se matar na festa. – disse, certo do que estava dizendo.
- Não vão, por que eu não vou deixar. – Eu disse, como se eu pudesse impedir alguma coisa.
- Por que você fica arrumando essas confusões, hein? – negou com a cabeça.
- Eu não estou pedindo sua opinião, . Eu vou dançar com o Mark e está decidido. – Eu disse, irritada. Ele ia ficar do lado do agora?

Chegamos no local da festa. Tentei esquecer a breve discussão que tive com o . Não deixaria mesmo nada estragar a minha noite. Era o melhor dia da vida da minha amiga e eu viveria ele com ela. Tudo ia sair perfeito. Descemos do carro, o local já parecia lotado. Tinha muitos carros do lado de fora. Vi o carro do , do e do . Todos já estavam lá. As garotas também deveriam já estar lá, já que os meninos passariam buscá-las.

- Por que todo mundo já chegou? Não estamos atrasados. – olhou no relógio.
- Não estamos mesmo. – Eu concordei, levantando a parte debaixo do meu vestido, para que ele não se sujasse na grama.
- Eu vou levar suas coisas lá pra cima. Vai indo pra festa. – disse, me acompanhando até a porta do local. No andar de cima tinha um quarto enorme, que tinha reservado para eu e as garotas nos arrumarmos. Também tinha um quarto só pra ela se arrumar. Ela tinha mesmo pensado em tudo!
- Ok. – Eu sorri e vi ele se afastar. Abri a porta e vi uma sala quase vazia. Me lembrei que a festa era no andar debaixo. A música estava alta e a luz um pouco baixa.
- Qual o seu nome? – A moça da recepção perguntou. Devia ser algum tipo de controle de convidados.
- . – Eu disse, vendo ela anotar alguma coisa em um papel.
- Boa festa. – A moça sorriu gentilmente pra mim.
- Obrigada. – Eu agradeci, me afastando dela. Vi o inicio na escada e hesitei me aproximar dela. estaria lá, eu sabia que ele estaria de terno e que estaria maravilhoso. Eu teria que me controlar. Mark era meu par e era nele que eu tinha que me concentrar. Somente nele.

Me aproximei da escada e voltei a segurar a parte debaixo do meu vestido, para que eu não tropeçasse nele, enquanto eu descia as escadas. Cheguei até a ponta da escada e parei, vendo o quanto aquele lugar estava lotado. Eu nem sabia que conhecia tanta gente.

- Nossa, quem é aquela? – perguntou, olhando pro topo da escada. Ela estava em uma rodinha com , , e . virou-se para olhar e paralisou.
- É a ? – cerrou os olhos, tentando enxergar melhor.
- É ela.. – disse, sorrindo involuntariamente. Os olhos dele continuavam sobre mim, como se estivesse hipnotizado.

Comecei a descer as escadas lentamente por causa do meu salto. O vestido estava me atrapalhando um pouco, mesmo eu erguendo um pouco a sua parte debaixo. Olhei, esperando ver algum rosto conhecido, mas não vi ninguém.

Mark também me reconheceu de longe. Começou a andar em direção a escada, para que me encontrasse no final dela. Eu só fui vê-lo, quando estava quase no final da escada. Ele sorria pra mim, as mãos estavam pra trás. Ele estava de terno e estavam realmente elegante. Ele estava muito bonito. Mark era bonito, sempre foi. Eu só queria entender por que eu não sentia atração por ele.

saiu da sua roda de amigos, sem deixar de me olhar. Foi me acompanhando com o olhar, enquanto ia passando por todos e ia em direção a escada. Seu coração estava disparado apenas por ter me visto. Ele sabia que estávamos brigados, mas ele precisava se aproximar. precisava estar perto de mim nem que fosse por 1 minuto. Ele não entendia como era possível sentir aquele sentimento. Ele passou a tarde me odiando e me xingando mentalmente e agora, era só ele me ver que todo aquele ódio sumia, que ele sentia que precisava estar perto de mim, que ele descobria novamente que me amava.

Eu pisei no último degrau, quando fiquei de frente pro Mark. Ele não conseguiu dizer nada. continuava se aproximando. Abracei o Mark, inesperadamente. Era tão bom ter ele ali. Sem ele eu estaria sozinha naquela festa. Seria horrível e um enorme mico. Além do mais, eu estava com saudades dele. No instante em que o abracei, apareceu em minha frente. A expressão dele de decepção foi muito óbvia. estava maravilhoso com o seu terno e o seu cabelo perfeitamente arrumado. Eu continuava abraçando Mark, enquanto olhava . Ele não se movia. Parecia não estar acreditando.

desceu as escadas, chegando no salão. Logo viu o que estava acontecendo ali. Passou reto por mim e pelo Mark e foi até o . Percebeu que o amigo estava decepcionado e ao mesmo tempo tão furioso.

- Nem pense nisso, . – o empurrou, tirando-o dali. pensou em mandar pro inferno, voltar lá e quebrar a cara de Mark, mas ele estava decepcionado demais para fazer aquilo agora. Talvez dali algum tempo, quando sua raiva estivesse maior que sua decepção.

Terminei o abraço e olhei pro rosto do Mark. Ele sorria empolgadamente e eu tentei sorrir também. O sorriso não saiu como eu queria. Eu queria olhar pra onde estava para saber como ele estava, mas eu não consegui olhar. Olhei só pro Mark.

- O que esse filho da puta está fazendo aqui? – perguntou pro , quando o mesmo parou de lhe empurrar.
- Não começa, . – disse, quando eles chegaram novamente na roda de amigos.
- O que está acontecendo? – perguntou, sem entender nada.
- Mark é o que está acontecendo. – disse, negando com a cabeça.
- Oh.. – fez careta.
- Eu quero matar ele. – disse, respirando fundo e negando com a cabeça.
- Isso não faz sentido, . – arqueou a sobrancelha.
- Não faz sentido? O cara vive dando em cima da minha garota e agora vem como acompanhante dela na festa. – disse, irritado.
- Exatamente. O que a sua garota está fazendo com ele? – entendeu o que queria dizer.
- Nós brigamos, mas nós sempre brigamos. Esse é o problema dela! Ela é radical.. – negou com a cabeça. – Nós estamos brigados e mesmo assim eu não convidei ninguém pra vir comigo. Entende a diferença? – explicou, furioso.
- Então por que você quer bater no Mark? – abriu os braços, rindo.
- Por que eu venho querendo fazer isso desde Nova York. – sorriu falsamente. – Mantenham ele longe de mim. Eu estou avisando. – disse, bebendo mais um gole do seu refrigerante.

Eu e Mark continuávamos conversando. Ele estava me contando o quanto estava cheio de serviços ultimamente. A empresa em que ele trabalha está em expansão e o serviço só aumenta. Também contou logo entraria pra faculdade, cursando Administração.

- E você, está animada pra ir pra Nova York? – Mark perguntou, empolgado.
- Eu estou, mas.. – Eu sorri fraco. – Não é fácil largar tudo aqui. – Eu olhei pra ele e ele pareceu ter entendido o que eu quis dizer.
- É difícil no começo, mas.. – Mark sorriu. – Você sabe.. é o sonho de qualquer um estudar naquela faculdade. Você conseguiu. – Mark tentou me ajudar.
- Eu sei. Eu estou ansiosa pra começar a faculdade. Eu estou empolgada. – Eu disse com o sorriso um pouco mais empolgado. Isso não era mentira.

começou a nos olhar de longe. Ele não tirava os olhos. Ele queria estar atento. Se o Mark fizesse um movimento suspeito, ele estava ferrado. Mark percebeu os olhares de depois de um tempo. Tentou disfarçar, mas não conseguiu. Estava realmente incomodando ele.

- Me desculpa perguntar, mas.. – Mark quase riu. – Você e o não.. estão mais juntos? – Mark ficou mesmo sem jeito em perguntar aquilo.
- Não. – Eu respondi, sem entender o motivo da pergunta. – Por que? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Porque.. – Mark riu, olhou rapidamente pro e depois pra mim. – Ele está olhando pra cá há um bom tempo com uma cara de quem quer acabar comigo. – Mark disse, me fazendo olhar pra trás. Olhei e vi nos olhando de longe. Fiquei furiosa! Ele quer estragar a minha noite, agora? Por que ele estava olhando pro Mark como se ele tivesse roubado alguma propriedade dele? Eu não era propriedade dele. Não mais.
- Droga.. – Eu suspirei, impaciente. – Eu já volto. Fica aqui. – Eu disse, depois de voltar a olhar pro Mark.

Comecei a andar em direção ao . Foi um pouco difícil passar por todas aquelas pessoas dançando e aquele enorme vestido não facilitava a minha passagem. parou de olhar, pois havia me perdido de vista. Começou a prestar a atenção na conversa dos amigos, que estavam ao seu lado. Finalmente cheguei até ele.

- O que há de errado com você? – Eu disse, indignada.
- Você está falando comigo? – sorriu, falsamente.
- Não se faça de idiota! – Eu cerrei os olhos.
- Idiota? Estamos falando do Mark agora? – quase riu.
- Esta vendo? Para com isso. – Eu neguei com a cabeça.
- O que você está fazendo aqui? Por que está perdendo o seu precioso tempo comigo? – também se irritou.
- Você vai ficar nos olhando a noite inteira? – Eu perguntei, irritada.
- Não acredito. – riu dessa vez. – O cara é tão homem que pediu pra você vir tirar satisfação comigo? – continuou rindo, sarcástico. Todos os nossos amigos olhavam a cena ao nosso lado, sem dizer nada.
- Dá pra nos deixar em paz? – Eu perguntei, cruzando os braços.
- Você convidou ele? – perguntou, sério.
- convidou ele. Eu só pedi pra que ele me acompanhasse. – Eu expliquei, impaciente.
- Olha a que ponto o seu desespero chegou. – riu novamente.
- Para de fazer gracinha, . – Eu coloquei a mão em seu peito e o empurrei levemente pra trás. – Eu estou falando sério. – A minha aproximação para empurrá-lo talvez tenha sido muita. olhou em meu rosto e percebi que ele olhou pra todos os detalhes do meu rosto.
- ? – Alguém nos interrompeu. Só consegui perceber que era a voz de uma garota. deixou de me olhar para olhar pra ela. não reconheceu tão facilmente, pois ela usava uma máscara. Inacreditável!
- Amber? – franziu a testa, sem ter certeza se era mesmo ela. Ela tirou a máscara, revelando-se. Quando ouvi ele dizer aquele nome, olhei imediatamente pra ela.
- Você ainda se lembra de mim? – Ela riu. Não, não pode ser.
- Wow! Quanto tempo! – a abraçou calorosamente. Ele terminou o abraço e a olhou, surpreso. – Hey pessoal. É a Amber. Se lembram dela? – disse, olhando pros amigos.
- Amber? É claro! – sorriu, surpresa.
- Faz anos que não te vejo, garota. – riu, abraçando ela.
- Eu sei! Eu senti falta das suas idiotices, amigo. – Amber sorriu pro . ‘Amigo?’ Ela está querendo morrer?
- Nós fazíamos ballet juntas! – relembrou.
- Você é prima da , né? – perguntou, mesmo já sabendo a resposta.
- Sim, eu sou. – Amber riu.
- Bem, acho que nós também somos primos agora. – disse, rindo.
- MEU DEUS, eu tinha me esquecido que vocês estavam namorando, ! – Amber sorriu pro . Ela estava empolgada por encontrar todos os seus antigos amigos.
- E você, ? Continua o mesmo safado de sempre? – Amber olhou pro meu irmão.
- Não, agora eu mudei. Estou namorando. – passou o braço em torno da cintura de , que sorriu, sem jeito.
- NÃO ACREDITO! Vocês.. dois? – Amber ficou muito surpresa.
- Só assim pra ele tomar jeito. – gargalhou e Amber riu junto.
- E você, ? Ainda joga? – Amber olhou pro . – Eu sou uma ótima jogadora de futebol graças a você. – Amber sorriu pra ele.
- É claro que eu ainda jogo e sim, eu sou um ótimo professor. – disse, se achando.

Oi? Eu ainda estava ali! Era esse o efeito que a Amber causa nas pessoas. Ela faz todas as pessoas se esquecerem de mim. Quando ela está por perto, é como se ela fosse a melhor. A melhor amiga do , a garota mais divertida pro , a amiga mais legal da e da , a garota mais inteligente para debater assuntos importantes com o e a garota mais incrível do mundo pro . Era por isso que eu a odiava, desde... Sempre! Ela também nunca foi com a minha cara. Nunca nos demos bem. Ela costumava passar as suas férias na casa da . Cada vez que ela vinha, nós brigávamos.

- Oi, . – Ela me olhou, sorrindo falsamente. – Você está.. diferente. – Ela quase riu, surpresa.
- Diferente? – Eu tentei não levar na maldade ou já diriam que eu tenho implicância com a garota.
- Sim, você .. cresceu. – Ela disse, olhando pra mim dos pés a cabeça. Ok, ou ela é lésbica ou ela está querendo dizer que antes eu era desnutrida e feia. Que abusada!
- Obrigada, eu acho. – Eu forcei um sorriso. Sabe o que me deixou mais irritada? Ela estava muito bonita.
- Eu não sabia que você vinha. – interrompeu nossa conversa. Por que esse imbecil não para de falar com ela?
- Eu não vim só pro aniversário. Eu tinha que trazer uma papelada pra faculdade. – Ela sorriu pro .
- Faculdade? – perguntou, sem entender.
- É, eu vou vir fazer a faculdade aqui. Vou morar com a . Ela não contou pra vocês? – Amber olhou pros amigos. Todos pareciam surpresos. – Parece que não. – Ela riu. Não, não pode ser. Estão brincando comigo. ERA SÓ O QUE FALTAVA!
- Eu não acredito! Que incrível. – comemorou.
- Wow! Não vejo a hora de voltarmos a fazer nossas compras. – também comemorou.
- Que legal! – sorriu, animado.
- Vamos marcar pra jogar futebol um dia desses. Quero ver se você ainda se lembra dos meus ensinamentos e dos nosso toques secretos. – propôs. Nossos toques secretos? Que merda é essa? É ISSO MESMO? Ninguém mais odiou essa ideia dela vir morar aqui?
- É só marcar. Eu vou adorar. – Ela sorriu, sem jeito. E se eu arrancar os cabelos dela? Ela também vai adorar? Não? Ok.
- .. – Eu disse, muito irritada. – Nós estávamos conversando. Lembra? – Eu sorri, tentando não parecer furiosa.
- Não se preocupa. Eu não vou mais te atrapalhar. – sorriu, sarcástico. – Amber? – Ele olhou pra Amber. – Dança comigo? – Ele perguntou, olhando pra ela. Eu olhei pra ele e cerrei os olhos. Ele não faria isso.
- Claro. – Amber voltou a sorrir, sem jeito. É claro que ela não perderia essa chance.
- Pronto, . Agora eu não vou ter mais tempo pra ficar incomodando vocês. – piscou pra mim, enquanto saiu com a Amber.

era um perfeito idiota, desgraçado. Ele sabia que eu odiava a Amber! Ele sempre soube que não nos dávamos bem. Ele também sabe que todos ali, inclusive eu, sabia que a Amber sempre foi MUITO afim dele. Ele só uniu o útil ao agradável ou ao desagradável. Ele meu deixou ali com cara de idiota. Por que eu tenho que amar esse idiota?

- Então.. – tentou disfarçar.
- Cala a boca, . – Eu disse, quando vi que ele já ia me zoar.
- Ok. – riu.
- Eu sei o que ele está tentando fazer. – Eu disse com um quase sorriso, pois não queria parecer tão irritada.
- É claro que você sabe. É o que você estava fazendo com ele até agora. – respondeu.
- Até agora? – Eu arqueei a sobrancelha. – Mas eu só vou começar agora, querido. – Eu sai, indo em direção ao Mark.

Mark estava pegando um salgadinho de uma das bandejas, que um dos garçons passou servindo. Cheguei até ele e ele sorriu ao me ver. Eu estava com tanta raiva, que eu nem conseguia disfarçar.

- Você está bem? – Mark perguntou, bebendo um gole do seu refrigerante.
- Estou. – Eu forcei um sorriso. – Vamos dançar. – Eu disse, segurando a sua mão e o arrastando pra pista de dança, perto de onde Amber e estavam.

Me certifiquei de que estava olhando, então me aproximei de Mark para que nós dançássemos colados. Coloquei meus braços em torno do pescoço do Mark e ele colocou os dele em torno da minha cintura. me fuzilou com os olhos, seu sangue subiu. Ele sabia o que eu estava fazendo.

- Você também está diferente, . – Amber tentou puxar assunto, vendo que alguma coisa estava errada.
- Eu? – arqueou a sobrancelha, voltando sua atenção pra ela. Queria tirar os olhos de mim e do Mark.
- Sim. Antes você era um garotinho. Agora você está um homem. – Amber disse, rindo.
- Você também. – sorriu, sem jeito. Ele percebeu que a Amber continuava interessada nele. Ela deixou tão evidente, que ele até ficou sem graça. – Quer dizer, não um homem. Está uma garota muito.. bonita. – riu da sua idiotice.

Aquela proximidade deles estava me irritando profundamente. Eles estavam conversando alguma coisa que eu não conseguia entender, mas que parecia ser algo sério. estava sem jeito e ela estava sorrindo como uma idiota. Eu não sei se estava conseguindo, mas eu tentei não deixar que Mark visse que eu estava de olho em .

Mark afastou meu corpo do dele e me girou, enquanto continuava segurando uma das minhas mãos. Quando terminei de dar a volta, ele me puxou de volta pra perto dele. Perto demais! viu toda a cena. Sua raiva aumentava a cada segundo. Amber finalmente percebeu.

- O que você está olhando? – Ela perguntou, olhando pra onde ele estava olhando.
- Nada. – olhou pra ela e sorriu.
- A como sempre com um garoto. – Amber comentou e riu. a olhou com um sorriso desajeitado.
- Sempre. – Ele concordou, apenas não dar nenhuma evidência sobre os seus sentimentos.
- Tem coisas que nunca mudam. – Ela sorriu, olhando de perto. – Pelo jeito o ódio entre vocês também não mudou. – Ela disse, sem saber a ironia que estava dizendo.
- E o ódio entre vocês também não parece ter mudado. – quase riu, olhando Amber de perto. Olhou seus olhos azuis de bem perto. Sempre achou eles bonitos.
- Agora nós temos mais uma coisa em comum. – Amber não perdia uma oportunidade. Ela não era tão atirada assim.
- É verdade. – riu, ainda sem jeito.

Mark e eu continuávamos dançando. Eu havia prometido pra mim mesma que pararia de olhar pro e pra Amber. Eu tinha que me concentrar no Mark. Ele estava ali por mim. Ele veio de Nova York só por minha causa, só pra não me deixar sozinha. Eu não podia ser tão ingrata.

- Você vai ter que me levar nas festinhas em Nova York, por que você será a única pessoa que eu vou conhecer lá. – Eu disse, tentando quebrar o silêncio. Não estava olhando pro rosto dele, pois nossos rostos estavam lado a lado.
- É claro que eu levo. – Mark sorriu, imaginando como seria divertido me ter por perto. – Eu conheço os melhores lugares. Eu tenho muitos contatos lá. – Mark disse continuou.
- Hm, então você é um homem de contatos? Vou ter convite VIP pra todas as festas de Nova York! É isso? – Eu disse, quase rindo.
- Quase isso. – Mark riu.- Eu sempre dou um jeito. – Mark explicou.
- Ótimo! Eu vou cobrar isso, hein. – Eu disse, bem humorada.
- E eu vou cumprir. – Mark voltou a rir.

estava transtornado, vendo de longe que eu e Mark estávamos rindo e nos divertindo. Como ele queria poder pular no pescoço do Mark naquele instante. A única coisa que ele conseguia pensar era que eu deveria estar dançando com ele! Era com ele que eu deveria estar rindo e me divertindo. Não com o Mark.

- Já te disseram que você é um ótimo dançarino? – Eu disse, depois de termos ficado em silêncio por um tempo.
- Já, mas eu nunca acreditei. – Mark descolou um pouco nossos corpos para que pudesse olhar em meu rosto.
- Deveria, por que é verdade. – Eu disse e sorri. Ele também sorriu, seus olhos desceram até os meus lábios e depois voltaram pros meus olhos. Eu fiquei meio sem reação.
- .. – apareceu do meu lado. Bem na hora, !
- Oi, . – Eu sorri pra ela, parando de dançar. Descolei totalmente o meu corpo do Mark.
- está quase pronta. Temos que subir e nos arrumar. – sorriu pro Mark, se desculpando por ter atrapalhado qualquer coisa.
- Certo. Vamos lá. – Eu disse, me afastando do Mark. – Nos vemos daqui a pouco. – Eu sorri pra ele e ele sorriu de volta. Se despediu com uma das mãos.

continuava observando tudo disfarçadamente de longe. Viu, quando eu subi as escadas com e . Voltou a olhar pro Mark e viu ele andando em direção ao lado de fora do local. Era a sua chance. Era fora do salão, por isso não estragaria a festa da . Olhou pra Amber.

- Eu tenho que ir ao banheiro. – sorriu pra Amber. – Eu volto daqui a pouco. – parou a dança.
- Claro. Tudo bem. Até depois. – Amber sorriu, sem jeito. Soltou a mão de e se afastou, para que ele pudesse sair.

Observou sair e acabou se dando conta de que ainda sentia algo por ele. Ela percebeu que estava ainda mais bonito do que da outra vez que ela o viu. Ele estava solteiro dessa vez, pelo menos não havia aliança alguma em seu dedo. Sorriu sozinha e começou a andar até onde seus amigos estavam. , e conversavam empolgadamente sobre o jogo dos Yankees que teria naquela semana.

- Olá, garotos. – Ela chegou e os garotos pararam o assunto.
- Amber! Oi. – sorriu. Um copo de refrigerante estava em suas mãos.
- Do que estão falando? – Ela quis se entrosar.
- Sobre o jogo dos Yankees. – respondeu.
- Vamos marcar de ver o jogo juntos. Eu adoro os Yankees. – Ela sorriu, adorando a ideia.
- Claro. Vai ser incrível. – concordou. Os meninos achavam ela incrível por causa disso. Esta vendo? Ela gostava de tudo que os garotos gostavam.
- Mas e as garotas, onde estão? – Ela procurou em volta, não achando nenhuma delas.
- Elas foram se trocar pra entrada da . – respondeu.
- E o ? Ele não estava com você? – perguntou, curioso. Era pro estar ali com eles.
- Ele disse que ia ao banheiro. – Amber quase riu. – Mas ele foi pro lado totalmente contrário. Acho que ele se perdeu. – Amber continuou rindo. Os garotos se entreolharam.
- Onde está o Mark? – cutucou o , olhando pra pista de dança.
- Não estou achando ele. – disse, preocupado.
- Droga. – negou com a cabeça.
- O é foda... – suspirou, irritado.
- O que está acontecendo, gente? – Amber fez cara de preocupada. Não estava entendendo nada.
- Pra qual direção ele foi, Amber? – nem respondeu a pergunta dela.
- Foi pra lá.. – Amber disse, ainda sem entender.
- Valeu.. – agradeceu e saiu junto com e .
- Hey, esperem! O que está.. – Amber tentou entender o que estava acontecendo. – Droga.. – Ele fez careta. Os garotos deixaram ela falando sozinha.

seguiu disfarçadamente Mark até o lado de fora. Não queria que ninguém o interrompesse dessa vez e também não queria que alguém da festa percebesse o que aconteceria do lado de fora do salão. passou pela porta e encontrou Mark de costas. Deu alguns passos em direção a ele.

- Olha só quem veio pra festa, diretamente de Nova York. – foi até o lado de Mark. Mark olhou pro lado e viu que era o . Revirou os olhos, sem paciência. – Não deve ter sido pela . – completou, sarcástico.
- Não, não foi só por causa da . – Mark respondeu, irritado. negou com a cabeça. Mark não tinha mesmo noção de perigo.
- Pelo menos você é sincero, certo? – se virou e olhou pro Mark.
- Eu não tenho motivos pra mentir, . – Mark quase riu. – Ao contrário do que você pensa, eu não tenho medo de você. – Mark disse, naturalmente.
- Eu acho que você está dizendo isso cedo demais. – sorriu, se segurando para não voar no Mark.
- O que você quer hein, ? – Mark perguntou, impaciente.
- Eu quero conversar com você, cara. Qual o problema? – continuou usando seu sarcasmo irritante.
- Já cansei disso, . – Mark virou de costas, indo em direção a porta do salão de festa. A raiva de triplicou, quando viu que Mark estava tentando fazê-lo de idiota, deixando ele falando sozinho. Andou até Mark e entrou em sua frente.
- Não, Mark. Nós vamos conversar. – empurrou o Mark, furioso. Mark o olhou e negou com a cabeça. Estava tentando se controlar também.
- Não encosta em mim, cara. Eu estou falando sério. – Mark sorriu, tentando esconder sua raiva.
- Ou o que? – abriu os braços. – Vai resolver virar homem, agora? Por favor, cara! Estou esperando por isso desde Nova York. – O nível de sarcasmo de era tão alto, que irritava Mark mais do que tudo. – Ou nós podemos chamar a pra te defender, se você quiser. – sorriu, apenas para acabar ainda mais com o Mark.
- Então é isso? É sobre ela que você quer falar? – Mark não se rebaixava um minuto e isso também deixava irado.
- Não, não. Eu esperava que nós discutíssemos a economia americana, mas já que você tocou nesse assunto. – ironizou, deixando Mark ainda mais furioso.
- É agora que você fica nervosinho por que eu sou o acompanhante dela, né? – Mark sorriu.
- Sério, Mark. Eu ainda não consegui acreditar na sua dificuldade pra entender que ela nunca vai se interessar por você. – riu, negando com a cabeça.
- Ela me ligou, . – Mark olhou seriamente pro . – Ela me pediu pra estar aqui com ela hoje. – Mark dizia com um tom de superioridade. – Por que você provavelmente magoou ela novamente. – Mark estava jogando tudo aquilo na cara do . cerrou os olhos, faltava pouco pra ele avançar em Mark.

, e continuavam procurando por e Mark pelo salão todo. Procuraram no banheiro e mesmo assim não acharam. deduziu que eles estivessem do lado de fora do salão. Eles sabiam que jamais estragaria a festa de . Se ele quisesse ter aquela conversa com o Mark, teria que ser fora dali. Foram em direção a saída do local.

- Então deixe-me ser claro sobre uma coisa. – Mark se aproximou de e disse, olhando seus olhos com raiva. – Sempre que a precisar de mim, eu estarei lá por ela. Seja pra consertar os seus erros, seja pra acompanhá-la, quando ela precisar de uma companhia ou para abraçá-la, quando ela precisar ser consolada. – Mark usou o mesmo tom de superioridade que estava usando antes. Foi o suficiente pra agarrá-lo pelo colarinho e jogá-lo contra a parede mais próxima.
- Se você encostar mais um só dedo nela. Eu juro por Deus.. – ia dizendo com toda a raiva do mundo. Nem Peter havia deixado ele tão irritado.
- ! – gritou, vendo pressionando Mark contra a parede de longe. Veio correndo em direção aos dois. – Solta ele, cara. – puxou . Quase não conseguiu tirá-lo de lá. e chegaram um pouco atrasados. estava na frente de , evitando que ele ficasse perto do Mark.
- Você não pode controlar o mundo. Você não pode controlar o sentimento das pessoas. Esse não é o SEU mundo! Não é você quem toma as decisões aqui. – Mark disse, furioso por ter avançado nele.
- MEU MUNDO, MINHA GAROTA, MINHA MÃO QUE VAI DEIXAR SEU OLHO ROXO SE VOCÊ NÃO DEIXAR ELA EM PAZ. – disse, enquanto ficava em sua frente, evitando sua passagem.
- Deixar ela em paz?. – Mark gritou, olhando de longe. o olhou, querendo ouvir o que ele tinha a dizer. – Sabe por que eu não vou deixá-la em paz? – Mark perguntou, retoricamente. , e olharam Mark para ouvir o que ele diria. – Por que eu AMO ELA. – Mark gritou.
- FILHO DA PUTA.. – tentou avançar em Mark novamente, mas e o seguraram pelo braço.
- SOLTEM ELE! Deixem ele me bater. Ele deve achar que isso vai fazer ele se sentir melhor. Ele deve achar isso vai trazê-la de volta. – Mark também começou a se alterar. teve que entrar na sua frente ou quem ia pra cima de seria ele.
- Você nunca vai amá-la como eu amo. Você nunca vai poder mudar o que eu e ela temos. Você nunca poderá mudar o que nós sentimos. – disse, certo do que estava dizendo.
- Sério, ? Então por que você não me explica por que há minutos atrás você estava dançando com outra garota e a estava dançando comigo? – Mark quase riu. ainda o segurava.
- É só pra isso que você serve, Mark! Me substituir! Você está no banco de reserva, meu amigo! Você só entra, quando eu saio de campo e eu não vou permitir que isso aconteça de novo. – sorriu, sabendo que havia acabado com o Mark.
- Eu quero mesmo saber como você vai fazer isso estando a centenas de km dela. – Mark disse e todos perceberam que ele se referia a Nova York.
- EU VOU ACABAR COM VOCÊ.. – tentou ir pra cima de Mark novamente, mas entrou em sua frente. – SAI, ! – gritou, furioso.
- Fica calmo, cara! – tentou acalmar o amigo.
- ESTOU MANDANDO SAIR DA MINHA FRENTE, PORRA. – tentou passar por novamente, mas também ajudou a impedi-lo. – FICA LONGE DELA, MARK. – gritou, mesmo sem conseguir se aproximar.
- , a entrada da vai ser agora. Deixa isso pra outro dia. – também tentou acalmar o amigo.
- Você não sabe nada sobre mim, . Eu nunca desrespeitaria ela. Eu jamais forçaria ela a alguma coisa. Eu nunca faria qualquer coisa pra estragar o namoro de vocês, por que apesar de tudo, eu quero vê-la feliz. – Mark disse em um tom menos irritado. – Mas vocês não estão juntos agora. Ela me quer com ela. Então eu vou ficar com ela. – Mark finalizou.
- Me poupe desse seu discursinho barato. Eu não acredito em você. Eu não confio em você perto dela e eu não gosto de você. – disse, um pouco mais calmo. e já haviam soltado ele.
- Eu não faço questão que goste. – Mark sorriu e negou com a cabeça.
- Vamos logo pra dentro, . – tentou arrastar pra dentro.
- Eu estou te avisando, cara. – disse com sinceridade, olhando pro Mark. - Ninguém vai me segurar da próxima vez. – disse, sério como nunca e saiu andando em direção ao salão.
- Desculpa, cara. – olhou pro Mark e forçou um sorriso. Mark negou com a cabeça, querendo dizer que estava tudo bem.
- Vai, vamos logo. deve estar esperando. – disse, chamando e .

Mark decidiu ficar lá fora. Preferia não ver a entrada. Preferia não me ver ao lado do . Era bem menos doloroso e a sua raiva não seria tão grande. foi até o centro do salão. Viu que o tapete vermelho já estava estendido, as luzes já estavam baixas. logo entraria. , e também foram para as suas posições. olhou pro topo da escada e não viu ninguém. Ele e os garotos estavam enfileirados pela ordem que tinha definido. e seriam o primeiro casal a fazer a entrada, e o segundo e eu o ficaríamos por último. olhava pro topo da escada a todo momento para ver se eu e as garotas já não estávamos descendo.

- Da próxima vez que me impedir de acabar com o Mark, você vai apanhar junto com ele. – disse pra em som quase inaudível, cumprimentando a Amber de longe. Olhou de relance pro topo da escada e quando viu que eu estava lá, ele nem sequer piscou. Sua boca se abriu involuntariamente e um sorriso fraco invadiu seu rosto.
- O que? – olhou pro , pois não havia entendido o que ele havia dito. nem o olhou, pois ainda me olhava no topo da escada. olhou pra ver o que o olhava e quando me viu, revirou os olhos. – Ah não, por favor! – fez careta.
- Ela esta linda.. – disse, quase sussurrando. Os olhos dele ainda estavam sobre mim, enquanto eu descia as escadas. Dessa vez, eu estava vendo ele. Eu vestia um vestido azul maravilhoso (VEJA O VESTIDO AQUI). O cabelo estava preso em um coque, as joias combinavam com a sandália e a maquiagem com a cor do vestido. descia as escadas bem atrás de mim. Ela usava um vestido verde claro (VEJA AQUI) e estava atrás dela, usando um vestido dourado (VEJA AQUI).

teve quase a mesma reação que , quando viu descer as escadas. sorria, esperando se aproximar. Também notou o quanto ela estava linda. ainda mantinha seus olhos sobre mim. Os garotos ficariam de um lado do tapete vermelho e as garotas do outro. Portanto, eu fui até a frente dele. Nos olhávamos sem vergonha ou constrangimento algum. O tapete vermelho estava entre nós, assim como estavam entre e e e . Aquele realmente não estava sendo um aniversário clássico com músicas lentas e marchas previsíveis.




OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ ESSE TRECHO:





As luzes se apagaram e eu não pude mais vê-lo. Uma luz forte focou a ponta da escada, quando a música ‘Move Your Feet’ começou a tocar. apareceu no topo da escada, ela estava maravilhosa. Seu vestido era enorme e brilhante (VEJA AQUI). Ela sorriu e começou a descer as escadas lentamente. Todos estavam olhando pra ela, como ela sempre sonhou.

Chegou no final da escada e estava lá para segurar a sua mão. sorriu pro e ele disse ‘Você está maravilhosa’ sem emitir som algum. Ela piscou discretamente pra ele. foi ao lado do e ele estendeu o seu braço para que ela colocasse o seu braço junto ao dele. Ela fez isso. Então, uma luz se manteve sobre eles, enquanto outra focou uma parte do tapete vermelho. Seria onde nós dançaríamos e introduziríamos a entrada de no tapete vermelho.

A música ficou mais alta e soube que havia chego a hora. Ela foi pro centro do tapete vermelho, enquanto colocava um rayban e fazia uma dancinha esquisita. Começou a fazer aquele já conhecido passo, em que você passa dois dedos pelos olhos. Eu e todos os outros convidados começamos a rir. A intenção de era exatamente essa. Diversão! e quase nem se tocaram, apenas dançaram próximos no ritmo da música.

olhou pra e riu, já envergonhado do que faria. riu e pisou no tapete vermelho. colocou as mãos em sua cintura e fez o mesmo. Ele se encararam e quando ficaram frente a frente, começaram a mexer a cintura pausadamente no ritmo do refrão. Quando chegou na parte do ‘ohhh’, eles ergueram uma das mãos e as giravam, como se estivessem rodando um laço, prestes a laçar um boi. Foi a coisa mais engraçada do mundo. Repetiram o mesmo passo umas três vezes.

Chegou a minha vez e do . Nos olhamos e já estávamos rindo. se aproximou no ritmo da música, assim como eu. Coloquei minhas mãos na cintura, mexendo-as de um lado pro outro. chegou em minha frente e estendeu suas duas mãos. Eu as segurei. Ele soltou uma delas e com a outra me girou. Depois que me girou, manteve-se segurando a minha mão. Ficou de costas pra mim, levando minhas mãos para a sua cintura. Colocou suas duas mãos pra frente, assim como eu e começamos a trazer nossas mãos pra trás e depois pra frente, como se estivéssemos puxando duas alavancas. A cada vez que puxávamos, dávamos um pulinho e mudávamos de lado (eu é quem ficava de costas pra ele e ele ficava atrás de mim). Fizemos isso umas 5 vezes, até que saímos do tapete vermelho, ficando ao lado dos outros casais.

A luz então focou apenas e . Eles pisaram no tapete vermelho. girou e eles dançaram de forma menos extravagante, como se estivessem em uma balada. segurava o seu grande vestido, enquanto ela e batiam um dos lados de suas cinturas. A dança deles também foi um pouco mais longa, por motivos óbvios. Muitos convidados da festa também dançavam, mesmo estando fora do tapete vermelho.

A música acabou e e finalizaram em uma pose engraçadíssima. Os convidados riram e aplaudiam a grande criatividade. Eu, e o resto grupo riamos como retardados, um zoando a dança do outro.

- , fiquei muito excitado com rebolado. Juro, cara. – disse, tentando ficar sério.
- Valeu, mas a sua dança do canguru não foi nada sensual. – gargalhou.
- Pois é, o sol me atrapalhou. – disse e todos olharam pra ele, sem e entender.
- Que sol? – arqueou a sobrancelha.
- E por que vocês acham que o está usando esse belo rayban? – olhou pro e todos riram, entendendo a piada.
- Para de ser invejoso, . – gargalhou.
- Se alguém colocar isso no youtube, vai ter porrada. – disse, tentando se manter sério.
- Eu não vou colocar, amigo. Acredite. – disse, também estava envergonho com a sua dança.
- As ideias da são geniais. Todos se divertiram. – gargalhou.
- Eu também adorei a ideia. – Eu também ri.
- Eu achei que você não iria lembrar dos passos. – sorriu pra mim, querendo puxar algum assunto.
- Eu ensaiei com as garotas. – Eu disse e nós dois rimos.
- Boa estratégia. – sorriu, me olhando daquele jeito nem tão sério e nem tão alegre, que me deixava constrangida.

começou a cumprimentar os seus parentes mais próximos. Alguns ela abraçou, outros ela apenas cumprimentou de longe. Também abraçou os amigos, agradecendo por tudo ter saído como ela imaginou. Ela não tinha tempo de falar com todos que estavam lá, por que a valsa estava prestes a começar.

A hora da valsa foi anunciada pelo microfone. Todos foram pro centro do salão. O tapete vermelho foi retirado e uma roda foi feita em volta da . se aproximou, enquanto a valsa começava a tocar. Ele puxou pra mais perto e eles começaram a dançar a valsa. Essa era a parte mais tradicional da festa. e eram perfeitos juntos. Depois de um tempo dançando sozinhos, outros casais se juntaram a e .




TROQUE A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:





Os casais começaram a dançar a valsa. continuava dançando maravilhosamente com o . com a . e finalmente descobriram a diferença entre valsa e forró e ali estava eu, parada no centro do salão, procurando por Mark. Onde ele estava? E se eu estava ali sozinha, com que estaria? Amber era o meu primeiro e mais certeiro palpite.

estava de pé, já um pouco distante do centro do salão. Não tinha intenção nenhuma de dançar. Sabia que eu dançaria com o Mark, então não queria ir até e se humilhar. Não estava sentindo vontade alguma de dançar. Ele era um dos poucos que estava afastado do local da dança. Amber percebeu e decidiu ir até ele. Não seria uma má ideia arrastá-lo pra dançar com ela. Amber se aproximava e percebeu e sorriu. Olhou pra pista de dança e me viu sozinha. O sorriso desapareceu do seu rosto. Amber não entendeu o que havia acontecido.

- Então você vai ficar a noite toda sozinho? – Amber disse, assim que chegou em frente ao . Ele deixou de me olhar para olhá-la. – Não vai dançar? – Amber disse, esperando pelo convite. voltou a olhar pra mim. Eu ainda estava sozinha no centro da pista de dança. Algo estava errado. Mark não estava lá!
- Na verdade, eu vou. – sorriu pra Amber. – Com licença. – disse, desviando de Amber e indo em direção a pista de dança.

A música continuava tocando e eu ainda estava parada no centro do salão. Esperava que Mark aparecesse no meio de toda aquela gente, que observavam a valsa. Estava pronta para abandonar o local da dança, quando alguém atrás de mim segurou a minha mão e me puxou. O forte puxão fez com que eu desse uma volta completa perfeita pra trás, que eu jamais seria capaz de dar, mesmo se tivesse ensaiado. Depois de terminar a volta, meu corpo se chocou contra o dele. Eu e estávamos tão próximos, que se um de nós nos aproximássemos mais um pouco, nos beijaríamos. Meus olhos decaíram até seus lábios rapidamente. Uma das mãos dele estavam em minha cintura e ele me olhava de forma tão séria e tão sedutora, que a minha vontade de beijá-lo triplicou. Ficamos naquela mesma posição por um tempo.

- O que.. você está fazendo? – Eu disse, gaguejando. Ainda dividia meus olhares entre os lábios e os olhos dele.
- Bem, tem gente que chama isso de dançar, mas.. eu não sei. – sorriu fraco, sem mostrar os dentes. Ele sabia! Ele sabia que estava me deixando maluca com tanta proximidade. Eu também o odeio por isso. – Vamos, pegue a minha mão. Isso já está ficando um pouco constrangedor. – disse, vendo que muitas pessoas olhavam pra nós, que apenas tínhamos nossos corpos grudados. Não havíamos começado nenhum movimento de valsa. Levei minha mão até a dele e a minha outra mão estava em um de seus ombros, como nos ensaios.

O inicio da dança, fez com que nos afastássemos um pouco, porém ainda estávamos muito próximos. Olhei pro rosto dele de bem perto para que pudéssemos conversar. Ele também olhava pra mim, enquanto dançávamos valsa entre os outros casais.

- Onde está o Mark? – Eu perguntei, séria. Logo imaginei que havia feito algo com ele.
- Preso no banheiro, provavelmente. – sorriu, achando graça.
- ! – Eu olhei pra ele, furiosa. Como ele pôde trancar o Mark no banheiro?
- Eu estou brincando! – me olhou, irritado. – Eu não sei onde ele está. Só sei que ele não está onde deveria estar, certo? – disse, se referindo a ausência de Mark durante a valsa.
- Deve ter acontecido alguma coisa. – Eu tentei justificar para não parecer idiota e não assumir que havia levado um bolo do Mark.
- Não importa. Ele não está aqui, eu estou. – sorriu falsamente. – Aliás, de nada. – disse, querendo que eu agradecesse ele por estar dançando comigo.
- Se está sendo tão difícil pra você fazer isso, por que você está aqui e não, dançando com a.. Amber? – Eu revirei os olhos ao dizer o nome dela.
- Por que eu sou um cavalheiro e não vou deixar você aqui sozinha. – respondeu com irritação, depois de revirar os olhos. – Mais alguma pergunta ou nós podemos dançar? – arqueou a sobrancelha, me olhando seriamente.

Não respondi, apenas suspirei, impaciente. Ele sorriu, satisfeito, pois sabia que eu atenderia o seu pedido. Aproximei ainda mais meu corpo do dele, fazendo com que a mão dele subisse alguns poucos dedos em minha cintura. Deixei de olhá-lo e aproximei meu rosto do dele, deixando nossas bochechas lado a lado. Elas se tocavam em alguns momentos.

Tudo aquilo estava sendo absurdamente estranho, tanto pra mim, quanto pra ele. Nós não estamos juntos, mas de repente estamos tão próximos de novo. O perfume dele já estava impregnado em meu nariz e as mãos dele me tocando, faziam com que eu sentisse uma estranha e boa sensação. Ele soltou a minha cintura e afastou o corpo, levantando minha mão para que eu girasse. Eu disfarcei um sorriso, quando notei qual era a intenção dele. Eu girei e ele voltou a me puxar pra perto. Voltamos a dançar na mesma posição de antes.

- Não deixe a saber, mas... – hesitou dizer. A voz dele sussurrando em meu ouvido me fez estremecer. Me arrepiei da cabeça aos pés e ele certamente notou. Aquela voz calma, doce e ao mesmo tempo tão sedutora, provavelmente não me deixaria dormir naquela noite.

Ele parou de dançar e deslocou o seu rosto para poder me olhar nos olhos. Meus olhos voltaram a ficar indecisos entre os lábios e os olhos dele. Ele segurou com mais firmeza em minhas costas e foi me deitando, arqueando seu corpo por cima do meu. Segurei o seu braço com medo de cair, mas eu sabia que ele jamais me deixaria cair. Nos olhamos por um bom tempo naquela posição. Eu jurava que ele me beijaria naquele instante. Eu estava errada. Ele ainda tinha que terminar a sua frase.

– Você.. é a garota mais linda da festa. – sorriu de forma doce e foi me levantando, fazendo com que ficássemos de pé e frente a frente novamente. Nos encarávamos, sem saber como reagir. Até esquecemos que havia música.
- Obrigada. – Eu sorri fraco, totalmente sem jeito. Até parecia que era a primeira vez que estávamos flertando. A mão dele ainda estava em minha cintura, a minha em seu braço. Nossas outras mãos ainda estavam coladas. Meu coração disparou totalmente quando os olhos dele desceram fixamente para os meus lábios.
- Me desculpa, ! – A voz de Mark quebrou rapidamente o clima que estava se estabelecendo ali. suspirou lentamente e revirou os olhos.
- Eu não acredito nisso... – negou com a cabeça, afastando-se do meu corpo para poder olhar Mark. Eu também olhei pro Mark, sem jeito por ele ter visto aquela cena. Ele deve estar confuso. Quer dizer, eu chamo ele pra ser meu par na festa e agora eu estava dançando com o meu ex-namorado. Qual o sentido disso?
- O que aconteceu? Tudo bem? – Eu perguntei, achando que algo havia ocasionado o seu atraso.
- Tinha uma garota passando mal lá fora. Eu levei ela pra casa. – Mark sorriu, chateado por ter perdido a valsa. - Agora ele é um herói.. – riu e encarou o chão. Não achava possível que eu acreditasse naquilo. - Mas tudo bem, por que parece que você já arrumou companhia. – Mark sorriu, depois de encarei furiosamente o . Ele parecia chateado. Não estava chateado comigo. Estava chateado consigo mesmo por ter perdido aquela valsa, que poderia ser o começo de qualquer coisa entre nós.
- Não, não.. – Eu disse, depois de me afastar um pouco do , que me olhou, furioso. – Nós só estávamos.. – Eu tentei explicar.
- Dançando! – completou a minha frase sorrindo falsamente pro Mark.
- Podem continuar. – Mark sorriu sem mostrar os dentes. Voltou a me olhar daquele jeito. Cortou o meu coração. – Eu só queria te explicar o por que de eu não ter aparecido. Eu.. – Mark continuou dizendo, quando viu o papel de idiota que estava fazendo ali no meio do salão. Eu e estávamos dançando e agora ele estava ali explicando coisas, que agora não tinham importância alguma. – Não importa. – Ele riu de si mesmo. - Nós nos vemos depois. – Mark sorriu fraco pra mim e saiu, todo decepcionado. Olhei ele se afastar e continuava ao meu lado, esperando pela minha próxima atitude.

Eu estava me sentindo horrível. Eu não podia ficar colocando ele no meio disso tudo. Quer dizer, eu briguei com o . Era só nesses momentos que eu ia atrás dele, quando o não estava presente, quando eu não podia correr pro . Isso estava me corroendo por dentro. Aquilo era egoísmo. Eu não sou assim. Eu não decepciono as pessoas que eu gosto. Eu não quero machucar nenhum deles. Tudo o que eu tenho feito ultimamente parece ser errado. Continuei olhando Mark se afastar. Eu tinha que ir atrás dele. Nem que fosse pra pedir desculpas e explicar o que realmente estava acontecendo. Qualquer coisa! Dei alguns passos em direção ao Mark, quando meu braço foi segurado bruscamente.

- O que você acha que está fazendo? – disse, me encarando. Seus olhares furiosos me matavam.
- Eu vou atrás do Mark. – Eu disse, olhando pra mão dele, que ainda estava apertando o meu braço.
- Não, você não vai. – sorriu e negou com a cabeça, incrédulo.
- Eu não tenho tempo pro seu ciúmes agora, . – Eu disse, tentando sair dali, mas a mão dele ainda estava em meu braço. – Me solte. – Eu puxei o meu braço com força.
- Eu vim aqui para que você não ficasse sozinha e agora você vai me deixar aqui? – tentou dizer com raiva. Ele ainda não acreditava que eu faria aquilo.
- E você acha que o Mark está aqui por que? – Eu perguntei, começando a ficar irritada. – Era pra ser você! Se você não fosse tão desprezível, infantil e idiota, o Mark não precisaria estar aqui essa noite. – Ok, agora eu estava irritada. – Mark veio pra me fazer companhia, . Eu não posso deixar ele sozinho. – Eu disse, tentando me livrar da mão dele novamente. O ódio nos olhos dele aumentaram.
- E por que você acha que eu estou aqui no meio desse salão, vestindo essa roupa quente e ridícula? – não estava conseguindo demonstrar a sua raiva. Ele estava se esforçando, mas havia decepção em sua voz. Olhávamos fixamente um pros olhos do outro.
- Amber está ali. Ela daria a própria vida pra dançar 2 minutos com você. Vá até lá e faça essa caridade. – Eu sorri falsamente, vendo Amber nos observar de longe. Ela conversava com algumas garotas. Acho que eram outras primas de .
- Eu não quero ela. – disse, impaciente. Fez uma pausa e suspirou, sendo vencido pela falta de orgulho. – Eu quero você. – disse de forma mais calma. Me olhou, esperando a minha reação. A minha raiva parecia ter ido embora. Meu coração voltou a disparar.
- Eu não posso fazer isso agora, . – Eu neguei com a cabeça, enquanto todos os sentidos do meu corpo pediam o contrario. Pediam que eu ficasse ali com ele.
- Por que não? – me olhou, indignado. – Por causa do Mark? – Ele fez careta.
- , tenta entender. Por favor! – Eu pedi, quase implorando. Ele não precisava dificultar as coisas agora.
- Eu não quero entender nada! – disse, furioso ao perceber que eu não havia cedido, mesmo depois do que ele havia dito. – Eu quero que você escolha. – me encarou, sério.
- Escolher? – Eu arqueei a sobrancelha. – Escolher o que? – Eu tinha uma hipótese, mas ela não podia estar certa.
- Eu ou o Mark. – soltou o meu braço, voltando a ficar de frente pra mim. Eu paralisei. Ele não podia estar fazendo isso comigo. Ele não podia estar me pedindo pra escolher. Era ridículo e totalmente injusto.
- Eu não vou fazer isso. – Eu sorri e neguei com a cabeça. Ele deveria estar brincando.
- Se você não escolher, eu vou considerar que você o escolheu. – continuava me olhando, sério.
- , não faz isso comigo. – Eu neguei com a cabeça, sentindo meus olhos arderem.
- ESCOLHE. – gritou, enfurecido. – AGORA! – continuou gritando. Várias pessoas a nossa volta pararam pra nos olhar.
- Para, ! – Eu pedi, sentindo meu corpo estremecer.
- Escolhe ele e eu juro que você nunca mais vai me ver. Eu não vou atrapalhar vocês! Eu juro. Eu só preciso ouvir você dizer. – disse, tentando esconder o quanto aquilo deixava ele mal.
- Para, para.. – Eu pedi, negando com a cabeça.

Você deve estar se perguntando: ‘você ama ele! Por que não escolhe ele de uma vez?’ Bem, apenas duas palavras pra você: Nova York. Como eu podia escolhê-lo, sabendo que dali algumas semanas eu vou estar em Nova York? Como escolhê-lo, sabendo que há dias atrás, eu escolhi Nova York? E eu sei que se eu o escolhesse, ele não me deixaria chegar perto do Mark. Mark estava ali por mim. Como eu poderia faz isso com ele? tinha que entender. Tinha que entender que eu só precisava dançar uma música com o Mark. Eu só precisava fazer o que ele viajou centenas de km pra fazer. não entenderia nisso. Ele nunca entende que eu odeio magoar as pessoas. Eu odeio fazer com as pessoas, o que eu tanto evito que façam comigo.

- Se você me escolher, eu prometo que eu passo por cima de tudo. Passo por cima do Mark, de Nova York. Qualquer coisa! Apenas escolha. – disse, como se fosse a coisa mais fácil do mundo!
- Você é maluco? Você tem noção do que você está me pedindo pra fazer? – Eu disse, indignada.
- Estou te dando a última chance de demonstrar o que você sente por mim. Estou te dando a sua última chance de lutar por isso. – disse, sério. Percebi que os olhos dele iriam começar a lacrimejar a qualquer momento.

Eu estava pronta pra escolhê-lo. Juro! Mas eu tinha que falar com o Mark antes. Eu tinha que explicar pra ele o que estava acontecendo. Eu tinha que deixá-lo ciente, antes que ele visse eu e nos beijando em algum canto da festa. Eu não posso fazer isso com ele. Eu não amo o Mark. Eu nunca vou amá-lo. Não da forma que ele quer. Eu amo o . Eu tenho toda a certeza do mundo. Mas eu não sou uma vadia quebradora de corações. Eu só preciso de 10 minutos pra explicar pro Mark. 10 MINUTOS e eu volto pro . Era a única coisa que eu queria.

continuava me olhando, aflito. Esperava pela minha escolha. O medo da minha resposta consumia cada parte do seu corpo. Uma escolha e nós realmente voltaríamos a ficar juntos. Uma escolha e tudo estaria acabado. Olhei pra ele e respirei com dificuldade.

- , eu preciso conversar com o Mark. – Eu respondi e neguei com a cabeça. paralisou e continuou me olhando com raiva, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.
- Ok, você fez a sua escolha. – disse com a voz trêmula. Meu coração se apertou. O desespero invadiu o meu peito, quando ele saiu, me deixando ali sozinha.
- Não, espera, . – Eu disse, correndo atrás dele, que estava indo em direção a saída do local. Quando o alcancei, entrei em sua frente. Já estávamos do lado de fora do salão. – Espera, ! – Eu coloquei uma das mãos no seu peitoral, fazendo-o parar de andar. Me olhou, furiosamente. Uma lágrima havia escorrido pelo seu rosto. Eu consegui ver os rastros dela em sua bochecha. – Me escuta! – Eu gritei, ficando cada vez mais desesperada. Ele estava chorando agora, por causa de mim! Voltei a olhar o vestígio de lágrima em seu rosto.
- Eu entendi, . – respondeu de forma grossa.
- Espera.. – Eu pedi, sentindo meu olhos se encherem de lágrimas. Me aproximei dele e coloquei minhas duas mãos em seu rosto, o olhando de mais perto. – Não faz isso. – Eu pedi, negando com a cabeça, enquanto começava a chorar.
- Presta a atenção, por que eu só vou dizer uma vez! – continuou sendo grosseiro. Colocou a mão em minhas mãos, que ainda estavam em seu rosto e as tirou de lá de forma grosseira. – FICA - LONGE- DE- MIM! – Ele quase soletrou, gritando. – Eu não quero mais ver você. – continuou me olhando. Mais lágrimas alcançaram os seus olhos e ele fez a cara mais triste do mundo, quando tentou escondê-las de mim. Me condenou com os olhos uma última vez e se virou, saindo e me deixando ali sozinha, observando-o se afastar. Ele não estava indo embora da festa, estava voltando pra dentro do salão.

Um dor enorme invadia o meu peito a cada segundo. Saber que eu havia perdido e que agora isso era real acaba comigo. Eu não havia escolhido o Mark. Eu nunca escolheria o Mark. Quando for uma opção, eu nunca vou escolher outra pessoa. É ele quem eu amo, é ele quem eu quero. Nada, nunca vai mudar isso. Mas.. é complicado. Eu não podia fazer uma coisa assim com o Mark, não sem antes avisá-lo, conversar com ele sobre os meus sentimentos, sobre como eu me sentia sobre ele e sobre o . Ele entenderia. Eu tenho certeza. Essa é a diferença entre ele e o . Mark me entende. Entende minhas atitudes e decisões. Deve ser por isso que eu amo o e não ele. Eu preciso de alguém que me confronte, que me faça fazer algo que eu não esteja acostumada a fazer, alguém que me faça cometer loucuras. é essa pessoa.

Eu não sabia mais o que fazer, pra onde ir, com quem falar. Minhas mãos tremiam, enquanto eu tentava secar as lágrimas em meu rosto para que a maquiagem não borrasse tanto. Senti que alguém se aproximava e não quis me virar. Não queria que me vissem chorando. Não queria ter que explicar aquilo pra alguém.

- Está tudo bem? – Era a voz de Mark. Eu fechei os olhos e fiz careta. Eu teria que ter essa conversa com o Mark logo agora?
- Está. Eu só.. – Eu me virei e sorri fraco. Mark ficou sério e preocupado. Passei as mãos pelo meu rosto, secando as lágrimas e esperando que ele não as visse.
- Você estava chorando? – Ele se aproximou, preocupado.
- Eu só.. – Eu tentei mentir. Não consegui. Olhei pra ele novamente, séria. – Nós temos que conversar, Mark. – Eu disse e ele continuou me olhando com aquela expressão de preocupação.
- Sobre o que? – Mark arqueou a sobrancelha.
- Sobre isso. – Eu disse, olhando pra minhas mãos, que brincavam uma com a outra. Voltei a olhá-lo.
- Estou te ouvindo. – Mark sorriu fraco. Não fazia ideia do que se tratava, mas já sabia que não era uma coisa boa.
- Eu.. – Eu comecei a dizer, fiz uma breve pausa e sorri. – Eu não sei como dizer isso. – Mark me encarou.
- Você pode falar comigo sobre qualquer coisa. – Ele me olhou de forma doce. – É sobre o , certo? – Mark deduziu e eu estremeci só em ouvir aquele nome.
- É sobre você e eu. – Eu deixei de olhá-lo para encarar o chão por alguns segundos. Voltei a olhá-lo, sem saber por onde começar.
- Isso não é bom. – Mark disse com a voz triste. Droga, por que isso é tão difícil?

havia entrado na festa e passado rapidamente por todos. Foi em direção ao lado detrás da salão de festas. Havia alguns bancos e um belo jardim. Amber percebeu quando ele passou por ela. Ela percebeu que algo havia acontecido e foi atrás dele. A maioria dançava e por isso mais ninguém notou.

Amber chegou do lado detrás do lugar e viu de costas, sentado em um dos bancos. O observou por um tempo, pensando se deveria se aproximar ou não. Decidiu se aproximar e se sentou ao seu lado. Ficou em silêncio por um tempo. não se moveu e também não disse nada.

- Você está bem, ? – Ela perguntou, depois de olhar pra ele e percebido que ele havia chorado. Ele estava com o olhar fixo no chão. Os cotovelos apoiados nos joelhos e suas costas arqueadas. Deixou de olhar o chão e olhou pra Amber com sua triste expressão. – Pergunta estúpida. Já entendi. – Amber fez careta. – Eu posso ajudar de alguma forma? Você precisa conversar? – Amber disse, preocupada. Continuava olhando pro . Não conseguia tirar seus olhos dele. Não conseguia deixar de perceber o quanto ele estava lindo.
- Não quero te incomodar com isso. Volte pra festa. Eu vou ficar bem. – sorriu e negou com a cabeça.
- Não é incomodo nenhum. – Ela também sorriu. Ficaram em silêncio por um tempo. Ela não queria aceitar, mas sabia que aquele sofrimento tinha nome. – É ela, não é? – Amber deduziu. a olhou, confuso.
- Você sabe? – perguntou, perplexo. Achava que Amber não sabia sobre eu e ele.
- E tinha como não saber? Todos viram o jeito que você a olhou quando ela chegou na festa. Todos viram o jeito que vocês dançaram. – Amber sorriu fraco. sorriu sem mostrar os dentes e negou com a cabeça. O que isso importava agora? Amber saber não fazia diferença alguma.
- Não importa. Nada mais importa. – deixou de olhá-la, voltando a encarar o chão.

Eu ainda tentava arrumar um jeito bom de dizer aquilo ao Mark. Eu ainda pensava em alguma forma de não decepcioná-lo, de não quebrar o seu coração. Eu nunca quis isso. Mark não sabia exatamente o que eu queria dizer, mas sabia que era ruim. Ele sabia que no final daquela conversa ele não estaria feliz.

- Me desculpa, Mark. – Eu neguei com a cabeça, olhando com tristeza.
- Você não precisa fazer isso. – Mark negou com a cabeça.
- Eu preciso, porque você não merece isso. Eu não posso fazer isso com você! – Eu disse com dificuldade, enquanto sentia as lágrimas voltarem aos meus olhos.
- Eu não estou te culpando. Eu entendo você. – Mark disse, triste.
- Me desculpa, mas... eu amo ele. – Eu disse, quando as lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos. A expressão de Mark acabou comigo. Eu me odeio. Juro! – Eu gosto de você. Acredite nisso, mas não é do jeito que você quer. Não é do jeito que eu queria. – Eu disse e Mark sorriu sem mostrar os dentes e negou com a cabeça.
- Você não tem que se desculpar por algo que não sente. Não é sua culpa. – Mark queria se aproximar, mas preferiu não fazer isso. Chegar perto demais poderia transformar aquilo muito mais difícil do que já estava sendo pra ele.
- Eu me sinto tão mal por isso, por que parece que eu sempre acabo fazendo um de vocês de idiota. Parece que eu estou sempre manipulando um de vocês. Eu não sou assim. Eu não sei o que estou fazendo. – Eu expliquei, passando as mãos em meu rosto, tentando secar as lágrimas em meu rosto.
- Está tudo bem. Você nunca me manipulou. Eu sempre soube que você amava ele. – Mark decidiu se aproximar. Me olhou de bem perto e passou uma das mãos em meu rosto, me ajudando a secar todas aquelas lágrimas.

Mark estava quebrado em milhares de pedaços. Ele estava mais machucado do que nunca, mas ele não queria me deixar perceber isso. Ele não queria me fazer sofrer com o seu sofrimento. Quando se ama uma pessoa, você deixa de amar a si mesmo para amá-la. Ele sabia o que tinha que fazer e faria, por mais que aquilo fizesse ele sofrer o resto da vida.

- Preste atenção. – Mark olhou em meus olhos, sério. Já não estava tão perto. – Você não quer me magoar, certo? – Ele perguntou.
- É claro que não. – Eu disse, sem entender onde ele chegaria com aquilo.
- Então eu quero que faça algo pra mim. – Mark continuava sério. Eu ainda não sabia do que se tratava.
- Fazer o que? – Eu perguntei, confusa.
- Vá atrás dele. – Mark deu um pequeno sorriso.
- Atrás do ? – Que história é essa agora? Eu não estava entendendo nada.
- Você ama ele, não ama? – Mark perguntou.
- Ele não quer falar comigo, Mark. – Eu expliquei, achando que o que ele estava me pedindo era loucura.
- Então faça ele te ouvir. – Mark disse como se estivesse me dando uma ordem. Olhei pro Mark, ainda sem entender que diabos ele estava fazendo.
- O que você está fazendo? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Estou fazendo a coisa certa. – Mark continuou me olhando, sério.
- Eu não vou fazer isso. Eu não.. consigo fazer isso. – Eu disse, negando com a cabeça.
- Você tem coragem de vir me dar o fora, mas não tem coragem de dizer a ele que você o ama? – Mark também arqueou a sobrancelha. Eu não consegui responder. – Isso sim é um motivo pra você se sentir mal. Amor e orgulho não andam juntos, . – Mark disse, parecendo estar irritado. Saiu e me deixou ali, mais confusa do que eu já estava.

Eu não sei se entendi o que ele quis dizer, mas talvez eu devesse fazer o que ele me pediu. Ir atrás do e tentar fazê-lo entender tudo isso. Dizer que era ele quem eu escolheria, mas.. eu não sei se ele me ouviria. Nem se eu persistisse. Ele acabaria falando o que eu não queria ouvir e me deixaria ainda pior do que eu já estava. Mas e se ele ouvisse? Talvez eu devesse tentar. Por que não tentar?

Andei em direção ao salão, entrei e vi todos dançando. Olhei por todos os cantos e não encontrei . Meus amigos dançavam e pareciam estar se divertindo. Olhei mais uma vez pelo lugar e não encontrei . Ele não podia ter ido embora. Eu estava na saída do lugar. Eu o teria visto sair. Me aproximei da pista de dança e fui ao lado de , que dançava com .

- Você viu o ? – Eu perguntei, gritando em seu ouvido. A música estava alta.
- Não. – negou com a cabeça.
- Eu acho que vi ele indo pelos fundos. – apontou pra porta, que dava passagem pros fundos do local.
- Obrigada, . – Eu olhei pra ela com gratidão e sai rapidamente em direção aos fundos do local. Cheguei na porta e a abri, fechando-a em seguida. Fiquei em silêncio, pois pensei ter escutado vozes. Dei mais alguns passos silenciosos e o volume das vozes foram aumentando. De longe, avistei de costas. Sorri, aliviada por ele não ter ido embora. Comecei a dar alguns passos em direção a ele, quando vi que ele não estava sozinho. Amber estava ao seu lado. Um sentimento de raiva e dor se misturaram dentro de mim. Eu queria ir até Amber e tirá-la de perto dele pelos cabelos, mas eu não podia fazer isso. Ela não estava fazendo nada de errado. é solteiro e ela sempre foi apaixonada por ele. Talvez ela tenha mais esse direito do que eu.

Eu não sei o que sente por ela, mas eu sei que havia uma conexão entre eles. Talvez seja coisa da minha cabeça ou ciúmes mesmo. Mesmo que eu não queira assumir, de todas as outras garotas que se interessou, Amber é melhor. Era isso que me preocupava, era isso que tanto me irritava nela. Se havia alguém que pudesse tirá-lo de mim era ela. Ela era uma boa garota, bonita, simpática e tinha todos os requisitos pra ser a garota certa pra ele.

Fiquei em duvida se deveria ir até lá ou não. Eu queria falar com o , eu precisava falar com ele, mas se ele já estava se acertando com ela eu não podia atrapalhar. Não se eu deixaria a cidade dali algumas semanas. Dei mais alguns passos silenciosos e parei atrás de uma parede, que separava o salão do jardim. Eu conseguia ouvi-los perfeitamente dali. Não era certo ouvir a conversa deles. Eu sei! Mas talvez isso me ajudaria a definir o que eu faria.





- Então.. nós ficamos juntos. – disse com a voz triste. – Foi.. – sorriu fraco ao se lembrar. – Foi épico, sabe? – olhava pro chão, enquanto contava rapidamente a nossa história pra Amber. – Eu estava feliz. Pela primeira vez, estava tudo onde deveria estar e.. eu estava feliz. Estava feliz pelo simples fato de poder ouvi-la dizer que me amava todos os dias. – olhou pra Amber, sorrindo sem mostrar os dentes. Amber negou com a cabeça. Ela me odiava ainda mais agora por ter feito ele sofrer.
- O que aconteceu? – Amber perguntou, querendo saber a continuação da história.
- Nós brigamos, como sempre. – sorriu. As brigas eram tão comuns entre nós, que já nem era algo que causasse grande impacto na nossa relação.

Eu ouvia cada palavra que ele dizia, sentindo o meu coração pesar a cada minuto. Eu não me importava se ele estava dizendo tudo aquilo para a Amber. A única coisa que me importava era que ele estava contando a nossa história a partir do ponto de vista dele. Era tão lindo ouvi-lo contar sobre tudo com tanta intensidade e emoção, por que era exatamente do jeito que eu me sentia. Eu também estaria descrevendo o que vivemos daquela forma, mas ele não me ouviria dizer. Ele nunca me ouvia dizer nada sobre isso, por que eu nunca falava sobre isso. Eu nunca disse a ele como eu realmente me sentia, o que ele realmente representava pra mim.

- Então, eu descobri que ela vai pra Nova York. – disse, voltando a apoiar seus cotovelos em seu joelho, enquanto encarava o chão.
- Como assim? – Amber não entendeu como isso poderia ser ruim.
- Ela vai morar lá, Amber. – disse, sentindo as lágrimas alcançarem os seus olhos.

Mesmo não vendo o rosto dele, eu pude perceber que ele estava prestes a chorar pelo tom da sua voz. Meus olhos também começaram a lacrimejar. Tudo piorava quando chegávamos no assunto ‘Nova York’. Tudo piorava quando nós finalmente entendíamos que ficaríamos longe um do outro.

- Eu nem sei o que dizer, . – Amber não sabia como ajudá-lo.
- Nós já brigamos outras vezes. – sentiu que não conseguiria mais segurar as lágrimas dentro dos olhos. – Mas.. nós sempre conseguíamos superar. Eu sempre dava um jeito de trazê-la de volta pra mim. – passou a mão embaixo dos olhos, quando sentiu uma lágrima escorrer. – E agora.. – negou com a cabeça. Mais lágrimas desceram pelo seu rosto e ele desistiu de tentar enxugar todas. – Eu já tentei tudo. – Só sabia a dor que estava sentindo em finalmente poder dizer aquilo pra alguém. Em finalmente dizer algo que ele não estava conseguindo aceitar. - Você não faz ideia de como é pra mim, saber que o meu tempo está acabando e eu ainda não consegui arranjar um jeito dela voltar pra mim. – disse com a voz trêmula.

Eu também chorava do outro lado da parede. Mais uma vez, eu entendia exatamente o que ele estava dizendo. Eu também estava sentindo aquele mesmo medo de não tê-lo de volta. De que aquela nossa briga tenha sido a última, de que eu nunca mais ouvisse ele dizer que me amava, daquele jeito verdadeiro que só ele conseguia dizer. Passei as mãos cuidadosamente pelos meus olhos para que eu não borrasse a pouca maquiagem que havia restado. Eu tinha que sair dali. Eu não aguentava mais ouvir aquilo, eu não aguentava mais ouvi-lo sofrer por mim.

Sai dali, voltando a dar passos lentos. Continuava tentando secar as lágrimas em meu rosto, enquanto caminhava lentamente pra dentro do salão. Minhas mãos tremiam por um motivo que eu desconhecia. Talvez eu estivesse nervosa pelo que havia ouvido, ou talvez fosse o meu medo, mostrando que eu realmente não sabia o que esperar da minha vida a partir de agora. Entrei no salão de cabeça baixa. Eu não precisava que todos soubessem que eu havia chorado.

- ! – Alguém gritou. e apareceram em minha frente. – Você vai ter que subir no palco! – Elas disseram numa euforia.
- O que? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Vai ter uma homenagem dos amigos pra . Você é a que fala melhor em público e você é boa com as palavras. – explicou, falando rapidamente.
- É, você tem que ir lá representar todos nós. – sorriu, empolgada.
- Mas eu nem ensaiei nada pra falar. – Eu disse, quando elas começaram a me empurrar em direção ao palco.
- Você não precisa ensaiar! Vai lá! – disse e ela e a me empurraram para as escadas, que dava ligação para o palco. Eu ia desistir, mas quando olhei pra trás e vi que todos já estavam parados, olhando pra mim, esperando pela minha homenagem, eu percebi que não tinha como.

Péssima hora pra fazer uma homenagem. Eu não estava com clima pra nada daquilo, não agora, não depois do que eu ouvi. Eu subi as escadas, ainda sem saber o que diria. O microfone foi dado em minhas mãos e eu o segurei, pensando em sair dali correndo. Encarei o público, sentindo meu estomago embrulhar. e me pagariam por aquilo mais tarde! Me perguntei se todos estavam percebendo que eu havia chorado e que essa estava sendo uma das piores noites da minha vida. Certamente não. Olhei pra , ela estava com um sorriso enorme no rosto. Foi aquele sorriso dela que me deu forças pra começar a dizer algumas verdades.

- Hey.. – Eu sorri, sem jeito. – Eu fui meio que intimida pra fazer isso. Então, me desculpem se isso não for bom, por que realmente não foi nada planejado. – Eu continuei a sorrir. – Bem, eu e a somos amigas desde.. sempre. é o tipo de amiga super protetora, sabe? Eu e os meus amigos costumamos dizer que ela é a nossa 2° mãe. – Eu disse e ri. – Ela está sempre cuidando de todo mundo. Ela está sempre concertando as besteiras dos outros e tentando nos fazer ver a coisa certa. – Eu disse, olhando pro público.

entrou novamente no salão e eu o vi imediatamente. Ele estava ao lado da Amber e quando me viu sobre o palco, ficou sério. Eu estremeci ao vê-lo. Eu meio que perdi a noção do que estava fazendo e dizendo por alguns segundos. Ele e todas as outras pessoas perceberam , pois eu fiquei alguns bons segundos parada, olhando pra ele.

- Se não fosse pela , nos certamente já teríamos matado uns aos outros. – Eu disse, me lembrando de quantas vezes ela fez eu e nos acertar depois de uma briga. – Ela gosta que fiquemos unidos e ela faz de tudo para que isso aconteça. – Eu olhei pra dessa vez. – , o que eu quero dizer é que nós apreciamos você e tudo o que você fez e continua fazendo por nós. – Eu sorri pra ela e vi que algumas lágrimas de felicidade escorriam pelos olhos dela. – Você é muito importante pra todos nós e nós certamente não seriámos os mesmos sem você e seus valiosos conselhos. – Eu pausei rapidamente. – Nós te amamos, . Obrigada por tudo. – Eu finalizei e todos começaram a aplaudir. Ufa! Eu acho que consegui!

me olhou de longe e fez um coração com as mãos. Eu ri e fiz o mesmo coração. Ela disse ‘Eu te amo!’, sem emitir som algum e mesmo de longe, eu entendi o que ela havia dito. Eu retribui as palavras, enquanto todos continuavam aplaudindo. Deixe de olhar pra por alguns segundos e voltei a olhar pro . Eu sabia que eu tinha que descer do palco agora, mas eu havia tido uma ideia e ela parecia tão certa.

- Se a permitir, eu gostaria de falar mais algumas palavras pra uma pessoa. – Eu olhei pra ela, esperando pela sua permissão. sorriu pra mim de longe, olhou pro e depois voltou a me olhar. Ela concordou com a cabeça e piscou um dos olhos. Ela sabia exatamente o que eu faria. Ela sempre sabia.

Depois de tudo o que eu havia ouvido de Mark e de hoje, eu havia tomado uma decisão. Uma decisão de fazer algo que eu nunca havia feito antes. Uma atitude que as pessoas vêm esperando de mim há um bom tempo. Olhei pro rapidamente e ele também olhava pra mim, sem saber o que esperar. Mark apareceu do outro lado do salão. Também olhei pra ele e ele afirmou com a cabeça, querendo me dizer que eu estava fazendo a coisa certa. Voltei a colocar o microfone em frente a minha boca.

- Bem, eu.. – Eu não conseguia continuar. Eu neguei com a cabeça. Por que era tão difícil pra mim fazer aquilo? - Me desculpe, eu não sei como fazer isso. – Eu sorri e voltei a olhar pro . Ele continuava me olhando sério. – Eu... eu gosto desse garoto e.. – Eu dei uma outra pausa. QUE DROGA! POR QUE EU NÃO CONSEGUIA FAZER ISSO? – Eu nunca fiz isso, sabe? Se declarar em público não é um dos meus pontos fortes. – Eu ri de mim mesma. – As pessoas dizem que eu falo bem em público, que eu sou boa com as palavras, mas quando o assunto é ele.. – Eu sorri, sem jeito. – Eu perco as palavras, eu me perco inteira, por que.. – Eu hesitei continuar. – Eu não sei por que. – Eu encarei o chão por alguns segundos, tentando continuar com aquilo.

já não estava tão sério. Ele estava aflito, sentia as batidas do seu coração duplicar de velocidade a cada segundo. Suas mãos suavam frio e ele não tirava os olhos de mim. Ele não tinha certeza sobre quem eu estava falando. O seu medo de que fosse Mark era maior do que tudo. Passou pela sua cabeça que pudesse ser ele, mas não se convenceu disso, já que estávamos brigados. Pra ele, eu havia escolhido o Mark e se eu havia escolhido o Mark, não havia motivos para eu estar me declarando pra ele agora.

- Nós nos apaixonamos e ficamos juntos. – Eu olhei pro , séria. As lágrimas já estavam em meus olhos. Era ridículo! Era só eu falar sobre ele, que eu chorava. Por que eu não parava de chorar? Droga! – E.. foi épico. – Eu usei as mesma palavras que ele havia usado com Amber há minutos atrás.

Quando me ouviu dizer, ‘épico’ ele sabia que o cara do qual eu estava falando era ele. A expressão de seu rosto mudou. Era uma mistura de tristeza e felicidade. Felicidade por que eu finalmente estava me declarando pra ele e tristeza por que era tarde demais.

- Eu nunca achei que seria tão feliz, eu nunca achei que alguém me amaria da forma que ele me amou. Eu nunca achei que eu fosse capaz de amar alguém desse jeito, do jeito que eu amei ele. – Uma lágrima finalmente escorreu pelos meus olhos. Ao ver aquela lágrima, negou com a cabeça, pois diversas lágrimas também invadiram os seus olhos. – Agora, eu estou deixando ele por causa de um sonho. Meu sonho. – Eu passei as mãos pelos meus olhos, para secar as lágrimas. – Eu só queria que ele soubesse, que.. – Olhei pra ele e sorri o máximo que eu pude. O máximo não era suficiente. – Você sempre vai ser a minha primeira opção. – Eu disse com a minha voz de choro. me olhou com tristeza e virou de costas, saindo novamente pra parte de fora do salão.

não queria ouvir mais nada. não queria ouvir isso agora, que tudo estava acabado. Ele estava com raiva. Raiva por eu não ter feito isso antes. Raiva por eu ter sido tão fraca, tão orgulhosa e ter resolvido dizer tudo aquilo logo só agora. Logo agora que as coisas pareciam não ter mais volta. também tinha raiva por estar chorando mais uma vez, sofrendo mais uma vez, mas nada se comparava a maior raiva que sentia, que era a raiva por ter se sentido o cara mais sortudo do mundo, por ser o cara do qual eu estava falando naquele palco.

- Obrigada. – Eu disse, me afastando do microfone e saindo do palco o mais rápido que eu conseguia. Muitas pessoas me olhavam com pena agora, mas eu não me importo. Ele estavam certos. Eles deveriam mesmo sentir pena de mim, por ter perdido o homem que eu mais amei em toda a minha vida.

Desci do palco e veio correndo atrás de mim. Ela havia entendido o que havia acontecido e queria ajudar da forma que pudesse. Ela se aproximou e me abraçou, sem que eu precisasse pedir nada. Eu a abracei forte, tentando parar de chorar. Um abraço era tudo o que eu precisava naquele momento.

- Você precisa de alguma coisa, ? Qualquer coisa. – terminou o abraço e olhou pro meu rosto coberto de lágrimas.
- , tudo bem? – também veio correndo até mim. Algumas pessoas olhavam pra mim, mesmo a música já tendo voltado a tocar.
- Eu.. só preciso ficar sozinha. – Eu olhei pra eles, agradecida. – Obrigada. – Eu tentei sorrir e sai rapidamente em direção a parte de fora do local. Comecei a andar pelo lugar, sem rumo algum. Como eu já disse, eu só queria ficar sozinha e pensar. Pensar em tudo que estava acontecendo, em tudo que eu estava perdendo.

Depois de um bom tempo andando por ali, vi ele de costas. As mãos estavam no bolso da calça e ele não se movia. O olhar estava perdido e as lágrimas em seus olhos. Me aproximei um pouco mais, mas quando cheguei a menos de 5 passos dele, não tive mais coragem de me aproximar. Decidi parar por ali mesmo. percebeu que eu estava ali e decidiu continuar de costas. Preferia não me ver agora.

- Aquele parecia ser o único modo de fazer você me ouvir, mas mesmo assim, eu não consegui falar tudo o que eu precisava. Eu não consegui. – Eu disse, sentindo meu corpo pesar.

Aquela era a pior coisa que eu já havia feito. Fiquei em silêncio por um tempo. Ele não se manifestou de nenhuma forma. Continuou parado. Ali eu soube que ele não me responderia. Não seria uma conversa. Eu falaria e ele escutaria. Ele nem se viraria para me olhar nos olhos.

A cada segundo que ouvia a minha voz, sentia o seu peito apertar. Ele sabia que aquele era um dos nossos últimos momentos juntos. Ele sabia que aquele era algum tipo de despedida. estava tão fraco e mal com isso tudo, que ele não conseguia nem tomar uma atitude. Ele não conseguiria nem olhar pra mim sem chorar. Escutar era a única coisa que ele estava fazendo, enquanto os olhos perdidos olhavam uma roseira que havia do outro lado da pequena praça.

- Eu só queria te agradecer. – Eu disse, sentindo meus olhos arderem. Deixei de olhá-lo e encarei o chão, fazendo qualquer esforço para não chorar. – Agradecer por você estar comigo nos piores momentos da minha vida, que eu jamais conseguiria superar sem você. – Foi inevitável não pensar na tia Janice. permanecia forte e continuava sem se mover. – Agradecer por todos os momentos incríveis que você me proporcionou, apenas pra ver sorrir, pra me fazer feliz. – Tarde demais. As lágrimas já estavam escorrendo pelos meus olhos. Tentei não demonstrar isso em minha voz, para que não percebesse.

Quando eu disse aquilo, milhares recordações vieram a cabeça de . Nova York, o pedido de namoro, o passeio no Camping. Ele parecia estar revivendo tudo aquilo de novo, mas dessa vez havia um enorme buraco doloroso em seu peito. As lágrimas que ele tanto evitou, agora estavam encharcando seus olhos. Seus olhos agora olhavam qualquer coisa em sua frente, qualquer coisa que podia fazer aquelas lágrimas desaparecerem.

- Eu também quero agradecer por.. – O meu choro me interrompeu. Olhei pra ele novamente de costas. percebeu que eu chorava e isso fez a dor aumentar e as lágrimas também. Elas já não cabiam dentro de seus olhos, mas ainda as segurava. Fez uma careta de esforço, para segurar as tais lágrimas. Continuava de costas. – Obrigada por me amar. – Eu disse com dificuldade. A minha voz trêmula dividia o coração de em dezenas de pedaços. – Obrigada por me ensinar a amar. Eu acho que.. eu nunca descobriria o verdadeiro significado disso sem você. – As lágrimas escorriam rapidamente dos meus olhos e percorriam por todo o meu rosto.

Ao ouvir aquelas palavras, não conseguiu mais conter as lágrimas. A expressão de tristeza invadiu o seu rosto, enquanto as lágrimas começavam a escorrer em grande quantidade. Ele negou com a cabeça, não querendo aceitar que aquele momento finalmente havia chego. Era a oficial despedida. Abaixou a cabeça, olhando pro chão e respirou com dificuldade.

- Nós passamos por diversos problemas, mas você nunca desistiu. Você nunca desistiu de mim, até hoje. Essa é a melhor coisa que já fizeram por mim, . Então, obrigada. – Meu rosto estava banhado em lágrimas. Minha voz já quase não saia e minhas mãos tremiam. fechou os olhos por alguns minutos, sabendo que aquele era um dos únicos jeitos de parar as lágrimas.

Olhei ele de costa uma última vez. Passei minhas mãos por debaixo dos meus olhos, secando o meu rosto. Eu não sabia o que estava passando pela cabeça dele. Eu só queria saber como ele estava se sentindo, mas eu não estava nem olhando nos olhos dele. Uma dor dentro de mim foi crescendo e eu resolvi sair dali, antes que eu acabasse voltando a chorar. Me virei de costas e dei alguns passos.

notou que eu estava indo embora e um desespero tomou conta da sua mente, do seu corpo. Eu realmente estava indo embora e dessa vez era de verdade, era a última vez. Tudo o que ele passou 6 anos sonhando estava acabando. Sabe, quando bate aquele desespero quando seu sonho está prestes acabar? Desespero por saber que não viverá aquilo de novo e que agora ele fará parte do seu passado? não estava pronto pra isso. Virou-se e viu eu me afastar. Eu não havia me distanciado tanto.

- E AGORA? – Ele gritou, abrindo os braços. Ele havia voltado a chorar. Parei de andar no mesmo instante em que ouvi a sua voz. Minha coração chorava junto comigo. Me virei para olhá-lo e quando vi o seu rosto todo molhado, minha respiração entrou em rápido descompasso. Não tive coragem pra dar um passo sequer. – O QUE EU FAÇO? – Ele deu alguns passos na minha direção. – PRA ONDE EU VOU? – Ele voltou a gritar, enquanto chorava. Chegou até mim e parou em minha frente. Eu neguei com a cabeça, sem acreditar que finalmente estávamos passando por aquilo. Minha expressão de tristeza tentava fazer as lágrimas pararem.

Aquelas perguntas demonstravam exatamente o que estava sentindo agora. Ter aquele sonho, me amar é algo que sempre fez parte da sua vida. Agora tudo estava perdido. Ele estava perdido. Tão perdido que ele nem sabia mais o que fazer, pra onde ir. Ele perdeu o chão. Perdeu qualquer coisa que sustentasse a sua dor e desespero.

- Hey, me escuta. – Eu me aproximei ainda mais dele e coloquei minhas duas mãos em seu rosto, precisamente em suas bochechas. – Eu vou pra Nova York e você vai ficar aqui. – Olhei em seus olhos. – Você vai fazer a faculdade que você tanto quer. Você vai arrumar emprego e vai comprar o apartamento que você tanto sonha. – Eu sorri em meio as lágrimas que cercavam os meus lábios.

olhava cada detalhe do meu rosto como se fosse a última vez. As lágrimas escorriam de seus olhos sem ele fazer nenhum esforço. Olhou os meus olhos e eu pude ver seus cílios molhados e sentir sua respiração fraca de bem perto.

- E então você vai encontrar uma garota. Ela vai ser linda, engraçada e incrível. Ela vai te amar mais do que qualquer coisa. – Mesmo com um sorriso nos lábios, as lágrimas ainda desciam dos meus olhos. - O sorriso dela vai fazer você se sentir o cara mais sortudo do mundo. O seu olhar e o seu toque vão fazer ela se arrepiar da cabeça aos pés e quando você abraçá-la.. – Não consegui manter o sorriso, mas o choro eu mantive. Eu neguei com a cabeça. – Quando você abraçá-la, , ela vai sentir a maior paz do mundo. – escutava tudo, olhando em meus olhos, enquanto várias lágrimas continuavam escorrendo de seus olhos. Minhas mãos ainda estavam no rosto dele. – Ela vai fazer você o cara mais feliz do mundo. – Eu voltei a sorrir fraco, mas o sorriso logo se desfez, quando eu fui dizer a minha última frase. A frase que mais doía dizer. – Ela vai fazer o que eu nunca fui capaz de fazer. – Eu disse, respirando fundo e o olhando pela última vez. Acariciei as bochechas dele com os meus dedões e me afastei, chorando ainda mais do que já havia chorado em toda a minha vida.

me observou de costas mais uma vez. Aquelas minhas palavras haviam esclarecido muitas coisas pra ele. Era como se ele precisasse ouvir aquilo para finalmente descobrir o caminho de volta. Volta para o seu sonho, para o mundo que faz sentido de novo. As lágrimas cessaram, mas ainda estavam lá.

- E o que acontecerá quando eu beijá-la? – disse alto para que eu pudesse ouvir. Parei de andar mais uma vez, encarei o chão e neguei com a cabeça. Me virei para olhá-lo e quando vi, ele já estava em minha frente. Franzi a testa, sem entender.

- O que? – Eu perguntei, vendo o quanto estávamos próximos.
- O que acontecerá quando eu beijar a garota? – perguntou, sério. Ainda haviam lágrimas em seus olhos, mas ele não tinha mais a mesma tristeza. Olhei o céu por alguns instantes apenas para me recuperar e voltei a olhá-lo.
- Quando você beijá-la...será a melhor sensação do mundo. – Os olhos dele desceram até os meus lábios, fazendo com que meus olhos fizessem o mesmo. – Quando você beijá-la, você saberá que ela é a garota certa pra você. – se aproximou ainda mais. Eu não tinha reação, estava totalmente abobalhada. Meus olhos ainda estavam marejados. Ele deixou de olhar meus lábios para voltar a olhar meus olhos. Levou uma de suas mãos até o meu rosto e passou levemente um de seus dedos embaixo dos meus olhos, onde havia uma pequena possa de lágrimas, algumas delas pretas por causa da maquiagem. Aproveitou que a mão já estava em meu rosto e deslizou até a minha bochecha.

voltou a se aproximar. Quando nossos narizes se tocaram, eu voltei a olhar os seus lábios. Seu rosto se encurvou levemente para que ele pudesse colar nossos lábios. Meus olhos já estavam fechados, quando senti seus quentes lábios tocarem os meus. Estávamos cuidadosos. A mão dele deslizou pelo meu rosto e sua outra mão também tocou a minha outra bochecha. Não aprofundamos o beijo. Os lábios apenas foram tocados longamente. Toda dor que existia antes, parecia ter desaparecido. Quando achei que terminaríamos o beijo, puxou lentamente meu lábio inferior. Os lábios então foram descolados, mas continuavam incrivelmente próximos. Os olhos de ambos abriram lentamente, enquanto sentíamos a respiração um do outro em nossos lábios. Quando olhamos os olhos um do outro, vimos as mesmas lágrimas.

- Você é a minha garota certa. – disse em um quase sussurro. – Sempre foi e sempre será você. – disse, vendo uma lágrima escorrer dos meus olhos. Acompanhou todo o seu caminho até os meus lábios e viu quando um sorriso surgiu nos mesmos lábios.

O que eu sentia naquele instante era inexplicável. Não há palavras para explicar como é ouvir isso do homem que você ama. Do homem que você achou que não aceitaria o seu amor nunca mais. estava de volta em casa. Aquele sentimento que ele sabia muito bem reconhecer. Percebi o quanto ele estava sendo cuidadoso com tudo e resolvi acabar com isso. Me aproximei novamente e voltei a colar os nossos lábios, surpreendendo ele. havia entendido o recado. Pediu passagem para aprofundar o beijo na mesma hora em que eu me aprofundei. Tirou suas duas mãos do meu rosto e as desceu até a minha cintura. Foi a minha vez de tocar o seu rosto.
O beijo estava lento e ao mesmo tempo intenso. Nossos lábios se entrelaçavam de uma forma única, como se eles tivessem sido feitos na medida um pro outro. Uma das minhas mãos escorregaram pra nunca dele, entrelaçando em seu cabelo como há muito tempo eu não fazia. puxou minha cintura pra mais perto da dele. Agora não havia mais espaço entre nós dois. Minhas mãos trocavam de posição a todo momento entre sua nuca e suas bochechas. Estávamos tão colados, que para trocar a posição do meu rosto durante o beijo, eu tinha arquear minhas costas pra trás. O beijo acabou se intensificando um pouco, tornando-o mais rápido. começou a me empurrar pra trás e eu logo notei que ele queria me encostar em algum lugar. Fui dando passos pra trás, enquanto continuávamos nos beijando com a mesma intensidade de antes. Senti quando toquei minhas costas em uma parede e fez com que eu me encostasse totalmente nela. O beijo durou mais alguns segundos, quando eu decidi interrompê-lo. Fui diminuindo sua intensidade aos poucos e por fim, puxei lentamente o lábio inferior dele com meus lábios e dentes. Ele sorriu inesperadamente, achando graça. Descolei nosso lábios e abri meus olhos rapidamente para olhar nos olhos dele.

- Eu escolho você, . – Eu disse em um sussurro. – Quando você for uma opção, você sempre será a minha primeira escolha. – Eu disse, ainda olhando seus olhos de bem perto. Eu precisava dizer isso a ele. Estava meio que entalado. Um pequeno sorriso surgiu no rosto dele, ele nem sequer mostrou os dentes. Apenas ficou me olhando em silêncio da forma mais doce do mundo.

- Volta pra mim. – Ele pediu, baixinho. As pontas dos nossos narizes ainda se tocavam. Meu coração voltou a se apertar. Eu temia que ele pedisse algo assim, por que eu sabia que quando ele pedisse, eu não conseguiria negar. Minha expressão mudou, eu fiquei séria. O empurrei levemente pra trás pra que eu pudesse sair dali.
- Eu não posso, . – Eu disse, saindo. Fiquei de costas pra ele e continuei andando em direção ao salão. Eu respirava com dificuldade. O choro estava de volta em meus olhos. Tudo o que eu mais queria era responder que ‘sim’, mas Nova York me impedia. Um namoro a distância não é fácil, ainda mais pra um relacionamento como o meu e do . Voltar significaria pedir demais pra sofrer. Além do mais, eu já havia cumprido o meu objetivo. Eu disse tudo o que sentia como nunca fiz antes. Não fiz para tê-lo de volta e sim para que ele soubesse e acreditasse naquilo. Acreditasse no que tudo aquilo significou pra mim. Acreditasse no que ele significou, significa e sempre vai significar pra mim.

me observava, sem entender. Ele não entendia o que estava acontecendo! Ele estava pensando: ‘Ela finalmente se declarou e agora ela não queria reatar o namoro? Que tipo de maluca ela é?’. Ele ficou tão surpreso com a minha resposta, que não conseguiu ter nenhuma reação rápida. Pelo menos, não até a hora em que eu entrei novamente no salão.

As lágrimas em meus olhos só se acumulavam, enquanto eu chegava mais perto da pista de dança. Fui até o meu irmão, por que eu sabia que ele me atenderia o meu pedido. Quando me viu chorando, ele se assustou. O rosto ficou sério.

- O que há de errado? – perguntou, preocupadíssimo.
- Eu quero ir pra casa. – Eu disse, passando as mãos em meus olhos para que as lágrimas não escorressem pelo meu rosto.
- Eu levo, mas o que está acontecendo? – continuou me olhando daquele jeito. também estava preocupada agora.
- , o que aconteceu? – se aproximou de mim.
- Eu só quero sair daqui, por favor. – Eu disse, saindo. Eles foram atrás de mim, determinados a fazerem o que eu havia pedido. e viram tudo de longe e não entenderam nada. Decidiram ir atrás de mim também.

Eu estava no estacionamento do local, parada e de pé, esperando que chegasse. As lágrimas ainda estavam em meus olhos. Eu não conseguia tirá-las de lá. Ouvi alguns passos atrás de mim e deduzi que era e . Realmente eram eles e e também estavam junto.

- O que está aconteceu? – perguntou pra e depois olhou pra mim, percebendo que algo estava errado. sentiu a minha dor, mesmo sem saber do que se tratava e negou com a cabeça. estava envolvido.
- Eu preciso ir pra casa. – Eu disse e encarei o chão, pois não queriam que eles vissem mais do meu sofrimento.
- Eu vou te levar, . Vamos. – apontou com a cabeça em direção ao carro. Ele e andavam em direção ao carro, enquanto eu olhei pro e pra , que ainda estavam ao meu lado.
- Eu vejo vocês amanhã, ok? – Eu tentei sorrir e me virei, dando uns 3 passos em direção ao meu carro.

Depois do que tinha ouvido, depois do que finalmente havia acontecido naquela noite, não podia deixar as coisas acabaram assim. Ele não desiste assim. Ele nunca desiste do que ele realmente quer. Saiu, voltando pra festa para me procurar. Passava por todos sem cuidado algum, tentando me achar. Depois de ter dado uma rápida volta no local, percebeu que eu não estava ali. Ficou parado, pensando onde eu poderia estar.

- ? O que foi? – Amber apareceu ao lado dele. Percebeu que algo estava acontecendo e queria ajudar de qualquer forma.
- A ! Você viu ela? – disse apressadamente.
- A ? – Amber fez careta, tentando se lembrar rapidamente da última vez que havia me visto. – Eu acho que vi ela saindo lá pra fora com o irmão dela. – Amber disse na dúvida. sorriu, agradecido.
- Obrigado, Amber! – em um momento de impulso, beijou o rosto da garota e saiu rapidamente. Ele não fazia ideia do quanto aquilo significaria para Amber.

saiu correndo do salão e foi pro lado de fora do local. Continuou correndo até o estacionamento e deu algumas voltas nas fileiras de carro. Viu e de longe e foi rapidamente até eles.

- ONDE ELA ESTÁ? – gritou, soltando um pouco a sua gravata, que estava lhe apertando o pescoço.
- Ela acabou de sair, cara. – fez careta. fechou os olhos por alguns segundos, sentindo raiva de si mesmo.
- DROGA! – Ele gritou, furioso e frustrado.
- Na verdade, eles tiveram que dar a volta no estacionamento, porque se não entrariam na contramão. Eles vão passar aqui na frente com o carro. – explicou apontando pra rua em sua frente, que estava do lado de fora do estacionamento. sentiu esperança de novo. Olhou pra rua, que ainda estava sem vestígios de carro. Deduziu que conseguiria chegar até lá a tempo.
- Fica com ela, cara. Ela é genial! – sorriu pro , que arqueou a sobrancelha, sem jeito. – OBRIGADO! – gritou, enquanto voltava a correr, dessa vez em direção a rua, em que meu carro passaria.

Correu como nunca havia corrido antes. Passou pelo portão e passou por cima de um gramado qualquer, que havia na saída do estacionamento. Quando faltava alguns centímetros para chegar no centro da rua, o meu carro passou em velocidade média pela mesma.

- Não, não.. – resmungou, continuando sua corrida, dessa vez atrás do meu carro. Achou que pudesse nos alcançar. Qualquer esforço valia a pena. – ! – Ele gritou, enquanto continuava correndo.

Eu ouvi alguém chamar o meu nome, mas achei que fosse coisa da minha cabeça. Eu estava no banco da frente com o e estava no bando detrás. Todos dentro do carro estavam em silêncio. Achavam que me ajudariam assim.

- ! – Gritaram mais uma vez. olhou no retrovisor, sem saber do que se tratava. Viu correndo lá atrás, ele até que não estava tão distante.
- É o ? – freou o carro rapidamente. Meu coração quase saiu pela boca, quando virei meu corpo pra trás e vi se aproximando correndo. – Que porra, é o ! – fez careta.

acelerou o passo, quando viu que o carro havia parado. Foi como ver uma luz no fim do túnel. A hora era aquela, de algum jeito ou de outro. Diminuiu a corrida, quando chegou há menos de 20 passos do carro.

- Ele quer falar com você, ! – disse o óbvio. – Sai do carro! – Ela sorriu, empolgada com toda aquela cena. Eu suspirei e neguei com a cabeça, sabendo que teria que passar por aquilo de novo. As lágrimas estavam no mesmo lugar de onde não haviam saído. Eu abri a porta do carro e sai. Quando finalmente olhei pra ele, ele ainda estava há uns 10 passos do carro. Ele deu mais dois ou três passos e parou, me olhando de longe.
- O que você quer, ? – Eu não consegui dizer com toda a raiva que quis. Na verdade, não havia raiva alguma em minha voz. Por que ele estava tornando aquilo mais difícil do que podia ser?
- VOCÊ! – Ele gritou. Abaixei a cabeça e encarei o asfalto por um tempo, respirando fundo para não chorar.
- Nós já não falamos sobre isso? – Voltei a olhá-lo.
- Não. VOCÊ falou sobre isso. – disse, sério. – É a minha vez agora. – disse, se aproximando. Suas mãos foram novamente até a sua gravata e ele a retirou de seu pescoço. Ela já havia incomodado demais. Colocou a gravata em seu bolso, enquanto continuava se aproximando. Eu não sei se era a intenção dele, mas aqui foi MUITO sedutor. Ele parou há uns 3 passos de mim. - Eu quero uma razão. – Ele disse, sério.
- Razão pra que? – Eu arqueei a sobrancelha, não fazia ideia do que ele estava falando.
- Para você não querer voltar pra mim. – disse, esperando.
- Nova York, . É a única razão. – Eu expliquei, sem saber qual seria a atitude dele diante da minha resposta.
- Nova York? – arqueou a sobrancelha. – O que há de errado com Nova York? – Ele perguntou, se fazendo de bobo.
- Você não sabe o quanto é difícil um namoro a distância? – Eu perguntei, irritada.
- E você sabe o quanto é difícil um amor não correspondido? – deu mais um passo em minha direção. Eu respirava com dificuldade. – Você sabe o quanto é difícil amar uma pessoa por 6 anos e não ser correspondido? – repetiu. Ele não estava querendo jogar aquilo em minha cara. Ele só queria me mostrar outro ponto de vista. – Você não sabe, mas eu sei! – Ele bateu no peito pra dizer. – E eu não desisti, . Nunca. – deu mais um passo em minha direção. Eu o olhei e neguei com a cabeça. Ele viu as lágrimas em meus olhos e eu também as vi nos olhos dele.
- O que você está querendo dizer? – Eu perguntei com a voz trêmula.
- Você me deve isso. – Ele por fim deu o último passo que nos distanciava. Agora ele estava em minha frente. Meu coração estava descompassado e minhas mãos suavam.
- Eu sei. – Eu disse, olhando pra ele com tristeza, enquanto uma lágrima escorria pelo meu rosto. – Mas, eu tenho tanto medo de não ter você por perto. – Deixei de olhá-lo para encarar o chão. Não queria que ele continuasse vendo as minhas lágrimas.
- Eu estou com medo também. – disse com a voz mais calma. – Eu tenho medo de não conseguirmos lidar com a distância também. – disse, me fazendo olhar pra ele. – Mas quer saber? – ergueu os ombros e negou com a cabeça. – Eu não consigo pensar em um medo melhor pra superar. – estava tão sério e ao mesmo tempo tão doce. Uma das mãos dele foi até o meu rosto e acariciou delicadamente uma das minhas bochechas.
- Mas como faríamos isso funcionar? – Eu toquei o seu braço, que estava com sua mão em meu rosto.
- Nova York não fica tão longe daqui. Eu posso ir lá te ver sempre e tem o telefone, o computador, as cartas. Qualquer coisa, não importa. – negou com a cabeça, olhando meu rosto de perto. – A única coisa que eu sei é que.. – desceu sua mão até a lateral do meu pescoço e a sua outra mão teve o mesmo destino. – Eu não posso perder você. – me olhou com tristeza. Suas sobrancelhas decaíram e ele se aproximou de meu rosto. – Não agora. Não depois de tudo. – Olhei os olhos dele cheios de lágrimas e tomei rapidamente uma decisão. Aproximei meu rosto do dele, as mãos dele deslizaram, passando pelos meus braços e chegando em minha cintura. Terminei de me aproximar, sem sequer um aviso prévio. Minhas mãos subiram até o seu rosto, quando nossos lábios se tocaram. Nenhum beijo foi iniciado, somente um longe e emotivo selinho. As mãos de se mantinham em minha cintura, sem muita intensidade.

e continuaram observando a cena de dentro do carro. estava muito empolgada e comovida com tudo. estava aceitando tudo numa boa. No fundo, sempre torceu por mim e pelo . Ele sabe, o quanto eu e nos amamos e não quer que soframos não vivendo esse amor. e também acompanhavam a cena, mas estavam mais longe. Mesmo assim, a cena não perdeu o romantismo pra eles.

- O amor deles é tão.. – sorriu de forma fraca, observando eu e de longe.
- Bonito. – completou a frase, fazendo o mesmo.
- É como se eles superassem qualquer coisa. É como se, independentemente do que aconteça, eles acabam sempre voltando um pro outro. – continuou sorrindo e olhou pro .
- Será que o que nós sentimos também é assim? – sorriu, sem jeito. Incrível ele ainda ficar sem jeito com esse assunto.
- Eu espero. – sorriu mais uma vez. a olhou, admirado. Se aproximou rapidamente e lhe deu um selinho, que acabou virando um lento e rápido beijo. Ninguém mais havia visto, já que eles estavam somente entre os carros do estacionamento.

sentia dezenas de sentimentos juntos. Era uma mistura de todos eles. Uma mistura que acabava destacando o amor. O amor sempre seria o único sentimento reconhecível e ao mesmo tempo tão inexplicável pra ele. Ele sabia como era senti-lo, mas não saberia explicar isso a ninguém. Descolei nossos lábios, para que eu pudesse dizer o que eu queria.

- Você não vai me perder, . – Eu disse, ainda com os olhos fechado, as mãos no rosto dele e os narizes se tocando. Quando abri os olhos, os olhos de me encaravam com milhares de dúvida. Ele não queria acreditar que a sua interpretação daquela frase estava certa.
- Você está dizendo.. – disse com a voz trêmula. Estava tão surpreso, que nem conseguiu sorrir ou ter qualquer outra reação.
- Eu aceito. – Eu o interrompi. Vi de perto a sobrancelha dele se arquear e um sorriso desajeitado e lindo surgir em seu rosto. – Eu não faço ideia do que isso vai ser e nem onde isso vai me levar, mas é a coisa que eu mais quero agora. – Eu expliquei com um sorriso fraco. – Eu aceito voltar a ser a sua namorada, Jonas. – Eu respondi e o sorriso no rosto dele se transformou. Me beijou inesperadamente, colocando seus braços em torno da minha cintura e me levantando alguns poucos centímetros do chão. Uma das minhas mãos voltou a tocar uma das bochechas dele, para que o beijo se firmasse.

continuavam a olhar tudo pelo retrovisor do carro. ficava cada vez mais comovida e deprimida com a cena que via entre eu e o .

- Seu idiota. – disse, dando um tapa no braço do , enquanto fazia bico.
- OW, o que eu fiz? – arqueou a sobrancelha.
- Você não fez! O problema é esse. – suspirou, irritada. a olhou por um tempo, achando que ela era doida.
- Fiz o que, mulher? – perguntou, sem entender nada.
- Você nunca me tratou do jeito que o trata a ! – gritou, irritada.
- Isso é sério? – riu.
- Não, idiota! Eu estou brincando! – deu outro tapa no braço do namorado.
- HEY! – gritou. – Para de me bater, porra. – fez careta.
- Não estou te batendo, estou te estapeando. É diferente. – cruzou os braços. – E não fale porra mim! – esbravejou.
- Foda-se, dói do mesmo jeito. – disse, irritado.
- Foda-se?! – Ela o olhou, indignada. - Você nunca faz nada romântico. É sempre a mesma coisa. – revirou os olhos.
- Por que isso agora? – não entendeu o motivo daquela opinião, que surgiu do nada.
- Essa cena entre eles.. – sorriu, olhando pra trás novamente. – Foi lindo. – O sorriso de aumentou. – E eles passam por diversos problemas. Nós nunca tivemos problemas e você nunca fez nada disso. – cerrou os olhos, voltando a olhar pro .
- Nós nunca precisamos disso, . – tentou ser um pouco mais paciente.
- Todo namoro precisa de um pouco de romantismo! – revirou os olhos.
- Compro um buquê de flores pra você amanhã. Satisfeita? – disse, sarcástico.
- Está vendo? Você não avisa uma garota que vai dar um buquê a ela. Você a surpreende, seu ogro. – disse, revoltada.
- Ogro? – mostrou-se ofendido. – Se eu sou o ogro, você... – ia terminar a frase, mas a interrompeu.
- Não termine a frase, . – disse em tom de ameaça.
- Só por que eu não ajo como um idiota, não quer dizer que eu não ame você. – disse, revirando os olhos.
- Melhor começar a agir como um idiota, então. – sorriu falsamente.
- Eu achei que você me amasse do jeito que eu sou. – fez bico, achando que ia comover .
- E eu achei que a minha primeira vez duraria mais que 3 minutos. – sorriu, sabendo que tinha saído vitoriosa daquela conversa.
- Isso não foi legal, . – mudou sua expressão na hora, cerrando os olhos pra ela. gargalhou.
- Isso não foi muito romântico da minha parte, não é? – cruzou os braços, ainda rindo. – Agora você sabe como eu me sinto. – olhou pro , antes de se virar para olhar pra mim e pro novamente.
- E não foram SÓ 3 minutos, ok? – se defendeu. – Foram os melhores 3 minutos da sua vida, que eu sei! – cruzou os braços, irritado.
- Se você está dizendo. – voltou a rir. Sabia que agora tinha acabado com ele.

voltou a me colocar no chão, porém o beijo não terminou. Seus braços continuaram em minha cintura e minhas mãos uma hora estavam em sua nuca e na outra em sua bochecha. O beijo foi ficando mais lento e foi se transformando em um longo selinho. Nossos lábios se descolaram por pouquíssimos segundos e voltou a colá-los novamente, puxando meu lábio inferior com seus dentes, me fazendo sorrir. Nossos lábios se descolaram novamente, por causa do meu riso. Abrimos os olhos no mesmo instante. Tirei minhas mãos de seu rosto e ele colocou as suas no meu, para que nos permanecêssemos próximos.

- Posso pedir uma coisa? – perguntou com sua voz calma e tão doce. Ele acariciava o meu rosto e me olhava nos olhos, enquanto mantinha um sorriso fraco.
- Pode.. – Eu sorri, arqueando a sobrancelha, sabendo que não viria coisa boa.
- O que você fez hoje. O que você disse naquele palco.. – O sorriso de diminuiu, ele negou com a cabeça. – Não mude. – Ele pediu tão sério e encantador. – Não me deixe esquecer daquelas palavras que fizeram com que eu me sentisse o melhor garoto do mundo. – Ele voltou a sorrir, sem mostrar os dentes. Parecia estar sem jeito. – Eu quero sentir aquilo mais vezes. Eu quero sentir o seu amor todos os dias. – olhava em meus olhos com doçura. – Não precisa ter um palco e nem de um vestido de festa.. – olhou pra baixo (pro meu vestido) e depois voltou a olhar meus olhos. – Basta você olhar pra mim, sorrir e dizer que me ama. – voltou a sorrir, sem jeito. – Eu quero saber o que você está pensando e sentindo. Eu quero saber o que você quer e eu serei pra você. – continuava acariciando meu rosto com doçura, sem deixar de olhar em meus olhos. – Você está indo pra Nova York e.. – Ele fez uma breve pausa. – Eu quero viver esses últimos momentos em Atlantic City com você. – abaixou os olhos para ver o sorriso em meu rosto. – E eu não quero que isso seja uma coisa triste. – Ele se aproximou e me deu um rápido selinho. – Eu quero que seja uma coisa boa. Eu quero que isso seja uma coisa feliz, uma boa lembrança e eu mesmo vou cuidar de tudo para que isso aconteça. – me deu mais um selinho.
- Eu amo você. – Eu disse, olhando admirada para ele. sorriu de forma inexplicável, quando me ouviu dizer aquilo.
- E eu amo ouvir você dizer isso. – me olhou nos olhos. – Eu amo tudo em você. – Ele me deu o último e mais demorado selinho.
- OW! Chega de beijo! – gritou da janela do carro. – Eu vou ir ai vomitar em você, ! – revirou os olhos.

Eu e rimos. realmente tinha algum tipo de alergia a romantismo. segurou a minha mão e fomos juntos até o carro do meu irmão. Na verdade, o MEU CARRO.

- Não está feliz por me ter como cunhado de novo? – perguntou, fazendo graça.
- Estou, cara. Juro que estou dando pulinhos por dentro. – foi irônico. – Mas e você, ? Vai embora ou vai ficar? – olhou pra mim.
- Ela vai ficar comigo. – respondeu por mim. Olhei pra ele e sorri, gostando da ideia.
- Ok. – concordou. – Vou levar a pra casa e depois vou pra casa também. – explicou, sabendo que certamente não iria querer voltar pra festa depois deles terem brigado.
- Deixo ela em casa daqui a pouco. – prometeu.
- Beleza! – concordou. – Leva ela direto pra casa, entendeu? – cerrou os olhos, olhando pro .
- Entendi. – revirou os olhos.
- Você vai continuar virgem essa noite, . ENTENDEU? – perguntou, sério.
- EU JÁ DISSE QUE ENTENDI. – segurou o riso.
- Então está bom. – ligou o carro. – Boa noite. – sorriu pra mim e pro .
- Boa noite. – respondeu. – Beijos, . – Eu olhei pra minha amiga e ela sorriu, me dando boa noite.

saiu com o carro, deixando eu e sozinhos no meio da rua. Nos olhamos e sorrimos um pro outro. , que ainda segurava uma das minhas mãos, me puxou pra perto dele.

- E agora? – Eu perguntei, entre um selinho e outro.
- Bem, eu conheço outros diversos lugares confortáveis, sem ser uma cama. – disse, fingindo estar pensativo.
- Engraçado. – Eu ri, negando com a cabeça.
- Vamos pegar o meu carro. Essa festa já deu o que tinha que dar. – voltou a entrelaçar seus dedos no meu.
- Vamos. – Eu concordei, enquanto começávamos a caminhar em direção ao estacionamento.

Fomos até o estacionamento. Eu e estávamos mais feliz do que nunca. Agora sim, tínhamos certeza de que estávamos mais forte como casal. Havíamos acertado todos os problemas. Agora não havia nada que pudesse estragar o que estávamos vivendo.

- Eu queria te levar pra um lugar, mas não dá, né? O vai me matar. – fez bico.
- Sim, ele vai. – Eu também fiquei chateada. – Mas nós podemos sair amanhã. Temos todo o tempo do mundo. – Eu disse, enquanto entravamos no carro.
- Tudo bem.. – continuou com o bico.

Fomos conversando durante todo o caminho até a minha casa. Falávamos sobre a nossa dança, que tinha sido ótima e ao mesmo tempo a coisa mais vergonhosa que já fizemos na vida. Chegamos em minha casa em alguns minutos. O meu carro já estava na garagem, o que queria dizer já havia chego.

- Nós chegamos. Droga. – fez cara triste.
- Nós podemos ficar mais um pouco aqui na frente. – Eu sorri, tentando animá-lo.
- Sério? – Ele se aproximou, me roubando um selinho.
- Sério.. – Eu sorri, sabendo o que faríamos naqueles poucos minutos que tínhamos. se aproximou e me beijou novamente.
- , não dá pra fazer isso aqui. Se meu pai olha na janela e vê a gente aqui no carro... – Eu ri, me afastando dele.
- Mas eu estou com saudades, . – me olhou, sério.
- Eu sei, eu sei! Eu também estou.. – Eu ri, vendo aquela carinha dele. – Mas amanhã, lembra? – Eu propus e ele revirou os olhos.
- Ta bom, ta bom. – suspirou e saiu do carro, foi até a minha porta e a abriu para que eu saísse.
- Obrigada. – Eu agradeci, saindo do carro.
- Espera.. – me olhou, como se estivesse tendo uma ideia.
- O que? – Eu perguntei, sem entender.
- Você disse que o seu pai não pode nos ver.. – sorriu, esperto.
- Sim.. – Eu confirmei com um sorriso desconfiado.
- Então não vamos deixar ele nos ver. – segurou a minha mão e me puxou em direção a uma enorme árvore que havia em frente a minha casa.
- .. – Eu estava rindo. Quando chegamos na árvore, ele foi me empurrando pra trás, querendo me encostar nela. – Hey, hey. Vou estragar meu vestido nessa árvore. – Eu impedi que ele continuasse me empurrando.
- Não tem problema. – trocou de lugar comigo, encostando suas costas na árvore e me puxando pela cintura.
- Seu doido.. – Eu ri, quando nossos corpos se colaram.
- Qualquer coisa pelo seu beijo.. – Ele também riu, colocando nosso lábios. O beijo foi aprofundado e estava começando a se intensificar. Ficamos alguns poucos minutos naquela intensidade toda, até que resolvi interromper o beijo.
- , espera.. – Eu separei nosso lábios. – Eu tenho que entrar. - Eu disse, vendo ele fazer careta.
- Ok, ok.. – tirou as mãos da minha cintura. – Já entendi. Só amanhã! – continuou revirando os olhos.
- Não fica bravo, . – Eu dei um ultimo selinho nele e me afastei.
- Até amanhã, linda. – Ele sorriu de forma doce.
- Até. – Eu voltei a me aproximar e dei mais um longe selinho nele. Esse era o último! Juro!
- Eu te amo. – disse, assim que descolamos nossos lábios.
- Eu também te amo. – Eu sorri e me afastei dele, indo em direção a porta da minha casa. foi até o seu carro e me observou entrar.

As sensações que o tinha para aquela noite realmente estavam certas. Tudo havia mudado totalmente. Tudo estava de volta. Ele estava feliz de novo. Ele tinha tudo o que ele queria de novo. Tudo estava de volta aos eixos.

Fazia tempo que eu não dormia tão bem durante a noite. Eu estava realizada em todos os aspectos. Eu poderia viver o meu sonho e poderia ter o cara que eu amo ‘do meu lado’. Não havia mais problemas. Quer dizer, não até chegar o dia de partir.


No outro dia cedo, não houve problemas pra acordar. Eu queria muito ir pra escola e ver o logo. Eu queria voltar a viver aquela rotina com ele. Aquela rotina em que só ficávamos juntos, que nos divertíamos juntos. Ter ele do meu lado era a melhor coisa do mundo.

- Se eu não tivesse prova hoje, eu nem ia pra escola. – disse, sem querer ver a cara de emburrada de .
- Eu quero ir, então vamos logo. – Eu disse, pegando a minha bolsa.
- Que saco.. – revirou os olhos.

Peguei uma maça para comer no caminho. Meus pais tinham saído cedo para trabalhar, por isso não havia café da manhã pronto. Eles haviam deixado dinheiro sobre a mesa para que eu e comêssemos no intervalo. Levamos o dinheiro e fomos pra escola.

dirigiu até a escola e parou o carro no estacionamento. Desci do carro e esperei para que fossemos juntos até o portão. Alguém chegou por trás de mim e tampou os meus olhos. Eu sorri, pois sabia quem era. Aquele perfume nunca me enganava.

- Eu conheço esse perfume.. – Eu disse, rindo.
- Não tem mais graça brincar disso com você. – disse, tirando as mãos dos meus olhos. Eu me virei de frente pra ele e selei os seus lábios rapidamente.
- O que você está fazendo aqui? – Eu perguntei, sorrindo. Nós nunca nos encontrávamos ali. Somente lá dentro da escola.
- Estava te esperando. – me deu outro longo selinho.
- Eu gostei disso.. – Eu disse, assim que descolei nosso lábios.
- ERA COM VOCÊ MESMO QUE EU QUERIA FALAR, GAROTA! – Alguém disse, gritando. Me virei pra ver se era comigo e vi Jessie. Era óbvio que era comigo.
- O que eu fiz agora, Jessie? – Eu sorri, olhando de forma desprezível pra ela.
- Vim te dar um aviso! – Ela se aproximou de mim.
- Um aviso? – Eu ri na cara dela. Ela achava que eu tinha medo dela?
- É um aviso! – Ela reafirmou. – Você roubou o meu namorado, a minha popularidade e o respeito que todos desta escola tinham por mim, mas você NÃO VAI roubar o meu show. ESTÁ ENTENDENDO? – Jessie disse, como se eu soubesse de alguma coisa. Show? Que show?
- Do que você está falando, garota? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Estou falando da apresentação de formatura, lerda! – Ela voltou a gritar.
- Mas eu nem estou na apresentação. – Eu expliquei, sem entender nada. Ela estava drogada?
- JÁ ESTÁ AVISADA! – Jessie gritou, jogo um folheto na minha cara e saiu, rebolando como sempre. Eu ficamos olhando pra ela, confusos. Depois nos olhamos por um tempo, tentando entender. se abaixou para pegar o folheto que Jessie havia jogado em mim.
- Você não se inscreveu mesmo pra se apresentar na formatura? – perguntou, olhando pra mim e depois pro papel.
- Não.. – Eu respondi, olhando pra ele.
- Então por que o seu nome está aqui? – me entregou o papel. Eu olhei o papel diversas vezes. Aquilo só podia estar errado. Meu nome realmente estava no folheto da apresentação.
- Eu não sei.. – Eu respondi, confusa.
- Então eu acho que alguém te inscreveu nessa apresentação.. – disse, fazendo uma careta.





Capítulo 37 – Jogo de Amor em Atlantic City



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



- Mas por que fariam isso, ? – Eu não conseguia entender uma razão para alguém colocar o meu nome em uma apresentação, da qual nem quero participar.
- Eu não sei.. – negou com a cabeça.
- E se eu for falar com a Sra. Dark? – Eu olhei pra ele. – Explicar pra ela que eu não tenho interesse nenhum em fazer isso. – Eu queria a opinião dele sobre aquilo.
- Ela não vai ficar muito feliz.. – fez careta. – Mas acho que ela vai entender. – tentou me tranquilizar.
- Então eu vou ir lá falar com ela. – Eu disse, olhando pra trás pra ver se ainda demoraria. Ele estava chegando até nós.
- O que está rolando? – perguntou, olhando pra mim e depois pro .
- Alguém me inscreveu nessa apresentação, que eu nem quero participar. – Eu expliquei, entregando o folheto pra ele.
- Por que não quer? – disse, depois de olhar o papel.
- Por que.. não. – Eu não tinha um motivo. Eu só.. não queria.
- Mas você canta bem.. – adicionou.
- Obrigada, mas eu continuo não querendo fazer isso. – Eu ri, enquanto começávamos a caminhar em direção ao portão da escola. Durante o caminho, segurou a minha mão discretamente e entrelaçou nossos dedos. Não disse nada, apenas sorri e olhei pra ele. Ele também estava sorrindo.

Entramos na escola e parecia que todos estavam nos olhando. O capitão do time estava namorando novamente. As garotas voltavam a me fuzilar com os olhos, morrendo de inveja. Todas queriam estar no meu lugar. Todas queriam ser a garota que estava ali, segurando a mão dele, receber os beijos e abraços dele. Vão ficar querendo. HA-HA.

- Você não faz ideia de quem te inscreveu pra apresentação?- me perguntou, depois de olhar os folhetos.
- Não. Eu nunca quis isso. – Eu neguei com a cabeça.
- Talvez tenham achado que você canta bem e te inscreveram.. – tentou achar uma solução.
- Mas quase ninguém me ouviu cantar. Só.. – Eu disse, pensativa. Olhei pra todos os meus amigos e arqueei a sobrancelha. – Vocês. – Eu disse, achando que a tal pessoa estava ali.
- Não olha pra mim. – revirou os olhos.
- Muito menos pra mim. – cruzou os braços.
- Também não fui eu, . – negou com a cabeça.
- Eu sou seu irmão, lembra? Eu não me envolvo com essas coisas escrotas do colégio. – disse, sarcástico.
- E você, ? – Eu olhei pro , desconfiada. Ele riu e negou com a cabeça.
- Eu amo ver você cantando, mas não fui eu. – quase riu.
- Não importa, agora. – Eu neguei com a cabeça. – Está feito e eu vou concertar isso. – Eu disse, séria.
- Mas não agora. – entrou na minha frente, quando viu que eu já estava saindo dali pra tomar alguma atitude. – O sinal da primeira aula já tocou. Não quer problemas no seu último mês de colegial, certo? – sorriu pra mim.
- Ok.. – Eu revirei os olhos e sorri. – Você está certo. – Eu fiz careta e riu e se aproximou, colocando uma mão em cada lado do meu rosto. Selou meus lábios lentamente e se manteve próximo.
- E quando é que eu não estou certo? – sorriu, enquanto as pontas dos nossos narizes ainda se tocavam.
- Cala a boca.. – Eu ri e neguei com a cabeça.
- Oi. – disse, meio discreta. Ela havia acabado de chegar.
- Oi . – Eu disse, deixando de olhar e olhando pra ela.
- Achei que não viria hoje. – sorriu pra amiga. olhou rapidamente pro e mostrou-se irritada.
- Não deveria mesmo ter vindo. – suspirou. Todos perceberam que havia algo errado. e trocaram olhares e depois olharam pro . estava com um sorriso meio desconcertante no rosto.
- Então.. – sorriu pra , que olhou pra ele descontente, esperando que ele continuasse a frase. – Eu não mereço nem um beijo? – sorriu, sem jeito. sorriu falsamente.
- Claro. – Ela continuou a sorrir e se aproximou de e beijou o seu rosto da forma mais fria do mundo. Olhou pra ele e viu seu rosto perplexo e voltou a sorrir falsamente. – Vou pra sala. – Ela saiu e nem sequer olhou pros amigos. Ninguém entendeu nada.
- Parece que alguém está em problemas.. – sorriu.
- Isso é ridículo. – riu, frustrado e negou com a cabeça.
- O que você fez agora? – Eu perguntei, já julgando ele.
- O que EU fiz? EU? – perguntou, indignado. – Você é a minha irmã, lembra? Onde está toda aquela baboseira de nos apoiarmos sempre? – me olhou, furioso.
- Depende do que você fez. – Eu sorri, achando graça de toda a revolta dele.
- Eu não fiz nada, caralho. É isso que estou falando. – suspirou.
- Se ele disse que não fez nada, é por que não fez nada! – apoiou amigo.
- Eu nunca faço nada! – disse, furioso.
- Ele nunca faz nada! – continuou apoiando o amigo de uma forma engraçada.
- Você é quem fez, seu merda. – apontou pro .
- Eu é quem.. – ia dizendo e se tocou, antes que terminasse a frase. – EU? – arqueou a sobrancelha.
- Vai, trouxa. – gargalhou.
- A culpa é sua e desse seu romantismo escroto. – olhou furioso pro .
- Como isso pode ser a minha culpa? – cruzou os braços.
- Você fica fazendo essas coisas bonitinhas pra minha irmã, que por sinal me dão vontade de vomitar e agora a está reclamando que não faço o mesmo com ela. – arqueou a sobrancelha.
- Sério? – soltou uma alta gargalhada.
- Então ela quer que você seja romântico? – sorriu, segurando a risada.
- Não, ela quer que eu vire gay, mas também pode ser isso ai. – sorriu falsamente.
- Isso vai ser épico. – cruzou os braços, rindo.
- Para de rir, filho da puta. – ameaçou , que não conseguiu parar de rir.
- E o que você vai fazer a respeito? – Eu perguntei pro meu irmão.
- O que você acha? – olhou pra mim, irônico.
- Nada. – Eu respondi, conhecendo o meu irmão.
- Exatamente. – confirmou com a cabeça. – Ela quer que eu ceda e vá correndo atrás dela e faça o que ela quer. Eu não vou. Ela é quem vai vir. – disse, colocando sua mochila nas costas.
- Mas.. – Eu tentei fazê-lo mudar de ideia, mas ele saiu antes mesmo de eu conseguir terminar a frase.
- Isso não vai acabar bem.. – negou com a cabeça, rindo.
- É claro que não vai. – riu, concordando.
- CHEGUEI. – gritou, atrás de mim.
- Oi, amor. – riu de toda a felicidade de .
- Oi.. – Ela se aproximou e selou rapidamente os lábios do namorado.
- Olha só se não é a dona da melhor festa do ano. – sorriu pra amiga.
- Saiu tudo perfeito! – comemorou.
- Foi tudo lindo, . – Eu concordei. – Você cuidou de tudo! – Eu sorri, feliz por ela.
- Ainda bem. Eu arrancaria meus cabelos se algo saísse errado. – gargalhou, exagerada como sempre.
- Aliás, nos desculpe por ter saído da festa sem avisar. – fez careta. Sabia que não perdoaria aquilo tão cedo.
- Está tudo bem. A Amber já me explicou tudo e eu entendo. – sorriu pra mim e pro .
- Entende? – Eu arqueei a sobrancelha. Eu não esperava aquela reação.
- Entendo. Vocês dois estão perdoados, mas o e a não. – fez cara feia.
- Eles brigaram. – avisou a namorada.
- Brigaram? – não entendeu como isso pode ter acontecido do dia pra noite.
- Sim, eles estão se provocando. Está hilário. – completou a explicação.
- Ok, então eles também estão perdoados. – riu. – Pelo menos eles não brigaram na minha festa. Ai sim, eu ia matar eles. – continuou rindo.
- E a Amber? Como ela está? – perguntou, sem nenhuma maldade ou intenção de me irritar. Fuzilei ele com os olhos no mesmo instante.
- Ela está bem. Ela veio me trazer. – riu.
- Foi por isso que você chegou atrasada. – riu, sem jeito.
- Ela se atrasa pra tudo, você lembra. – gargalhou.
- Como ele esqueceria, não é? – Eu sorri falsamente pro , enquanto pegava a minha bolsa, que estava sobre a escada. – Vou pra sala. Até o intervalo. – Eu disse, saindo. passou a mão pelo cabelo e coçou a cabeça, enquanto fazia careta.
- Desculpa.. – também fez careta. Sabia que havia colocado em problemas.
- Até depois. – negou com a cabeça, querendo dizer que não tinha problema e saiu, indo atrás de mim. Andou rapidamente, até que chegou ao meu lado.
- Que bom que eu não sou o único ciumento da relação. – disse, enquanto andava ao meu lado. Percebi a sua presença, mas não olhei pra ele.
- Eu não estou com ciúmes. – Eu respondi, olhando pro corredor em minha frente. – Eu só não gosto dela. – Eu disse, enquanto desviava dos outros alunos que estavam no corredor.
- Não gosta dela.. comigo. – sorriu, achando graça do meu comportamento.
- Não gosto dela com ninguém. – Olhei rapidamente pra ele.
- Você está brava comigo por que eu perguntei dela. – estava tentando me fazer assumir que estava com ciúmes.
- Eu odeio ela, . – Eu parei de andar e olhei pra ele. – Eu sempre odiei e eu sempre fui a única a odiar. – Eu expliquei, irritada. Não sabia se era com ele ou com ela. – E o fato de eu ser a única a sentir isso por ela, me irrita. O fato de ter todos os meus amigos, o meu irmão e o meu namorado idolatrando aquela idiota, me irritam. – Eu desabafei. me olhava, sério.
- Eu entendo, mas.. – sorriu fraco, passando uma das mãos pelo meu rosto. – Você não precisa se preocupar com isso. – olhou o meu rosto de perto. Eu já não estava tão brava. – Você precisa aprender a valorizar você mesma. Você precisa entender que você é incrível do seu jeito. Você precisa saber que mais ninguém pode ser como você e é por isso que eu não posso amar mais ninguém, além de você. – se aproximou e beijou a minha testa, colocando seus longos braços em torno de mim e me dando um rápido abraço.
- Você está tentando contornar a situação, me falando essas coisas? – Eu perguntei, olhando pra ele.
- Depende. Está funcionando? – fez careta, enquanto sorria de forma desconcertante.
- Está... – Eu sorri, concordando com a cabeça.
- Então, eu estou. – riu. – Não, agora é sério! – escondeu o sorriso e me olhou de perto. – Você tem qualidades e a ela tem outras. Eu e os nossos amigos amamos as suas qualidades e se quer saber, até os seus defeitos. Seus defeitos também fazem de você o que você realmente é. – disse de forma calma. – O que eu estou querendo dizer.. – riu, vendo que havia se prolongado demais. – Todos nós escolhemos você e não ela. Cada um tem um espaço reservado na vida de uma pessoa. Seu lugar está guardado e estará lá pra sempre. Ninguém pode roubar ele. Então.. – sorriu de forma doce. – Não se importe com isso. Não ache que qualquer um pode ocupar o seu lugar, por que ninguém pode. Ok? – continuou com aquele sorriso.
- Ok. – Eu concordei simplesmente por que havia achado lindo o que ele disse. ficou feliz por eu ter concordado e se aproximou, me dando um carinhoso selinho. – Mas.. – Eu interrompi o selinho e ele sorriu.
- Eu sabia que viria um ‘mas’. – me olhou de perto, esperando que eu dissesse.
- É bom ela não me irritar. Eu não tenho sangue de barata. – Eu disse, rindo.
- Ela não vai. – disse com certeza.
- Ok, então eu vou pra sala. No intervalo você vai comigo na sala da Sra. Dark? – Eu perguntei, sorrindo.
- Vou. – também sorriu e me deu outro rápido selinho.
- Até depois. – Eu me despedi, dando alguns passos pra trás.
- Até.. – Ele sorriu, acenando com uma das mãos. Ver aquela aliança de compromisso em seu dedo me fazia muito bem.

As aulas de matemática não pareciam tão ruins, quando eu me lembrava que logo eu sentiria falta daquilo. Faltava menos de um mês para eu me mudar pra Nova York e agora eu via o melhor em tudo. Em tudo que um dia eu sentiria falta. Quando aquele assunto começava a me abalar, eu tentava pensar em outra coisa. Eu me lembrava que não ia gostar de me ver daquele jeito, então eu tentava sorrir. Sorrir por ele, sabe?

O sinal do intervalo tocou e eu sabia que teria que ir conversar com a Sra. Dark. Ela ficaria decepcionada, mas eu realmente não tinha planos de fazer aquela apresentação. Avistei na porta da sala e me levantei, indo em sua direção. Suas mãos estavam no bolso e ele sorria pra mim.

- Hey.. – Eu disse, quando cheguei em sua frente. Sorri e selei os seus lábios. Ele segurou a minha mão e depois entrelaçou nossos dedos.
- Hey.. – Ele disse, depois de desgrudarmos nossos lábios. Começamos a andar pelo corredor da escola. Diversas pessoas passavam por nós. Todos estavam indo pro pátio da escola. – Então, já sabe o que vai dizer pra ela? – perguntou, enquanto continuávamos caminhando.
- Na verdade, não. – Eu ri, frustrada.
- Então é bom pensar rápido, por que chegamos na sala dela. – disse, parando de andar. Olhei pra dentro da sala e vi a Sra. Dark sentada, corrigindo alguns trabalhos ou provas. Eu e trocamos olhares por um tempo e entramos na sala dela. A professora nos olhou rapidamente e sorriu ao me ver. soltou a minha mão rapidamente. Era tarde demais. A Sra. Dark já havia visto.
- Olá. Como estão? – A professora sorriu, vendo eu e nos sentarmos em uma carteira em frente a sua mesa.
- Estamos bem e a Sra. ? – Eu respondi por mim e pelo .
- Está tudo ótimo. – Ela sorriu, ajeitando seus óculos. – Não eram vocês dois que viviam brigando na minha sala de aula? – A professora sorriu, desconfiada.
- Sabe aquela história sobre amor e ódio andarem juntos? – perguntou de forma retórica. – É verdadeira. – quase riu. A Sra. Dark também segurou uma risada.
- Certo, entendi. – Ela concordou com a cabeça. – Mas, creio que vocês não vieram até aqui para falar sobre isso. Estou certa? – Ela entrelaçou os dedos de suas mãos e nos olhou, séria.
- Não. – Eu sorri, sem jeito. Não sabia por onde começar. – Eu vim falar sobre a apresentação da formatura. – Eu disse e ela deu um enorme sorriso.
- Sim, é claro. – Sra. Dark disse, empolgada. – Confesso que não esperava a sua participação, mas fiquei muito feliz quando recebi a sua inscrição. Eu nem sabia que você cantava. – Sra. Dark disse, demonstrando estar muito feliz.
- Eu canto muito pouco. Só quando eu.. – Eu não sabia como continuar aquela desculpa. Ela olhava pra mim, sem entender.
- Algum problema? – Sra. Dark perguntou. – Se você está preocupada com o tempo, saiba que 3 semanas são suficientes para você ensaiar. Você é muito disciplinada em tudo o que você faz e eu sei que vai se empenhar nisso também. É por isso que fiquei tão feliz com a sua inscrição. Eu sei que você vai trazer algo diferente pra nossa apresentação esse ano. Eu estou contando com você. – A professora sorriu pra mim, esperançosa e empolgada.
- Eu entendo, mas.. – Eu olhei pro e depois pra ela. Droga! DROGA! Eu não vou conseguir dizer não a ela. – Quer dizer, eu.. vou me esforçar o máximo pra isso. – Eu forcei um sorriso. Percebi os olhares assustados de .
- Maravilhoso. Estou ansiosa. Se precisar de qualquer ajuda, fale comigo. – Sra. Dark estava tão feliz.
- Claro. – Eu continuava forçando um sorriso. – Obrigada. – Eu me levantei e me acompanhou.
- Até logo. – A professora se despediu, antes que saíssemos da sala.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – perguntou, assim que nos afastamos da sala.
- Eu sou uma idiota! – Eu resmunguei. – Eu não consegui dizer não pra ela. DROGA! – Eu disse, furiosa comigo mesma.
- E agora? Você vai se apresentar na cerimonia de formatura? – arqueou a sobrancelha.
- Meu Deus.. eu não posso fazer isso. – Eu passei a mão pelo meu rosto, sem acreditar no que havia feito.
- Ok, calma. – me olhou, sério. – Vamos lidar com isso juntos, ok? – disse, tentando me acalmar.
- O que vamos fazer? – Eu perguntei, achando que tivesse uma solução.
- Eu preciso de mais tempo pra pensar, ok? – abriu os braços, fazendo cara feia.
- Eu vou me apresentar na frente da escola toda! Que roupa eu vou usar? O que eu vou cantar? – Eu estava desesperada.
- Eu não sei. Eu.. – disse, pensativo. – Eu posso te ajudar com a música. – me olhou, sério.
- Eu não vou cantar Beatles, ! – Eu disse, fazendo cara feia.
- EU SEI! – rolou os olhos. – Estou falando sobre compor uma canção. – esperou pela minha reação.
- Compor uma canção? Mas.. – Eu não sabia o que pensar. Parecia ser uma boa ideia, mas ao mesmo tempo uma má ideia.
- Vamos tentar, ok? Eu já fiz isso antes. Eu te ajudo. Se não der certo, pensamos em outra coisa. – disse. – Mas fica calma, ok? – sorriu, pois sabia que ver o seu sorriso me acalmaria.
- Ok.. – Eu sorri fraco, um pouco mais calma. – Obrigada por me ajudar. – Eu me aproximei e o abracei. O sorriso dele aumentou, por eu tê-lo abraçado.
- Vai dar tudo certo. – sussurrou em meu ouvido.
- Eu sei que vai.. – Eu disse e desfiz o abraço, para que pudesse terminar a frase olhando pra ele. – Por que você está comigo. – Eu sorri, olhando em seus olhos. Um sorriso tímido surgiu em seu rosto, ele nem chegou a mostrar os dentes. Me olhou por um tempo com aquele sorriso e aos poucos seu sorriso foi desabrochando e os seus dentes foram ficando a mostra. Foi a cena mais surreal e linda que eu vi em toda a minha vida.
- Estou feliz por você saber disso. - Ele tocou uma das partes laterais do meu cabelo e foi deslizando até as pontas, enquanto se aproximava e me dava um selinho longo. Terminamos o selinho e ele me olhou de perto por um tempo e fez uma careta. – Pronta pra enfrentar a fúria da Jessie? – quase riu.
- Eu nunca estive mais pronta! – Eu ri e ele riu comigo. Roubei mais um rápido selinho e segurei a sua mão e o puxei pelo corredor.
- Onde estamos indo? – me olhou, andando ao meu lado.
- Falar com a galera. – Eu sorri pra ele, enquanto descíamos as escadas.
- Eu achei que você estava me levando pra algum canto pra poder me agarrar. – fez bico, mas não conseguiu mantê-lo por muito tempo, pois começou a rir. Olhei pra ele e abri a boca, fingindo estar surpresa com a declaração dele. Ele fez o mesmo com a boca e ficamos rindo por um tempo.
- Não vou te agarrar, garoto. – Eu disse, ainda puxando ele pelas mãos. – Pelo menos, não agora. – Eu disse e pisquei pra ele. Ele parou e cerrou os olhos pra mim.
- Eu vou cobrar isso mais tarde. – disse, voltando a se aproximar de mim e colocando o seu braço sobre os meus ombros.
- Pode cobrar. – Eu gargalhei, sentindo ele beijar carinhosamente uma das minhas bochechas.

Nos aproximamos da mesa dos nossos amigos. Todos conversavam e riam de uma coisa qualquer. e não estavam do lado um do outro, ou seja, ainda estavam brigados. Isso nunca era bom. Eu e resolvemos ficar de pé mesmo ao lado da mesa, pois os dois lugares que haviam na mesa eram muito longe um do outro e nós queríamos ficar juntos.

- E ae? O que está rolando aqui? – disse, olhando para os amigos. Seu braço ainda estava sobre os meus ombros. Me virei de lado e passei meus braços em volta da sua barriga.
- Estamos falando sobre as danças do aniversário da . – disse, rindo.
- Foi muito engraçado. – riu. Sua mão que antes estava em um dos meus ombros, desceu para as minhas costas, onde ele começou a acariciar.
- A dança do e da foi a mais engraçada. Eu tenho que assumir. – gargalhou, assim como todos.
- Todos os convidados ficaram falando dos dois loucos que dançaram na minha entrada. – comentou.

e também estavam achando graça, porém nem olhava pro meu irmão. Ela estava tentando ignorar ele. Bem, estava dando certo. Ele estava enlouquecendo com toda aquela frieza dela.

- Está vendo, amor? Nós temos fãs. – disse, querendo receber a atenção de por poucos segundos. Ela olhou pra ele e até um sorriso surgiu em seu rosto.
- Nós? – riu, irônica. – Eu acabo de optar pela carreira solo. Desculpe. - sorriu com sarcasmo. Todos permaneceram em silêncio. Alguns fizeram uma careta, sabendo que ela havia acabado com o e outros, olhavam pra com pena.
- Então, eu acho que já vou pra sala. – disse, sabendo que a acompanharia.
- Vou com você. – sorriu pra amiga. – Beijos, galera. – mandou jogou um beijo e se virou para ir em direção à sala. fez uma careta pra nós e saiu, acompanhando .
- Minha namorada me odeia. Isso é ótimo. – disse, irônico.
- Ela não te odeia. – tentou fazer com que aquilo parecesse menos pior.
- Ela só.. não gosta de você nesse momento. – Eu disse, tentando ajudar.
- Cara, logo isso passa. É coisa de momento. – também ajudou.
- O pior é que eu não fiz nada pra merecer isso. – disse, irritado.
- Tem uma coisa que você podia fazer pra melhorar as coisas, mas você não vai querer. – sorriu, negando com a cabeça.
- O que? – estava disposto a fazer muita coisa pra conseguir a namorada de volta.
- Você.. – riu. Sabia que jamais aceitaria a ideia. A mão dele ainda continuava acariciando lentamente as minhas costas. – Eu não sei! Dê a ela o que ela quer, cara. – disse, como se fosse óbvio.
- Certo. Quando a sua cama vai estar disponível, ? – fingiu ficar sério a perguntar isso.
- Vai ser foder, palhaço. – disse, revoltado. Todos riram.
- Eu não estou falando disso, idiota. – ainda se impressionava com a tamanha malícia do . – Estou falando sobre ser romântico. Ela não quer isso? Então seja. – disse e eu concordei com ele.
- Eu? – riu. – Romântico? – negou com a cabeça. – Não vai acontecer. – voltou a rir.
- Por que não? – Eu perguntei, irritada. era tão machista e cabeça dura.
- Eu nunca vou ser romântico, . Eu não sou assim, eu nunca vou ser assim. – também ficou irritado.
- Ninguém está pedindo pra você ser insuportavelmente romântico como o . Não vai doer ser romântico por alguns dias. – disse e o olhou com cara feia.
- Obrigado, . Aliás, vai à merda. – sorriu falsamente. gargalhou.
- , é sério. – o olhou, séria. – Se você ama ela, você vai fazer esse esforço por ela. – disse, sabiamente.
- Ou é isso, ou vai perdê-la. – completou.
- Eu não sou assim. Eu não vou mudar o meu jeito. Eu não sei ser desse jeito. – disse, sério. Estava se levantando da mesa. – Está decidido. – saiu com a mochila nas mãos. Todos observaram ele sair, sem dizer nada.
- Orgulhoso.. – negou com a cabeça.
- Ele é meu irmão, né? – Eu sorri e neguei com a cabeça. sorriu, concordando.
- Chega de dar uma de cúpido. Vamos pra sala, que o inspetor já está olhando feio pra nós. – se levantou da mesa. e também se levantaram.

se virou pra mim. Minhas mãos continuavam em torno dele e as mãos dele subiram pro meu rosto, enquanto ele se aproximava e selava os meus lábios lentamente. Entrelaçamos nossos lábios, mas não chegamos a aprofundar o beijo. Terminei o beijo, puxando seu lábio inferior. Ele sorriu, quando nossos lábios ainda estavam colados. Eu também sorri e separei nossos lábios.

- Te vejo na saída? – sorriu, me olhando de perto.
- Eu te espero. – Eu disse, olhando os olhos dele que tanto me deixam boba.
- Sr. Jonas? – Uma voz disse e quando olhamos pro lado, vimos o inspetor. Nos afastamos rapidamente.
- Já estamos indo pra sala. – pegou a sua mochila e sorriu falsamente.
- Ótimo, mas eu queria esclarecer uma outra coisa pra você e pra Srta. . – O inspetor me fuzilou com os olhos. já sabia do que se tratava.
- Falta menos de um mês pro final das aulas e vocês não vão querer uma suspensão logo agora, não é? – Ele disse com os braços cruzados.
- É claro que não. – respondeu por nós dois.
- Então é melhor que vocês evitem toda essa demonstração de afeto dentro dessa escola. – O inspetor disse, sério.
- Nos desculpe. – riu, sem jeito. – Nós acabamos de começar a namorar e estamos naquela fase de inicio de namoro. – disse, meio gaguejando. Ele estava nervoso. – O Sr. entende, não é? – riu, descontraído. Queria melhorar o clima que havia se estabelecido ali.
- Não. – O inspetor disse, grosso.
- Não? – riu, ainda mais nervoso. – Mas o Sr. Já amou alguém, não é? – voltou a rir.
- Não. – O inspetor continuou sério.
- Ok.. – riu de si mesmo. – Nós entendemos o que o Sr. quis dizer. – finalizou.
- Ótimo. – O inspetor sorriu de forma fraca. – Espero que não tenha que dar o segundo aviso. – O inspetor saiu, dando bronca em outros alunos.
- Vai! Não se desgrudam! – gargalhou.
- Essa escola é ridícula, esse inspetor é ridículo. – revirou os olhos.
- Vamos pra sala, vai. – riu, andando em direção as salas.
- Então, até depois. – riu, demonstrando estar incomodado, se aproximou e beijou o meu rosto.
- Até. – Eu gargalhei do sacrifício que foi pra ele, me beijar no rosto.

Eu sai com e , e saíram juntos. e teriam aulas juntos e a sala de ficava próxima a deles. A minha sala ficava ao lado da sala na , por isso fomos juntas.

Eu tive as últimas aulas, mas não prestei muita atenção nelas. ficava me mandando mensagens de texto durante as explicações do professor e eu simplesmente não conseguia me concentrar. Eu não culparia ele por isso. Eu adorava todas as mensagens dele. O sinal da saída tocou e eu só consegui ouvir o professor pedindo que fizéssemos as questões do capítulo 11. Eu iria me virar depois para fazê-las.

me esperaria na escada da escola. Era o que ele havia me dito por mensagem. Coloquei a bolsa em um dos ombros e sai da sala, enquanto guardava meu caderno. Cheguei no topo da escada e vi que estava sentado de costas em seu último degrau. Sorri sem ao menos perceber. Ele estava esperando por mim. Como ele sempre havia feito. Ele sempre vai esperar por mim e isso me dava a maior tranquilidade do mundo. Desci alguns degraus, até chegar no anterior ao que ele estava . Tampei seus olhos com as minhas mãos como ele costumava a fazer comigo. Percebi seu rosto se contrair, enquanto ele sorria.

- Eu não faço a menor ideia de quem seja. – mentia, apalpando minhas mãos. Eu sabia que ele estava se fazendo de bobo, o que me fez revirar os olhos. Antes mesmo que eu tomasse qualquer atitude, puxou minhas mãos, tirando-as de seu rosto e trazendo meu corpo junto. Quando me dei conta, já estava quase deitada no colo dele, enquanto ele me segurava e ria.
- Você é maluco? – Eu disse com os olhos esbugalhados.
- E você só percebeu isso agora? Que tipo de namorada você é? – disse, me roubando um selinho.
- Do tipo da que não quer levar suspensão. – Eu ri, me levantando do seu colo. Ele também se levantou, ficando ao meu lado.
- Você devia fazer umas loucuras às vezes. Eu já levei algumas suspenções e eu ainda não sou a ovelha negra da família. – disse, me fazendo gargalhar.
- Falando em família. Como está a ? Estou com saudades. – Eu perguntei, entrelaçando meus dedos nos dele.
- Ela está bem. Todo dia de manhã ela me pergunta se nós ainda somos namorados. – sorriu, contando. Ele jamais entenderia aquela ligação louca que eu e tínhamos.
- Você já teve tantas namoradas, que traumatizou a sua irmã. Isso é ótimo, . – Eu disse, sabendo que ele odiaria aquele meu comentário.
- Isso não explica o fato da única namorada dela ter gostado ser você. – fez careta.
- Deve ser porque eu sou foda. – Eu disse com a voz um pouco mais grossa.
- Fica me imitando e ainda se acha engraçada, né? – cerrou os olhos, fingindo estar indignado.
- Eu não pude evitar. – Eu gargalhei, empurrando-o levemente pro lado.
- Olha só, se não é o meu casal brega favorito. – disse, entrando no meio de mim e do . Um braço estava sobre os meus ombros e o outro estava sobre os ombros do .
- Olha só, se não é.. – pensou em um adjetivo a altura, mas não conseguiu pensar em nada. – VOCÊ. – riu da sua falta de criatividade. Nós paramos de andar.
- Cadê o meu irmão?- Eu perguntei. Era pra ele estar com o .
- Estou aqui. – disse, aparecendo atrás de mim.
- Que cara é essa? – viu que o amigo não estava bem.
- Vou ter que fazer recuperação de Biologia. – revirou os olhos.
- E? Até parece que você nunca ficou de recuperação. – riu
- Tem essa história da também. – revirou os olhos e suspirou.
- Você quer que eu converse com ela? – Eu perguntei. Queria ajudar o meu irmão.
- ! – Alguém me chamou. Olhei pra trás e vi que era a . Ela acenou com a mão, pedindo que eu fosse até lá. Provavelmente, ela queria evitar o .
- Eu não quero que se intrometa nisso, . Deixa que eu resolvo. – me disse, sério.
- Ta bom. – Eu neguei com a cabeça. Por que ele não deixava os outros ajudarem? – Eu já volto. – Eu sorri pra eles e sai, indo até a .
- Oi . – Eu disse, quando cheguei na frente dela.
- Ok, eu preciso de uma opinião. – disse, séria. – Eu não estou errada nessa história, não é? – Ela parecia aflita.
- Eu acho que nenhum dos dois estão certos. – Eu sorri, negando com a cabeça.
- Eu sei que ele é o seu irmão, mas você consegue me entender, certo? – me olhou, séria.
- Sim, eu entendo. Ele precisa mudar um pouco o seu comportamento, principalmente com você. Você é uma garota e toda garota quer um pouco de romantismo. Eu entendo, . – Eu sorri fraco, fazendo com que ela se acalmasse.
- Obrigada por isso, . Eu já estava achando que eu era a idiota da história. – Ela riu, aliviada.
- Eu torço por vocês. Se você precisar de mim, você pode me chamar. – Eu a abracei rapidamente e ela me apertou forte, demonstrando o quanto estava grata.
- Obrigada, gata. – riu, beijando o meu rosto.
- Nos falamos mais tarde? – Eu perguntei, vendo ela concordar com a cabeça. – Certo, então até depois. – Eu dei alguns passos pra trás e joguei um beijo. Ela riu, retribuindo o beijo.

Olhei pro e sorri ao vê-lo conversar algo engraçado com e . havia chego e também estava falando com eles. estava sorrindo e isso me fez ficar muito aliviada. sabia que estava mal e estava fazendo ele rir. Ele fazia isso de propósito. Era o seu jeito de mostrar que se importava e isso era uma das coisas que eu mais amava nele. Eu me aproximei e cheguei atrás do , passando meus braços em torno do seu pescoço e beijando um de seus ombros, que estava coberto pela camiseta do uniforme. Ele não se virou, sabia quem era. Beijou uma das minhas mãos que estavam próximas a seu rosto. Desceu suas mãos e as levou pra trás, segurando cada uma das minhas coxas e me levantando de cavalinho.

- Não, . – Eu gargalhei. – O que você está fazendo? – Eu ainda estava rindo. Meus braços continuavam em torno do seu pescoço.
- Vou te dar uma carona até o estacionamento. – riu, começando a andar.
- Vocês não cansam de me envergonhar, né? – revirou os olhos.
- Olha essa mão boba, Jonas. – disse, vigiando de perto as mãos de .
- O que é isso? – disse, rindo. Ele e haviam nos alcançado.
- Eu nem conheço esses dois. – riu, se afastando.
- Eu estou apenas curtindo a carona. – Eu sorri e quase riu.
- E o está apenas curtindo pegar nas coxas da minha irmã. – disse, emburrado.
- Cala a boca, . – Eu revirei os olhos.

Andamos até o estacionamento. O carro de estava ao lado do carro do (do meu, na verdade). andou até o seu carro e virou de costas, me soltando para que eu me sentasse no capô de seu carro. Eu me sentei e o soltei. Ele se virou de frente pra mim e ficou me olhando por um tempo. Ele sorriu, eu sorri.

- No que você está pensando? – Eu perguntei com um sorriso fraco no rosto.
- Nós estamos agindo como um casal de verdade. Isso é.. insano. – sorria de forma doce. Uma das suas mãos se aproximou do meu rosto e com os dedos colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- Eu sei. É estranho. – Eu quase ri. – Mas também é a coisa mais bonita e ..real que eu já vivi em toda a minha vida. – Eu disse, olhando seu rosto de perto. Minha mão foi até uma das suas bochechas, enquanto eu selava os seus lábios de forma lenta. Nossos lábios chegaram a se entrelaçar, mas não passou disso. Ele separou nossos lábios antes disso acontecer.
- Aliás, eu tenho que falar com você sobre uma coisa. – me olhou e sorriu de forma desajeitada. Não era coisa boa, certeza!
- Eu sabia que algo estava por vir. – Eu quase ri e olhei pra ele, desconfiada.
- Se importa se nós não passarmos a tarde juntos hoje? Os caras vão lá em casa ver o jogo do Yankees. – fez careta. – Quer dizer, se você quiser ir lá assistir o jogo com nós, sem problemas. – riu, sabendo que aquele não era o tipo de convite que eu aceitaria.
- Não tem problema. Eu vou aproveitar pra fazer os deveres que o professor passou hoje. – Eu sorri, compreensiva.
- Você podia ir lá assistir o jogo comigo, né? – fez cara de bravo.
- Você sabe que eu não entendo nada de beisebol e também sabe que beisebol não é exatamente o meu esporte favorito. – Eu fiz careta.
- , você não tem um esporte favorito. – arqueou a sobrancelha, segurando a risada.
- É... você está certo. – Eu ri e ele riu comigo. Os meus amigos e meu irmão estavam há alguns poucos passos de nós. Eles conversavam sobre qualquer coisa, que não tem importância agora.
- O que eu tenho que fazer pra te convencer a ir? – me olhou com uma cara sedutora. Eu voltei a gargalhar.

Ninguém percebeu, quando o carro de Amber entrou no estacionamento da escola. Ela estava distraída, procurando pela prima. Viu de longe e deduziu que estava junto, por isso decidiu ir até lá. Dirigiu na direção que estávamos e quando ainda estava um pouco longe, parou o carro. Ela não esperava ver aquela cena.

- Abraços e beijos não vão adiantar, por que eu os consigo de qualquer jeito. – Eu disse e ele riu, indignado.
- E cócegas? Vão adiantar? – cerrou os olhos me olhando. Eu comecei a rir descontroladamente. Afastei o corpo dele do meu, querendo evitar as cócegas.
- Isso é jogo sujo, . – Eu disse, negando com a cabeça.
- Está vendo? Nem comecei e já estou te fazendo mudar de ideia. – riu, aproximando suas mãos de mim.
- Não, não. Para, . – Eu afastei as mãos dele novamente, tentando ficar séria. – Eu estou falando sério. – Eu simplesmente não conseguia ficar séria.
- Sério? E por que você está rindo? – ameaçou fazer cócegas novamente.
- Eu não estou rindo. – Eu encolhi o riso.
- Não? – foi rápido e apertou uma das minhas cinturas. Eu voltei a afastá-lo.
- Ok, ok! Eu estou rindo. – Eu disse, rindo.

Amber observava aquela cena de longe. Ela tentou se lembrar de quantas vezes se imaginou vivendo aquela mesma cena com o . Ela percebia que eu e estávamos felizes. Ela conhecia ele muito bem e sabia muito bem que aquele sorriso era o que descrevia a sua real felicidade. Foi esse sorriso que ela sempre quis arrancar dele. Tudo o que ela mais queria era ser a garota responsável por aquela extrema felicidade dele.

Vários carros buzinavam atrás de seu carro. Ela ficou alguns minutos ali parada, mas os adolescentes de hoje em dia não são os mais pacientes. Ela voltou a acelerar o carro e o parou na frente do carro do e ‘do ’. Ela buzinou, chamando a atenção de todos. Não desceria do carro. Estava ali somente para buscar .

- Amber! – gritou, empolgado. Ouvir o nome dela fez qualquer sorriso desaparecer do meu rosto. Desviei de , que estava em minha frente e olhei pra ela. também olhou pra trás. Lá estava ela! Ombros descobertos, os cabelos loiros presos em um alto rabo e um óculos de sol de marca.
- Oi gente! – Ela sorriu, apoiando um dos braços no vidro da porta de seu carro. Ela levantou os óculos de sol, pendurando-o em seu cabelo.
- Minha carona chegou. – riu.
- A adora me explorar. – Amber riu e negou com a cabeça.

virou-se de costas pra mim para ficar de frente pra ela e poder olhá-la. Eu revirei os olhos. Ela tinha atenção de todos. Todos estavam sorrindo e rindo dela. Só eu achava a voz dela irritante? Só eu achava o comportamento dela ridículo? Não é possível.

- E como estão os preparativos pro jogo, garotos? – Amber perguntou, olhando para os garotos.
- Vai dar Yankees, claro! – riu, convencido.
- Combinamos de assistir o jogo na casa do . – explicou na maior inocência.
- Ahn é? – Amber sorriu fraco e olhou pro . Só em vê-la olhar pra ele, o meu sangue já subia. Eu não sabia se era coisa da minha cabeça, mas o jeito que ela olhava pro , era diferente do jeito que ela olhava pros outros garotos.
- É a desculpa dos garotos pra ficarem uma tarde longe de nós. – fingiu fazer cara feia.
- Não é nada disso. – fez careta. sorriu, sem que ninguém percebesse.
- Onde você vai ver o jogo? – perguntou, mudando um pouco o foco da conversa.
- Vou ver na casa da mesmo. – Amber sorriu, sem jeito. Qual é!? Ela estava implorando pra ser convidada pra ir na casa do . Ainda bem que ninguém ali vai convidá-la.
- Por que você não vai assistir com a gente? – disse, achando que estava sendo educado. Eu só não o chamarei de filho da puta, porque eu amo e respeito a minha linda mãe. Olhei pro no mesmo instante, mas não adiantou porque ele não estava olhando pra mim. não pode se expressar, mas por dentro ele sabia que aquilo causaria problemas.
- Eu.. não sei. – Amber negou com a cabeça, colocando uma mecha do seu cabelo atrás de sua orelha. Ela olhou disfarçadamente pro . Ela queria saber se ele se manifestaria sobre o assunto. Quer dizer, ele é o dono casa. O convite deveria ser dele. sabia disso, todos sabiam disso, mas ele temia a minha reação.
- Você devia ir. Vai ser legal. – disse, sem jeito. Normalmente ele não agia daquele jeito com a Amber. Ele só estava daquele jeito, porque eu estava observando aquela conversa de perto. Eu fiquei com raiva. Raiva dele, raiva dela, raiva do meu irmão por ter começado aquele assunto. Apesar de tudo, eu sabia que naquela situação, não tinha saída. Ele não era mal educado. Todos estavam esperando que ele a convidasse. Ele tinha que fazer aquele convite e se ele não o fizesse, ele não estaria sendo o . O cara legal e simpático com todos.
- É, você devia ir Amber. – Eu sorri pra ela. O sorriso mais falso da minha vida. – Nós vamos nos divertir. – Eu continuei sorrindo. – Pelo menos não vou ser a única garota naquela casa. – Eu finalizei, percebendo o sorriso dela diminuir em segundos. sorriu, negou com a cabeça por um tempo e depois mordeu o lábio inferior. Todos olharam pra mim, surpresos.
- Você disse ‘nós’ ? – arqueou a sobrancelha, olhando pra mim. Ele sabia que eu nunca havia gostado de assistir esses jogos.
- Sim, eu disse. – Eu o olhei com cara feia. Eu não queria que Amber soubesse que eu só estava indo por causa dela.
- Mas você não.. – já ia estragando os meus planos.
- Cala a boca. – Eu disse, meio baixo.
- Bem, nesse caso.. – Amber sorriu de forma estranha. – Eu vou! – Ela voltou a olhar pro .
- Legal. – Eu continuei a sorrir.
- Você ainda mora no mesmo lugar, ? – Amber perguntou.
- Sim, lá mesmo. – concordou. Eu percebia que ele estava agindo como se estivesse pisando em ovos. Ele sabia que eu estava atenta a qualquer coisa, qualquer sorriso a mais, nos faria brigar por um mês.
- Beleza. Então chego lá na hora do jogo. – Amber deixou de olhá-lo, porque viu que estava dando muito na cara.
- Então vamos, Amber. Eu preciso dormir! Ainda não descansei da festa de ontem. – riu de sua própria desgraça.
- Até mais tarde, amor. – a beijou docemente.
- Beijos! Até mais tarde, gatos e gatas. – acenou com a mão, antes de entrar no carro de sua prima.
- Até mais tarde. – Amber voltou a colocar os seus óculos de sol e saiu com o seu carro.
- ARRRRRRRRRGH. – Eu disse, fazendo careta.
- Incrível a sua repentina vontade de ver jogos de beisebol. – gargalhou. Ele sabia exatamente o que havia acontecido.
- Traída pelo meu próprio irmão. Ótimo! - Eu fuzilei com os olhos.
- O que eu fiz agora? – abriu os braços, revoltado.
- Eu não sei.. – Eu fiz cara de pensativa. – A Amber gosta do meu namorado e você convidou ela pra ir a um lugar, onde ela provavelmente passaria a tarde se jogando PRA CIMA DELE. – Eu disse, furiosa.
- Ela ainda gosta do ? – arqueou as sobrancelhas.
- Parece que sim. – concordou.
- E quem se importa? – me olhou, arqueando a sobrancelha.
- Você não ouviu a parte do ‘meu namorado’? É claro que eu me importo. – Eu o olhei, séria.
- Legal, mas e ai? Nós vamos brigar por isso também? – estava no limite. Estávamos discutindo outra coisa desnecessária.
- Eu não vou brigar, ok? – Eu levei uma das minhas mãos até o seu rosto e acariciei o local por alguns instantes, selando seus lábios de forma calma. – Pelo menos, não com você. – Eu disse, vendo o sorriso no rosto dele se desfazer.
- Para. – pediu.
- Não se preocupe com isso. – Eu sorri, tentando despreocupá-lo. O empurrei levemente pra trás, para que eu descesse do capô do seu carro.
- , eu estou falando sério. – me olhou, chateado. Aproximou-se novamente, mesmo eu já estando de pé e colocou suas duas mãos na lateral do meu pescoço, pode debaixo do meu cabelo. – Por favor. – negou com a cabeça.
- Entenda uma coisa, . – Olhei em seus olhos. – Você é meu namorado e eu amo você. Nós já passamos por muita coisa. Muita coisa que quase nos separou. – Eu toquei seus pulsos, que ainda seguravam as laterais do meu pescoço. – Mas eu não idiota. Eu não posso simplesmente sentar e ver a senhora perfeita se jogar pra cima de você. – Eu expliquei e ele negou com a cabeça.
- Mas ela não está se jogando pra cima de mim. – quase riu, tentando me mostrar o quanto eu estava errada. – Ela não estava, não é? – Olhou pros amigos e eles concordaram.
- Ainda! – Eu disse, saindo de perto dele e colocando a minha bolsa em meu ombro. – Mas se essa ideia passar pela cabeça dela, eu não vou hesitar em começar essa guerra, ok? – Eu sorri pro e sai, indo em direção ao meu irmão. – Então, quem vai me levar embora? – negou com a cabeça, não acreditando que aquilo estava acontecendo.
- Vai comigo. O vai ter que organizar as coisas pro jogo. Você vai pra casa dele comigo, depois do almoço. – deu a ideia.
- Por mim, tudo bem. – Eu concordei e depois olhei pro para ver se ele também estava de acordo.
- Pode ser. – concordou com a cabeça. Aproximou-se de mim com a intenção de se despedir. - Ok, você não está fazendo isso pelos motivos certos, mas eu estou feliz por você ir assistir o jogo com nós. – me deu um rápido beijo. O beijo foi interrompido pelo meu sorriso.
- Você é o único motivo que pode me fazer assistir o jogo dos Yankees. Acredite. – Eu disse e ele forçou uma risada fofa.
- Certo.. – se aproximou e me beijou rapidamente. não esperaria por muito tempo. – Vejo você daqui a pouco. – Ele descolou nossos lábios e disse em um sussurro.
- Amo você. – Eu roubei o último selinho e ouvi ele dizer que também me amava com um sorriso indescritível no rosto. Me afastei e me despedi de e . já me esperava dentro do carro.

Ok, eu sei o que a Amber está querendo fazer. Ela é esperta, sempre foi. Eu me lembro do quanto ela foi apaixonada pelo antes e agora ela está de volta. Eu não vou aliviar pra ela. Ela não teve ele antes e não vai ter agora. Eu estou disposta a brigar por isso. Antes, eu era boba. Eu ouvia tudo o que ela falava pra mim e deixava pra lá. Eu não vou deixar pra lá dessa vez e é bom que ela saiba disso desde já.

Eu e fomos pra cara. Almoçamos com Liza. Ela cuidaria da casa durante a semana, pois minha mãe estava cheia de trabalho e não tinha tempo pra nada. Liza era incrível. Ela sempre estava lá para nos salvar e cuidar de nós.

- Vamos logo, . – Eu o apressei. Ele estava se trocando para irmos à casa do .
- Espera, garota. Ainda falta 1 hora pro jogo. – disse, colocando o boné dos Yankees em sua cabeça.
- Por que vocês estão brigando agora? – Liza apareceu no corredor.
- Ela não deixa eu me trocar em paz. – abriu a porta de seu quarto, irritado.
- E porque você está com tanta pressa, moça? – Liza arqueou a sobrancelha, olhando pra mim.
- Deixa que eu respondo essa. – sorriu falsamente. – Ela não vê a hora de ver o namorado dela pra eles ficarem agarrados até me fazerem vomitar. – quase riu, vendo fuzilá-lo com os olhos.
- Ahn, é mesmo! – Liza riu. – me contou que você e estão namorando. – Liza me olhou de forma desconfiada.
- Sim, é verdade. – Eu sorri, sem jeito.
- Ele é lindo, ! Você tem um ótimo gosto. – Liza sorriu, empolgada.
- Ah, não. Me poupem dessa conversa feminina. – revirou os olhos e saiu em direção ao andar debaixo. Eu e Liza nos olhamos e rimos. Fomo atrás dele.
- Qual o problema, ? Achei que você gostasse da ideia de ter o seu melhor amigo namorando a sua irmã. – Liza sabia que havia algum problema.
- Eu gosto, mas eu fico diabético só em vê-los juntos. – disse, indo até a cozinha e pegando um pacote de pipoca, que ele disse pro que levaria.
- Só porque ele não consegue agir do mesmo jeito com a namorada dele. – Eu provoquei.
- Não quero falar sobre isso. – sorriu falsamente.
- Não quer, porque sabe que está errado. – Eu cruzei os braços.
- Eu estou indo. Você vai ficar? – mudou o assunto, abrindo a porta de casa.
- Estou indo. – Eu revirei os olhos. estava insuportável esses dias. – Vou indo, Liza. – Eu a abracei. – Quando eu voltar, acho que você já vai ter ido embora, então até amanhã. – Ela beijou o meu rosto e sorriu carinhosamente pra mim.
- Até amanhã! E.. se divirta. – Ela piscou um dos olhos. Eu voltei a rir, enquanto pegava a minha bolsa sobre o sofá.
- Eu vou. – Eu sai pela porta e a fechei. Fui até o meu carro e entrei. ligou o carro rapidamente e começou a dirigir em direção a casa do .
- Então... você está indo por causa da Amber? – perguntou, achando graça.
- Vou pelo . – Eu respondi, não gostando daquele sarcasmo.
- Você vai pelo e pela Amber. Entendi. – segurou uma risada.
- Qual a graça? – Eu fiquei irritada de vez.
- Nada. – Ele negou com a cabeça.
- Fala, . – Eu o olhei, impaciente.
- Você está indo assistir os Yankees. Isso é engraçado. – riu da minha cara.
- Só isso? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Está fazendo isso porque não quer deixar o sozinho com a Amber. – continuou a rir e negou com a cabeça novamente.
- Não é nada disso. – Eu menti, apenas para não dar o braço a torcer.
- E você continua não confiando nele. – disse, prestando a atenção no trânsito.
- Eu confio nele. É nela que eu não confio. – Eu expliquei.
- Sei.. – riu novamente.
- Chega, vai. Não quero falar sobre isso. – Eu bufei, acabando com o assunto até chegarmos na casa do .

Descemos do carro e fomos até a porta da casa dele. Tocamos a campainha umas 2 vezes. segurava o pacote de pipoca nas mãos, enquanto eu olhava pra porta, esperando ver . Um minuto se passou e a porta foi aberta. sorriu fraco, quando me viu.

- E ae, cara? – sorriu e o olhou.
- Pode entrar. Fica a vontade. – saiu de frente da porta para que pudesse entrar.
- Isso é pra você. – passou por , deixando o pacote de pipoca em suas mãos. olhou pro saco em suas mãos e riu. Dei alguns pequenos passos em direção a porta. Tinha a intenção de entrar na casa também, mas antes que eu fizesse isso, entrou na minha frente e fechou a porta, apoiando suas costas nela.
- Você ainda não. – quase riu, para que aquilo não soasse ruim.
- O que? Você desistiu do jogo e vai me levar pra algum lugar? – Eu disse, sabendo que era improvável.
- Não dessa vez, . – riu, negando com a cabeça.
- ? – Eu ri, olhando seu rosto de perto. – Eu quase senti falta disso. – Eu continuei a olhá-lo de bem perto.
- Eu preciso conversar com você. – fez uma careta.
- O que aconteceu? – Eu o olhei, séria. Não fazia ideia do que se tratava, mas sabia pela cara de que eu não gostaria.
- Promete que não vai enlouquecer? – sorriu de forma desajeitada.
- Diz logo. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Eu já disse que te amo, hoje? – forçou um sorriso maior.
- .. – Continuei olhando pra ele, séria.
- Amber está aqui. – sorriu imediatamente para evitar que eu ficasse mais brava.
- Aqui onde? – Eu olhei na garagem e na varanda da casa.
- Lá.. dentro. – apontou pra porta atrás dele. Cerrei os olhos e neguei com a cabeça. – Ela chegou e eu não tive como deixá-la pra fora. – ergueu os ombros, se defendendo.
- Vocês estavam sozinhos ai dentro? – Continuei olhando pra ele com os olhos cerrados.
- Sim.. – forçou um sorriso. – MAS não aconteceu nada. – afirmou.
- Ela é esperta.. – Eu sorri para me convencer de que toda aquela raiva que eu estava sentindo não era por causa DELA.
- Não é nada disso. – negou com a cabeça.
- Eu disse que nós não brigaríamos por isso, mas se você defendê-la, nós vamos brigar. – Eu sorri falsamente pra ele.
- Eu estou falando sério, . – ficou sério. – Vocês nunca gostaram uma da outra. Eu entendo. Mas será que não é a hora de rever isso? – propôs.
- Não há o que rever, se eu ainda odeio ela. – Eu disse, séria.
- Odeia por quê? Você tinha seus motivos antes, mas e agora? – não estava bravo, ele estava só tentando acalmar e melhorar as coisas.
- O motivo de agora está bem na minha frente e se você quer saber, é bem melhor que o anterior. – Eu também não estava brava com ele. Aquilo não era uma discussão.
- Ela não fez nada até agora. Você é que tem implicância. – entortou um pouco a sua boca para mostrar que estava chateado com aquilo.
- Ok, certo. – Eu fechei os olhos por alguns segundos e respirei fundo. – Você pode estar certo. Mas o que você quer que eu faça? Me torne a melhor amiga dela? – Eu quase ri do meu próprio sarcasmo.
- Não. Só dê uma chance pra ela. – não achou graça.
- Você viu o jeito que ela fala comigo, o jeito que ela me olha. Porque eu tenho que ser a única a dar a segunda chance? – Eu voltei a ficar séria.
- O motivo continua bem na sua frente. – sorriu sem mostrar os dentes.
- Você? – Eu voltei a cerrar os olhos com um sorriso desajeitado.
- Você é a minha namorada e eu quero que a atitude seja sua. Se alguém tiver que ser imatura nessa história, não será você, por que você sabe que tem o melhor motivo do mundo pra isso. – O sorriso de aumentou, deixando seus dentes amostra dessa vez.
- Certo, eu entendi. – Eu quase ri e neguei com a cabeça. – Eu vou fazer isso por você. – Eu levei uma das mãos ao rosto dele e vi os olhos dele olharem rapidamente para os meus lábios.
- Você está falando sobre a Amber ou me beijar? – perguntou, ainda olhando fixamente para os meus lábios.
- Amber.. – Eu ri, fazendo com que ele voltasse a me olhar em meus olhos.
- Ok.. – ficou sério, enquanto concordava com a cabeça. – Esquece ela, agora. – disse, colocando seus braços em torno do meu corpo e colando nossos corpos, fazendo com que nossos lábios se tocassem.

O beijo rapidamente se aprofundou e até chegou a ficar intensificado, mas eu não deixei que chegasse tão longe. Desgrudei nossos lábios, mas continuamos com alguns longos selinhos.

- Eu adoraria ficar aqui o dia inteiro beijando você, mas o jogo vai começar daqui a pouco... – disse, descolando nossos lábios depois de um selinho.
- O jogo.. – Eu abri os olhos. – Entendi. – Eu me aproximei pela última vez e selei os lábios dele. Minhas mãos desceram até a cintura dele e subiram rapidamente por debaixo da camiseta dele. Puxei seu lábio inferior com meus dentes e finalmente descolei nossos lábios. Minhas mãos descolaram do corpo dele e eu me afastei um pouco. me fitou com seus olhos, indignado.
- Isso não é justo, ok? – riu, negando com a cabeça.
- O que? – Eu me fiz de desentendida.
- Você não faz isso quando eu tenho todo o tempo do mundo, né? – cerrou os olhos.
- Nós vamos perder o jogo. – Eu ergui os ombros, rindo.
- Você ainda me paga. – riu, segurando a minha mão. – Vem logo. – Ele disse, abrindo a porta e me levando pra dentro da sua casa.

Passamos pelo pequeno corredor e depois de chegarmos no final dele, entramos na sala. Amber estava sentada no sofá e estava ao seu lado. Meus dedos ainda estavam entrelaçados nos dedos de . Amber se virou para ver quem havia chego e quando me viu ao lado de , o sorriso em seu rosto se desfez.

- Oi. – Eu sorri de forma fraca. Eu já estava atendendo ao pedido de .
- Oi .. – Ela sorriu, desconsertada. Não esperava nada tão receptivo de mim.
- Quanto tempo falta? – perguntou, se referindo ao início do jogo.
- 10 minutos. – respondeu, sem olhá-lo.
- e ainda não chegaram? – Eu perguntei, estranhando a demora.
- Eles sempre chegam em cima da hora. – respondeu mais uma vez.
- Eu vou fazer a pipoca. Se eles chegarem, abram a porta pra mim, por favor. – disse.
- Pode deixar. – Amber sorriu pra ele.
- Me ajuda? – olhou pra mim, mostrando o pacote de pipoca.
- Ajudo. – Eu sorri pra ele e ele começou a andar em direção a cozinha, enquanto me puxava pela mão. Chegamos na cozinha.
- Vou pegar as coisas. Espera. – se afastou e foi pegando as coisas para fazer a pipoca. Depois de pegar tudo, olhou pra mim.
- O que? Quer que eu faça? – Eu olhei pra ele, rindo.
- Eu não sou muito bom nisso. – fez careta.
- Ok, eu faço. – Eu disse, me aproximando do fogão.

Eu fiz a pipoca com a ajuda de . Foi engraçado, pois quase queimamos a pipoca. Ele demorou pra achar a tampa da panela e voou pipoca por toda a cozinha. Nós não conseguíamos parar de rir.

- Se você não estivesse aqui, eu teria colocado fogo na casa. – disse, colocando a pipoca em alguns potes.
- Provavelmente sim. – Eu disse, gargalhando. – Vamos ter que limpar isso aqui depois, ou a sua mãe vai te matar quando chegar. – Eu disse, pegando algumas pipocas no chão.
- Deixa ai, depois eu limpo. – pediu, me levantando.
- Eu te ajudo depois, então. – Eu sorri, enquanto ainda estávamos de mãos dadas.
- Deixa eu te contar uma coisa. – me puxou pra mais perto dele.
- O que? – Eu perguntei, rindo. Sabia que ele diria algo que me faria rir.
- Você ficou absurdamente linda naquele fogão. – sorriu, me olhando de bem perto.
- Fiquei? – Eu ri, como o previsto.
- Ficou. – concordou com a cabeça. – Acho que até já dá pra casar. – riu, sem jeito e me deu um longo selinho.
- Vamos sobreviver de pipocas? – Eu perguntei, sorrindo fraco.
- Nós concordamos que passaríamos por tudo juntos, certo? – disse de uma forma tão linda e tão doce, que meu coração estremeceu.
- Certo. – Eu sorri fraco e toquei o seu rosto para lhe dar um selinho e em seguida o abracei. Ele me apertou tão forte, que fazia com que eu me sentisse a pessoa mais protegida do mundo. Era como se aquele abraço valesse pra vida toda.
- PAREM DE SE AGARRAR NA COZINHA E TRAGAM A MINHA PIPOCA, ESCRAVOS. – gritou, enquanto ria histericamente com . Sim, ele e já haviam chego.
- Às vezes eu tenho vontade de matar o seu irmão. – disse, enquanto eu e ele ainda nos abraçávamos.
- Isso também acontece comigo. – Eu ri, terminando o abraço.
- Vamos. – disse, pegando alguns potes de pipoca.
- Eu pego esses. – Eu disse, pegando os potes que sobraram. Andamos em direção à sala.

Chegamos na sala, os garotos conversavam algo sobre um jogador dos Yankees. Amber estava de pé e segurava um dos porta-retratos, que estavam sobre estante da sala. Só naquele instante eu consegui perceber o MICRO shorts que ela estava usando. Mais vadia impossível! Quando ela percebeu a nossa presença, ela devolveu o porta-retrato na estante e nos olhou. Ela sorriu novamente. Eu odiava aquele sorriso dela. Parecia que era um desses sorrisos que se usa para seduzir garotos, sabe? Argh.

- Oi . – gritou do sofá.
- Hey.. – Eu gritei, quase rindo. Todos os garotos estavam vestindo bonés dos Yankees. Isso é que é ser fanático.
- Droga, eu esqueci o refrigerante. – fez careta.
- Eu pego. Está na geladeira? – Eu perguntei, dando os potes de pipoca pro e pro .
- Está. – sorriu pra mim.
- Ok. – Eu sai e fui em direção a cozinha. Abri a geladeira e peguei um dos três refrigerantes que estavam lá. Haviam alguns copos em cima da mesa e aproveitei para pegá-los. Voltei pra sala com as coisas em minhas mãos e as coloquei em cima da mesa de jantar, que ficava ao lado da sala.
- O jogo começou? – Eu perguntei, colocando refrigerante nos copos.
- Acabou de começar. – respondeu, sem nem olhar pra mim. Peguei dois copos com refrigerantes e fui levar pra eles. Cheguei no centro da sala e vi Amber sentada ao lado do . A perna dela quase toda descoberta tocava na dele.
- ESSE CARA É MUITO RUIM! – gritou, furioso. Sim, ele estava se referindo ao jogador do Yankees.
- Eu disse que tinham que tirar ele do jogo. – Amber concordou, furiosa.
- Esse merda parece uma tartaruga correndo. – desabafou.
- Eu trouxe o refrigerante. – Eu ofereci um copo pro e pro . Eles pegaram sem nem me agradecerem. Ingratos. Voltei pra mesa e peguei mais dois copos. Ofereci um pro e depois um pra Amber.
- Obrigada, querida. – Amber sorriu falsamente pra mim. Não respondi, apenas devolvi a falsidade. Peguei mais dois copos e ofereci um deles pro . O outro ficaria pra mim.
- Valeu. – disse, sem tirar os olhos da TV. Eu revirei os olhos. Que diabos tinha de tão importante naquele jogo? Me sentei no único sofá que estava vazio. Eu sei, eu deveria expulsar aquela garota do lado dele. Só não fiz isso por que ele ficaria muito bravo.

Meus olhares se dividiam entre a TV, o e a Amber. Eu não entendia nada daquele jogo. Pra mim eram só homens suados correndo atrás de uma bola, mas eu estava tentando entender aquilo. Eu queria poder saber tanto quanto a Amber para poder falar sobre isso com o . Assim ela se tornaria inútil de vez.

fazia seus comentários sarcásticos e engraçados sobre o jogo e a Amber era a primeira boba-alegre a rir. Ela ria e sorriu pra ele a cada palavra que ele dizia. Isso era extremamente irritante.

O intervalo do jogo começou e eles ainda continuaram debatendo sobre o jogo. e discutiam sobre uma coisa e e Amber sobre outra. foi o único que lembrou de mim. Ele me olhou e veio até mim, se sentando ao meu lado.

- Parece que você é a pessoa mais normal daqui. – sorriu pra mim. Eu era a única que não estava gritando e discutindo por causa do jogo.
- E parece que você é a única pessoa que lembra que eu estou aqui. – Eu disse, olhando e Amber conversando empolgadamente.
- Ele só está empolgado com o jogo. – também observava e Amber conversando.
- Talvez eu deva aprender um pouco mais sobre beisebol. – Eu sorri fraco, quando olhou pra mim. Ele sorriu de longe, mesmo quando Amber ainda falava com ele. Ele ficou me olhando e eu continuei sorrindo pra ele. balançou a cabeça, me chamando para ir até lá.
- Parece que lembraram de você. – riu.
- Eu já volto. – Eu também ri e beijei o seu rosto, antes de me afastar. Andei até eles e parei na frente do sofá em que estavam. Amber parou de falar o que estava dizendo e me olhou, forjando novamente um sorriso.
- Hey, linda. – Ele sorriu de forma doce. Hora do show!
- Hey. – Eu respondi, me sentando no colo do e colocando uma das minhas mãos em torno de seu pescoço. Uma das mãos dele estava em volta da minha cintura e a outra em uma das minhas coxas. – Sobre o que estavam falando? – Eu perguntei e olhei pra Amber.
- Era.. sobre o jogo. – Amber riu e negou com a cabeça. – Não adianta eu explicar, você não vai saber do que eu estou falando mesmo. – Sua risada se transformou em um sorriso irônico, que me fez querer dar uma voadora nela. deu uma risadinha, para tentar deixar o clima menos pesado.
- Você tem razão. – Eu fingi que levei na brincadeira. – Eu não quero perder o meu tempo falando sobre jogadores. Eu tenho mais o que fazer agora. – Eu pisquei pra ela e virei meu rosto para olhar o de . Ele sorriu de forma desajeitada. Minha mão subiu até o seu rosto e acariciou uma de suas bochechas. Me aproximei ainda mais e selei os seus lábios de forma lenta. Ele quase riu, achando graça do que eu estava fazendo. O meu sorriso também aumentou e eu segurei o riso para que o selinho não fosse finalizado.

Amber não sabia se queria estapear a minha cara ou sair chorando. Ela resolveu fazer os dois. Ela cerrou os olhos, olhando pra nós dois. Ela sabia qual havia sido a minha intenção. Era como se ela tivesse voltado a sentir o mesmo ódio de anos atrás. A única coisa que ela pensava era que tudo o que ela sempre sonhou era estar no meu lugar agora.

- Eu vou ao banheiro. – Ela se levantou, esbarrando levemente em mim e no . Os garotos se entreolharam e negaram com a cabeça. Terminei o selinho e olhei ela se afastar. Quase ri, vitoriosa. Olhei pro novamente e percebi o seu olhar de reprovação.
- O que? – Eu ainda me segurava para não rir. – Ela mereceu! Você viu. – Eu disse um pouco mais séria.
- E o que aconteceu com o nosso acordo? – perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Eu disse que não ficaria quieta se ela começasse com as indiretas e o sarcasmo insuportável dela. – Eu tirei a mão do rosto dele, um pouco irritada.
- Deveria ter ficado. – respondeu, sério.
- Você é que não deveria ter ficado quieto, não é? Viu ela falando daquele jeito comigo e não fez nada! Ainda queria que eu ficasse calada! – Eu disse, indignada.
- Você queria que eu fizesse o que? Chamasse ela pra resolver lá fora? – disse, todo engraçadinho.
- Eu não quero que faça nada, . – Eu o olhei, séria. Eu estava um pouco chateada com aquela atitude dele. – Deixa que eu me viro sozinha e vê se não se mete. – Eu me levantei do colo dele e peguei os copos sobre a mesa e fui em direção à cozinha para colocá-los na pia.

olhou eu me afastar e negou com a cabeça. Olhou pros amigos, que olhavam pra ele sem reação alguma. sabia que eu estava certa em ficar brava com a situação, mas Amber era uma pessoa importante pra ele, uma pessoa que ele considerava muito. Ele não queria ficar no meio dessa briga, aliás, ele nem queria briga alguma.

- Ótimo. – forçou um sorriso, se aconchegando no sofá de sua casa.
- Eu acho que você está ferrado, cara. – fez careta.
- Não, você estaria ferrado se continuasse com a mão nas coxas da minha irmã. – disse, tomando o resto de refrigerante e seu copo. Os garotos riram.
- Sem me ameaçar na minha casa, por favor. – riu e jogou uma almofada em meu irmão.
- E agora? – perguntou, sério.
- E agora nada. O que você quer que eu faça? – levantou o boné, passou a mão pelo seu cabelo e depois voltou a colocar o boné.
- Você não está em dúvida entre elas, né? – fez careta. Não seria bom se a resposta fosse ‘sim’.
- É claro que não. – respondeu, como se fosse óbvio. – Eu amo a . Ninguém vai mudar isso. – negou com a cabeça.
- É que parece que você está meio que no meio das duas. – fez cara feia.
- Elas me colocaram nessa situação. – disse, descontente. – Eu amo a , mas eu também sinto um carinho muito grande pela Amber. Ela é minha amiga desde sempre, sabe? Eu não quero vê-las brigando. Eu tento amenizar as coisas e não escolher um lado. – explicou.
- Você sabe que isso não vai dar certo, né? – fez careta.
- Porque não? – arqueou a sobrancelha, olhando pro amigo.
- Eu conheço a minha irmã, cara. Ela não vai aturar não ter você do lado dela nessa história por muito tempo. Ou você está com ela, ou não está. – disse, sério.
- Mas eu te entendo, cara. – sorriu com certa safadeza. – A Amber voltou.. – Ele se aproximou para que pudesse falar baixo. – Gostosa demais. – completou a frase e riu.
- Isso é verdade. – gargalhou.
- Eu concordo. Quer dizer, não que eu tenha percebido. – segurou a risada. – Se a souber disso, eu acabo com vocês. – completou.
- Pode até ser, mas.. – sorriu, negou com a cabeça. – A ... – mordeu o lábio inferior, escondendo o seu sorriso safado. – Eu só não vou dizer, porque se eu disser, o vai arrancar os meus ruins. – disse, segurando a risada, enquanto e riam como nunca.
- Na verdade eu arrancaria os seus olhos pra você nunca mais olhar pro corpo da minha irmã, mas eu gostei da ideia dos rins. – cedeu e riu.

Eu continuava na cozinha, lavando os copos que haviam sido sujos até agora. Terminei de lavá-los em poucos minutos, enxuguei e os deixei sobre a mesa, pois não sabia onde eu deveria guardá-los. Levantei o rosto, quando vi que alguém entrou na cozinha. Achei que era , que havia vindo para se desculpar. Não era!

- Oi.. – Amber disse, nada satisfeita por me ver ali. – Eu não sabia que estava aqui. – Ela forçou um sorriso.
- Eu estava lavando os copos. – Eu mostrei os copos em minha frente.
- E eu vim pegar um copo de água. – Ela apontou pro bebedor. Pegou um dos copos que eu havia lavado e pegou um pouco de água. Bebeu um gole e me olhou. – Então, você gosta de jogos de beisebol agora? – Amber quase riu.
- Eu estou... tentando fazer isso pelo . – Eu não gostei muito do tom que ela usou, mas sorri de forma satisfeita ao responder, porque eu queria mostrar a ela que eu e nos amamos e que fazemos tudo um pelo outro.
- Entendo. – Amber bebeu o último gole de água. – também me fez gostar dos esportes. Ele me ensinou tudo o que eu sei. – Ela sorriu, como se isso fosse uma ótima recordação pra ela. Amber insistia em querer jogar na minha cara a relação do passado que ela teve com o .
- É, você já disse. – Eu sorri falsamente. O que é? Ela quer morrer?
- Aliás, eu queria mesmo conversar com você a sós. – Amber cruzou os braços, me olhando.
- Já estamos conversando. Pode dizer. – Eu apoiei uma das mãos na mesa da cozinha e olhei pra ela com desprezo.
- Você não é boba e nós duas não somos hipócritas, ok? – Amber foi direto ao ponto. – Todo mundo sabe que nós duas nunca fomos amigas. – Ela me olhou, séria.
- Não chegou nem perto. – Eu sorri, confirmando com a cabeça.
- Acontece que a minha relação com o sempre foi o oposto disso. Não sei se você se lembra? – Ela me olhou com olhar de dúvida.
- Eu me lembro. – Eu concordei, já querendo pular no pescoço dela.
- Aquela época em que eu apoiava ele e você só sabia pisar nele, sabe? – Amber sorriu, sabendo o quanto estava sendo sarcástica.
- Você devia pisar nele agora. Quem sabe você consegue alguma coisa no futuro? – Eu devolvi o sarcasmo. Na verdade, eu sambei na cara dela. Ok, parei.
- Eu não vim aqui pra falar sobre isso. – Amber me olhou com desprezo. – Eu e o ainda somos muito amigos. Eu não queria que esse problema entre nós, estragasse alguma coisa na minha relação com ele. – Amber voltou a ficar séria.
- Não se preocupa com isso, querida. – Eu sorri. – Eu não sou uma namorada do tipo controladora. – Eu finalizei.
- Ótimo. – Amber concordou com a cabeça.
- Falando nisso, eu queria deixar uma coisa bem claro. – Eu dei alguns passos na direção dela. – Nós não nos dávamos bem antes, mas nós crescemos e mudamos. Não temos mais motivos pra sustentar essa briguinha ridícula ou temos? – Eu perguntei, arqueando a sobrancelha.
- Até agora não. – Amber me olhou de cima a baixo com o seu desprezo escroto.
- Então está na hora de uma trégua, não acha? – Eu perguntei, olhando ela nos olhos.
- Por mim tudo bem. – Amber sorriu, satisfeita.
- Então estamos acertadas. – Eu dei o sorriso mais poderoso que consegui e pisquei um dos olhos pra ela.

entrou na cozinha nesse instante. Eu não me importei, mas a Amber ficou um pouco incomodada. Ela mudou rapidamente sua expressão e colocou o seu melhor sorriso no rosto. Gente falsa é foda!

- Achei vocês! – sorriu, sorrindo de forma um pouco preocupada. Ele não gostou de ver eu e Amber juntas. Não podia estar saindo coisa boa dali.
- Eu vim beber um pouco de água. – Amber apontou pro bebedouro atrás dela. Eu ainda estava um pouco brava com ele, por isso levei mais alguns copos pra pia e comecei a lavá-los. me olhou e depois olhou pra Amber. Ela fez careta, como quem dissesse ‘Ela está brava. Boa sorte.’. Ela saiu da cozinha, deixando eu e sozinhos.

ficou me observando de onde estava por um tempo. Eu não olhei pra ele nem por um segundo. Sou orgulhosa, lembra? Quando percebeu que eu não cederia, ele sorriu, quase rindo. Deu alguns passos na minha direção e veio por trás de mim. Beijou um dos meus ombros e colocou seus braços em torno da minha cintura. Eu não consegui esconder o sorriso.

- Você sorriu ou foi impressão minha? – perguntou, rindo. Ele ainda estava me abraçando por trás e o seu rosto estava quase ao lado do meu.
- Foi impressão. – Eu tentei responder de forma séria.
- Então olhe pra mim. Deixe-me ver. – me virou, aproveitando que suas mãos estavam em minha cintura. Olhei pra ele, enquanto me esforçava ao máximo pra não sorrir. – Você está certa. Não tem sorriso. – Ele sim estava sorrindo. – Mas eu aposto que consigo arrancar esse sorriso de você. Quer ver? – sorriu de forma divertida, percebi suas sobrancelhas subirem.
- Para, eu estou brava. – Eu me mantive firme. Olhei pra ele da forma mais séria que consegui.
- Tão séria.. – tentou imitar a minha expressão de brava.
- Para. – Eu rolei os olhos. Meu Deus, eu queria tanto rir.
- Não vai sorrir pra mim? – fez o bico mais lindo do mundo, que me deu até vontade de abraçá-lo.
- Não. – Voltei a olhá-lo do mesmo jeito sério.
- Tudo bem, por que.. – Ele se aproximou ainda mais seu rosto do meu, sem deixar de me olhar nos olhos. – Você fica extremamente linda quando está brava desse jeito. – Seus lábios encostaram de leve nos meus. – O que me deixa com ainda mais vontade de fazer algumas coisas. – Ele olhou meus lábios do jeito mais sedutor do mundo. Por quê? POR QUÊ? Não é justo uma pessoa ter tanto charme assim. Não pode!
- Tipo? – Eu me mantinha forte, mesmo o corpo dele estando me pressionando contra a pia.
- Tipo.. – Ele quase riu, percebendo que estava começando a ceder. – Apertar a sua cintura.. - Ele apertou uma das minhas cinturas. – E ver você segurando a sua respiração pra não demonstrar a sua verdadeira reação. – sorriu, satisfeito por eu ter seguido exatamente a sua descrição.
- O que mais? – Um pequeno sorriso surgiu no canto da minha boca.
- Beijar a sua bochecha. – Ele sorria de um jeito, que parecia que tudo aquilo era uma brincadeira, mas ele realmente estava me deixando maluca. Uma das suas mãos subiu até uma das laterais do meu pescoço, afastando os fios de cabelo que haviam ali. – E descer, descer.. – Ele foi descendo em direção ao meu pescoço. – Até que você se arrepie da cabeça aos pés. – Ele disse, quando eu já estava toda arrepiando. Ele foi subindo novamente e parou os seus lábios na frente dos meus. Nossos narizes se tocavam.
- Isso não é justo, ok? – Eu disse, afastando um pouco o corpo dele do meu. – Eu estou tentando ficar brava aqui, ok? – Eu disse e ele começou a rir.
- Você não resiste. – Ele disse pausadamente e riu. Eu cerrei os olhos, segurando um sorriso.
- Eu resisto sim. – Eu o empurrei pra trás, desencostei da pia e dei alguns passos pra longe dele.
- Mas eu não. – Ele me puxou. - Vem cá. – Ele me beijou, sem que eu nem tivesse tempo de evitar. Os braços dele estavam em torno do meu corpo e as minhas mãos em seu rosto. O beijo nem chegou a se intensificar. Ele terminou o beijo e depois deu alguns selinhos. – Não fica brava comigo, ok? – Ele pediu, me olhando de forma doce.
- Você adora me pedir coisas impossíveis, né? – Eu quase ri e neguei com a cabeça.
- Me desculpa se eu fiz alguma coisa sem pensar. Não era a minha intenção. Nunca é a minha intenção magoar você. – levou uma das mãos até o seu rosto e acariciou uma das minhas bochechas.
- Não foi sua culpa. – Eu sorri pra ele. – Eu é que preciso controlar essa minha raiva por ela. – Eu assumi.
- Não me entenda mal, mas você é a minha garota. Você sempre vai ser a garota que eu amo, mas eu e a Amber sempre fomos muito amigos. Eu sinto um carinho enorme por ela. Eu não quero ter que ver vocês brigando. – negou com a cabeça, dizendo a última frase.
- Eu entendo você. Você não faz ideia do quanto eu estou me esforçando pra não te decepcionar. – Eu disse, séria.
- Eu sei. – se aproximou e beijou a minha testa, me abraçando logo em seguida. – Obrigado por isso. – ficou extremamente feliz ao me ouvir dizer a frase anterior. Ele não cansava de saber e perceber em atitudes minhas que eu me importava e amava ele.
- Vamos voltar pra sala, porque eu sei que você quer ver o jogo. – Eu terminei o abraço e ele riu.
- Achei que você não fosse dizer isso nunca. – aproveitou que nossos corpos ainda estavam colados e beijou o meu rosto e depois selou meus lábios rapidamente em meio a um lindo sorriso.

Antes de voltarmos pra sala, ainda limpamos o chão da cozinha que ainda estava coberto de pipocas. tornava qualquer trabalho chato em diversão. Eu não sei se isso só funcionava comigo, mas quando ele está perto as coisas se tornam mais divertidas e mais fáceis. Ele estava sempre dizendo idiotices e sendo o mais amável o possível. Ele era incrível.

- O que eu perdi? – disse, voltando pra sala ao meu lado.
- Eu estava contando pra Amber o desastre da minha vida amorosa e o e o estavam combinando de sair hoje à noite. – explicou, olhando pra mim e pro . Amber também virou para nos olhar.
- Sair pra onde? – perguntou, curioso. Quando nos sentamos no sofá, nossos dedos continuaram entrelaçados.
- Abriu uma balada nova lá perto da minha casa. Eu queria conhecer. – explicou, virando a aba do seu boné do Yankees pra trás.
- Eu só vou se a for. Ela vai ficar ainda mais brava se eu for sem ela e eu não estou em condições de virar rebelde logo agora. – explicou, fazendo careta.
- Eu a convenço a ir. – Eu sorri, esperando a reação dele.
- Sério? – me olhou com os olhos brilhando.
- Deixa comigo. – Eu concordei com a cabeça. se levantou do sofá, vindo em minha direção.
- Você sabe que eu te amo, né? – pulou em cima de mim no sofá, me abraçando descontroladamente.
- Eu sei. – Eu disse, sem conseguir para de rir.
- Eu tenho a melhor irmã do mundo. – Ele começou a beijar uma das minhas bochechas seguidas vezes.
- Ta bom, ta bom. – Eu fiz careta. – Chega, garoto. – Eu disse, tentando tirá-lo de cima de mim.
- Parem de gritar! Vai começar o jogo. – atacou uma almofada em , que estava saindo de cima de mim.
- E quando vamos marcar pra nós jogarmos juntos? – Amber se intrometeu. Sempre ela.
- Eu não sei. Precisamos achar um campo pra jogar. – fez careta, sem saber onde eles poderiam jogar.
- O campo da escola vai estar aberto amanhã. – deu a ideia.
- Vai estar aberto porque nós vamos jogar, gênio. – fez careta.
- Eu sei, idiota. Estou falando depois do nosso jogo. – atacou uma almofada na cara do e gargalhou.
- É uma boa ideia. – concordou, sem tirar os olhos da TV.
- Pode ser então? – Amber sorriu, empolgada.
- Está combinado. – confirmou.
- Mas como eu vou entrar na escola? Eu não sou aluna. – Amber olhou para os garotos, confusa.
- Eu consigo liberar você pra assistir o jogo como convidada. A vai te buscar na entrada da escola. Você assiste o nosso jogo com as meninas e depois nós jogamos. – tinha pensado em tudo.
- O capitão pode tudo. – riu.
- Eu não sabia que você era o capitão, . – Amber sorriu pro .
- Consequências de ser o melhor, querida. – disse em meio a reclamações dos garotos.
- Se eu quisesse ser capitão, eu teria que abrir mão do tempo com as gatas. Isso não é pra mim. – negou com a cabeça, segurando o riso.
- Dá última vez que eu vim aqui, o namorado da também era o capitão. – A infeliz tinha que lembrar do Peter.
- O Peter.. – disse normalmente. Se fosse eu quem tivesse falado no nome do maldito, nós brigaríamos até não aguentarmos mais. Agora quando é a Amber..
- Esse mesmo! – Amber olhou pra mim. Fuzilei ela com os olhos.
- Me colocaram de capitão no lugar dele. – explicou.
- Entendi. – Amber afirmou com a cabeça.
- Então, vamos hoje? – mudou de assunto, quando viu que o clima estava ficando pesado.
- Vamos. – Amber foi a primeira a concordar.
- Será que a vai querer ir? – fez cara de dúvida.
- Eu arrasto ela pra lá. Não se preocupa. – Amber riu.
- Beleza, então eu vou. – sorriu.
- Se a vai levar a , eu vou. – olhou pra mim. Saber que a Amber ia me fez perder totalmente a vontade de ir, mas eu já havia dito pro meu irmão que levaria a . Ela não iria se eu não fosse.
- Tudo bem pra você? – Eu olhei pro .
- Claro! Por mim tudo bem. – sorriu pra mim.
- Então nós também vamos. – Eu afirmei com um pressentimento nada bom sobre aquela noite. – Mais tarde eu aviso as meninas. – Eu disse, me referindo a e a .
- Legal, agora me deixem ver o jogo. – disse, voltando a olhar pra TV.

Ok, eu já estava pensando em que roupa eu usaria. Amber estaria lá e eu sei que ela tentaria surpreender. Eu tinha que surpreender ainda mais. Ela não perde por esperar.

O jogo até que não demorou pra acabar. Os Yankees ganharam por pouco. Os garotos quase morreram de tanta felicidade. A Amber não calava a boca. Ela comentava todas as jogadas, só pra mostrar que entendia do jogo e impressionar os garotos. Ela falava e os meninos riam. Era automático! Após o jogo, fomos pra casa. Eu ainda tinha que ligar para as garotas e me preparar para arrasar naquela noite. É claro que eu me certifiquei de que a Amber havia ido embora, antes de eu também ir com .

Amber também estava bastante ansiosa para aquela noite. Ela ainda não havia saído com seus velhos amigos. Seria divertido, como há anos atrás. Ela também queria ficar perto de da forma que fosse. Não importa com quem ele estivesse. Ela queria estar com ele. Isso fazia bem a ela.

A nossa relação ainda não estava tão ruim como antes. Nós ainda conseguíamos ficar no mesmo ambiente sem discutir. Isso não acontecia antes. Nós crescemos agora. Não somos mais duas crianças birrentas e bobinhas. Pela primeira vez, eu sentia que estávamos no mesmo nível. Amber sempre teve os melhores argumentos contra mim, ela sempre se saia melhor que eu em tudo, inclusive nas brigas. Eu estava no topo dessa vez. A vida nem sempre foi justa comigo e isso definitivamente me ajudou a crescer, me ajudou a aprender me defender. Além disso, o homem que ela ama, é o meu namorado. Esse é o melhor argumento que uma garota pode ter contra a outra. Eu posso jogar isso na cara dela sempre que eu quiser.

Cheguei na minha casa e fui ligar para as garotas. Eu tinha que avisá-las o mais rápido possível, pois se estivesse muito em cima da hora elas não teriam tempo de se arrumar e não iam querer ir. Liguei primeiro pra . Seria mais difícil convencê-la. Depois de aproximadamente 10 minutos argumentando e citando motivos para que ela fosse, cedeu. Consegui até convencê-la a deixar ir buscá-la. Sou ou não sou a irmã mais incrível do mundo?

- Oi ! – Eu convidaria agora. Ela havia acabo de atender o telefone.
- Oi . – Ela disse, bem humorada.
- Vamos sair pra dançar, hoje? – Eu perguntei, olhando o meu guarda-roupa.
- Onde? – Ela perguntou, curiosa.
- O disse que abriu uma balada perto da casa dele. Vamos lá conhecer. – Eu expliquei.
- Ahn! A Amber ligou, me convidando. – disse na inocência. Eu fiquei puta! Essa garota está começando a me tirar do sério! Ela sabia que eu ia convidar a . Ela ligou antes SÓ PARA ME IRRITAR. Quer roubar meu namorado, minhas amigas e meu irmão. O que mais ela quer? – ? – me chamou, quando eu fiquei um tempo em silêncio.
- Eu estou aqui. – Eu ri para que ela não percebesse.
- Então, eu vou sim. Amber vai vir me buscar. – voltou a explicar.
- Entendi. – Eu respirei fundo para não pirar. – Nos vemos lá, então. – Eu quis desligar logo.
- Até lá, amiga. Beijos. – desligou o telefone. Observei o telefone em minhas mãos por um tempo.
– Vadia. – Eu joguei o celular em cima da cama com força. Ele quase caiu da cama, aliás.

Está vendo? Ela tem o prazer de me irritar. O pior é que ela não jogava sujo como a Jessie. Não era uma coisa que alguém de fora perceba. É uma coisa minha e dela. Eu sabia que ela havia convidado a antes de mim para me irritar. Outras pessoas achariam que era implicância da minha parte. A Jessie era mais explícita, ela pegava pesado, jogava sujo. Amber é a clássica vadia boazinha. Ela me irrita de formas que só eu sinto a intensidade.

Eu passei alguns minutos mexendo no meu guarda-roupa, procurando uma roupa boa pra vestir dali algumas horas. Quase chorei, quando encontrei um vestido antigo. Eu havia usado uma vez, quando eu ainda namorava o Peter. Tia Janice havia comprado pra mim em uma boutique em Nova York. Ele era maravilhoso! Não sei como fui esquecê-lo no fundo do guarda-roupa.

Faltava menos de uma hora e meia pro chegar pra me buscar. Já estava na hora de começar a me arrumar. Fui tomar banho e comecei a me arrumar. Sequei o cabelo, pintei as unhas e fiz a maquiagem. Faltava menos de 15 minutos, quando eu coloquei o vestido (VEJA AQUI) , calcei a sandália e coloquei alguns anéis, uma gargantinha simples e a pulseira que havia me dado. estava saindo naquele instante para buscar a .

Eu estava passando perfume, quando ouvi a buzina do carro de tocar. Chequei o espelho mais uma vez e desci as escadas. Meus pais disseram que haviam dado dinheiro pro e se caso eu precisasse, eu poderia pedir a ele. Abri a porta da frente e vi logo à frente. Ele estava encostado em uma das portas do carro, olhando em minha direção.

sempre achou que quando começássemos a namorar, seu coração se acalmaria e não disparasse mais como disparou na primeira vez em que me viu e como veio disparando cada vez em que me via durante todos esses anos. Ele estava completamente errado. Enquanto eu me aproximava dele, ele sentia as mesmas sensações daqueles longos 6 anos. As borboletas pareciam pular carnaval dentro de seu estômago. Um sorriso surgiu em seu rosto sem ele nem perceber.

O sorriso de parecia me dizer milhares de coisas. Era como se não precisássemos das palavras para conversar. O jeito que ele sorria, o jeito que eu ficava ao vê-lo me olhar daquele jeito tão carinhoso e doce diziam mais do que milhões de frases. Vi os olhos dele descerem e subirem por todo o meu corpo, quando eu já estava próxima a ele. O sorriso aumentou e eu vi suas grossas sobrancelhas subirem juntas, enquanto ele dizia ‘UAU!’ sem emitir som algum. O sorriso aumentou ainda mais depois disso e eu senti meu rosto corar. Mais alguns passos e cheguei em sua frente, parei, enquanto olhava pra ele, sem jeito. Havia um sorriso tímido e desconsertado em meu rosto.

- Vestido novo? – perguntou, sorrindo sem mostrar os dentes.
- Na verdade, não. – Eu neguei com a cabeça, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Trocamos olhares por um tempo, querendo arranjar alguma forma de explicar o que estávamos sentindo. Era o nosso primeiro encontro depois que reatamos o namoro.
- Quem você está querendo impressionar? – perguntou, entendendo uma das mãos em minha direção. Eu levei uma das minhas mãos ao encontro da dele e ele foi me puxando lentamente pra perto dele. Quando nossos corpos já estavam próximos, ele soltou minha mão para que seus braços fizessem o contorno em meu corpo, um pouco acima da cintura. Olhava seu rosto de perto, enquanto apoiava um dos meus braços em seu ombro e a minha outra mão tocava um dos lados de seu rosto. Sua bochecha quente e seus olhos impactantes me deixavam ainda mais abobalhada. ainda esperava pela minha resposta, ele me olhava sério. Não sério como se estivesse irritado, sério como se fica quando não se está bravo e nem quando se está sorrindo.
- Você! – Eu respondi, escondendo um sorriso no canto dos lábios. O seu rosto dele se contraiu e aos poucos ele foi abrindo um lindo sorriso. Esse era com certeza o seu melhor sorriso. Foi o mais sincero de todos. Não que ele tenha se surpreendido com a minha resposta, mas o jeito com que eu disse foi... real. Escutar isso depois de anos esperando uma garota, que achou que nunca teria. Escutar que mesmo com as dificuldades e os problemas que tivemos, eu ainda queria ficar bonita pra ele, eu ainda queria ser a melhor pra ele. Foi surreal pra ele. Aproximei ainda mais nossos rostos e selei lentamente os seus lábios. Nossos lábios se entrelaçaram, mesmo sabendo que o beijo não seria aprofundado. Descolei nossos lábios só para poder ver aqueles olhos de novo.
- Considere-me impressionado. – disse, enquanto nossos narizes ainda se tocavam. Quando ele percebeu que eu iria sorrir, seus olhos se abaixaram rapidamente para ver meus lábios. Depois de eu sorrir, ele voltou a olhar em meus olhos. – Não pelo quanto você está absurdamente linda hoje, mas por ser o cara que você está tentando impressionar. – sorriu fraco. Como sempre, ele me deixou sem palavras. Voltei a sorrir de forma abobalhada, enquanto acariciava a bochecha dele com um dos meus dedos.
- Você sempre vai ser o único que eu vou querer impressionar, o único que eu quero que me note e o único pra quem eu quero estar bonita e ser a melhor garota que eu posso. – Eu disse, enquanto ele observava meus lábios se mexerem. Quando eu acabei de falar, ele me olhou nos olhos e voltou a se aproximar, selando meus lábios novamente.

Dessa vez eu sabia que aprofundaríamos o beijo e resolvi descer a minha outra mão e tocar o outro lado de seu rosto. Nossos lábios começaram a se entrelaçar e o beijo foi aprofundado, como eu previ. As mãos dele subiam e desciam em minhas costas. As minhas não se decidiam entre o rosto ou a nuca dele. Decidimos por terminar o beijo juntos. Como sempre, enrolamos mais algum tempo com selinhos. Entrelacei os dedos de uma de nossas mãos e afastei nossos corpos, olhando sua roupa.

- Você está muito bonito e... charmoso. – Eu sorri, sem jeito. vestia uma camiseta apertadinha de cor azul claro. Uma jaqueta de jeans escuro, que parecia ser da mesma cor do jeans da calça e a gola da jaqueta, que aparentemente era de coro e estava levantada propositalmente. Uma corrente em seu pescoço e a aliança em seu dedo. O tênis de marca preto também combinou perfeitamente com a roupa. Seu cabelo também estava propositalmente bagunçado.
- Eu tenho que estar à altura da minha acompanhante. – riu, desencostando seu corpo de seu carro e se aproximando rapidamente pra me roubar um selinho. Um dos braços dele fez a volta em minha cintura e o outro ainda tinha sua mão colada a minha. – Vamos? – Ele perguntou, sorrindo de forma empolgada.
- Vamos! – Eu quase ri por ele ter me roubado o beijo. Ele se afastou e abriu a porta de seu carro. Nossos dedos se desentrelaçaram, mas ele continuou segurando a minha mão para me ajudar a entrar no carro. – Obrigada. – Eu agradeci, me sentando no banco do passageiro. Ele fechou a porta e deu a volta no carro, se sentando ao meu lado.

Fomos o caminho inteiro conversando. não parava de falar besteiras e brincadeiras e eu não conseguia parar de rir. Ninguém me fazia rir como ele fazia, ninguém me fazia feliz como ele fazia. Na verdade, eu acho que é disso que se trata. Encontrar uma pessoa que te faça feliz em qualquer situação. Aquela pessoa de quem você lembra quando escuta a palavra ‘felicidade’, aquela pessoa de quem você se lembra quando está vivendo um momento incrível e sabe que está faltando alguma coisa. Essa é a pessoa certa. Esse era o pra mim e era assim que eu era pra ele.

Perto dele eu era outra pessoa. Perto dele eu me esquecia de tudo de ruim que eu havia passado. Perto dele eu queria ser uma idiota, como ele é, quando está comigo. Eu quero ser engraçada, quero fazê-lo rir, quero que ele sinta a mesma coisa que eu sinto quando estou com ele, quero que ele também se lembre de mim quando pensar nos momentos em que foi mais feliz.

Chegamos na tal balada. Estava lotada, o que era de se esperar, já que era a sua inauguração. A música estava alta e haviam diversas pessoas na fila para entrar. Ainda bem que havia comprado as entradas algumas horas antes. As entradas estariam na bilheteria do local. Descemos do carro e fomos de mãos dadas até a tal bilheteria. Passamos os nossos nomes e recebemos as entradas.

- Vai ser bem fácil achá-los aqui. – Eu disse e rindo, começou a me puxar por uma das mãos pra dentro da balada. Segurei a sua mão com força para que não eu não me perdesse dele ali dentro.
- O está ali. – olhou pra trás e gritou. Continuei sendo guiada por ele e chegamos em e . - E ae? – chegou cumprimentando os garotos.
- Já ia te ligar. – e fizeram o seu típico toque de mãos. fez o mesmo com o em seguida. – Oi . – me abraçou calorosamente.
- Oi lindo. – Eu disse, rindo. Nós tínhamos esse tipo de liberdade. - Oi . – Eu também o abracei. – Onde está a sua namorada? – Eu perguntei, vendo que ele estava sozinho.
- Ela me mandou uma mensagem agora. Acabou de chegar. – explicou, procurando em volta. Ela demoraria um pouco para nos achar.
- O lugar parece bom. – olhou em volta. Ainda estávamos de mãos dadas.
- Eu também gostei. – Eu olhei a decoração do lugar e me parecia bem legal.
- Você ligou pra ? – perguntou, próximo ao meu ouvido.
- Liguei, mas a Amber já tinha convidado. – Eu revirei os olhos.
- Você não tem jeito, né? – riu, negando com a cabeça.
- Eu vou dar um jeito NELA, isso sim. – Eu ri, me afastando dele. Ele me condenou com o olhar, apesar de ter achado graça.
- Quer beber alguma coisa? – perguntou, gritando em meu ouvido.
- Eu quero, mas vamos esperar as meninas chegarem. Se elas quiserem, nós vamos todos juntos. – Eu disse e concordou com a cabeça.

, e Amber já estavam dentro do local. Estavam nos procurando no meio de toda aquela gente. já estava ligando pro pra saber a nossa localização exata, mas Amber nos avistou. Na verdade, ela viu o . Você acha que ela deixaria ele passar despercebido? Elas foram se aproximando com dificuldade, pela quantidade de gente que estava dançando no centro da pista de dança. Eu fui a primeira a ver as garotas. Na verdade, é quem estava na frente da filinha que elas fizeram.

- Elas estão ali. – Eu apontei com a cabeça. Os meninos viraram para olhá-las. apareceu depois de e então apareceu ela, Amber! Eu quase não acreditei no vestido em que ela vestia (VEJA AQUI ). Como ela ousava usar um vestido daquele? Ela ia passando e os caras iam se virando para olhar a bunda dela. virou o rosto quando viu Amber. Ele sabia que eu estava de olho. olhou, mesmo sendo prima de e estava solteiro e estava livre para olhar.
- Oi, oi, oi. – Elas deram um oi coletivo. foi o único a receber um beijo de . Amber estava em minha frente e eu queria arrancar os cabelos dela. Ela olhou de cima abaixo discretamente, mas é claro que eu percebi.
- Uau! Esse lugar é incrível. – Amber riu pro .
- É bem animado. – concordou.
- E é um ótimo lugar pra dançar. – sorriu, vendo várias pessoas dançando. – Vamos, amor? – Ela segurou a mão de .
- Mas nós acabamos de chegar! – tentou argumentar.
- Vem logo! – o puxou e ele foi, fazendo cara feia.
- sempre amou dançar. – Amber riu da cena.
- Às vezes eu tenho pena do . – negou com a cabeça.
- Ainda bem que você não gosta tanto de dançar. – me olhou, rindo.
- Eu não gosto tanto, mas hoje nós vamos dançar. – Eu disse e fez careta.
- Se ferrou. – gargalhou.
- Eu também amo dançar. – Amber entrou na conversa. Quem perguntou? – Só falta um parceiro. – Ela sorriu, mordendo o lábio inferior, enquanto olhava pra pista de dança.
- Parceiro é que não falta aqui. Você devia dar uma procurada. – Eu forcei um sorriso.
- Eu não procuro. Eles é que me acham. – Ela riu e os garotos riram com ela. Qual o problema deles? Parecem retardados.
- Melhor tirar sua capa invisível, então. – Eu sorri e pisquei pra ela. – Vamos pegar algo pra beber? – Eu olhei pro e o puxei por uma das mãos.
- ? – disse em tom de julgamento. Ele estava atrás de mim, mas eu já sabia que ele não havia gostado do meu comportamento.
- Onde será que ficam as bebidas desse lugar? – Eu tentei ignorar, mas ele parou de andar, me fazendo parar também. Ele me puxou para que eu olhasse pra ele.
- Qual o problema? – me olhou, sério.
- Não tem problema. – Eu ergui os ombros, me fazendo de desentendida.
- Precisava ter falado daquele jeito? – arqueou a sobrancelha.
- Ela precisava ter te olhado daquele jeito? Com certeza não. – Eu sorri falsamente.
- De qual jeito? – achou que eu estava com implicância.
- Não se faça de bobo. – Eu fiz careta, irritada.
- , me diz quem é que está aqui comigo agora. – pediu, impaciente.
- Eu. – Eu já sabia onde ele chegaria.
- Quem é a minha acompanhante? – continuou a perguntar.
- Eu. – Eu deixei de olhá-lo e encarei o teto por poucos segundos.
- Qual o nome que está nessa aliança de compromisso no meu dedo? – perguntou mais uma vez.
- O meu. – Eu suspirei, voltando a olhá-lo.
- Então me diz qual é o problema nisso tudo? – voltou a me olhar daquele jeito, que demonstrava que ele estava bravo.
- Eu sou o problema? É isso? – Eu sorri, indignada.
- Não. – negou com a cabeça. – Você está se importando com uma coisa que não é importante pra mim. Eu não ligo pra quem olhe pra mim. Eu estou com você. – sorriu, sem mostrar os dentes.
- Eu entendi. – Eu fechei os olhos por poucos segundos e sorri. – Eu vou me controlar, ok? – Eu vi ele sorrir.
- Obrigado. – O sorriso dele aumentou. No mesmo instante, parou um garoto do meu lado. Ele parecia bêbado e chegou encostando-se em mim. Eu o olhei com cara feia.
- Vamos dar uma volta lá fora, princesa? – Ele disse, me olhando de cima abaixo. me puxou, entrando rapidamente em minha frente.
- Eu vou lá fora com você, mas não vai ser pra dar uma volta. – o empurrou, fazendo cara feia.
- Desculpa, cara. – O garoto ergueu as mãos, se afastando. – Eu não vi que ela estava acompanhada. – O garoto saiu rapidamente. observou ele sair ainda com cara feia e depois se virou pra me olhar.
- Precisava ter falado daquele jeito? – Eu quase ri, repetindo a frase que ele havia me dito há alguns minutos atrás.
- Não me provoca, garota. – riu, virando-se de costas pra mim e me puxando. – Vamos pegar algo pra beber logo. – Ele continuou me puxando, enquanto eu ria sozinha.

Pegamos a bebida e voltamos pro lugar onde estavam nossos amigos. Eu sempre me certificava de deixar Amber bem longe do . Eu estava de olho nela. Ela estava maluca pra dançar, às vezes ela arriscava uns passos ali na nossa frente, sozinha. Mais ridícula, impossível! Aquele seu vestido curto, colado e ousado fazia minha raiva aumentar a cada segundo. falava e ela o observava com um sorriso bobo. Ela não perdia uma oportunidade de ficar olhando pra ele como uma idiota. Se eu não estivesse ali, ela já teria o chamado pra dançar com ela. Ela não é nem maluca em fazer isso comigo por perto.

- E cadê o seu irmão, ? – perguntou, depois de dar falta do amigo.
- Ele ia buscar a . – Eu expliquei.
- No mínimo, eles brigaram no caminho e desistiram de vir pra festa. – disse, fazendo todos rirem.
- Por que eles brigaram? O não me explicou direito. – Amber se aproximou, curiosa. Alguém explica que não é da conta dela?
- A acha que ele não valoriza ela. Ela diz que ele não é nem um pouco romântico. – disse, rindo.
- Eu acho que ela tem um pouco de razão. – Eu comentei, olhando pra .
- Eu não sei. Esse sempre foi o jeito dele. – Amber deu a sua opinião. O que é? Agora ela também acha que conhece o meu irmão melhor do que eu?
- Exatamente. O amor transforma as pessoas. Ele não mudou desde o namoro. – Eu olhei pra ela, séria.
- Transforma mesmo! Aqui está a prova! – apontou pro . revirou os olhos, enquanto eu ria. Amber sorriu fraco.
- O é o meu fã número um. – disse e negou com a cabeça, ainda rindo.
- O realmente mudou depois que começou a ficar com a . – concordou com .
- Realmente! Obrigado , por fazer o meu melhor amigo virar gay. – disse, segurando a risada.
- Gay? – gargalhou. – Cara, eu estou acompanhado e você? – apontou pra mim e depois voltou a olhar o amigo.
- Pega na minha bunda e dá uma chacoalhada vai, Jonas. – fez careta, fingindo estar irritado.
- Só se formos pra um quarto. – disse, sem conseguir segurar o riso. Eu, e Amber não conseguíamos parar de rir.
- Ta vendo? – apontou pro . – Gay! – Ele estava quase morrendo de tanto rir.
- Vocês são doidos. – ainda estava rindo.
- Enfim, eu não acho que romantismo seja ruim. Eu acho que toda garota gosta de um cara romântico. – Amber disse entre olhares disfarçados para . e se entreolharem sem que ninguém percebesse. É claro que eu não deixaria essa oportunidade passar.
- Eu concordo. Ainda bem que.. – Eu me aproximei do , apoiando meus braços em seu ombro. – Eu já encontrei o meu. – Ele sorriu, olhando pra mim. Passou seu braços em torno da minha cintura, enquanto eu me aproximava para selar os seus lábios. Uma das minhas mãos tocou o seu rosto, quando nossos lábios começaram a se entrelaçar. Ele puxou o meu lábio inferior, me fazendo rir. Abrimos os olhos e percebemos que nós dois estávamos rindo. Amber observava a cena, perplexa. Ela nem conseguiu disfarçar o quanto doeu ver aquilo, ver que realmente havia algo real e muito forte entre mim e o .
- Eu adoro fazer isso. – disse, depois de me dar o último selinho antes de nos desgrudarmos.
- Eu adoro quando você faz isso. – Eu quase ri.
- Enquanto vocês se agarram, eu vou tentar ligar pro . – revirou os olhos. Ele tampou um dos ouvidos e apertava o seu celular contra o outro.

e estavam a caminho. havia ido buscá-la em sua casa. Eles se cumprimentaram com um simples selinho e ela entrou no carro em silêncio. O silêncio permaneceu durante todo o caminho. queria dizer alguma coisa, mas tinha medo de estragar ainda mais o que já estava ruim. Ele estacionou o carro em frente ao local da balada. tirou o cinto de segurança e ele fez o mesmo, logo depois de desligar o carro. não se moveu e saiu do carro. Ela continuou parada e sentada. Sim, ela ainda tinha esperanças de ver o seu namorado sendo cavalheiro pelo menos uma vez na vida e fosse abrir a porta do carro pra ela.

continuou do lado de fora do carro, observando a balada de longe. Reparava na quantidade de gente que havia lá dentro e principalmente na fila, que graças ao , ele não teria que enfrentar. Notou que ainda não havia descido do carro e se abaixou, para olhá-la pela janela, que ainda estava com os vidros abertos.

- Não vai descer, não? – Ele perguntou, arqueando a sobrancelha. respirou fundo e virou seu rosto para fuzilá-lo com os olhos. Ela nunca sentiu tanta raiva na vida.
- Idiota... – Ela resmungou, abrindo a porta bruscamente. fez careta, sem saber o que tinha feito agora.
- , espera. – Ele gritou, vendo ela sair andando furiosamente em direção ao local. Trancou o carro o mais rápido que conseguiu e correu até alcançar a sua namorada. – O que eu fiz? – Ele estava entrando em desespero, pois não sabia o que havia acontecido.
- Você é um idiota. Fica longe de mim. – Ela o empurrou, fazendo ele esbarrar em um casal de namorados que se pegavam na frente do local. – Desculpa! – Ele se desculpou com o casal. Parou de andar, sem entender nada. – Mas que porra está acontecendo com essa garota? – Ele perguntou de forma retórica.

passou pela bilheteria e pegou o seu ingresso. Entrou no local e foi passando por tudo mundo com uma cara feia, que assustaria qualquer um. Era bom que nenhum cara se aproximasse dela ou não acabaria bem pra ele. Ela nos achou com facilidade e andou até nós.

- ? Oi! – sorriu ao ver a amiga.
- Oi gente. – Ela tentou sorrir.
- Está tudo bem? – perguntou, preocupado.
- Onde está o ? – Eu logo achei que algo tivesse acontecido.
- Nem fala no nome desse idiota! – Ela quase deu um piti. sorriu pra mim e fez uma careta.
- Você quer conversar? – Eu perguntei, me aproximando dela.
- Não, eu to bem. – Ela foi grossa.
- Você quer beber alguma coisa? – Amber perguntou, atenciosa. Esperei ansiosamente pela resposta grosseira que daria a ela.
- Quero! – forçou um sorriso. – Vamos comigo. – a puxou pelo braço. Eu paralisei, sabendo que havia sido deixada no vaco. Eu me virei e vi meus amigos me olhando com uma careta. Abri os braços, demonstrando que não havia entendido nada.
- Eu fiz alguma coisa? – Eu perguntei, arrasada.
- Não, ela só estava irritada. – segurou a minha mão e me puxou pra perto dele.
- É sério! Eu merecia isso? Porque ela foi grossa daquele jeito comigo e não foi com a Amber? – Eu não conseguia acreditar.
- Não se preocupa com isso, . Ela não fez por querer. – sorriu pra mim.
- Não, agora eu quero saber o que é que eu fiz pra ela ter me tratado daquele jeito. – Eu estava furiosa. Principalmente com o envolvimento da Amber naquela história.
- Esquece isso. – negou com a cabeça. - Vou matar o próximo filho da puta que esbarrar em mim. – chegou, furioso.
- Finalmente! – riu, se referindo a demora do amigo.
- Era com você mesmo que eu queria falar! – Eu me afastei do e me aproximei do meu irmão. – O que aconteceu entre você e a ? – Eu o olhei , séria.
- Infelizmente não foi sexo. – disse, desolado.
- O que? – Eu fingi não ter escutado.
- Nada. – Ele riu por alguns poucos segundos. Ouvi algumas risadas vindas de e . – Nós brigamos DE NOVO. – me olhou, sério.
- Ela chegou aqui sendo grossa comigo. – Eu queria saber se tinha algum motivo pra eu estar envolvida naquela história.
- Sério? – Ele disse, sarcástico. – Se você está assim, imagina eu que estou passando por isso há dias? – me olhou com o mesmo sarcasmo.
- Você é um idiota. – Eu me irritei com a ironia dele.
- É o que andam me dizendo. Alguém mais quer me dizer isso? - Ele falou um pouco mais alto. - Aproveita que hoje eu estou adorando fazer papel de palhaço. – transformou o seu irônico sorriso em uma cara furiosa e saiu, indo ao lado de . apareceu em minha frente com um sorriso fraco, como quem dissesse ‘Deixa isso pra lá! Vamos nos divertir.’.
- E é isso o que eu ganho por ser uma ótima amiga e uma irmã atenciosa. – Eu abri os braços, visivelmente abalada. Não, eu não ia chorar, mas sim, eu estava bem chateada.
- Não fica assim. – negou com a cabeça. Aproximou a sua mão de meu rosto e acariciou levemente uma das minhas bochechas. Eu sorri fraco, comovida com toda a doçura dele.
- O que eu vou fazer sem você por perto, hein? – Eu perguntei, vendo um sorriso triste aparecer no rosto dele.
- Vamos pensar nisso depois, ok? – colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. – Vamos pensar só no agora. – Ele pediu e eu não precisei fazer gesto algum para ele perceber que eu havia concordado com o seu pedido. – Sabe o que vamos fazer agora? – Ele perguntou, revirando os olhos, enquanto sorria de forma desajeitada.
- O que? – Eu quase ri, pois sabia que seria engraçado.
- Vamos dançar. – Ele apontou em direção a pista de dança com a cabeça. Eu abri a boca e fingi estar totalmente surpresa.
- Sério? – Eu até me empolguei.
- Eu não brincaria com algo tão humilhante. – Ele riu, virando-se de costas pra mim e me puxando em direção à pista de dança com uma das mãos.

Chegamos na pista de dança e ele se virou de frente pra mim. Ele riu, sem jeito. Comecei a dançar, sabia que ele demoraria um pouco pra se soltar. Ao poucos ele foi me acompanhando. Não estávamos totalmente colados, mas estávamos próximos. Às vezes ele me puxava e me girava seguidas vezes. Ele inventou alguns passos engraçados e começou a fazê-los. Eu o acompanhava com os passos, mas não deixava de rir.

Nós divertimos tanto que nem percebemos que estávamos naquela pista de dança há 40 minutos. Ainda bem que o DJ resolveu diminuir o ritmo ou não aguentaríamos por muito tempo. Não era exatamente uma música lenta, mas era totalmente possível dançar colado. me olhou e com um doce sorriso, estendeu a mão. Eu mordi o lábio inferior e sorri, sem jeito. Juntei minha mão a dele e ele me puxou lentamente pra perto. Soltou a minha mão e colocou seus braços em torno da minha cintura. Eu fiz o mesmo com as minhas mãos, só que em torno do seu pescoço. Ficamos nos olhando por um bom tempo. Havia um sorriso no canto do rosto de ambos.

- Você devia usar saltos menores. Está quase da minha altura. – comentou, sem deixar de me olhar nos olhos.
- Você ainda está mais alto que eu. Não se preocupe. – O meu sorriso aumentou.
- Não, mas se você usar um maior do que esse, vai fica da minha altura! – disse, erguendo uma das sobrancelhas.
- Eu acho que não existe um salto maior do que esse. – Eu quase ri.
- Ótimo. – também segurou o riso.
- Qual o problema? Eu gosto de ficar mais alta. – Eu perguntei. – Assim eu fico mais perto do seu rosto. Fica mais fácil de olhar nos seus olhos e de te beijar. – Eu disse e vi ele rir.
- Ok, de repente eu comecei a gostar do seu salto. – é quem me fez rir dessa vez. Depois de rir, olhei pra ele por um tempo.
- Obrigada. - O meu sorriso ficou um pouco menor e ele já não mostrava os meus dentes.
- Pelo que? – arqueou a sobrancelha.
- Você percebeu que eu estava chateada, irritada e você me distraiu. – Nos olhávamos nos olhos, enquanto ainda dançávamos aquela mesma música. – Mais uma vez, você conseguiu transformar uma coisa ruim em uma coisa boa. – Ainda havia um sorriso no canto do meu rosto e agora também havia um no dele.
- As coisas podem estar péssimas, o dia pode ser o pior, mas no final do dia, eu sempre vou estar lá pra te dizer que tudo bem ter um dia ruim, tudo bem se as coisas estiverem uma droga e tudo bem se as coisas não saíram como você planejou. – ia me dizendo daquele jeito doce e lindo que só ele tinha. – Amanhã vai ser um novo dia e eu ainda vou estar lá, tentando fazer você sorrir e tentando fazer dele melhor do que ontem. – Ele terminou de dizer e sorriu fraco, suas bochechas estavam rosadas.

Está vendo? É por isso que ele é o responsável pelo sentimento mais impressionante, sincero e bonito que eu já senti em toda a minha vida. É por isso que eu tive que pensar duas, três vezes antes de decidir entre ele e o grande sonho da minha vida. É por isso que eu me sinto tão desprotegida e sinto tanto medo de ter a Amber por perto. É também é por isso que arranjo a briga que precisar para tê-lo pelo resto da minha vida.

- Não importa o que aconteça, enquanto você estiver do meu lado eu vou continuar tendo o melhor motivo do mundo pra ser feliz. – Eu disse, aproximando meu rosto do dele e ele acabou com a pequena distancia que havia entre os nossos lábios. Ele aprofundou o beijo, colando ainda mais os nossos corpos. Entrelacei meus dedos em seu cabelo, que estavam localizados um pouco acima da sua nuca. Nossos lábios se entrelaçavam lentamente, às vezes ele prendia um de meus lábios entre os seus dois lábios e o lavava pra diferentes direções. Ele terminou o beijo, quando a música acabou. Abrir os olhos e ver o seu sorriso era a melhor sensação de todas.
- Vamos voltar um pouco pra lá? – Ele disse, apontando pra direção em que nossos amigos estavam.
- Vamos. – Eu ainda sorria por causa do beijo. Roubei mais um selinho, antes de nos afastarmos. Ele segurou a minha mão e fomos até os nossos amigos.

, e Amber conversavam sobre alguma coisa qualquer. e conversavam sobre outro assunto. Aproximamo-nos e ambos pararam com seus assuntos. ficou na rodinha dos garotos e eu na rodinha das garotas.

- Eu definitivamente amei esse lugar. – Eu sorri, olhando pra .
- Nós estávamos falando que aqui só tem garotos bonitos. – falou baixinho para que os garotos não ouvissem.
- Mas infelizmente os melhores já estão comprometidos. – Amber disse e riu. As garotas mais uma vez não entenderam a indireta e também riram. Olhei pra ela, séria.
- Amber, sempre querendo o que não pode ter. – gargalhou. Impressionante como o humor da mudou? O que a Amber deu pra ela? Maconha?
- Eu não sou do tipo que pega o namorado dos outros. Eu gosto de exclusividade. – Amber disse e elas voltaram a rir.
- Pelo menos nós temos algo em comum. – Eu sorri falsamente. finalmente notou o que estava acontecendo, mas disfarçou o máximo que conseguiu.
- E onde está a ? – mudou o assunto.
- Ela e o sumiram. – Amber analisou.
- Vamos ao banheiro comigo? – pediu, séria.
- Bem, vamos.. – Eu sorri, sabendo qual era a real intenção dela. Ela queria conversar comigo.
- Eu também vou. Preciso retocar a maquiagem. – se aproximou de nós.
- Eu vou ficar aqui com os garotos. Eu estou com muito calor e aquele banheiro deve estar um inferno. – Amber piscou um dos olhos. – Voltem logo. – Ela sorriu.

Deixá-la sozinha com os garotos me parecia uma péssima ideia, mas não desistiria e eu não queria demonstrar tanta insegurança perante Amber. sorriu pra mim e piscou um dos olhos, antes que eu me virasse e fosse em direção ao banheiro com as garotas. Entramos no banheiro e não hesitou em começar aquela conversa.

- Certo. O que está acontecendo aqui? – me olhou, séria. parecia não fazer ideia do que ela estava falando.
- Você está perguntando pra pessoa errada. – Eu não estava tão irritada como ela aparentava estar, mas eu estava bem séria.
- Não importa. Eu quero saber de você. – continuava com a mesma expressão.
- Sua prima está apaixonada pelo meu namorado. – Eu expliquei, sem rodeios. Minha expressão com certeza demonstrou a minha irritação com o assunto.
- E qual a novidade? – me olhou com reprovação.
- Eu já disse a novidade! Eu e ele estamos juntos agora. – Eu voltei a olhá-la, começando a me irritar com o tom dela. Ela falava como se aquilo fosse ridículo. – Não é mais como antes. Ela não pode aparecer aqui achando que pode tratar ele da mesma forma que antes. – Eu neguei com a cabeça.
- O que você está querendo dizer? – fez careta. acompanhava a discussão, atenta.
- Estou me referindo ao jeito que ela olha pra ele. Você acha que eu não percebi? ELA acha que eu não percebi? – Eu tentava falar tudo com calma em respeito a . Ela ainda era a minha melhor amiga.
- Você não acha que já está mais do que na hora dessa briguinha ridícula acabar? – suspirou, furiosa.
- Eu acho, mas aparentemente ela sentiu falta das nossas brigas e voltou louca pra matar a saudade. – Eu disse e cerrou os olhos. Ela odiava minhas brincadeiras fora de hora.
- E parece que você também não superou isso, né? – continuou me olhando daquele jeito.
- Porque você acha isso? – Eu perguntei, sabendo que ela tentou dar indireta sobre alguma coisa naquela frase.
- Você ainda odeia ela, . – começou a elevar o nível de voz. – Você a odeia tanto, que você vê maldade em todas as atitudes dela. – me olhou, extremamente brava.
- O que? Não! Não é nada disso. – Eu neguei com a cabeça.
- Então me diz o que ela tem feito, que tem te irritado tanto? – sorriu com sarcasmo.
- Porque está tão brava, ? – Eu perguntei, meio em choque. Ela estava enlouquecendo.
- O que ela tem feito? Diz, ! – insistiu com o mesmo tom.
- Ela.. – Eu neguei com a cabeça, sem saber como reagir com toda aquela grosseria de . Meus olhos lacrimejaram, mas eu não choraria por nada. – Ela arruma toda e qualquer desculpa pra falar com ele. Ela parece ter um desejo súbito de fazer ele rir, de fazer ele notar ela e olhar pra ela. – Eu disse, engolindo o choro. Até porque a raiva estava voltando ao citar as escrotices cometidas pela Amber.
- Só isso? – quase riu.
- Também tem as indiretas que ela fica dando. As frases de duplo sentido e as tentativas de me tirar do sério. – Eu completei.
- Indiretas, frases? – ergueu os ombros, sem entender.
- Há poucos minutos ela disse que os caras que estavam aqui essa noite eram bonitos, mas que os melhores estavam comprometidos. – Eu sorri, feliz por ter achado um exemplo que havia presenciado. Agora não tinha como ela defender a Amber!
- E deixei-me adivinhar? Você achou que ela estava dizendo isso pra você? – voltou a ser sarcástica.
- Foi pra mim! – Eu estava enlouquecendo com ela duvidando de mim.
- Você é maluca. – negou com a cabeça. Eu a olhei, desapontada. – Nós estávamos falando desse assunto bem antes de você aparecer ali. Como ela poderia estar falando sobre você e o ? Como ela poderia estar querendo te provocar sendo que você nem estava ali? – perguntou e ficou me olhando, esperando a minha resposta.
- Ela tem razão, . Ela estava falando sobre aquilo bem antes de você chegar. – concordou com . Olhei pra e vi quão poderosa Amber era. O quanto de poder ela tinha sobre todos. Cerrei os olhos e neguei com a cabeça, indignada por não ter o apoio das minhas melhores amigas.
- Está vendo o tamanho da implicância que você tem com ela? – voltou a me olhar com sua expressão de reprovação. – Você nem ao menos dá uma chance pra ela. – ainda me olhava com raiva.
- Eu estou dando uma chance pra ela! – Eu aumentei tom de voz, furiosa. – pediu que eu fizesse isso. – Eu completei. – Aliás, era o que você também deveria pedir pra sua preciosa prima! – Eu ironizei, furiosa.
- Não adianta falar com você! – sorriu falsamente. – Você sempre vai odiá-la e vai sempre ver o pior lado de tudo o que ela fizer. Você sempre vai achar que ela está tentando começar uma briga ou tentando te irritar. – balançou a cabeça negativamente.

Tem noção do quanto isso estava doendo? Sua melhor amiga, a pessoa que você espera que mais te apoie no mundo, estava falando absurdos pra você. escolheu um lado, sem nem mesmo ser obrigada a isso. Ela escolheu ficar do lado da Amber sem nem hesitar. Ela estava contra mim. Amber mal chegou na cidade e já colocou minha melhor amiga contra mim. Como ela conseguia aquilo? Por que ela consegue fazer todo mundo ver o meu lado ruim, mas eu não consigo que os outros enxerguem o dela? Como uma garota pode transformar uma amizade em... nada? Porque era isso que a estava fazendo ali.

- Foi pra isso que você me chamou aqui? – Haviam lágrimas em meus olhos, mas eram de raiva. Raiva da , raiva da Amber.
- Vocês estão nervosas! Deixem pra conversar outra hora. – tentou impedir aquilo. Olhei pra e me lembrei da forma que ela também havia me tratado naquela noite. Ela estava tendo problemas com o namorado, ela precisava se abrir e conversar com alguém. Ela preferiu colocar essa tarefa nas mãos da Amber. Essa tarefa que sempre foi minha!
- Ela é minha prima, . – disse um pouco mais calma. Talvez ela tivesse percebido as lágrimas nos meus olhos. Ver a pena nos olhos dela fez minha raiva triplicar. – Eu sempre vou ficar do lado dela. É assim que é e tem que ser. – tentou se aproximar de mim e eu dei um passo pra trás, me afastando.
- Você está contra mim? – Eu perguntei de forma retórica. Eu só queria ouvir a resposta dela.
- Não. Eu estou do lado dela. É diferente! – parecia ter se dado do conta da gravidade daquilo. – Eu só estou pedindo pra você parar com isso. – continuou séria. – Estou pedindo pra você deixar de odiá-la. – tentou se aproximar novamente e dessa vez eu permiti. – Faça isso por mim. Pela nossa amizade. – sorriu fraco. Ela não podia estar falando sério. Cerrei meus olhos novamente e neguei com a cabeça, pensando que ela só poderia estar maluca. Pensando no quão ridícula ela estava sendo.
- Nossa amizade? – Eu quase ri. – Qual amizade, ? – Eu continuei, incrédula. – De que amizade é essa que você está falando, em que a sua amiga precisa do seu apoio e você vira as costas pra ela? – Eu a olhei, muito brava. – Eu não estou pedindo pra você ficar do meu lado, ! Eu só queria o seu apoio. Era a única coisa que eu queria da minha melhor amiga! – Eu aumentei o tom da voz pra dizer a última frase. – ISSO É AMIZADE PRA VOCÊ? – Eu gritei dessa vez.
- , fica calma! – se assustou com o rumo que aquela conversa estava chegando. estava abalada, mas não queria demonstrar fraqueza. Ela me encarava, ouvindo tudo o que eu dizia. Olhei pra ela por um tempo, me preparando para dizer a última frase.
- Finalmente encontrei uma coisa da qual não vou sentir falta quando estiver em Nova York. – Eu disse, me referindo a nossa amizade. não acreditou no que ouviu. arregalou os olhos, assustada. A olhei pela última vez e me virei de costas, saindo rapidamente pela porta do banheiro.
- ! – Ela gritou e eu a ignorei.

Quando sai do banheiro, parei sem saber como controlar toda a minha raiva. Eu sabia que mais tarde viria a tristeza e o choro, mas agora eu estava furiosa. Levei minhas mãos até a minha cabeça e entrelacei os dedos em meu cabelo, sem saber o que fazer. foi a primeira pessoa que passou pela minha cabeça. Eu tinha que falar com ele. Ele me acalmaria, como sempre fez. Eu comecei a andar em direção ao local em que meus amigos estavam. Não prestei atenção em quem estava ali ou não, apenas me aproximei.

- Finalmente alguém! Todo mundo sumiu. – disse, feliz ao me ver.
- Você é quem sumiu primeiro. – Eu quase ri. Eu estava tentando enganar a minha raiva. – Aliás, você também. – Eu apontei pra depois de vê-la atrás de .
- Nós.. – me olhou, confuso. – Quer dizer, eu.. – Ele começou a gaguejar.
- Eu fui tomar um ar lá fora. Está muito calor aqui. – riu, se abanando com as mãos.
- E eu estava procurando gatas. – mentiu. – Nenhuma me quis. – Ele continuou mentindo.
- estava aqui. – Eu ia dizendo, procurando em minha volta. – Com os garotos e a.. – Quando eu ia dizer o nome dela, eu os achei. – Amber. – Eu disse com os olhos fixos nos dois. Eles estavam em frente à mesa de bebidas e eles conversavam e riam como doidos. Observei a cena por um tempo, sem reação.
- ? – perguntou, me vendo olhando para os dois.
- Ela está conseguindo me tirar do sério. – Eu neguei com a cabeça, tentando relevar aquilo. A mão dela estava na cintura e ele dava atenção total a ela. Eu percebia que ele olhava pra porta do banheiro de 5 em 5 segundos. Certamente estava me procurando e esperava a primeira oportunidade de sair dali. Não é que ele não gostasse de conversar com a Amber, mas ele queria ficar comigo.

Nada estava acontecendo ali. tinha consciência de que não estava fazendo nada de errado. Amber havia implorado para que ele a acompanhasse até a mesa de bebidas. Ele apenas foi gentil. Ele realmente se importava com ela e ele realmente quis acompanhá-la até lá para que ela não fosse agarrada por um bêbado qualquer. Ele cuidaria dela se fosse preciso. Apesar de tudo, ele ainda tinha medo da minha reação diante daquilo. Ele ainda tinha medo das minhas conclusões erradas.

Amber contava alguma coisa e sorria pra ela, daquele jeito que ele sorria pra mim. Do jeito que eu queria que ele estivesse sorrindo pra mim agora. olhou pra onde estava os nossos amigos e me viu. Ele deu um enorme sorriso e me chamou para ir até lá com uma das mãos. Amber continuava contando a sua história. Eu fiquei imensamente feliz por ele ter me chamado lá. Quer dizer, ele não tinha o que temer. Ele não estava fazendo nada errado.

- Olha lá o que você vai fazer, . – me alertou.
- Não vou fazer nada que ela não mereça. – Eu pisquei pra ele e sai, indo em direção aos dois. voltou a olhá-la, sabendo que eu chegaria até eles a qualquer momento. Parei ao lado dele e entrei no meio dele e da Amber, selando seus lábios lentamente. Ele sorriu, satisfeito com a minha atitude. Amber foi obrigada a parar de falar.
- Onde estão as garotas? – perguntou, enquanto ainda estávamos próximos. Minha expressão mudou, eu afastei meu corpo do dele. Eu não queria contar pra ele sobre a briga com a .
- Eu não sei.. – Eu disse, indo até o lado dele e ficando de frente com a Amber. Ela me olhou, séria. Acho que ela não gostou de ser interrompida. Que maldade a minha, não é? Haha
-E vocês? O que estão fazendo? – Eu perguntei, como se não estivesse louca pra saber a resposta.
- A Amber queria beber alguma coisa. Eu a acompanhei. – nem disse que ela é quem havia pedido a sua companhia para não criar confusão.
- E você já escolheu o que vai beber? – Eu apontei pra mesa de bebidas. Ela me olhou e pegou um copo na mesa.
- Já faz um tempo. – Ela sorriu falsamente pra mim. – Nós estávamos conversando sobre algumas coisas antigas e nem vimos o tempo passar. – Amber quase riu. Ela fazia questão de me contar aquilo.
- É mesmo! – também riu querendo novamente evitar confusão.
- Coisas antigas? – Eu me fiz de desentendida. Queria que ela falasse.
- É, você sabe... – Ela me olhou. – Coisas que nós vivemos há anos atrás. – Amber sorriu pro . Ele deu um sorriso tímido por minha causa. – é o garoto mais incrível que eu conheci até hoje. Nós sempre nos demos muito bem. Nós nos conhecemos há muito tempo e sempre fomos muito, muito próximos. Eu aprendi muita coisa com ele. – Amber ia dizendo com aquele olhar de apaixonada. Ela não parava de olhar pra ele.
- Eu sei que o é um garoto incrível, ele é meu namorado. – Eu forcei um sorriso. - Ele também é o garoto mais incrível que eu já conheci. – Eu disse, olhando pra ela. Percebi que olhou pra mim e sorriu, pois estava feliz com o que eu havia dito.
- É realmente uma pena que você tenha demorado tanto pra perceber isso. – Amber fez uma careta, fingindo que lamentava, mas eu percebi a ironia dela. V-A-D-I-A.
- Vamos ir falar com o e a ? Eu quero saber onde eles estavam. – mudou o assunto rapidamente. Começou a me puxar. Olhei pra Amber, furiosa. Ela com certeza viu a raiva em meus olhos.
- Não. .. – Eu não queria ir. Eu queria ficar ali e falar tudo o que ela tinha que ouvir.
- Até depois, Amber. – me puxou mais forte, me tirando de perto dela. Amber entendeu o que estava acontecendo e sorriu, quase rindo. Não que ela fosse tão maligna. Ela não é como a Jessie. Ela quase riu por eu não poder respondê-la.
- ! O que você está fazendo? – Eu tentava me soltar das mãos dele.
- Você não vai fazer isso. Eu não vou deixar. – me olhou, sério.
- Fazer o que? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Vocês não vão brigar por minha causa. – sorriu, sarcástico. – Não vai acontecer. – Ele quase soletrou, me olhando. Olhei pra ele, séria e neguei com a cabeça. Chegamos até e novamente.
- O que aconteceu? – perguntou. Ela havia visto a cena de longe.
- está com medo da Amber levar uns tapas. – Eu sorri, olhando pra ele.
- Vocês.. iam brigar? – perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Não e nem vão. – respondeu antes de mim, como se fosse uma ordem.
- Ta, vamos esquecer isso. – quis mudar de assunto.
- Voltamos! – gritou, chegando por trás de todos nós com .
- Onde vocês foram? – perguntou.
- Esqueci o meu celular no carro e o foi comigo lá pegar. – explicou, bebendo um gole da sua bebida. Não consegui identificar o que era, mas não era água.
- E as meninas? Elas não estavam no banheiro com você? – me olhou, sério.
- Estavam. Eu sai e elas continuaram lá. – Eu sorri, sem dar detalhes.
- Eu não sei o que tanto elas fazem no banheiro. – negou com a cabeça, fazendo careta.
- E a Amber? – olhou pro , pois sabia que Amber havia ficado com ele, quando ele e haviam ido até o carro.
- Eu não sei. Ela estava perto da mesa das bebidas, mas agora não sei mais. – ergueu os ombros, indiferente. Ele queria me mostrar que não se importava, talvez para que o meu ódio diminuísse.
- E...você se lembra de qual bebida ela pegou? – disse, olhando para o pessoal que dançava na pista de dança.
- Não. Por quê? - fez cara de quem não havia entendido nada.
- Tenho quase certeza que havia álcool... – apontou pra alguém em um dos cantos da pista. Era ela, Amber. Ela dançava animadamente e às vezes deslizava até o chão com o seu vestido extremamente curto. Haviam alguns caras em volta dela e ela estava se esfregando em cada um deles.
- Odeio garotas bêbadas. – suspirou, irritado. – Nada pessoal, . – Ele fez um coração com a mão pra mim. Eu olhei pra ele com uma cara feia e ele riu.

Todos a observavam de longe. Os garotos queria tirá-la de lá, mas estavam com medo de se aproximarem e serem agarrados pela bêbada, Amber. A música foi trocada e uma música sensual começou a tocar. Os olhos dela foram imediatamente pra onde estava. Sim, ela começou a dançar sensualmente, enquanto olhava . Ele percebeu, é claro. Desviava o olhar, disfarçava, mas não adiantava! Ela não parava de olhar.

A minha raiva também não parava de aumentar. Eu comecei a sentir uma coisa maluca dentro de mim. Uma coisa que eu não conseguia explicar. Eu só sabia que era algo ruim e que eu queria arrancar os cabelos dela. Algumas pessoas que estavam em torno da Amber, também olhavam pro , pois queriam saber quem era o cara. Eu e estávamos de mãos dadas e eu estava me sentindo A IDIOTA. Todos me olhavam com pena, achando que eu era a chifruda da vez. Outros davam risada e falavam nos ouvidos dos amigos.

- Eu vou pegar algo pra beber. – Eu disse e soltei a mão do rapidamente. Ele olhou pra mim, enquanto eu me afastava. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo. Ele achou que talvez eu quisesse ficar um pouco sozinha e decidiu respeitar um pouco o meu espaço. Eu só iria pegar uma bebida, certo? Não tinha como algo acontecer naquele meio tempo.
- Cara, eu acho que ela quer o seu corpo nu. – deu alguns tapinhas nas costas do , que virou de costas para Amber.
- Eu acho que ela quer foder a minha vida, isso sim. – suspirou, passando a mão pelos seus cabelos já desajeitados. era homem, é claro que ele se sentia atraído por ela. Ele não é de ferro. Nenhum homem é. Ele se sentia mal por sentir aquilo. Não era, mas pra ele parecia uma traição. O que ele podia fazer? Tinha uma mulher linda, dançando sexualmente pra ele com um vestido decotado e curto.
- O que está acontecendo? – chegou, vendo que todos os amigos estavam olhando pra uma mesma direção.
- Veja você mesma. – apontou pra Amber.
- Oh não.. – negou com a cabeça, fazendo careta.

Eu havia ido até a mesa das bebidas. Eu sabia exatamente qual bebida pegar e o que fazer com ela. Peguei um copo bem cheio. Me certifiquei se havia água ali mesmo e depois me virei para olhá-la novamente. Ela continuava dançando daquele jeito, enquanto olhava pro MEU NAMORADO. Olhei pro e vi que ele estava de costas, mas eu faria aquilo do mesmo jeito.

Comecei a andar em direção a Amber com o copo em minhas mãos. Fui passando com dificuldade em meio as pessoas que dançavam ali. Alguns caras ficavam assoviando e tentando mexer comigo, mas eu só os ignorava. Fui me aproximando de Amber e via ainda mais a indecência da sua dança. Ela jogava o cabelo pra todos os lados e suas mãos deslizavam por todas as partes de seu corpo. Ela era ridícula, baixa e nojenta.

- Oi, querida. – Eu disse, aparecendo em sua frente. Ela parou de dançar e me olhou de cima abaixo.
- Querida? – Ela cruzou os braços, quase rindo.
- Prefere vadia? – Eu sorri falsamente.
- Você tem um namorado lindo e gosto. Por que você está aqui? – Amber me olhou, séria. Cerrei os olhos, ao ouvi-la falar daquele jeito do .
- Eu só vim te dar um aviso. – Eu dei alguns passos na direção dela. – Fica-longe-do-. – Eu quase soletrei.
- E quem você acha que é pra me pedir isso? Ele é o SEU namorado. Eu não recebo ordens de você. – Amber colocou as mãos na cintura, me olhando com um sorriso sarcástico.

continuava de costas pra Amber. Os amigos e amigas continuavam olhando. Notaram quando Amber parou de dançar. Alguém havia entrado na frente deles e eles já não estavam conseguindo ver a Amber. Curvaram-se um pouco e viram que ela conversava com uma garota.

- Ela está falando com uma garota. – disse, fazendo careta de quem não estava entendendo nada. Todos se esforçaram para ver.
- É a ? – perguntou, reconhecendo o meu vestido. Ao ouvir aquilo, virou-se imediatamente para confirmar se era eu mesma. Ele negou a cabeça instantaneamente.
- Droga... – Ele saiu rapidamente, indo em direção a mim e a Amber.

Eu estava muito irritada. Amber chegou atrapalhando toda a minha vida, que já estava uma bagunça. Quem ela pensa que é? Quem ela acha que é pra destruir as únicas coisas boas que eu tinha na minha vida, que eram as amizades e o amor? Por que ela conseguia fazer isso todas as vezes que ela aparecia na cidade? Eu estava de saco cheio dela. Estava com o saco cheio de ter que ficar me segurando pra não começar essa guerra, que na verdade está acontecendo há anos.

- Ok, retiro o que disse. – Eu me segurei pra não dar um tapa na cara dela. – Eu não vim aqui só pra te avisar pra ficar longe do . – Eu sorri de forma angelical.
- E pra que mais você veio? – Amber continuava com a mão na cintura, me olhando de forma desprezível. Eu conseguia ver o ódio em seus olhos.
- Eu estava te observando e vi que a sua bebida acabou. – Eu continuei sorrindo.
- Sim, acabou. – Ela confirmou, sem entender onde eu queria chegar.
- Eu nunca fiz algo por você antes, mas... – O meu sorriso diminuiu. – Eu trouxe mais bebida pra você. – Eu disse, levantando o copo e atacando toda a água que havia dentro dele no rosto de Amber.

Amber tirou as mãos da cintura e as colocou imediatamente na parte da frente de seu cabelo. Sua boca estava aberta e os olhos fechados. Seu rosto estava completamente molhado, inclusive uma parte do seu cabelo. Ela abriu os olhos, indignada. As pessoas que estavam em volta pararam de dançar para olhar. A primeira reação de Amber foi vir pra cima de mim. Ela deu alguns passos e chegou bem perto do meu rosto, me encarando com superioridade.

- O que há de errado com você? – Ela gritou, mais furiosa do que nunca. Antes que eu respondesse, alguém me puxou pra trás e depois entrou em minha frente. , sempre ele.
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – gritou feito um doido. Ele estava desesperado.
- Essa idiota atacou um copo de água em mim! – Amber apontou pra mim, tentando limpar a sua maquiagem, que a essa altura estava toda borrada. me olhou, como quem dissesse ‘Você é maluca?’.
- O que? Vai ficar do lado dela também? – Eu perguntei, furiosa. - Por que você está fazendo isso? Por que está agindo assim? – não entendia as minhas atitudes dos últimos dias. - Ela está tentando me fazer perder a paciência. – Amber gritou, ainda secando o seu rosto. - Para de se intrometer onde não é chamada, garota! – Eu gritei, olhando pra ela com ódio. saiu da minha frente e me puxou um pouco pro lado pra podermos conversar. - Ela quer que eu entre nesse drama adolescente em que ela vive, mas eu não vou entrar! - Amber gritou, me acusando. - Nossa, como você é madura! – Eu olhei pra ela com descaso. Ela suspirou, revirando os olhos. - Não fique brava, só por que você ainda não amadureceu. – Ela disse, quase rindo. Eu fui pra cima dela de novo, mas antes de alcançá-la, entrou na frente dela. Eu fuzilei ele com os olhos e sai. Ele me seguiu com o olhar e viu para onde eu fui.
- Você está bem? – virou para ver Amber.
- Na medida do possível, né? – Amber disse, ainda brava.
- O que aconteceu agora? – chegou e depois todos os outros chegaram atrás.
- A maluca da jogou água na minha cara! – Amber estava mesmo furiosa. Finalmente ela sabia como eu me sentia.
- A está passando dos limites. – disse, ajudando sua prima a secar o seu rosto.
- Eu não fiz nada! – Amber resmungava.
- Pra onde ela foi? – perguntou, preocupado comigo.
- Tomara que tenha ido pro inferno. – Amber disse, vendo o seu vestido todo molhado. olhou pra Amber, demonstrando que não havia gostado do jeito que ela havia falado.
- E não comece com esse olhar de julgamento, . – olhou pro , irritada. – Você sabe que a é a única idiota dessa história toda. – negou com a cabeça. – Dessa vez ela vai ouvir! – terminou.
- Não se intromete, . – a olhou, irritado. – Cuida da sua prima e deixa que eu resolvo isso. – disse, saindo e deixando os amigos onde estavam. Saiu pela porta da frente, que era por onde eu havia saído.

Eu estava perto da porta de entrada da balada, esperando que aparecesse. Eu sabia que ele viria e não deu outra! Ali estava ele, parado em minha frente, me olhando com aquela cara de reprovação. Arqueou uma das sobrancelhas, sem dizer nada.

- Vai, pode brigar comigo agora. – Eu abri os braços e ergui os ombros. Não tinha como evitar aquilo. Eu já não estava tão irritada. A reação dele é que me assustava. – Diga que eu enlouqueci e que não podia ter feito aquilo. – Eu voltei a olhá-lo. suspirou e pensou antes de falar.
- Eu acho que você levou aquela história de ‘lutar por mim’ muito a sério. – disse, conseguindo me arrancar um sorriso.
- Eu sei que está bravo pelo que eu fiz. – Eu disse, ainda sorrindo, enquanto negava com a cabeça.
- Eu não estou bravo. – se aproximou de mim. – Eu só acho que foi desnecessário. – colocou uma das suas mãos em meu rosto e me olhou nos olhos. – Você é a minha namorada. É você quem eu amo. É você quem eu quero. – sorriu, sem mostrar os dentes. Continuei olhando pra ele, sem reação alguma. Eu só queria observá-lo, enquanto ele dizia aquilo. – Você sabe que é. – Ele terminou de dizer e também ficou me olhando.
- Não é você, . – Eu tente explicar. – É ela! O jeito que ela te olha, o jeito que ela fala com você, o jeito que ela tenta te chamar atenção e o jeito que ela usa você contra mim. – Eu expliquei, ficando um pouco mais séria.
- Certo, então vamos fazer assim. – olhou os detalhes de meu rosto, colocando uma mexa de meu cabelo atrás da orelha. – Nós vamos embora agora e amanhã, depois do jogo, nós saímos. Só nós dois. – propôs.
- Só nós dois? – Eu sorri, demonstrando estar empolgada com a proposta.
- Só nós dois. – reafirmou.
- Eu adorei a ideia. – Eu disse, entrelaçando meus dedos em uma das suas mãos. A outra continuava em meu rosto.
- Então, está combinado. – disse, me roubando um selinho.
- Você não está achando que o nosso jogo foi cancelado, não é? – Eu perguntei, olhando pra ele com uma expressão duvidosa.
- Eu estava. – arqueou a sobrancelha.
- Não, eu vou jogar! – Eu afirmei.
- Com a Amber? – quase riu. – Não quero ver vocês rolando pelo gramado do campo. Obrigado. – disse, desacreditando que o jogo aconteceria.
- Não vai acontecer nada. Eu apenas quero jogar com você e com os meus amigos. – Eu expliquei.
- O que você está armando? – cerrou os olhos.
- Nada, juro. É só não me deixar no mesmo time do dela e não colocar ela pra me marcar. – Eu sorri, dando um último selinho nele e me afastando, mantendo apenas nossos dedos entrelaçados.
- Eu sei que não vou conseguir te convencer do contrário, né? – fez careta.
- Não... – Eu neguei com a cabeça e ri. Estávamos indo em direção ao seu carro, quando o celular dele começou a tocar.
- Oi . – atendeu, sabendo o que meu irmão queria.
- Achou ela? Está com você? – perguntou, preocupado.
- Ela está aqui. Eu vou levar ela pra casa. – avisou.
- Ta bom. – concordou. – Mas.. está tudo bem? – queria saber como eu estava.
- Está, cara. Você sabe muito bem que eu sei como acalmar a sua irmã. – disse, quase rindo. Eu olhei pra ele e voltei a fazer careta.
- Me diz onde você está que eu vou ai te mostrar como eu vou apagar esse seu fogo, filho da puta. – disse na brincadeira, mas quis parecer sério.
- Apenas brincando, cara. – disse, rindo.
- Engraçadinho. – usou seu sarcasmo.
- Até amanhã. – se despediu.
- Até. – também se despediu e desligou o telefone.

Chegamos no carro de e fomos até a minha casa. Ele desligou o carro, assim que estacionou o carro em frente a minha casa. As luzes da casa estavam apagadas. Meus pais já deveriam estar dormindo. olhou pra mim e eu também olhei, quase rindo.

- Eu já disse que você está linda? – perguntou, passando os olhos rapidamente pelo meu corpo. - Eu já disse que te amo? – Eu sorri fraco. O sorriso dele triplicou.
- Na verdade, não. – disse, pensativo. Eu me aproximei, me apoiando um pouco no banco dele. Ele não se movia, pois queria que eu fosse até ele.
- Eu te amo. – Eu sussurrei, quase encostando nossos lábios. Ele deu um lindo sorriso, enquanto olhava meus lábios. Ele terminou de se aproximar e selou meus lábios. O selinho se transformou em um beijo e foi rapidamente aprofundado. O beijo não durou tanto, pois eu tinha que entrar e dormir. Eu teria aula no outro dia de manhã.
- Eu tenho que entrar. – Eu fiz careta e ele também fez.
- Eu sei. – abriu os olhos.
- Até amanhã. – me deu o último selinho e eu acabei dando outro. Agora era mesmo o último, juro!
- Até. – Eu sorri, depois de descolar os nossos lábios.
- Eu amo você, linda. – Ele disse, me fazendo corar.
- Eu também amo você. – Eu disse e depois abri a porta do carro, saindo dele em seguida. ficou observando eu me afastar. Esperou que eu entrasse dentro de casa para sair com o carro.

Certo, minha relação com a Amber havia chegado no limite. Minha relação com as minhas amigas também não estavam das melhores. Principalmente com a . Porém, a minha relação com nunca esteve melhor. Em outras épocas, já teríamos brigado por muito menos que isso tudo. Nós estamos mais fortes agora. Estamos mais fortalecidos como um casal. Nós confiávamos um no outro, havia respeito e amor. Não tinha como dar errado dessa vez.

Eu subi pro meu quarto e troquei de roupa. Passei alguns minutos tirando aquela maldita maquiagem e depois de escovar os dentes, fui pra cama. Eu ainda não sabia o que aconteceria entre mim e a Amber, mas eu sei que eu tinha total confiança em . Eu continuaria com os olhos abertos e também continuaria brava com . O que ela fez não foi certo, não foi justo. Eu nunca vou esquecer o que ela está fazendo comigo e com a nossa amizade.

chegou em casa e foi direto pro seu quarto. Somente tirou a sua camiseta , a calça e o tênis e depois colocou o shorts do pijama. Escovou os dentes e foi pra sua cama. Ele estava com muito sono. Quase dormiu ao volante no caminho pra casa. Pelo menos ele estava feliz. Muito feliz. As coisas estavam indo bem, estava dando tudo certo. Como todas as noites, ele adormeceu pensando na minha ida pra Nova York, que aconteceria em poucas semanas. Ele tentava demonstrar pra mim que não estava preocupado com isso agora, mas ele estava. Ele estava muito preocupado em como as coisas aconteceriam quando eu fosse embora.


Acordei com o meu celular tocando insistentemente. Abri um dos olhos e estiquei a mão para pegar o celular. Trouxe ele pra mais perto e olhei em seu visor. ‘ ligando...’ era o que estava escrito. Sorri, apertei o botão para atender a ligação e coloquei o celular em meu ouvido.

- Oi... – Eu disse com os olhos fechados. Minha voz de sono estava mais do que perceptível.
- Estava dormindo? – perguntou pra me zuar. Ele também estava na cama e daqui a pouco se levantaria para se arruma para ir a escola.
- , são 5:45 da manhã. – Eu disse, depois de olhar no relógio.
- Estou brincando. – riu. Eu também havia percebido a sua voz de sono. – Eu estou ligando pra perguntar se posso ir te buscar pra ir pra escola, hoje? – perguntou, olhando pro teto de seu quarto.
- Claro, eu vou adorar. – Eu sorri, mesmo com os olhos fechados.
- Então vou estar ai ás 6:30, ok? – Ele perguntou, sabendo que era o mais ou menos o horário que eu normalmente ficava pronta.
- Pode ser. – Eu concordei.
- Então, até daqui a pouco. – se despediu.
- Beijos, lindo. – Eu disso, sabendo que ele gostaria de ouvir isso.
- Beijos, gata. – disse, quase rindo. Eu desliguei o telefone, segurando o riso.

Não deu nem tempo de voltar a dormir. O meu despertador tocou minutos depois e eu tive que levantar. Fiz a minha higiene matinal e troquei de roupa. Eu estava mais animada naquela manhã, pois viria me buscar. já estava na mesa do café, quando eu me sentei na mesma.

- Olha só, se não é a garota rebelde. – disse, fazendo o seu lanche.
- Desvantagens de ser a sua irmã. – Eu não dei muita atenção, pois sabia que ele queria me irritar.
- Eu não sei o que aconteceu lá, mas... – me olhou, sério. – Você é a minha irmã e eu sempre vou estar do seu lado. – disse e eu o olhei, comovida.
- SEM ABRAÇOS! – percebeu a minha comoção e disse, irritado.
- Ok, sem abraços. – Eu ri, comendo a minha 3° torrada.
- Porque está de tão bom humor? – me olhou, estranhando.
- vem me buscar pra ir pra escola. – Eu ia dizendo toda feliz, quando a campainha tocou.
- Acho que ele chegou. – quase riu.
- Vou atender. Já volto. – Eu me levantei rapidamente da cadeira e corri até a sala para atendê-lo. Abri a porta e dei de cara com ele. O sorriso dele aumentou quando me viu. Ele estava incrível como sempre. Aquele uniforme da escola ficava simplesmente lindo nele. As mangas estavam dobradas até o cotovelo e a calça preta combinava com o seu tênis, também preto.
- Bom dia! – Ele disse, sem se mover. Eu não respondi, apenas segurei a sua mão e o puxei pra dentro da minha casa. Enquanto puxava ele pra dentro, eu olhava pro corredor que dava caminho pra cozinha para verificar se não havia ninguém vendo. não entendeu nada, apenas me acompanhou. Eu voltei a olhá-lo, puxei ele pra perto e beijei seu lábios. Minhas mãos estava em seu rosto e um dos braços dele passou pela minha cintura, me trazendo pra mais perto. Não tinha como o beijo ser longo, então o terminei antes que ele se aprofundasse.
- Bom dia. – Eu finalmente respondi e depois lhe roubei outro selinho. Ele sorriu, achando graça de toda a minha atitude.
- Um dia que começou assim, não tem como ser ruim. – sorriu fraco, me puxando pra perto novamente, dessa vez pra um gostoso e carinhoso abraço. Ficamos alguns segundos nos abraçando.
- Você tomou café? – Eu perguntei, terminando o abraço.
- Tomei. – Ele afirmou. – Por quê? Você não tomou? Eu posso esperar... – disse, enquanto eu o puxava pelas mãos em direção a cozinha.
- Não, eu também já tomei. – Eu disse, quando chegamos na cozinha. Ele e se olharam e sorriram um pro outro.
- E ae? – cumprimentou o amigo.
- Toma café ae, cara. – foi educado.
- Eu já tomei, cara. Obrigado. – agradeceu.
- Eu vou pegar minha bolsa. Já volto. – Eu sai e deixei os dois sozinhos.
- Então, aquele jogo ainda vai rolar? – queria perguntar longe de mim.
- Não deveria, mas vai. A não quer cancelar de jeito nenhum. – disse, sério.
- Você sabe que isso não vai acabar bem, né? – negou com a cabeça.
- Ela me prometeu que não vai fazer nada. – explicou.
- Quero só ver... – tomou o seu último gole de café.
- Ver o que? – Eu voltei a aparecer na cozinha, colocando a mochila em meu ombro.
- O jogo de hoje. Você nunca jogou. Quero só ver... – respondeu sem dar detalhes.
- Eu não posso ser tão ruim! – Eu disse, indo ao lado do e entrelaçando os nossos dedos.
- Se você puxou ao seu irmão, você pode . – disse, só para irritar .
- Me aguarde hoje, Jonas. – riu de forma ameaçadora.
- Estou morrendo de medo. – fingiu uma expressão de assustado.
- Vamos, antes que cheguemos atrasados. – Eu disse, apressando .
- Vamos. – me olhou. – Você não vai? – Ele perguntou, olhando pro meu irmão.
- Vou. Vão indo, eu alcanço vocês no caminho. – avisou e nós saímos. Fomos pro carro do .

Chegamos na escola em menos de 10 minutos. Como havia previsto, nos encontramos no caminho. Chegamos juntos no estacionamento da escola e os carros foram estacionados lado a lado. Sim, chegamos um pouco atrasados na escola. Todos os nossos amigos já haviam entrado nas salas de aula. Quase que o inspetor não nos deixou entrar. Assisti as 3 primeiras aulas com o maior sono do mundo. Apesar de não ter dormido tão tarde na noite passada, eu ainda estava com o sono um pouco atrasado.

O intervalo foi um pouco estranho. Os garotos continuavam normais, mas as garotas estavam um pouco distantes. Eu não sei se era por causa do que havia acontecido entre eu e Amber na noite passada. com certeza estava distante por causa disso e também pela nossa briga, mas e ? Eu não sei o que poderia ter acontecido. Resolvi não forçar nada, fiquei com os garotos. Eles conversavam sobre o jogo e eu tentava entender o que eles diziam pra tentar fazer um bom jogo. Provavelmente, não adiantaria.

Já era a hora da saída e eu fui direto pro ginásio. Nem esperei as garotas, pois sabia que elas iam buscar a Amber na entrada da escola. Escolhi um lugar na arquibancada, que já estava meio lotada. Fiquei bem perto do campo para poder apoiar os garotos. Percebi quando a garotas se aproximaram. Ouvi a voz de de longe e resolvi nem olhar. As vozes foram aumentando e elas foram se aproximando de mim.

- Oi ! – sentou-se ao meu lado e beijou o meu rosto.
- Oi gata. – Eu a abracei rapidamente.
- , tudo bem? – também me cumprimentou, passando por mim.
- Oi . – Eu respondi com pouco entusiasmo.
- Oi.. – passou e nem olhou pra minha cara. Eu olhei pra ela e vi ela se sentando ao lado de Amber. Amber nem sequer olhou pra mim.
- Oi.. – Eu respondi com a voz baixa. Ainda bem que os garotos entraram no campo naquela mesma hora, evitando que aquele clima permanecesse por tanto tempo.

Os garotos eram mesmo os ídolos dos alunos daquela escola. Quando eles entravam em campo, todos gritavam, assoviavam e batiam palmas. Eu tinha orgulho de ver os meus melhores amigos, meu namorado e meu irmão ali.

- Vai ! – gritou, fazendo Amber gargalhar.
- Para de ser escandalosa, ! – Ouvi Amber dizer, ainda rindo.

ficava deliciosamente bonito naquele uniforme do time. Ele sempre entrava com uma regata e depois colocava a camiseta do time por cima dela, poucos minutos antes do jogo começar. Eu estava observando-o, quando ele olhou pra mim. Fez um sinal pra mim, me chamando pra perto da grade. Eu sorri, curiosa para saber o que ele diria. Me levantei e desci alguns degraus até a grade do campo. estava me esperando do outro lado da mesma grade.

- Tudo bem? – perguntou. Eu sabia que ele estava se referindo a Amber.
- Até agora sim. – Eu quase ri.
- Eu vou fazer um gol pra você. – sorriu, sem mostrar os dentes.
- Sério? – Eu fiquei empolgada. O treinador do time gritou, chamando .
- Eu tenho que ir. – se aproximou ainda mais da grade e eu consegui selar os lábios dele com dificuldade.
- Bom jogo. Você vai arrasar. – Eu disse e ele sorriu, agradecido. Voltei a subir as escadas para voltar para o lugar em que eu estava. Olhei de reflexo e vi que Amber me observava. Com certeza ela havia acompanhado toda a cena entre eu e o . Coitadinha!

Os garotos se reuniram no meio do campo. Parecia que eles estavam fazendo o ‘plano de jogo’. colocou a camiseta do time e depois a faixa de capitão em um dos braços. Quase todo o público gritava o nome dele. Amber também gritava empolgadamente. Sim, eu fiquei furiosa em vê-la gritando o nome do meu namorado, mas eu me controlei, afinal era por uma boa razão.

O jogo começou um pouco tenso. Os caras do time adversário pareciam estar um pouco irritados. Eles tentavam arrumar briga com os jogadores do time da nossa escola a todo o momento. não parava de pedir calma aos companheiros. fez o primeiro gol e saiu comemorando, todo marrento. O público gritava o nome dele, deixando os adversários ainda mais furiosos.

- Faz mais um, ! – Amber gritou e eu revirei os olhos. Porque ela não assiste o jogo calada?

O jogo recomeçou após o gol e se tornou ainda mais complicado. Estava difícil do 2° gol sair. As faltas cometidas pelo time adversário quase não os deixava chegar até o campo de ataque. Amber estava tão revoltada, que eu achei que ela desceria a arquibancada e entraria no campo.

- , toca pro ! – Ela quase narrou o gol. tocou mesmo para o , que conseguiu fazer o 2° gol do jogo. – Arrasou, ! – Amber comemorava como uma doida.
- Lindoooooooo! – Eu gritei e me olhou, depois de comemorar com os companheiros. Ele sorriu e se aproximou da grade e apontou pra mim, fazendo o contorno de um coração com as mãos. Todos olharam pra mim e eu senti que eu corei. Mandei um beijo pra ele, agradecendo o gol.

Amber se esforçou o máximo pra disfarçar a raiva que sentiu ao ver aquela cena. Ver fazendo aquilo pra mim parecia meloso e idiota pra ela, mas ela daria tudo pra estar no meu lugar, daria tudo pra ser ela a garota invejada naquele momento. A raiva dela por mim que já era grande, não parava de aumentar a cada dia, a cada beijo e sorriso que dava pra mim e não pra ela.

O jogo acabou e o placar de 2x0 se manteve. O time adversário saiu tão irritado, que nem cumprimentou ninguém. Ainda saíram vaiados pela torcida. Os times saíram de campo e só os nossos amigos continuaram lá. , e se sentaram no centro do campo para esperar que a torcida fosse embora para que o nosso jogo começasse. A torcida ia saindo pela grande porta do ginásio e saiu do campo, indo em direção à arquibancada. Alguns alunos paravam para cumprimentá-lo e parabenizá-lo pelo gol e pela vitória. Eu sabia que ele viria até mim, então me sentei para esperá-lo.

- Eu preciso ir ao banheiro pra me trocar. – disse, querendo que alguém fosse com ela.
- Eu vou! Também vou me trocar. – Amber disse, antes de mim. Suspirei, tentando não me irritar.
- Eu não vou jogar. Já expliquei que estou com problemas femininos. – quase riu. Todos sabiam do que ela estava falando.
- Eu só trouxe um shorts. – também se levantou.
- Quer se trocar com nós, ? – se lembrou de mim.
- Não, eu... – Eu queria uma desculpa. – Vou esperar o . Ele está vindo aqui. – Eu apontei e elas olharam, vendo ele se aproximando.
- Ok. – sorriu pra mim.
- Vamos logo! – as apressou e elas foram saindo juntas.

Observei minhas amigas saírem, sem se importar que eu ficasse ali sozinha. As coisas estavam mesmo mudando e tudo começou coincidentemente com a chegada da Amber a cidade. Coincidência ou carma? Elas encontraram no caminho pro banheiro. Amber disse alguma coisa e o abraçou. Ele retribuiu o abraço de forma carinhosa. Eu apenas observei, sem ter reação alguma. Parece que ele realmente tinha algo especial por aquela garota. O abraço deles terminou e ela disse qualquer coisa, apontando pro banheiro feminino. Ele concordou com a cabeça e voltou a me olhar. Continuou andando em minha direção.

- Hey... – Ele se sentou ao meu lado, ficando de frente pra mim.
- Ótimo jogo. – Eu sorri pra ele e me aproximei, selando seus lábios. – Obrigada pelo gol. Eu amei! – Eu também me virei de frente pra ele, ainda sentada e o abracei. Ele me abraçou forte com um sorriso bobo no rosto.
- Argh... você está suado. – Eu disse em tom de brincadeira e terminei o abraço para olhar em seu rosto.
- Eu sei. – Ele fez careta, rindo. – Desculpe. – Ele parou de rir, mas o sorriso não saiu de seu rosto.
- Tudo bem. – Eu neguei com a cabeça, demonstrando que não tinha problema nenhum. Afinal, ele estava jogando futebol! Abaixei um pouco a minha cabeça com um sorriso fraco no rosto. Ele me observou por um tempo em silêncio.
- Tudo bem? – perguntou, abaixando um pouco a cabeça, tentando ver meu rosto.
- Está, claro. – Eu dei um enorme sorriso para tentar enganá-lo.
- Porque você está aqui sozinha? Onde estão as garotas? – perguntou, se lembrando de que havia visto , e saírem com Amber.
- Elas foram se trocar. – Eu expliquei como se estivesse tudo bem. – Eu ia ir, mas fiquei te esperando. – Eu continuei a explicar.
- Ahn, entendi. – sorriu, achando minha desculpa convincente. – Você pode ir lá se você quiser. – apontou pra direção atrás dele, que era onde ficava o banheiro.
- Não, eu quero ficar mais um pouco aqui. – Eu dei um sorriso safado e ele cerrou os olhos, segurando a risada.
- Já que você insiste. – adorou a ideia. Continuávamos sentados frente a frente.
- Eu quase morri de vergonha quando você dedicou o gol pra mim. – Eu expliquei, me sentindo idiota.
- Eu percebi. – quase riu.
- É que foi tão lindo e estava todo mundo olhando pra minha cara. – Eu ri de mim mesma dessa vez. Ele não tirava os olhos de mim. – Estavam morrendo de inveja de mim. – Eu disse e ele deu um enorme sorriso, olhando meu rosto de perto.
- Inveja? Porque teriam inveja? – se fez de desentendido. Ele queria me ouvir dizer.
- Porque eu tenho o namorado mais lindo e incrível de toda Atlantic City. – Eu disse, também olhando seu rosto de perto com um sorriso desajeitado.
- Ahn é? – Ele continuou sorrindo, mas seus olhos baixaram e pararam em meus lábios. – Então devemos mesmo ser o casal perfeito. – não sabia se olhava meus olhos ou os meus lábios.
- E por quê? – Eu perguntei, curiosa pela sua resposta.
- Porque eu também tenho a namorada mais linda e incrível de toda Atlantic City. – Ele disse e eu quase ri com o seu poder de charme. Meu riso se transformou em um sorriso tímido e eu mordi o lábio inferior. se aproximou aos poucos, demonstrando que me beijaria. Os olhos dele continuavam olhando nos meus, enquanto ele terminava de se aproximar.
- ! – Alguém gritou do campo e nós dois olhamos juntos pra lá. Amber, sempre a Amber. Ela usava um short MINÚSCULO e uma blusinha que deixava uma parte da sua barriga saradíssima pra fora. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo baixo. – Vocês não vão vir? – Ela perguntou com as mãos na cintura.
- Já estamos indo. – forçou um sorriso. É claro que ele notou o corpo dela, mas não deixou em tanta evidência. Voltou a me olhar com um sorriso desajeitado.
- Eu vou matar ela. Estou avisando... – Eu suspirei, séria.
- Para, . – sorriu, negando com a cabeça.
- Você tem razão, eu não vou matá-la. – Eu forcei um sorriso. – Torturar lentamente é bem melhor. – Eu disse, me levantando. gargalhou.
- Você é tão parecida comigo. – também se levantou. – Mas continue fazendo o que eu digo e não o que eu faço. – fingiu estar sério.
- Sei, espertinho. – Eu cerrei os olhos, rindo. – Vou me trocar e já volto. – Eu disse, colocando minha bolsa em um dos ombros.
- Te espero no campo. – gritou, vendo eu me afastar.
- Ok. – Eu respondi, sem olhá-lo.

Fui e entrei no banheiro. Estava vazio e eu poderia me trocar em paz. Minha roupa não era ousada como a da Amber. Coloquei um shortinho e uma regatinha com um tope preto por baixo (VEJA AQUI) . O tênis não poderia faltar. Fiz um coque alto no cabelo e tirei anéis e brincos que pudessem me atrapalhar. Saí do banheiro e fui em direção ao campo. Levei a minha bolsa comigo. Deixaria ela em cima de qualquer banco. Entrei no campo e todos estavam reunidos. , que não jogaria também estava junto com eles. Eles observavam Amber, que abria um perfeito espacate. Eu revirei os olhos, colocando a minha bolsa em cima de um dos bancos de reserva.

- E ae, vamos jogar? – Eu disse um pouco alto e todos me olharam, deixando de olhar pra ela. BEM FEITO!
- Eu apenas acho que você deveria jogar futebol mais vezes. – disse me olhando da cabeça aos pés.
- Eu também acho. Da próxima vez, usamos a sua bola. – disse e todos riram com o duplo sentido da sua frase, que foi totalmente proposital.
- Você não deve jogar futebol nunca mais. – mudou rapidamente a sua frase, rindo. também não se aguentou e riu. se aproximou de mim.
- Como eu estou? – Eu perguntei só pra ele, me referindo a minha roupa.
- Seu irmão esta aqui, não posso dizer, mas você sabe o que eu gostaria de dizer. – fez careta. Quando me dei conta do que ele queria dizer, voltei a rir.
- Seu idiota... – Eu o empurrei, totalmente envergonhada.
- Você quem perguntou! – abriu as mãos, querendo dizer que não tinha culpa alguma.
- Então vamos formar os times. – gritou, interrompendo todo mundo que conversava.
- Como vamos dividir? – perguntou, séria.
- Tem 8 pessoas aqui. 4 pessoas em cada time. – explicou.
- Cala a boca que o capitão aqui sou eu. – disse, fingindo estar falando sério.
- Vai lá, capitão! – riu, esperando que explicasse como tudo aconteceria.
- Duas pessoas tiram par ou impar e quem ganhar começa escolhendo uma pessoa pro seu time e depois o perdedor também escolhe. – explicou.
- Beleza, quem vai escolher os times? – perguntou.
- EU! – gritou e levantou a mão.
- Ok, pré-escola. – disse, sarcástico.
- Eu posso escolher o outro time. – se habilitou. Ele apenas quis fazer aquilo para evitar que eu e a Amber ficássemos no mesmo time. Muito bem pensado!
- Ganhar do vai ser fácil! Vamos tirar par ou ímpar. – brincou e ficou de frente com o .
- Par! – escolheu.
- Ímpar! – também escolheu. Eles se olharam e colocaram suas mãos pra trás das costas e depois as colocaram pra frente. Par! ganhou. – Merda. – resmungou.
- Quem você vai escolher? – perguntou. olhou todos que poderia escolher. Deveria escolher uma garota para que os times ficassem equilibrados. Amber seria uma escolha melhor, por que ela sabia jogar muito bem futebol, mas ele não podia fazer isso comigo.
- . – escolheu e Amber suspirou, irritada. Eu quase gritei ‘chupa!’ na cara dela, mas seria muito grosseiro da minha parte.
- Escolho a Amber. – sorriu, satisfeito.
- . – escolheu meu irmão.
- ! – escolheu.
- Pronto, não quero mais escolher. – riu, vendo que e eram suas únicas opções.
- Você é muito engraçado, Jonas! – fez careta. sussurrava, pedindo que escolhesse .
- Ta bom! Vem, . – foi quem fez a careta dessa vez.
- . – a chamou, fazendo um sinal com a cabeça. Ficar no mesmo time era tudo o que eles mais queriam. Secretamente, é claro.
- Ta, vamos jogar logo. – disse, indo pro centro do campo.
- Sem chutar forte! – avisou os garotos.
- Ta, vou ficar no gol. – apontou pro gol.
- Fico no gol também. – apontou pro outro gol.

Eu nem olhei pra Amber. Eu não queria que ela encarasse tudo aquilo com tanta rivalidade. Era apenas um jogo e eu não queria mais briga. Eu havia prometido pro e cumpriria. Amber estava feliz da vida. Se havia um lugar onde ela poderia se vingar de mim era no campo! Ela sabe que eu não jogo e nem nunca joguei nada. Ela vai aproveitar pra me humilhar.

O jogo começou e eu não sabia nem como me aproximar da bola. e pareciam dois retardados rindo, enquanto brigavam pela bola. Amber observava tudo rindo. estava sentada no banco de reserva e acompanhava tudo com atenção. Os meninos chegaram a cogitar a ideia de ela ser a arbitra do jogo, mas mudaram de condições ao saber que ela nem sabia o que era um escanteio.

- Pega, ! – tocou a bola lentamente pra mim. Eu toquei meu pé na bola pela primeira vez. Eu não fiquei nem 3 segundos com ela no pé e já veio roubá-la de mim.
- Ow ! Chuta rápido, garota! – me deu uma bronca. Olhei pra ele e fiz uma careta.
- Rouba dele, ! – ordenou e eu cheguei perto de . Ele estava achando tudo extremamente engraçado. Foi legal comigo e me deixou roubar a bola dele de propósito. Dei 4 passos com a bola no pé e quando já ia tocá-la para , Amber apareceu e me roubou a bola. Eu a observei sair com a bola, toda habilidosa e revirei os olhos.
- Tem certeza que quer deixar ela me marcar? – Eu falei baixo pro .
- Eu é quem estou te marcando, gata. – riu.
- Certo, então continue me deixando roubar as bolas de você. – Eu disse e nós rimos juntos. Começaram a gritar gol e eu nem sabia o que havia acontecido. Amber estava comemorando.
- AE, AMBER! – saiu correndo e foi abraçar Amber.
- Você não pode usar as coisas que eu te ensinei contra mim! – fingiu estar revoltado.
- Desculpe, gato. – Amber disse, rindo. GATO? Ok, respira! Sem estresse!

O jogo continuou engraçado. e ficavam brincando um com o outro e Amber se achava a ‘Paquita da Xuxa’ do campo. Se eu fiquei 1 minuto com a bola no pé foi muito. Ela não me deixava em paz! Ela roubava todas as bolas e já tinha feito uns 4 gols. Eu estava ficando cada vez mais irritada, mas resolvi ignorar pelo . Minha maior prova de amor é essa, juro.

- Você me ensinou esse, . – Amber dizia, fazendo um de seus dribles pra cima de mim. QUE VADIA, QUE FILHA DA...
- Eu lembro disso. – gargalhou, sem se dar conta do quanto eu estava ficando irritada. Ninguém estava vendo que ela estava fazendo tudo aquilo de propósito? TODO MUNDO TA CEGO, AGORA?

tentou me passar as bolas algumas vezes, mas eu não conseguia fazer nada com ela. Não era nenhum absurdo! Todos sabiam que eu não sabia jogar. Estava fazendo aquilo por brincadeira, mas Amber estava levando aquilo a sério demais. Na verdade, ela estava ficando furiosa porque eu não estava tendo reação alguma com as suas provocações. Ela queria me irritar e me fazer perder a cabeça, como sempre acontecia.

Aquela seria a 20° vez que ela roubaria a bola de mim naquele dia, mas dessa vez eu não deixaria. Ela veio em minha direção e tentou tirar a bola de mim e eu não sei o que aconteceu, mas eu consegui me desviar dela. Dei alguns passos com a bola e ela ficou furiosa. Foi o que ela precisou pra ela se aproximar novamente de mim e tirar a bola de mim com mais força. Sim, ela me empurrou e eu fui de cara pro chão.

Todos olharam a cena, incrédulos. não teve nem tempo de reagir. Eu me levantei rapidamente e dei alguns passos na direção dela, que estava parada na minha frente com aquele sorriso sarcástico. Eu a encarei e ela também me encarou, quase rindo.

- Opa! O que foi? Quebrou a unha? – Amber disse, fazendo bico.
- Vou te mostrar o que eu vou quebrar. – Eu dava passos na direção dela e ela dava passos pra trás. Estava morrendo de medo de levar uns tapas.
- Hey, hey! Parem com isso! – chegou e me afastou dela. Amber saiu, toda risonha. Desgraçada!
- Foi ela, ! Você viu! – Eu olhei pra ele, indignada.
- Você se machucou? – olhou pro meu corpo, querendo saber se havia algum machucado.
- ! – Eu disse, furiosa. Ele não ia falar nada pra Amber? SÉRIO?
- Consegue andar? – perguntou, vendo que me joelho estava um pouco flexionado, como se eu não conseguisse esticá-lo. Eu queria socar alguém! Ninguém estava me ouvindo.
- Eu não aguento mais isso. – Eu disse, furiosa e me virei com a intenção de sair dali. Não consegui nem dar dois passos. Eu estava sentindo uma dor estranha no joelho, que eu não sabia explicar. – Ai, droga. – Eu resmunguei, mas continuei tentando andar.
- Deixa eu te ajudar. – apareceu na minha frente.
- Ela ta bem? – veio correndo do gol.
- Eu acho que ela torceu o joelho. – disse, me segurando em seus braços.
- , não precisa disso. – Eu olhei pra ele. Ele era tão dramático.
- Precisa sim. – me olhou, sério.
- Vamos levar ela pro hospital? – perguntou pro .
- QUE HOSPITAL! – Eu disse, irritada.
- Eu vou te levar pro vestiário e nós esperamos um pouco. Se você não conseguir esticar o joelho, eu vou SIM te levar pro hospital. – disse, começando a andar. – Continuem o jogo. – avisou, olhando pros amigos. Olhou rapidamente pra Amber, sério. Ela percebeu que ele estava um pouco bravo com o que ela havia feito.
- , eu estou bem. – Eu disse, enquanto estrávamos no vestiário.
- Dá pra parar de ser teimosa? – me olhou, irritado.
- Ta! – Eu cedi, impaciente.
- Senta aqui. – me colocou em um dos bancos e se sentou no banco ao lado, virando se pra mim.
- Eu já disse que estou bem. – Eu revirei os olhos. Eu estava mesmo irritada, mas não era culpa dele. Era culpa da Amber. Ela conseguiu e sempre conseguia tudo o que ela queria e eu não conseguia me conformar com aquilo.
- Tenta esticar o joelho. – tocou o meu tornozelo e puxou a minha perna devagar.
- Ai... – Eu fiz careta, mas consegui esticar o joelho.
- Está doendo? – me olhou, preocupado.
- Não. – Eu respondi, sem pensar.
- Fala a verdade, . – disse em tom de bronca.
- Eu consigo voltar pro jogo, vamos. – Eu tentei me levantar. Eu queria ir até lá e jogar bem dessa vez. Eu queria fazer isso pro . Para que ele se orgulhasse e para que Amber não tivesse mais essa vantagem sobre mim. Se eu não fizesse aquilo, eu enlouqueceria.
- Está maluca? – me segurou. – Você não vai voltar pra lá! – me olhou, bravo.
- Eu vou voltar, . – Eu olhei pra ele, mas não estava tão irritada quanto eu gostaria. – Eu preciso voltar pra lá. – Eu senti meus olhos lacrimejarem.
- Não, você não precisa. – percebeu as lágrimas e me olhou com mais doçura. Ele sabia que havia algo errado.
- Me deixa ir lá, . Eu preciso jogar. – Eu pedi, ainda com lágrimas nos olhos. – Eu vou jogar bem agora. Eu sei que vou conseguir jogar bem agora. – Eu tentava convencê-lo de qualquer forma.
- , o que está acontecendo? – tocou um dos lados do meu rosto, olhando meus olhos cheios de lágrimas. – Está doendo? – se referia ao joelho.

Tudo veio à tona de uma vez. Amber queria acabar comigo e ela conseguiu. Ela conseguiu fazer isso, levando todos os meus amigos com ela. Ela havia levado de mim e aos poucos estavam levando e junto. nem se preocupou, quando me viu caída no chão e eu e nem conversamos mais direito. Eu estava começando a jogar bem! Era a minha primeira boa jogada e ela acabou com tudo. ficou tão impressionado com o quão ela era boa jogando, que eu tive vontade de fazê-lo ter orgulho de mim também, assim como ele tinha orgulho de ter ensinado ela. Aquilo estava me matando de um jeito que eu não conseguia explicar. Eu estava guardando tudo dentro de mim e eu não queria deixar aquilo transparecer para ninguém, apenas para não demonstrar fraqueza, apenas para não demonstrar que Amber era melhor do que eu em tudo, apenas pra não aceitar que ela sim era a garota perfeita pro e não eu. Eu não conseguia fazer as mesmas coisas que ela, eu não conseguia ser como ela.

- ? – me chamou, me observando de cabeça baixa por um tempo. – Olha pra mim e diz o que está acontecendo. – pediu, preocupadíssimo.
- Me desculpa, . – Eu disse, levantando o meu rosto e olhando pra ele. Quando ele viu algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, ele me olhou com tristeza. – Eu não consegui! Desculpa. – Eu neguei com a cabeça e ele me abraçou rapidamente. Fazia carinho em minhas costas, tentando me acalmar.
- Do que você está falando? Desculpar pelo que? – perguntou, enquanto ainda me abraçava. Terminou o abraço para olhar o meu rosto e ouvir minha resposta.
- Eu não consigo ser uma boa jogadora de futebol. Eu não entendo as regras do beisebol. – Eu ia dizendo, olhando ele nos olhos. As lágrimas ainda escorriam pelos meus. – Eu não sou tão divertida e nem tão sexy. Eu não sei abrir um espacate e nem ter aquele corpo definido. – Eu terminei de dizer.
- Eu nunca pedi pra você fazer nada disso. – negou com a cabeça, me olhando com seus olhos tristes. Ele passou a mão pela minha bochecha, secando as lágrimas que haviam lá.
- Eu tentei, eu juro. Eu tentei ser essa garota pra você, mas eu não consegui. – Eu expliquei, aos prantos.
- Eu não acredito no que você está dizendo. – não sabia como reagir. Ele estava surpreso com a forma com que aquilo estava me afetando.
- Eu queria que você se orgulhasse de mim. – Eu expliquei, quando o choro sessou um pouco.
- Eu me orgulho de você, . – continuava acariciando o meu rosto, enquanto olhava em meus olhos. – Escuta. – mudou de banco, se sentando na ponta do meu. – Eu prefiro uma garota que tente me impressionar com um vestido, do que com futebol. Eu não preciso de uma garota que assista os jogos do Yankees, mas sim uma garota que nunca perdeu um só jogo meu no time da escola. Eu não quero uma garota que queira ficar sexy, usando um vestido curto em uma festa, eu quero uma garota que fique sexy usando um shorts pra jogar futebol ou usando uma jaqueta de couro minha. Eu não quero uma garota que precisa de uma festa ou de maquiagem pra ficar bonita, eu quero uma que seja bonita todos os dias. – Ele deu um pequeno sorriso. As lágrimas escorriam pelo meu rosto de forma involuntária. Eu não conseguia tirar os olhos dele. – , eu prefiro uma garota que me faça rir, puxando o meu lábio inferior quando nos beijamos e não uma garota que me faça rir com histórias do passado. – O sorriso dele aumentou, quando viu eu sorrir em meio as lágrimas. – Eu não quero e nem nunca quis uma garota que me amasse. Eu quero uma que me odeie. – Ele sorriu fraco. – Você, ! E não ela e nem ninguém. – estava olhando em meus olhos. – Você nem percebe o quanto é perfeita pra mim. – se aproximou, me dando um longo selinho. Sentiu o salgado da minha boca, por causa das lágrimas. Eu terminei o beijo para abraçá-lo mais uma vez.
- Você é perfeito pra mim, . – Eu sorri, ainda abraçada a ele.
- Me desculpa se de algum jeito eu fiz você querer agir desse jeito. – disse, se sentindo mal por aquilo.
- Eu te amo. – Eu disse, terminando o abraço e olhando nos olhos dele.
- Eu também te amo,. – colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. Eu me aproximei para beijá-lo. Segurei o rosto dele para que continuássemos próximos. O beijo foi rapidamente aprofundado, mas não durou quase nada, pois alguém entrou no vestiário. Terminamos o beijo para ver quem era. Acredita que a cara de pau foi até lá?
- Desculpa atrapalhar. Eu só queria saber como você está. – Ela sorriu pra mim. Eu peguei a primeira coisa que achei, que era o meu tênis que havia tirado.
- SAI DAQUI! AGORA! – Eu ataquei o tênis nela, mas ela saiu correndo antes que eu a acertasse.
- Eu até amo a sua maluquice. – me olhou, rindo.
- Qualquer dia vou esfregar a cara dela no asfalto. – Eu disse, passando a mão em meu rosto para tentar secar as lágrimas que havia lá.
- Esquece ela. Eu quero saber como está o seu joelho. – voltou a sentar no banco ao lado.
- Não foi nada, é sério. Eu não senti que ele torceu. – Eu expliquei. – Eu só devo ter ralado, não sei. – Eu disse, olhando pro meu joelho.
- Consegue esticar agora? – Ele perguntou e eu estiquei lentamente o joelho. Eu ainda tinha dificuldade pra fazer aquilo, mas a dor estava bem menor que antes.
- Está melhor agora. – Eu demonstrei novamente.
- Está vendo? É só ganhar uns beijos meu que sara. – disse, rindo.
- Para de falar como a minha mãe, . Isso não é nada sexy. – Eu disse e comecei a rir.
- Sou sexy de qualquer jeito, . – disse, ainda sem deixar de rir.

Eu e ficamos ali por mais alguns minutos. Eu consegui me levantar e ir até o carro dele. Ele disse que me levaria pra casa para que eu deitasse e descansasse um pouco. Ele estava sendo tão cuidadoso e preocupado comigo. Eu achei isso extremamente fofo. Ele avisou aos meus amigos e o meu irmão que me levaria para casa e assim foi feito. Fiquei sabendo mais tarde que o time do havia ganhado. Sim, a Amber ganhou, mas pela primeira vez eu não me importava nem um pouco com isso.

me deixou em casa, prometendo que voltaria mais tarde. Se eu não estivesse bem, ele disse que alugaria filmes para assistirmos juntos. Eu prometi a ele que estaria bem para que pudéssemos sair. Ele havia prometido que me levaria pra algum lugar e eu estava ansiosa para sairmos sozinhos.

Após me deixar em casa, seguiu para a sua casa. Chegou e tomou um banho, pois ainda estava suado. não parava de perguntar sobre mim e tentava manter a paciência. Ele havia comido um lanche e pretendia ir dormir um pouco, mas a campainha tocou. Sua mãe e sua irmã estavam no jardim, fazendo algum trabalho sobre plantas da . abriu a porta e ficou um pouco assustado com a visita.

- Amber? – arqueou a sobrancelha. Amber não parecia nada bem. Haviam lágrimas em seus olhos e ela parecia tensa. Ela ainda estava com a roupa do jogo.
- É ela, ? – Amber perguntou de forma direta. Ela precisava daquela resposta.
- O que? – franziu a testa, sem entender sobre o que ela estava falando.
- É a a tal garota que nos fez terminar há anos atrás? – Amber respirava com dificuldade. Ela precisava saber. Ela quis fazer aquela pergunta desde que havia voltado pra cidade. a olhou, sem saber o que responder. Sentiu seu coração se apertar, enquanto via as lágrimas nos olhos dela.





Capítulo 38 – Encontro Duplo



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ:



- Amber, calma. Vamos conversar. – saiu para o lado de fora de sua casa, fechando a porta de sua casa, que estava atrás de suas costas.
- Responde, . – Amber sentia o coração se apertar e a vontade de deixar todas aquelas lágrimas escorrerem pelo seu rosto aumentava. olhou pra ela, sentindo a dor aumentar a cada lágrima que agora escorria de seus olhos. Sua expressão de tristeza ficou visível e ele não conseguia responder.
- Sim. – disse e abaixou a cabeça. Não estava gostando de magoá-la daquele jeito. Amber engoliu o choro por alguns instantes. – É ela. – confirmou, voltando a olhá-la. Viu a respiração dela parar por um tempo e ela olhar em seus olhos com as tais lágrimas, indignada.
- Obrigada por ser sincero. – Amber engoliu as lágrimas e tentou sorrir, se sentindo idiota por estar ali. Ela o olhou pela última vez e virou-se de costas, dando alguns passos em direção ao seu carro.
- Amber.. – negou com a cabeça, indo atrás dela. Entrou em sua frente. – Espera, por favor. – segurou os ombros dela, fazendo com que ela parasse de andar.
- Me deixa ir embora. – Amber disse, sem olhá-lo nos olhos. Ela não conseguia.
- Vamos conversar. – pediu, olhando-a. Estava incomodado com o fato de ela não estar olhando em seus olhos. – Nós não tivemos a chance de fazer isso da última vez. Me deixe fazer isso agora. – colocou cada uma de suas mãos em um lado do rosto dela, fazendo ela olhar pra ele. – Por favor. – pediu. O toque dele fez ela ceder totalmente. Ela não podia lutar contra aquilo.
- Ok, pode dizer. – Amber o olhou nos olhos e depois olhou brevemente os seus lábios. percebeu e depois de disfarçar, se afastou um pouco, tirando suas mãos do rosto dela.
- Me desculpa... – pediu, triste e sem jeito. - Pelo quê? – Amber forçou um sorriso, as lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto. – Por me magoar, por ter me feito de idiota ou por estar apaixonado pela garota que eu mais odeio no mundo? – Amber olhou pra ele, séria. As lágrimas enchiam seus olhos.
- Por tudo. – a olhou com tristeza. - Eu não quero que pense que foi fácil pra mim, quando terminamos. – continuava olhando pra ela, sério.
- Não foi mais difícil do que foi pra mim. Acredite. – Amber disse. Ela parecia um pouco irritada.
- Eu gostava mesmo de você. – queria que ela soubesse que a intenção dele nunca foi brincar com os sentimentos dela.
- Eu não queria que você gostasse de mim, . – Amber o encarou. – Eu queria ser amada. – Amber sabia o quanto isso faria ele se sentir mal, mas ela fazia questão de deixa-lo saber o quanto aquilo machucava ela.
- Eu não posso mudar o que eu sinto por ela. – disse com firmeza. – Amber, eu não escolhi amar ela. Eu não escolhi me apaixonar por ela. Mas.. – negou com a cabeça. – Eu amo e eu sou. Nada vai mudar isso. – olhou nos olhos claros de Amber. – Acredite em mim quando eu digo isso, porque eu já tentei me convencer do contrário milhares de vezes. Por mim e até por você. Mas... não dá. – sorriu de forma decepcionada.
- Você está tentando fazer eu me sentir bem ou arrancar de vez o meu coração? – Amber continuava com os olhos cheios de lágrimas e a raiva era perceptível.
- O que eu quero te dizer é que... – procurava o melhor jeito de dizer aquilo. – O que nós vivemos, o que eu senti, não foi mentira. Não foi falsidade, Amber. Eu realmente me importava com você. – dizia, vendo as lágrimas voltarem a escorrer pelos olhos dela da forma mais sofrida que se possa imaginar. – Amber, eu ainda me importo com você. – levou uma de suas mãos até o rosto dela e secou as lágrimas que estavam em uma de suas bochechas.
- Certo. Você se importa. O que acontece agora? – Amber não conseguiu dizer com a raiva que queria, já que o toque dele havia feito ela e o seu coração amolecer.
- Eu não quero que você se afaste. – afirmou. – Você sempre foi a minha amiga. Nós éramos melhores amigos, lembra? – sorriu, fazendo Amber sorrir também.
- É claro que eu me lembro. – As recordações passavam pela cabeça de e Amber.
- Isso não precisa acabar aqui e nem assim. – sorriu sem mostrar os dentes. – Nós ainda podemos ser amigos. – O sorriso dele aumentou. – Melhores amigos, se você quiser. – Ele quase riu.
- Droga... – Amber olhou pro céu e sorriu, frustrada. – Eu não consigo ficar brava com você. – Ela voltou a olhar pra ele, dessa vez, rindo.
- Como sempre. – sorriu, convencido. Ele se aproximou, abraçando Amber. Aquele abraço trazia diferentes sentimentos pra cada um deles. Aquele abraço significava a volta da sua amizade com a sua melhor amiga, que nunca deveria ter se transformado em algo romântico. Para Amber, aquele abraço era a confirmação de que ela ainda amava ele exatamente da forma que ela o amava há anos atrás.

sabe que Amber ainda é apaixonada por ele. Ele também sabe que ele não é o garoto certo pra ela. Uma hora ou outra, ela descobriria aquilo e quando ela descobrisse, ela entenderia que sempre fez a coisa certa. sempre quis e fez o melhor pra eles. O melhor pra eles, sempre foi a amizade. se arrepende de ter deixado aquela amizade se transformar em outra coisa. Apesar de ele não amá-la, não foi fácil terminar o namoro com ela, não foi fácil magoá-la. Não era fácil de explicar. Tinha muita coisa sobre aquele término que preferiu não contar. Ele não precisava envolver mais gente naquela história, naquele erro que foi só dele.

- Então, amigos? – perguntou, querendo saber se Amber concordava com a sua proposta.
- Amigos. – Ela sorriu, terminando o abraço. – Mas... – Ela terminou o sorriso. – Sua namorada ainda me odeia. – Amber disse, sem saber como aquilo poderia funcionar.
- Eu vou falar com ela, ok? Eu sei que você também não gosta dela. – quase sorriu. – Ao contrário de outros relacionamentos, eu não vou pedir que a minha namorada e a minha amiga sejam melhores amigas. – Ele sorriu dessa vez. – Eu posso ser o seu amigo e o namorado dela. Vocês não precisam ficar juntas. Eu só preciso que ela entenda isso o que existe entre nós dois e eu sei que ela vai entender. – não tinha certeza do que estava dizendo, mas era o que ele esperava.
- Ela sabe o que aconteceu entre nós? – Amber perguntou, curiosa.
- Não, mas ela vai. Eu vou contar tudo pra ela. – disse, mais sério. – Eu vou resolver isso, ok? – tentou tranquilizar Amber.
- Ok. – Amber sorriu fraco.
- Então, estamos bem? – olhou pra ela. Sabia que tudo não estava totalmente resolvido.
- Eu não vou mentir pra você, . – Amber sorriu. Ainda havia vestígios de lágrimas em seu rosto. – Você sabe o que eu sinto, você sabe que isso nunca mudou em mim. – Amber disse, vendo o sorriso chateado de . – Mas, eu já consegui deixar isso de lado antes pra ser sua amiga. Funcionou muito bem. Então, eu acho que consigo fazer isso de novo. – Amber sorriu fraco e fez o mesmo.
- Eu agradeço por me entender e se esforçar pra isso. – achava que não custava tentar.
- Tudo bem. – Amber negou com a cabeça. – Então, eu vou pra casa, porque eu estou toda suada. – Amber riu, sem jeito.
- Ok, vai lá. – sorriu, observando ela se afastar.
- Eu já estava me esquecendo. – Amber voltou a olhá-lo. – Ela está bem? Como está o joelho dela? – Amber completou a pergunta.
- Eu não sei ainda. Vou ligar pra ela agora pra saber. – gritou para que ela pudesse ouvir, já que ela já estava um pouco longe. – Aliás, aquilo não foi legal. – disse em tom de bronca.
- Foi mal! – Amber quase riu, levantando as mãos demonstrando inocência.
- Sei. – negou com a cabeça, sorrindo.

Amber entrou em seu carro e se despediu com uma das mãos e entrou em sua casa. Amber observou ele entrar e depois que perdeu ele de vista, suspirou longamente. Estava feliz por ainda significar alguma coisa pro , mas estar perto dele como amiga é tão difícil pra ela. Ela sempre teve que se esforçar muito pra não ficar paralisada ao vê-lo sorrir e a não sorrir como boba quando ele ri. Nunca foi uma tarefa fácil pra ela, mas ela tentaria. Tentaria apenas para tê-lo por perto. Eu ainda não podia tirar isso dela e ela aproveitaria.

- E lá vamos nós novamente. – Amber negou com a cabeça, chateada. Ligou o seu carro e saiu em direção a sua casa, ou melhor, em direção a casa de .


O meu joelho já não parecia tão ruim. Eu conseguia movê-lo sem tantos problemas, mesmo assim eu estava deitada para não forçar até a hora de sair com o . Falando nisso, estou esperando ele ligar. Ele disse que viria me ver durante a tarde e até agora não deu sinal e nem respondeu as minhas mensagens. Eu estava vendo uma série na TV, quando ouvi o celular tocar. Sorri, sabendo que era ele quem estava ligando.

- Alô? – Eu disse com um sorriso bobo.
- Como você está, amor? – disse, dando uma mordida em uma maça. O meu sorriso aumentou ao ouvi-lo me chamar de forma tão carinhosa.
- Own, você me chamou de amor? – Eu disse, sabendo que deixaria ele sem jeito.
- Não, . – disse em um tom estranho. Eu não estava vendo ele, mas sabia exatamente qual a careta que ele havia feito ao dizer aquilo.
- Eu amei. – Eu disse e riu, negando com a cabeça.
- Para com isso. – sentiu as bochechas queimarem. Aquele apelido romântico e carinhoso tinha realmente escapado sem querer.
- Ok, parei. – Eu segurei o riso. – Respondendo a sua pergunta, eu estou bem melhor. – Eu sorri, toda boba com a preocupação dele comigo.
- Está conseguindo esticar o joelho sem dor? – quis mais detalhes.
- Sim, doutor. – Eu sorri, achando graça da minha referência.
- Certo. Então acho que já posso liberá-la para sair com o seu namorado, hoje. – disse, mudando a voz.
- Muito obrigada. – Eu gargalhei e sorriu ao ouvir a minha risada pelo telefone.
- Espera, agora é sério. – voltou a usar sua voz normal. – Desculpa ter demorado tanto pra te ligar. A minha mãe resolveu arrumar a garagem hoje e ainda usou o argumento da prisão pra me fazer ajuda-la. – revirou os olhos. Estava sentado no sofá da sala, vendo um jogo de um time qualquer. Não, ele não mentiu. ajudou a sua mãe, logo depois de Amber sair de sua casa, mas ele deixaria esse assunto pra mais tarde.
- Tudo bem, eu estava distraída com uma série na TV. – Eu expliquei.
- Eu quero te levar pra jantar hoje. – fez o convite.
- Jura? – Eu disse, empolgada.
- Claro, se você aceitar, não é? – disse, sendo irônico.
- Eu não sei. – Eu fiz cara de pensativa. – Vou ter que consultar a minha agenda. – Eu disse no mesmo tom. Ouvi gargalhar. – Onde nós vamos? – Eu perguntei, curiosa.
- Eu não sei. Você escolhe. – disse, sabendo que aquilo era tudo o que eu mais queria ouvir.
- Eba! Deixa comigo. – Eu comemorei brevemente.
- Passo te buscar ás 19:30, ok? – queria saber se estava tudo bem com aquele horário.
- Tudo bem. Eu estarei pronta, eu juro! – Eu sorri fraco. Ainda estava deitada em minha cama.
- Certo. – riu brevemente da minha promessa. – Até daqui a pouco, linda. Eu te amo. – disse, esperando que eu respondesse.
- Eu também. – Eu sorri feito boba.
- Também o que? – perguntou. Ele queria me ouvir dizer a frase completa.
- Também te amo. – Eu disse, segurando minha risada.
- Melhor. – Ele tentou fazer uma voz mais séria. – Beijos. – não aguentou e voltou ao normal.
- Beijos. – Eu respondi, desligando o celular. Olhei no relógio e vi que ainda eram 16:00, ou seja, eu ainda podia dormir um pouco.

O celular despertou ás 18:30. Eu acordei com a maior preguiça do mundo, mas acordei. Desci para falar com a minha mãe, que havia chegado do trabalho. Meu pai ainda havia ficado na empresa pra acabar alguns relatórios.

- O vai me levar pra jantar hoje. Tudo bem? – Eu perguntei, sentada na mesa da cozinha, enquanto olhava ela guardar algumas compras no armário.
- Uau! Que chique! – Minha mãe me olhou, rindo. – Tudo bem, é claro. – Ela deu a permissão. – Vocês estão sérios mesmo com esse namoro, não é? – Minha mãe disse, me olhando daquele jeito estranho.
- Sim, estamos sérios. – Eu disse, meio rindo.
- O que vai acontecer quando você for pra Nova York? – Minha mãe finalmente perguntou. Ela queria perguntar isso há dias.
- Nada. Nós vamos manter um namoro à distância. – Eu sorri fraco. - Ele disse que vai me esperar. – Eu me orgulhava e ficava toda boba ao dizer aquilo.
- E você acha que ele vai esperar? – Minha mãe me olhou, séria. Ela está falando sério?
- É claro que eu acho. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Não é tão fácil quanto vocês imaginam. – Minha mãe avisou.
- Não importa, mãe. Nós vamos fazer isso um pelo outro. – Eu quis terminar logo o assunto. – Agora eu vou tomar banho, ok? – Eu disse, beijando o rosto dela.
- Ok. – Ela sorriu, observando eu sair da cozinha. Minha mãe apenas tinha medo que eu me magoasse, mas ela apoiava muito o meu namoro com o . Ela sempre achou ele lindo.

Não, eu não tinha dúvidas de que me esperaria. Eu confio nele e principalmente, acredito no amor dele. Se ele diz que vai me esperar, ele vai. Se ele diz que sempre vai me amar, ele irá. Eu acredito que ele esteja feliz por mim. Ele quer que eu viva o meu sonho, ele quer que eu seja feliz. sabe que depois que tudo isso acabar, eu vou voltar para os braços dele.

Eu fui pro banho e demorei o tempo que precisei. Me enrolei na toalha para ficar alguns minutos na frente do meu guarda-roupa escolhendo a roupa que vestiria. Eu escolheria o restaurante, então eu sabia o tipo de roupa que eu poderia vestir. Eu não podia usar salto, porque eu precisava poupar o meu joelho. Eu não podia arriscar e ficar me equilibrando em um salto enorme. Coloquei então apenas uma sapatilha preta, um shorts curtinho e uma blusinha um pouco mais soltinha (VEJA AQUI). O meu cabelo estava solto e a única coisa que enfeitava o meu pescoço era uma gargantilha de ouro que meus pais haviam me dado há alguns anos atrás. Passei uma fraca maquiagem e deixei apenas o lápis de olho e o batom em maior evidência. A aliança estava e meu dedo e haviam algumas pulseiras em meus pulsos. Eu estava passando o perfume, quando ouvi a buzina do carro do tocar. Só faltava o meu celular. Procurei ele e não consegui achar. Comecei a revirar o meu quarto como uma doida. Só fui achar 5 minutos depois. Ele estava embaixo do travesseiro. Eu certamente havia deixado ele lá, depois de ter falado com o . Abri a porta do meu quarto e desci as escadas, quase rapidamente. Eu não podia correr tanto por causa do joelho. Quando cheguei no final da escada, me surpreendi ao ver sentado no sofá, ao lado do meu pai.

- Oi... – Eu disse, estranhando. Eles me olharam e eu fiz careta pro . - Oi filha. – Meu pai respondeu, sorrindo.
- Oi. – sorriu, se levantando do sofá. – Eu... estava te esperando. – disse, sem jeito. Certamente era por causa do meu pai. Cheguei ao lado dele e ele se aproximou, beijando o meu rosto.
- Eu ouvi ele buzinar e eu conheço a filha que eu tenho. Não quis deixar o coitado esperando lá fora. – Meu pai disse, me zoando.
- Até o meu pai está me colocando contra você? – Eu segurei o riso, fazendo cara feia pro meu pai.
- Ele disse alguma mentira por acaso? – riu, me olhando. Meu pai também deu uma risadinha.
- Bom trabalho, pai. – Eu fingi estar indignada. Meu pai e se olharam e gargalharam juntos.
- , querido! Eu não sabia que estava aqui. – Minha mãe apareceu, vindo da cozinha.
- Oi! – sorriu, envergonhado. Era engraçado ver ele agir daquele jeito envergonhado e ver aquelas bochechas rosadas. – Eu estava esperando a . – apontou pra mim com a cabeça.
- Ela não é das mais rápidas, certo? – Minha mãe riu.
- Até você, mãe? – Eu ri, negando com a cabeça.
- E de novo, isso não é uma mentira. – ergueu os ombros e meu pai voltou a rir, dessa vez acompanhado da minha mãe.
- Mais alguém quer dizer que eu sou a garota mais atrasada do mundo? – Eu perguntei, abrindo os braços.
- Eu quero! – disse, descendo as escadas.
- Ah não. – Eu rolei os olhos.
- E ai, cara? – Ele riu, cumprimentando o .
- E ai? – sorriu pro amigo.
- Agora vocês sabem como eu me sinto todos os dias antes de ir pra escola. – me olhou com sarcasmo.
- Ela está sempre atrasada e parece que ela adora me fazer esperar. – sorriu de forma doce, me olhando. Ele sabia que eu entendia sobre o que ele estava falando. Esperar por mim foi sempre o que o fez. – Mas, ela sabe que eu espero. – deixou de me olhar, para olhar para os meus pais com aquele sorriso tímido. Olhei pra ele, abobalhada com o que ele havia dito. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto.
- Aprendi, garoto. – Eu empurrei levemente o .
- Legal, mas eu sou o seu irmão e adivinha? Eu não tenho obrigação nenhuma de te esperar. – sorriu falsamente.
- Certo. – Eu concordei com a cabeça. – E onde está a sua namorada? – Eu cruzei os braços.
- Engraçadinha. – fingiu uma risada e pegou algumas bolachas que ele havia deixado em cima da mesa. Subiu as escadas novamente, indo em direção ao seu quarto.
- Adolescentes. – Minha mãe revirou os olhos. achou engraçado e segurou a risada.
- Então, vamos? – Eu perguntei, olhando pro .
- Vamos. – confirmou brevemente com a cabeça. Olhou pro meu pai e estendeu a mão. – Boa noite, Sr. . – sorriu e meu pai apertou a sua mão.
- Boa noite, garoto. – Meu pai disse com o sorriso mais simpático do mundo.
- Sra. , até logo. – cumprimentou a minha mãe, que estava mais perto da porta. Eu abri a porta, esperando se aproximar.
- Até mais tarde. Beijos. – Eu disse, mandando beijos com as mãos. Esperei sair pro lado de fora da porta e a fechei. Olhei pra ele e ele ainda sorria daquele jeito envergonhado, também olhando pra mim. estava extremamente lindo naquela noite. Eu sempre digo isso, né? Mas eu juro que é verdade. Ele vestia uma camiseta preta com alguns detalhes brancos, uma calça jeans e o seu tradicional tênis. O cabelo levemente bagunçado e a aliança em seu dedo bem a vista de todos.
- Então agora você é o mais novo e melhor puxa saco da cidade? – Eu sorri, quase rindo.
- Puxa saco não, mas o melhor? Com certeza. – disse, piscando um dos olhos pra mim. Eu gargalhei e ele pegou uma das minhas mãos, me puxando em direção ao seu carro.
- Então é isso? Você vai ficar a favor do meu pai e contra mim? – Eu perguntei, quando estávamos chegando em seu carro.
- Ele está me dando a filha dele, querida. Eu faço qualquer coisa que ele quiser. – quase riu, me olhando.
- Incrível, mas... – Eu fiz cara de dúvida. – E se a filha dele não quiser mais você? – Eu cruzei os braços, fingindo estar séria.
- Isso é absolutamente impossível. – sorriu fraco, encostando no capô de seu carro e ficando de frente pra mim.
- Sério? – Eu cerrei um poucos os olhos. – E por quê? – Eu escondia um sorriso, mas é claro que ele percebeu.
- Primeiro, por que eu sou um ótimo partido. Ela jamais encontraria um cara mais bonito do que eu. – disse de um jeito engraçado, demonstrando que estava se achando propositalmente. Eu olhava pra ele, acompanhando a sua explicação. – E segundo, por que... – esticou o seu braço, segurou a minha mão e me puxou pra perto dele. Ficamos bem próximos e eu entrelacei os nossos dedos. Sorri fraco, esperando ele completar. – Ela me ama e está totalmente apaixonada por mim. – disse e o seu sorriso aumentou ao me ver morder um dos meus lábios, enquanto sorria de forma desconcertante.
- Ok, eu me rendo. – Eu neguei com a cabeça. – Eu não posso negar isso. – O meu sorriso aumentou e eu me aproximei ainda mais, tocando um dos lados do seu rosto com uma das minhas mãos.
- Peguei você! – riu brevemente e eu vi as suas sobrancelhas subirem daquele jeito que só ele conseguia fazer.
- Na verdade, você ainda não pegou. – Eu disse, voltando a morder o meu lábio inferior. Olhei para os lábios dele e depois para os olhos. Ele fez a mesma coisa.
- Ainda não... – fez careta, apontando pra minha casa.
- O meu pai, né? Certo, entendi. – Eu revirei os olhos e me distanciei dele. Ele riu, negando com a cabeça. Ele respeitava meu pai até demais.
- É, vamos sair daqui. – desencostou de seu carro e abriu a porta de seu carro pra que eu pudesse entrar. Eu entrei, depois de sorrir pra ele de forma agradecida e ele fechou a porta. Deu a volta em todo o carro e sentou-se ao meu lado. – Onde nós vamos? – perguntou, ligando o carro.
- Eu queria ir naquele restaurante da praia, sabe? – Eu expliquei, olhando pra ele com cara de dúvida.
- Sei, nós fomos lá daquela outra vez, certo? – queria confirmar.
- Esse mesmo. – Eu sorri, confirmando.
- Eu sabia que escolheria esse. – riu, saindo com o carro.
- Eu amo lá. – Eu quase sorri.

dirigiu em direção ao restaurante. Não ficava nem tão perto e nem tão longe da minha casa. Era sexta-feira e nesse dia o trânsito piorava em toda a cidade. Os jovens costumavam a sair ás sextas. Chegamos no restaurante e demorou pra achar uma vaga para estacionar o carro. Depois de vários minutos rodando no quarteirão, encontramos uma vaga um pouco longe do restaurante, mas era melhor do que nada.

- Eu achei que jamais acharia uma vaga. – disse, abrindo a porta do carro pra que eu saísse.
- Só vamos chegar no restaurante amanhã de manhã. – Eu disse, rindo.
- Bem, vamos ver o lado bom disso tudo. – fechou a porta do carro e depois olhou pra mim, que esperava ele na calçada.
- Lado bom? – Eu arqueei a sobrancelha.
- E! Você sabe... – se aproximou, me olhando daquele jeito sedutor. – Nós estamos longe do movimento e... – Ele olhou para os lados. – Eu não estou vendo o seu pai por aqui. – forçou uma expressão séria, porque ele sabia que ficava ainda mais irresistível daquele jeito. Parou em minha frente, bem próximo a mim.
- Então você acha que pode me pegar e me dispensar na hora que quiser? – Eu me fiz de difícil, apenas para fazer um charme. se aproximou ainda mais, levando uma de suas mãos até a lateral do meu pescoço, bem próximo do meu rosto.
- Eu acho que você está linda. – Ele mantinha o sorriso safado no rosto. Aproximou o seu rosto do meu e finalmente o tocou, roçando uma de suas bochechas na minha. Beijou a mesma bochecha de um jeito que me deixou maluca. – E eu também acho que você está maluca pra me beijar e é claro que eu vou usar isso contra você. – disse, passando seus lábios pelo meu queixo, bem próximo dos meus lábios.
- E porque você está sendo tão mal? – Eu disse com dificuldade, abrindo os meus olhos e vendo os dele, que também olhavam para os meus. Os lábios dele passaram para o outro lado do meu rosto e ele trocou de mão, colocando-a na outra lateral do meu pescoço, entrelaçando levemente seus dedos em alguns fios do meu cabelo.
- Você sabe o quanto eu sou vingativo. – respondeu entre um beijo e outro, que ele foi depositando em minha bochecha. Os beijos foram descendo e descendo, voltando para lugares bem próximos dos meus lábios. Os lábios dele tocaram levemente nos meus e os nossos narizes também se tocaram.

ficava trocando os lados, mas os lábios dele não paravam de tocar nos meus. Ele fingia estar indeciso sobre os lados, mas ele estava muito certo do quanto estava me deixando doida com tudo aquilo. A mão dele que havia restado, subiu pela minha cintura. Os lábios dele continuavam provocando os meus e eu arrisquei beijá-los, mas ele recuou. Ele sorriu de forma sedutora, satisfeito com toda a sua provocação.

- Mais um motivo pra te odiar. – Eu disse com a voz trêmula e ele deixou de sorrir, voltando a tocar seus lábios em meu queixo. Dessa vez ele foi descendo, descendo até o inicio do meu pescoço. A respiração dele em meu pescoço e o ter o seu nariz roçando e os seus leves beijos em meu pescoço me fizeram fechar os olhos de forma totalmente espontânea.

Os beijos dele eram intermináveis e a minha vontade e excitação também eram. Uma das minhas mãos subiram pelas suas costas e a minha respiração aumentou. Os beijos não paravam de descer e eu já estava no limite. Chega daquele joguinho. Abri os olhos e levei uma das minhas mãos até o rosto dele e o puxei pra cima, deixando de frente pata os meus. Encarei os seus olhos e notei o desejo presente nos dois. Tirei minha mão de suas costas e a trouxe pra frente, empurrando o pra trás e encostando ele na parede de um prédio qualquer que havia ali. Não deu nem tempo dele dizer nada, porque eu o beijei imediatamente.

apertou a minha cintura com suas duas mãos e subiu uma delas pelas minhas costas. Sua outra mão foi descendo lentamente, passando pela minha bunda e chegando em minha coxa. Antes de segurá-la, ele inverteu de lugar comigo, me encostando na parede e aumentando a intensidade do beijo. Agora sim, ele apertou a minha coxa e a puxou pra cima, tirando meu pé do chão. Minhas mãos revezavam entre o rosto e a nuca dele, onde eu entrelaçava os meus dedos.

Aquele clima não durou o quanto queríamos. Fomos interrompidos pelo toque do celular dele. O celular tocou diversas vezes e não parava de me beijar e também não soltava a minha coxa. Percebi que era eu quem teria que terminar aquilo. Descolei os nossos lábios abruptamente e ele me olhou, me julgando. Olhei pra baixo, querendo lembra-lo de pegar o celular. Ele suspirou longamente, segurando uma risada frustrada. Soltou a minha coxa e eu voltei a colocar meu pé no chão. Eu também escondia uma risada. Colocou a sua mão no bolso, enquanto me olhava.

- Salva pelo celular. – sorriu ainda daquele jeito frustrado. Nossos corpos ainda estavam bem próximos, mas nossas mãos já não tocavam nenhuma parte do corpo um do outro.
- Quem é? – Eu perguntei, curiosa.
- O seu irmão. – me olhou, fazendo careta. – Parece que ele fareja esses momentos. – riu, colocando o celular no ouvido. – Fala, . – tentou parecer simpático.
- , você está podendo falar? – perguntou. Sua voz parecia um pouco aflita.
- Sim, eu estou podendo falar. – disse, fazendo careta pra mim, me fazendo rir silenciosamente.
- Eu preciso da sua ajuda. – disse meio aflito. percebeu que se tratava de um assunto importante.
- Claro, cara. O que foi? – ficou um pouco mais sério.
– É a . – disse um pouco irritado por ter que dizer aquilo. – As coisas só estão piorando e eu acho que estou perdendo ela. – não queria pedir.
- Como eu posso ajudar? – queria mesmo ajudar o amigo, mas não sabia como.
- Eu queria que .... – fez careta antes de dizer. – Quevocêmeensinasseaserromantico. – disse muito rápido e não entendeu nada.
- Que? – arqueou a sobrancelha.
- Eu quero que você me ensine a... – não quis dizer a última palavra.
- Ensinasse o que? – já sabia o que queria e agora estava segurando o riso. Queria ouvir dizer.
- A fazer essas coisas que você faz. – revirou os olhos.
- Quais coisas? Seja mais específico. – olhou pra mim, rindo silenciosamente.
- Eu.. – suspirou. – Eu odeio você, seu viado. – negou com a cabeça. – EU QUERO QUE VOCÊ ME ENSINE A SER ROMÂNTICO. Entendeu agora? – estava muito irritado.
- Então, você quer que eu te ensine a ser romântico. É isso? – começou a perturbá-lo. Aquilo tudo estava sendo muito engraçado pra ele. Eu não acreditava no que estava ouvindo.
- Ah, vai se foder! Você é surdo, agora? – estava prestes a desistir daquele pedido de ajuda.
- Eu ajudo você, cara. – finalmente cedeu.
- Ufa! – suspirou. - E como nós vamos fazer isso? – queria uma solução rápida.
- Eu não sei... – disse, pensativo. – Eu nunca fiz isso antes. – continuou pensando em um jeito de fazer aquilo.
- Se você contar isso pra alguém, além da , eu te mato. – não queria ser eternamente zoado por e .
- Ta. – riu brevemente. – Eu vou pensar em alguma coisa e ai te ligo amanhã pra falar, ok? – sorriu pra mim. Eu teria que ajuda-lo a pensar em alguma coisa.
- Então ta. – disse um pouco mais aliviado. – Valeu, cara. – sorriu.
- Sempre que precisar, cara. – também sorriu.
- Abraço. – desligou o celular. fez careta, olhando pro celular sem acreditar no que havia acabado de acontecer.
- Eu ouvi direito? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Eu estou tão em choque quanto você. – riu.
- Como você vai fazer isso? – Eu perguntei, curiosa.
- Eu não sei, mas você vai me ajudar. – disse em tom de ordem.
- Eu ajudo, mas eu não sei como... – Eu fiz careta.
- Vamos jantar e ai nós vamos pensando nisso. – apontou a direção do restaurante com a cabeça.
- Vamos. – Eu sorri e ele se aproximou, me roubando um rápido beijo. O beijo terminou com um sorriso lindo dele.

Andamos algum tempo até o restaurante. A fila continuou grande e por isso tivemos que ficar na fila de espera. Acabamos passando na frente de algumas pessoas, porque só precisávamos de somente dois lugares, enquanto as outras pessoas esperavam por mesas que tivessem mais cadeiras. Conseguimos uma mesa privilegiada, que ficava na janela do restaurante que tinha uma vista pra praia.

- Minha mesa favorita. – Eu disse, me sentando em uma das cadeiras. sentou na cadeira da frente, pegando o cardápio nas mãos.
- Demos sorte. – sorriu, me olhando. Estávamos sentados lado a lado.

O garçom veio anotar o nosso pedido e disse que demoraria um pouco mais do que o normal por causa do movimento do local naquela noite. e eu aproveitaríamos o tempo para conversar. Tínhamos que decidir como ajudar o meu irmão e tinha que fazer a sua grande revelação sobre o relacionamento que teve com Amber no passado. Ele estava nervoso com aquela conversa. Ele não sabia qual seria a minha reação.

- Então, como vamos ajudar o ? – Eu perguntei, bebendo um gole do refrigerante que o garçom já havia nos servido.
- Não sei. Nós podíamos escrever uma carta e mandar pra ela no nome do . – sorriu no final de sua frase, pois percebeu que sua ideia havia sido boa. – O que você acha? – Ele virou o seu rosto para me olhar. Um dos braços dele estava apoiado em minha cadeira, atrás das minhas costas.
- Seria uma boa ideia se todos os filmes já não tivessem pensado nisso. – Eu fiz careta e ele fez o mesmo. - Nós podemos ensaiar o pra dizer algumas coisas pra ela. – Eu olhei pra ele, querendo saber a sua opinião.
- Não sei se vai funcionar. Se a sair do roteiro, ele não vai saber como continuar. – quase riu, sabendo que aquela atitude era a cara do meu irmão.
- É, você está certo. – Eu continuei pensativa.
- E se nós marcássemos um jantar? – me olhou daquele jeito meio sério, que ele ficava quando estava explicando algo importante.
- Um jantar? É isso. – Eu sorri, gostando da ideia. – Nós podíamos sair junto com eles pra ir ajudando o . – Eu completei a ideia.
- Tipo um encontro duplo? – ainda estava meio em dúvida sobre aquele plano.
- É! Nós saímos e vamos ajudando o a ser romântico durante a noite, sem que a perceba, é claro. – Eu terminei de explicar.
- Pode ser uma boa ideia. Eu posso explicar algumas coisas e dar algumas dicas pra ele antes e no jantar ele vai se virando e vai improvisando. Nós vamos orientando ele de algum jeito. – finalmente estava achando aquela ideia boa.
- Perfeito! – Eu sorri, acreditando mesmo que o plano daria certo.
- Amanhã eu falo com ele e explico tudo. – voltou a me olhar daquele jeito sério.
- E o mais difícil ficou pra mim, né? – Eu fiz careta.
- Convencer a a ir ao jantar. – afirmou com a cabeça, quase rindo.
- Eu consigo. Talvez demore, mas eu consigo. – Eu ri por poucos segundos.
- É claro que você consegue, porque você é a minha namorada e você é incrível. – disse apenas para me incentivar.
- Incrível, né? – Eu cerrei os olhos, me aproximando e selando seus lábios em meio a sorrisos.

Eu terminei o beijo, pois o garçom nos interrompeu. A comida estava em suas mãos e ele foi colocando tudo sobre a mesa. O garçom saiu e nos deixou ali com toda aquela comida. e eu começamos a nos servir. A comida ali era ótima, além do lugar ser lindo.

- Faz muito tempo que não venho à praia. – Eu disse, olhando pela janela entre uma garfada e outra.
- Eu também. – concordou. – Nós deveríamos ir lá amanhã. – Ele deu a ideia.
- Sério? – Eu olhei pra ele, maravilhada.
- Sério. – riu de toda a minha felicidade.
- Eu achei que teria que te implorar pra fazer isso comigo. – Eu disse, empolgada.
- Implorar pra te ver de biquíni? Acho que não. – disse, segurando a risada. Eu o olhei, indignada. Apesar de tudo, eu estava rindo.
- Como você está abusado! Você não era assim, Sr. Jonas. – Eu cerrei um pouco os olhos, querendo parecer que estava falando sério.
- Não era mesmo! E isso também é a sua culpa. – continuou falando daquele jeito engraçado e ao mesmo tempo fingia que não se importava.
- Minha culpa?- Eu continuava, rindo.
- Sim! Olha o tamanho do seu shorts. – olhou pra baixo, olhando meu shorts.
- O que tem de errado com ele? – Eu também olhei pro shorts.
- É só olhar pra ele e eu já sei que terei sonhos eróticos à noite inteira. – estava sorrindo daquele jeito safado. Ele estava ousado naquele dia!
- ! – Eu tive ataque de risos. Coloquei as mãos no rosto, pois fiquei meio envergonhada. - É como estar conversando com o meu irmão. – Eu disse, comparando toda a safadeza de com a de .
- Nós vamos trocar de personalidade. Ele será o romântico agora. – mentiu, apenas para ser engraçado.
- Não, eu quero que continue assim. – Eu olhei pra ele e me aproximei, roubando um selinho. – Mas você pode ser um pouco ousado se quiser. – Eu sorri, depois de desgrudar os nossos lábios.
- Só se você permitir. – sorriu do mesmo jeito safado, me olhando de perto.
- Você já pegou na minha bunda hoje. Não há mais nada pra permitir. – Eu disse, vendo as bochechas dele um pouco rosadas. Ele estava bem sem-vergonha naquele dia, mas aquilo ainda deixava ele um pouco constrangido.
- Na verdade, tem... – fez cara de pensativa.
- ... – Eu fiz uma careta e ele gargalhou, voltando a colar os nossos lábios.
- Eu estou brincando. – Ele continuou rindo. – Eu respeito você. – Ele me olhou, um pouco mais sério e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Eu e o meu pai, certo? – Eu segurei a risada.
- Absolutamente. – Ele concordou, voltando a rir.
- Certo. – Eu neguei com a cabeça, cerrando os olhos.

Nós jantamos, enquanto conversávamos sobre assuntos diversos. Estávamos nos divertindo. Revelamos a nossa desconfiança de que e estavam tendo algo, mas não tínhamos provas de nada. disse que estava bem estranho, ficava sorrindo sozinho e andava bastante pensativo. Eu tinha certeza de que não estava acontecendo nada AINDA. teria me contado. Ele sempre me conta.

Por detrás de toda aquela animação e divertimento, estava extremamente aflito. Ele me contaria sobre ele e a Amber dali alguns minutos e não sabia como faria aquilo. Uma hora ou outra alguém acabaria me contando e ele queria que essa pessoa fosse por ele. Ele queria que eu ouvisse da sua boca.

- Quer mais alguma coisa? – perguntou, depois que nós aparentemente havíamos acabado de comer. - Não, tudo bem. Obrigada. – Eu sorri pra ele, enquanto o garçom nos olhava.
- Pode trazer a conta, por favor. – olhou pro garçom, que apenas afirmou com a cabeça e saiu. Colocou novamente o seu braço em minha cadeira, deixando-o também em torno de mim e aproximou seu rosto de mim com um quase sorriso. Eu também sorri pra ele, olhando seu rosto de bem perto.
- Obrigada, eu adorei vir aqui. – Eu disse, olhando rapidamente para os lábios dele.
- Você se divertiu? – perguntou, revezando os olhares entre a minha boca e os meus olhos.
- Muito. – Eu respondi e o sorriso dele aumentou, enquanto ele ainda me olhava. Não resisti e selei os seus lábios. O selinho nem chegou a virar beijo, mas terminou em sorrisos.
- Aqui está. – O garçom nos interrompeu. deixou de me olhar e pegou a conta que estava sobre a mesa. Tirou o braço que estava em torno de mim e levou sua mão até a carteira. Eu não disse nada sobre ajuda-lo a apagar, porque eu sei que ele ficaria furioso. Ele pegou o dinheiro e colocou dentro da pequena pasta com o total da conta.
- Obrigado. – agradeceu, olhando pro garçom. O garçom se retirou, nos deixando sozinho novamente.
- Vamos? – olhou pra mim e eu afirmei com a cabeça. Comecei a me mexer para levantar e ele também se levantou. Esperou que eu me levantasse. Eu fiquei de pé e olhei pra ele, sorri porque achei fofo ele estar ali me esperando. Fui até o lado dele e ele aproximou a sua mão da minha, entrelaçando os nossos dedos.

Fomos até o lado de fora do restaurante com os dedos ainda entrelaçados. A noite estava linda, o céu estrelado e estava muito calor. Passamos pela enorme fila de pessoas que ainda esperavam uma mesa, que se formava do lado de fora do restaurante.

- Nossa! – Eu disse, impressionada com a fila, enquanto me puxava.
- Vem, vamos. – continuava me puxando com aquele sorriso misterioso no rosto.
- Aceitar dar uma volta comigo? – começou a andar de costas só para ficar de frente pra mim.
- Claro... – Eu sorri, olhando pras mãos dele que puxavam as minhas e depois o seu sorriso. – Onde? – Eu perguntei, vendo que estávamos indo na direção contrária de onde estava o carro.
- Vem. – virou de costas, ainda me puxando por uma das mãos.

Está vendo? Eu não faço ideia de onde eu estou indo e nem o que vamos fazer. era sempre uma surpresa. As coisas nunca saem como o planejado. tem sempre algo pra me surpreender, pra me deixar com aquela sensação de liberdade que eu só tenho quando estou com ele. É como se com ele eu pudesse ir a qualquer lugar do mundo. Eu não tinha medo, porque eu sei que vai sempre acabar em algo bom.

continuou me puxando até chegarmos em uma conhecida praça, que ficava logo ali perto da praia. Ali sempre estava movimentado, porque realmente era um lugar muito conhecido. Haviam bancos por todas as partes e árvores enormes cercavam o parque todo. As iluminarias eram de diversas cores. A praça era linda, mas fazia algum tempo que eu não vinha ali. A praça era bem conhecida entre os namorados, mas fazia um tempo que eu não namorava. E agora eu estava ali com o .

- Wow! Eu nem me lembrei que essa praça ficava aqui por perto. – Eu disse com um sorriso impressionado no rosto.
- Eu venho querendo trazer você aqui há um bom tempo. – voltou a andar de costas, ficando de frente pra mim. Um dos dedos de uma das nossas mão ainda estavam entrelaçados e ele esticou o seu outro braço para fazer o mesmo com a outra mão. Quando eu segurei a sua outra mão, ele parou de andar, me puxando pra perto dele.
- Bem, eu estou bem aqui. – Eu disse, quando me aproximei dele. Ele olhou meus lábios e eu sorri.
- Então, o que você quer fazer? – sorriu de um jeito atrevido. Eu segurei a risada e o olhei com indecisão.
- Nós devíamos dançar. – Eu disse, afastando meu corpo do dele. Ainda estávamos com uma de nossas mãos dadas.
- Ok, qual a outra alternativa? – me olhou com cara de tédio.
- Nós não podemos passar pra segunda alternativa, sem passar pela primeira. – Eu disse, piscando um dos olhos. Ele riu, negando com a cabeça.

Eu comecei mexer a minha cintura pra lá e pra cá. Não era uma coisa sensual, era mais como uma dança normal. voltou a rir, levantou uma das mãos e me virou lentamente, até porque eu estava de sapatilha. Voltei a mexer a cintura para os lados e me acompanhou de forma desengonçada. Nós começamos a rir juntos, mas não paramos a dança. Ele segurou as minhas duas mãos e nós começamos a dançar um tipo de lambada bem lenta. Ele me virou mais uma vez, mas no final dessa volta ele me puxou pra perto, me roubando um selinho. Nós continuamos a rir, enquanto transformávamos aquele selinho em um beijo. A minha mão em seu rosto guiava os caminhos do beijo, que já havia sido aprofundado. As mãos dele estavam entre a minha cintura e a minhas costas. Meus dedos entrelaçavam nos fios de cabelo que ficavam perto da sua nuca.

O beijo não deixou de ser longo, mas não foi o mais longo que já demos. Até porque percebemos alguns casais passarem por nós. Transformei o beijo em um selinho e quando abri os meus olhos, vi que os dele ainda estavam fechados e havia um sorriso bobo em seu rosto. Eu sorri espontaneamente e selei seus lábios mais algumas poucas vezes. Passei meus braços em torno de seu pescoço, abraçando-o e ele fechou ainda mais seus braços que já estavam em torno de mim, deixando o abraço ainda mais apertado.

Os olhos dele se abriram por poucos segundos e novamente foram fechados. Ele sorria, sem mostrar os dentes. Os cheiros do meu shampoo e do meu perfumem se misturavam em seu nariz. Era o melhor abraço do mundo. O mais aconchegante, amoroso e gostoso abraço do mundo. Ele beijou rapidamente o meu pescoço e me levantou rapidamente do chão. Eu queria explicar a ele o que eu estava sentindo, o que aquele abraço representava e significava pra mim, mas eu não saberia nem por onde começar. É indescritível.

- Eu amo você. – Ele sussurrou em meu ouvido e eu senti meu corpo tremer. Terminei o abraço para olhar em seu rosto. Nossos narizes se tocavam, enquanto nossos olhos se encaravam e os nossos sorrisos pareciam ter o mesmo significado.
- Eu também amo você. – Eu respondi e sua mão subiu até o meu rosto, trazendo-o pra perto do seu para que ele pudesse me dar dois lentos e carinhosos selinhos. Ao final do último selinho, ele se lembrou do porque havia vindo até ali. Ele tinha algo para me contar e não adianta ele ficar enrolando. Eu percebi quando ele terminou aquele selinho sem mais nem menos. Eu o olhei, quase rindo e ele sorriu.
- Eu preciso conversar com você. – disse e o meu sorriso aos poucos foi desmoronando.
- Tudo bem. – Eu concordei com a cabeça.
- Vamos sentar. – olhou pros lados procurando um banco.
- Aqui. – Eu apontei um banco atrás dele e ele se virou. Me puxou por uma das mãos até o banco. Eu me sentei do lado no banco, cruzando minhas pernas como os índios costumam fazer e também sentou de lado no banco para ficar de frente pra mim, colocando cada uma de suas mãos de um lado do banco.
- Melhor. – Ele sorriu, aliviando um pouco o meu coração que se apertou só de ouvi-lo falar daquele jeito anterior.
- Então, o que foi? – Eu perguntei, olhando-o.
- Eu tenho 4 coisas pra te contar. – disse um pouco mais sério, mas ainda havia um pequeno sorriso em seu rosto.
- Aconteceu tanta coisa assim hoje à tarde? – Eu sorri, sem deixar de olhar pra ele.
- Você não faz ideia. – negou com a cabeça e quase riu.
- Certo, então comece a falar. – Eu pedi, ficando mais séria.
- Certo. – Ele desviou o olhar e depois me olhou. Levou uma das mãos a cabeça e mexeu rapidamente em seu cabelo, mostrando o quanto estava nervoso. – Eu nem sei por onde começar. – Ele quase riu, suspirando fundo.
- Você está me deixando curiosa. – Eu sorri e ele tomou coragem.
- Hoje eu recebi uma carta de aprovação da Faculdade da Cidade de Atlantic City. – deu um sorrisinho fofo.
- O que? Não acredito! – Eu sorri, surpresa. – Eu.. – Eu nem sabia o que dizer pra ele. – Eu estou muito feliz e orgulhosa de você. – Eu me aproximei e selei os seus lábios rapidamente. Ele riu com toda a minha empolgação.
- É, é incrível. – sorriu, empolgado.
- Você decidiu qual curso vai fazer? – Eu perguntei, muito curiosa. Eu perguntava isso pra ele, mas ele sempre dizia que ainda não havia decidido.
- Eu vou fazer... publicidade. – disse, sabendo que me surpreenderia.
- Publicidade? – Eu arqueei a sobrancelha. Sim, eu fiquei surpresa.
- Era a profissão do meu pai. Ele sempre quis que eu seguisse os passos dele e é o que eu vou fazer. – disse com um sorriso lindo e ao mesmo tempo triste. – Ele era um dos sócios majoritários de uma empresa de publicidade de esporte aqui na cidade. – explicou. – As ações ainda continuam na minha família e eu vou assumi-las como o meu pai queria. Isso quer dizer que eu já tenho um emprego. – me deixou ainda mais chocada.
- Eu não sabia de nada disso. Você nunca me contou. – Eu estava tão feliz, que eu não sabia como reagir.
- Eu venho pensando isso nas últimas semanas. Eu ainda não tinha certeza, mas quando eu recebi a carta da faculdade... – dizia, daquele jeito normal e também sério. – Eu sabia o que eu tinha que fazer. – afirmou com a cabeça, me olhando.
- Eu estou muito feliz por você, . Você sabe o quanto eu torço por você e o quanto eu quero que você se dê bem na vida. Eu quero que o seu futuro seja ótimo e que sempre dê tudo certo pra você. – Eu dizia, enquanto ele sorria pra mim, admirado.
- É, eu sei. Obrigado. – Ele se aproximou, selando nossos lábios mais uma vez.
- Eu sempre achei que você quisesse seguir a carreira de jogador de futebol. – Eu disse, achando engraçado. - Era uma das minhas alternativas. Eu sou louco por esporte, mas não é algo garantido. – negou com a cabeça.
- Você é um ótimo jogador, . – Eu disse, demonstrando que eu apoiaria ele em qualquer decisão.
- Eu sei, acontece que tem muitos outros ótimos jogadores por ai. – queria que eu entendesse que não era tão fácil assim.
- Eu acredito em você. – Levei uma das minhas mãos no rosto dele e acariciei uma das suas bochechas. – Independente da sua escolha, eu vou te apoiar. Porque eu acredito em você e sei que tudo vai dar certo. – Ele sorriu daquele jeito incrível, me admirando com os olhos. Tocou a sua mão na minha, que estava em seu rosto e a deslocou até a sua boca, onde ele depositou um beijo.
- É melhor você parar de dizer essas coisas ou eu não vou deixar você voltar pra casa essa noite. – disse e ri timidamente. Ele não aguentou e também riu.
- Tonto. – Eu empurrei levemente um de seus ombros.
- Que ótimo que você está rindo, porque você vai odiar a outra coisa que eu tenho pra contar. – disse, fazendo uma careta engraçada.
- Eu sabia! – Eu também fiz careta. – Diz.. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Adivinha em qual faculdade a Amber vai estudar? – disse, esperando que eu entendesse o que ele queria dizer.
- Não. – Eu fiquei imediatamente séria.
- Sim. – afirmou.
- Não, . – Eu neguei com a cabeça.
- Isso não muda nada e não faz a menor diferença. – já desconversou.
- Não faz diferença? Vou estar em Nova York, sabendo que você e a Amber não só estão na mesma cidade, mas também na mesma faculdade. – Eu disse, tentando me controlar.
- E eu vou estar em Atlantic City, enquanto você vai morar ao lado da casa do Mark. – afirmou, sério. – Eu estou aprendendo a lidar com isso e você também vai! – disse, sabendo que se ele dissesse aquilo, me faria entender um pouco o seu lado em tudo aquilo.
- Certo, certo. Eu entendi. – Eu suspirei longamente. – Nós não vamos brigar por isso. – Eu disse, fingindo que conseguiria superar aquilo. Eu até tentei sorrir.
- Obrigado. – sorriu, mais aliviado.
- Você já contou duas coisas, certo? Espero que as outras duas coisas sejam BOAS. – Eu sorri e entendeu o que eu queria dizer. Forçou um sorriso para não me preocupar antes da hora.
- Bem... – O sorriso dele aumentou. Aquela notícia era ótima, era algo que ele sempre quis. Ele estava feliz por eu ser a primeira pessoa pra quem ele diria aquilo. – Eu estava pensando nisso hoje. Eu decidi isso hoje na verdade. – me olhou e eu olhava pra ele como quem não estivesse entendendo nada.
- Isso o que? – Eu sorri, vendo aquela carinha de felicidade dele. Saber que Amber estudaria na mesma faculdade que ele ainda estava me incomodando, mas eu não deixaria que ele notasse. Eu não queria que ele se preocupasse com esse meu ciúme besta de novo.
- Com a faculdade e esse ótimo emprego que eu já consegui... – Ele hesitou dizer, só pra me deixar ainda mais curiosa. – Eu vou começar a procurar um apartamento pra mim. – disse com aquele sorriso bobo. Eu fiquei extremamente surpresa.
- Um apartamento? – Minha ficha demorou a cair. - VOCÊ VAI MORAR SOZINHO? – Eu disse com a boca entre aberta.
- Vou! – riu de toda a minha perplexidade. – A não ser que você queira morar comigo. – riu ainda mais da minha careta.
- Obrigada pelo convite, mas... acho que não vai rolar, sabe? – Eu disse, rindo.
- Por quê? Eu tenho certeza que o seu irmão apoiaria. – disse rindo do seu próprio sarcasmo.
- Sim, ele apoiaria a mão dele na sua cara. – Eu disse e eu e ficamos algum tempo rindo como dois idiotas.
- Não, para de rir. Agora é sério. – me olhou, ficando mais sério. – Eu quero saber o que você acha disso. – queria a minha opinião. Ele sabia o que queria, mas ele precisava que mais alguém entendesse as razões dele para que ele tivesse certeza do que faria.
- Eu acho que... é incrível. Quer dizer, você sempre quis isso. Eu estou muito feliz por você está realizando esse seu sonho. Confesso que eu não achei que fosse tão rápido. Achei que fosse um plano mais pro futuro por conta das responsabilidades que isso exige. Digo, pagar contas, cuidar da casa e etc. – Eu queria saber mais sobre aquela decisão dele.
- Eu vou entrar na faculdade agora e você sabe, a minha vida vai ser estudar e estudar. Você sabe que eu não faço nada pela metade. Se eu vou fazer a faculdade, eu vou fazer pra valer. Eu vou cair de cabeça. – explicava, sério. – Eu pensei muito na . Na idade em que ela está, ela vai querer brincar com tudo, ficar o dia inteiro atrás de mim e eu não vou poder dar atenção pra ela. Eu vou acabar brigando com ela. Você sabe, você me conhece. – riu rapidamente. – Não é que eu não ame a minha irmã. Pelo contrário, ela é tudo pra mim. Eu morreria e mataria por ela sem pensar uma vez. – estava tentando me explicar seus reais motivos.
- Ela vai ficar bem triste por não ter você em casa todos os dias. Irmão mais velho pode ser um saco, mas nada seria a mesma coisa sem eles. Acredite, eu já estou sofrendo por isso. – Eu expliquei, me referindo ao fato de eu ir pra Nova York e deixar em Atlantic City.
- Eu entendo, mas... Eu não vou sumir de casa. Eu vou ir lá quase todos os dias. Eu preciso me alimentar ou você acha que alguma pessoa sobrevive de miojo e lanches todos os dias? – riu, me fazendo rir também. – Além de tudo, tem o pai da . – ficou mais sério. O assunto parecia delicado. – Ele é um cara legal. Eu juro que não tenho nada contra ele. Ele cuida muito bem da minha mãe e se não fosse por ele, eu não teria a . Ele é um cara incrível, mas... ele não é o meu pai, sabe? – Ouvir falar daquele jeito com aquela carinha séria e ao mesmo tempo triste. Ele só ficava assim quando falava do seu pai.
- Eu entendo perfeitamente. – Eu toquei o seu rosto novamente, fazendo com que um pequeno sorriso surgisse em seu rosto.
- Aquele cara teve que me bancar todos esses anos. Ele me dava tudo o que eu sempre pedia e sempre me tratou como um filho. Eu não quero mais ter que depender dele. Ele já fez a parte dele. Agora é a vez da . É a vez da ter tudo o que ela quer. Ela precisa receber o carinho dos pais, sem que eu esteja no meio com o meu drama. – parecia estar decidido. Era tão lindo ouvi-lo falar daquele jeito tão responsável e tão cuidadoso com a irmã.
- Se você realmente acha isso, você está fazendo a coisa certa. Como eu já disse, eu vou sempre te apoiar. Se é isso que você quer, é o que eu quero também. – Eu disse, tirando minha mão do rosto dele e descendo até uma das mãos dele. Entrelacei nossos dedos e apertei nossas mãos com força.
- Você é a melhor namorada do mundo. – Ele sorriu de forma doce, se aproximando do meu rosto. – Sabia disso? – Ele disse um pouco mais baixo, enquanto nossos narizes se tocavam. O meu sorriso só não ficou ainda maior porque ele selou meus lábios de forma longa.
- Uau, que dia de revelações. – Eu disse, quando descolamos nossos lábios. Ele sorriu de um jeito menos extrovertido. Sim, já pensava na revelação que teria que fazer a seguir. A mais difícil.
- Você não faz ideia. – negou com a cabeça. Ele parecia incomodado com algo. Eu percebi e passei a observá-lo.
- Espera, você tinha mais uma coisa pra contar, não é? – Eu ri de forma inocente. Eu não fazia a menor ideia do que se tratava. Eu esperava por uma coisa boa.
- É, eu tenho. – deixou de me olhar por alguns poucos segundos.
- O que é? – Eu continuava com aquele sorriso inocente no rosto. Ele me olhou por um tempo, abriu a boca, mas as palavras não saíram. – Não deve ser coisa boa. – Eu observei, sem levar tão a sério. Afinal, o que poderia ser tão ruim?
- Antes, eu queria pedir pra que você me deixe falar tudo. Depois você tira as suas observações erradas, que eu tenho certeza que vão surgir. – disse e eu fiquei rapidamente séria. Agora eu entendi a gravidade.
- Você está me deixando preocupada. – Eu disse, pensando em mil possibilidades.
- Eu queria que você soubesse por mim. – Ele deixou de me olhar de novo. Ficou observando os nossos dedos entrelaçados por um tempo.
- Fala, . – Eu pedi, mesmo que ele ainda não estivesse olhando pra mim. hesitou por mais um tempo. Eu estava enlouquecendo.
- A Amber foi até a minha casa hoje. – finalmente disse, ainda olhando as nossas mãos juntas. Quando eu ouvi o que ele disse, desentrelacei os nossos dedos no mesmo instante. Milhões de hipóteses passaram pela minha cabeça. Nenhuma delas era boa. fechou os olhos com força por poucos segundos com medo de qual seria o rumo daquela conversa.
- O que ela queria? – Eu perguntei, paralisada.
- Ela.. – me olhou. O rosto estava tão sério que me deu calafrios. Ele não continuou a frase.
- Fala. – Eu pedi, calma. Ele pediu que eu não tirasse conclusões antes dele terminar de explicar. Eu não ficaria irritada antes da hora.
- Eu não sei se você lembra, mas há menos de 3 anos atrás eu e a Amber éramos como melhores amigos. – preferiu explicar a história antes de qualquer coisa.
- Eu me lembro. Vocês não se desgrudavam. – Eu suspirei longamente por puro nervosismo.
- Sim, nós éramos muito amigos mesmo. – confirmou. – Ela sempre gostou de mim. Quando eu digo sempre, é sempre mesmo. Ela nunca fez questão de esconder, mas eu fazia questão de ignorar. – dizia como se tivesse feito algo errado. Eu já estava prestes a xingá-lo até a morte.
- Sim. – Eu afirmei com a cabeça. Qual era a novidade? Eu já sabia de tudo isso.
- Eu fiz questão de ignorar... até um dia, na verdade, uma tarde. – abaixou os olhos. Não queria olhar pra mim naquele instante.
- Não... – Eu neguei com a cabeça. A minha ficha parecia não ter caído ainda.
- Foi há um pouco mais de 2 anos atrás. – disse, fazendo com que eu ficasse totalmente aliviada. Eu pensei que ele estava assumindo uma traição. QUE SUSTO.
- Você ficou com a Amber uma vez? – Eu queria saber se eu havia entendido certo. Mesmo tendo sido há 2 anos atrás, não deixava de ser ruim.
- Foi mais de uma vez... – me olhou dessa vez. A minha preocupação, tristeza e raiva só aumentaram. O que diabos tinha acontecido entre ele e a Amber?
- Então você ficou com ela algumas vezes? – Eu tentava fazer com que aquilo não parecesse não ruim. Era do que eu tentava me convencer.
- Foram várias vezes, . – fez careta, como se estivesse arrependido de algo. Eu fiquei olhando pra ele por um tempo, sem saber como reagir.
- Como eu nunca soube disso? – Eu não entendia. sempre esteve no grupo de amigos. Como eu não soube?
- Você estava com o Peter. Você não era a pessoa mais interessada na minha vida pessoal. – disse em tom de reprovação.
- Certo, mas eu ainda não entendi o porquê dela ter ido até a sua casa hoje. – Eu disse tentando não deixar a desconfiança me vencer.
- Nós ficamos várias vezes. Nós começamos a ficar juntos em uma das férias dela. Nós mantemos o contato a distância e quando ela voltou aqui nas outras férias, eu... – fez careta na hora de dizer. – Eu pedi ela em namoro. – disse, sentindo um peso sair das suas costas, mas sentindo outro pesar em seu coração. Ele não sabia qual seria a minha reação.
- Pedir ela em namoro? Você namorou a Amber? – Eu perguntei, incrédula. Certo, eu esperava qualquer coisa, menos isso. Foi estranho saber que a garota que eu mais odeio no mundo já tinha beijado aquela boca, já tinha recebido aqueles carinhos e escutado aquelas palavras que ele costumava a me dizer. Quer dizer, essa era a minha única vantagem diante dela. Até isso já passou pelas mãos dela.
- Sim. – disse e abaixou o seu rosto. Ele sabia que não seria nada fácil pra mim ouvir isso e também sabia que eu não gostaria da notícia.
- Eu.. – Eu tentei dizer algo para tranquiliza-lo e dizer que não era a pior coisa do mundo, mas eu não conseguia. Eu não pude deixar de pensar que a Amber sempre foi uma pedra no meu sapato. Agora mais do que nunca eu sei que eu sempre, sempre vou ter que dividir tudo o que é meu com ela. Os meus amigos e o meu namorado. era a única coisa que ela não havia tido e agora eu descubro que ela teve. Então sim, eu preciso de um pouco mais de tempo pra superar isso. – Quanto tempo durou? – Eu também abaixei a minha cabeça, porque senti meus os olhos lacrimejarem. Eu não sei exatamente o por que. Talvez a Amber seja algum tipo de ponto fraco, um trauma. Chame do que quiser.
- Quase um mês. – levantou o seu rosto e me viu de cabeça baixa.
- O que aconteceu? – Eu perguntei sem levantar a cabeça. Ainda percebi que haviam lágrimas em meus olhos e eu não queria que ele as visse.

Era ridículo! Talvez eu seja a pessoa mais dramática e chorona do mundo. Quem chora quando descobre quem foi a ex do seu namorado? E quem chora quando descobre que a garota que você mais odeia e que mais fez e faz mal pra você em todos os sentidos, é ex-namorada do seu namorado? E se você descobrisse que a melhor coisa da sua vida, também foi a melhor coisa da vida de alguém? Eu. Eu choro por isso. Choro pelo simples fato de que Amber já teve tudo o que eu já tive, já me tirou várias coisas e é melhor do que eu em quase tudo, mas tinha uma coisa que ela não havia tido, tinha alguma coisa em que eu era melhor que ela, tinha alguém que achava que ela não era boa o bastante. Agora isso tudo é besteira. já olhou pra ela com os olhos que me olha agora. já gostou dela. Eu quero matar essa garota.

- Foi isso o que ela foi fazer hoje na minha casa. – disse, esperando que eu levantasse o meu rosto a qualquer momento. – Ela queria saber o verdadeiro motivo por tudo ter acabado. – continuou esperando, até que eu levantei o meu rosto. Ele olhou diretamente nos meus olhos e eu me xinguei mentalmente. Ele certamente havia visto as lágrimas ali. Elas estavam demorando para desaparecer.
- E qual é esse motivo? – Eu perguntei, sem querer parecer tão chateada com tudo. se sentiu a pior pessoa do mundo ao ver aquelas lágrimas nos meus olhos. Já havia se arrependido de ter me contado.
- foi até a minha casa em uma tarde. Ela disse que sabia que eu não amava a Amber. Ela disse que sabia que tinha outra garota na história e o que eu estava fazendo com a Amber não era justo. disse que eu estava iludindo a Amber, porque eu não me sentia do jeito que deveria em relação a ela. Disse que se eu realmente sentisse consideração pela amizade que eu sempre tive com a Amber, eu deveria deixa-la livre para que ela pudesse achar o cara que realmente amasse ela. A disse que eu deveria falar com a Amber ou ela mesma falaria. – explicou de forma meio confusa.
- E o que você fez? – Eu perguntei, olhando pra ele.
- Eu não dormi naquela noite. Eu fiquei pensando em tudo o que a disse e descobri que ela estava certa. Ela era a minha melhor amiga e eu misturei a minha carência com a vontade de ser amado e o sentimento de amizade extremamente forte que eu tinha por ela. – suspirou. – O que eu sentia por ela era totalmente insignificante perto do que eu sentia por você. Ela era importante pra mim e eu não queria magoá-la. – negou com a cabeça. – Mas foi exatamente o que eu fiz. Eu terminei com ela e magoei ela. – voltou a se sentir o mesmo idiota que se sentiu no dia em que terminou tudo com Amber.
- Então a fez você terminar com a Amber? – Eu fiz cara de confusa.
- Indiretamente, sim. – continuou a olhar as lágrimas nos meus olhos. – Mas, a Amber não sabe. Ela não sabe sobre a , ela acha que eu terminei porque havia outra garota, mas não sabe do envolvimento da nisso tudo. Então, não conte isso pra mais ninguém. – pediu, sabendo que eu guardaria aquele segredo.
- ... – Eu neguei com a cabeça. – Sempre fazendo de tudo pra proteger a sua preciosa prima. – Eu suspirei, também me referindo a nossa briga, mas é claro que não entendeu. Ele não sabia de nada sobre a briga.
- Eu disse a ela que nós seriamos amigos. Ela aceitou e foi embora. – disse, quando viu eu abaixar a cabeça novamente. Meus olhos ainda estavam cheio de lágrimas, mas elas não escorriam de modo algum. Eu fiquei em silêncio e não disse nada. Eu não sabia o que dizer e nem se era certo dizer. Eu notei que me observava e não tive coragem de olhá-lo. – Você está chateada comigo, não é? – perguntou, chateado consigo mesmo.
- Não.. – Eu forcei um enorme sorriso e neguei com a cabeça. – É claro que não. – Eu reafirmei. – Eu não tenho o direito de estar chateada com você. Não por você ter namorado alguém, quando eu nem se quer me lembrava que você existia. – Eu não conseguia tirar aquelas malditas lágrimas dos meus olhos. Que inferno!
- Eu sei que você está chateada. Estou vendo nos seus olhos. – tocou o meu rosto, olhando meus olhos mais de perto.
- É só que.. – Eu hesitei dizer. Olhei nos olhos dele e neguei com a cabeça, rindo da minha própria idiotice. – A Amber sempre consegue tudo o que ela quer, principalmente o que é meu. Você era a exceção. Eu sabia que isso ela nunca teria, mas.. ela já teve. Então voltamos ao mundo em que a Amber é melhor do que eu em tudo. – Eu disse com toda a sinceridade e com menos drama possível.
- Para de se comparar com ela. – negou com a cabeça. – Quem foi que disse que ela é um parâmetro para as outras garotas e pra você? – me olhou, sério. Ele odiava a forma com que eu colocava a Amber como a garota mais perfeita do mundo, como se eu nunca fosse boa o bastante.
- É mais complicado do que isso, . – Eu suspirei longamente. Ele jamais entenderia. Eu acho que é uma coisa de mulher, sabe? Só nós entendemos coisas assim.
- Não importa, eu não quero entender. Eu não quero falar mais sobre isso. Eu não quero ouvir você falando desse jeito mais ou nós vamos brigar. Entendeu? – disse em tom de ordem. Ele conseguiu até me arrancar um sorriso.
- Está maluco em falar desse jeito comigo? – Eu fingi estar brava. Ele sabia que eu estava brincando.
- Falo mesmo. O que você vai fazer a respeito, hein? – se aproximou, me encarando de bem perto.
- O que eu vou fazer a respeito? – Eu quase ri, também encarando ele.
- É.. – continuou esperando.
- Eu vou... – Eu cerrei os olhos e olhei os lábios dele. Me aproximei ainda mais e o beijei. Eu não tinha planos de aprofundar o beijo, mas já que ele fez isso, eu me aproveitei. Comecei a empurrá-lo lentamente pra trás e ele foi se deitando no banco enquanto eu me deitava sobre ele. Ele segurava cada lado do meu rosto com uma mão. O beijo não pode durar tanto, afinal, estávamos em uma praça. Eu descolei nossos lábios e apoiei uma das mãos no peito dele pra voltar para trás e sair de cima dele.
- Você é muito estraga-prazeres. – continuou deitado, olhando pra cima.
- Vem logo. – Eu levantei, segurei as suas duas mãos e me esforcei para levantá-lo novamente. Ele me ajudou um pouco, mas eu consegui.
- Espera. – me puxou, quando eu já estava andando. Voltei a ficar em sua frente, agora de pé.
- O que? – Eu perguntei, olhando o rosto dele bem de perto.
- Está tudo bem mesmo? – Ele perguntou, preocupado e sério.
- Está. Eu prometo. – Eu de um fraco sorriso. Ele ficou me olhando, pensando se acreditaria ou não. – Você me conhece. Se eu estivesse brava ou chateada, você já estaria sofrendo as consequências. – Eu disse e ele sorriu, achando graça. Ele ficou me olhando por um tempo, pensativo. Eu não sabia o que estava passando por aquela cabeça.
- Eu quero saber se você pode me ajudar. – ia dizendo, enquanto seus braços estavam em torno da minha cintura.
- Ajudar no que? – Eu fiz cara de confusa.
- Me ajudar a encontrar um apartamento. – sorriu sem mostrar os dentes. – Você vai me ajudar a escolher. – afirmou e eu sorri como uma boba. Ele queria a me ajuda pra escolher uma coisa tão importante pra ele.
- É claro que eu ajudo, . – Eu levei uma das minhas mãos ao seu rosto e acariciei uma de suas bochechas. – Você pode contar comigo pra qualquer coisa. – Eu disse e ele riu daquele jeito doce. Selei os lábios dele e ele sorriu, satisfeito.
- Obrigado, linda. – Ele agradeceu, quando descolamos nossos lábios.

e eu ficamos mais alguns poucos minutos ali. preferiu não demorar pra me levar embora, usando a desculpa de que não queria desagradar o meu pai. era irritantemente respeitoso com o meu pai.

- Amanhã cedo eu passo aqui pra irmos pra praia. – me avisou quando estávamos no carro em frente a minha casa.
- Que horas? – Eu perguntei para não me atrasar.
- 9 horas está bom? – Eu perguntei, fazendo careta. Não precisava ser tão cedo!
- Está bom, mas é 9 horas e não 9:15, ok? – disse, se referindo aos meus atrasos.
- Já entendi. – Eu revirei os olhos.
- Não esqueça o biquíni. – disse com aquele jeito malandro. Eu gargalhei mais de vergonha do que qualquer outra coisa.
- Para com isso. – Eu olhei pra ele, me aproximando para selar os seus lábios. – Boa noite. – Nossos lábios se tocaram e ele resolveu puxar o meu lábio inferior, apenas para me fazer rir. Eu segurei o riso para que eu também pudesse puxar o seu lábio inferior. Ele riu e terminamos com um longo selinho.
- Boa noite. – finalmente respondeu. – Eu te amo. – Ele disse, quando ainda estávamos próximos.
- Eu também. – Eu dei o meu melhor sorriso e me virei para abrir a porta do carro. Sai do carro e fui me afastando, enquanto revezava os meus olhares entre a porta da minha casa e o carro de . Cheguei na porta da minha casa e me virei para me despedir dele. Acenei com a mão e ele também acenou, me jogando um beijo de longe. Eu achei fofo, mas acabei rindo. Retribui o beijo, enquanto abria a porta da minha casa. Acenei uma última vez antes de fechar a porta.

Certo, não estava sendo legal sentir aquilo que eu estava sentindo agora. Qual o problema dela já ter namorado ele? Eu vou olhar pra ela agora e vou saber que ela já abraçou/beijou/agarrou ele. O que tem demais nisso? É só mais um motivo pra minha raiva por ela continuar aumentando. apenas confundiu os sentimentos de amizade e amor. Ele não amou ela. Ele não pode ter amado. Eles eram amigos. Melhores amigos como eu e o . Não, não tem como. Ela ama ele, mas ele não. É com isso que eu estou contando. Eu só pensava nisso. Resolvi assistir um filme qualquer na TV pra ver se eu conseguia parar um pouco de pensar que aquele namoro existiu. Eu acabei dormindo com a TV ligada.

ouviu a minha TV ligada e foi até o meu quarto para ver se eu ainda estava acordada. Entrou no quarto e quando viu que eu estava dormindo, ele sorriu. Se aproximou da minha cama e me observou por um tempo. Pensou que dali alguns dias eu já não estaria ali com ele, eu estaria sozinha em outra cidade. A coberta estava perto dos meus pés e ele a ajeitou, trazendo-a pra cima. Pegou o controle da TV e a desligou. Eu nem me movi, eu nem sequer notei a presença dele ali. Também não percebi quando ele se aproximou e beijou a minha testa com um sorriso nostálgico.

- Eu vou sentir sua falta. – Ele disse em um som quase inaudível. Se afastou lentamente para não me acordar e fechou a porta com cuidado.

Nós brigamos sim, muitas e muitas vezes, mas nós continuamos sendo irmãos e continuamos nos amando de um jeito inexplicável. Nós faríamos qualquer coisa um pelo outro. Nós crescemos juntos. Sempre havia alguém com quem conversar quando os nossos pais brigavam ou quando tínhamos que ficar fora das conversas importantes. sempre foi o meu companheiro e isso nunca vai mudar. Ele com certeza vai ser quem mais vai me fazer falta nessa viagem.

Quando eu acordei, já era de manhã. Minha TV estava desligada e eu não fazia ideia de quais horas eram. Eu provavelmente já estava atrasada. Sai procurando o meu celular pela cama. Lembro de tê-lo deixado na cama comigo na noite passada. Eu fiquei alguns poucos segundos procurando por ele e não consegui achá-lo. Eu só consegui achar quando ele começou a tocar. Foi mais fácil seguir o barulho para encontra-lo. O celular tocou por tanto tempo, que quando eu o achei, nem olhei para o visor para ver quem era, pois a ligação cairia a qualquer momento.

- Alô? – Eu atendi, curiosa para saber quem era.
- Você ainda estava dormindo, né? – Ouvi a voz de e quase ri, passando a mão pelo meu rosto.
- Estou atrasada, né? – Eu conclui. – Desculpa. – Eu ainda estava meio rindo.
- Estou saindo da minha casa agora. – avisou, enquanto entrava em seu carro.
- Eu consigo me arrumar a tempo. – Eu disse, me levantando rapidamente da cama.
- Quero só ver. – desacreditou.
- Beijos. – Eu desliguei rapidamente.

Sai correndo pro banheiro. Fiz a minha higiene matinal e voltei pro meu quarto para pegar o meu biquíni. Me troquei ali mesmo e quando ia passar maquiagem, me toquei de que estava indo pra praia. Fui até o meu guarda-roupa e escolhi um shortinho e uma blusinha, pois eu não podia sair de biquíni pela rua. Eu só ficaria de biquíni na praia. As roupas que eu escolhi eram bem eram frescas e combinavam com a ocasião (VEJA AQUI). Procurei o meu chinelo e o achei embaixo da cama. Peguei uma bolsa qualquer e fui colocando diversas coisas lá dentro como protetor solar e toalha de banho. Coloquei o ray-ban e sai do meu quarto andando rapidamente. Desci as escadas e cheguei na cozinha como um furacão.

- Nossa, filha! Tão cedo? – Minha mãe riu, depois de olhar no relógio.
- Vou à praia com o . – Eu disse, pegando uma maça e mordendo-a em seguida. – Tudo bem? – Eu pedi a permissão dela, mesmo sendo tarde demais.
- Claro! Esta um ótimo dia pra ir à praia. – Minha mãe disse, olhando pela porta janela da cozinha e vendo o sol escaldante lá fora.
- Eu vou sair e espera-lo, porque já estou atrasada. – Eu disse, rindo. Coloquei a bolsa em um dos ombros e me aproximei da minha mãe. – Até mais tarde. Te amo, mãe. – Eu disse e ela sorriu como nunca. Ela adorava quando eu dizia isso pra ela.
- Eu também, querida. – Ela respondeu, dando um beijo em meu rosto.

Fui em direção a porta e sai pro lado de fora da casa. ainda não estava lá, então sentei em uma das escadas da varanda. Eu ainda estava terminando de comer a minha maça. Eu não cheguei a esperar nem 5 minutos. chegou antes disso. Deixei o caroço da maça em um dos cantos da varanda, eu jogaria no lixo mais tarde.

Ao chegar, riu ao ver que eu realmente já estava pronta. Até estava esperando por ele. Ele desligou o carro e desceu. Eu comecei a andar em direção a ele. se apoiou nas laterais do capô de seu carro e ficou me observando com aquele sorriso incrível no rosto. Ele ainda estava impressionado e achando graça da minha rapidez. Eu ia me aproximando e ele foi conseguindo ver com ainda mais clareza a minha roupa. Agradeceu mentalmente por ele estar de ray-ban, assim eu não veria seus olhos subindo e descendo pelo meu corpo por diversas vezes.

estava lindo. Ele parecia aqueles surfistas gostosos que você vê na praia, sabe? Ele estava com um shorts que chagava até os seus joelhos, uma regata preta e chinelos no pé. Havia um boné em sua cabeça, que aliás estava com a sua aba pra trás. Eu preciso comentar: sempre fica mais sexy quando está usando boné! O ray-ban, apesar de esconder os olhos, o deixava extremamente incrível. Esse cara é mesmo meu namorado? Sério?

- Eu estou chocado! – disse, rindo.
- Eu disse que conseguiria ficar pronta a tempo. Aliás, eu estava te esperando. – Eu disse, segurando a risada.
- Eu esperei por 6 anos, linda. Eu ainda estou ganhando. - piscou e riu. Porque ele tinha que rir daquele jeito tão lindo? Porque aquele sorriso me fazia pirar?
- Ok, eu não posso competir com isso. – Eu levantei as duas mãos, entregando o jogo.
- Com certeza não. – sorriu, empolgado. Eu me aproximei e toquei um dos lados do seu rosto, lhe dando um longo e carinhoso selinho. Quando descolamos nossos lábios, ele ficou me olhando com aquele sorriso. Olhou pra baixo, parecia que estava olhando pra minha roupa.
- Você está linda. – Ele comentou e eu vi as suas bochechas rosarem. Eu fiquei olhando pra cara dele com um sorriso bobo e ele riu, sem jeito.
- Você também está lindo. – Eu disse, antes dele selar os meus lábios mais uma vez. Ele tocou rapidamente em minha cintura descoberta.
- Vamos? – Eu perguntei, descolando os nossos lábios.
- Vamos. – Ele afirmou com a cabeça, me empurrando levemente pra trás com a sua cintura para que ele pudesse se desencostar do capô de seu carro. Abriu a porta do carro e eu entrei. Ele fez o mesmo, mas pela porta do motorista.

Chegamos na praia e ficamos impressionados com o quanto ela estava lotada. Não era tão difícil de se prever com o sol daquele dia. quase não achou lugar para estacionar o carro. Descemos do carro e eu ainda levava a minha bolsa. havia pedido pra eu guardar a sua toalha dentro dela. travou o carro e eu esperei para que fossemos juntos até a areia. Ele chegou ao meu lado e segurou a minha mão, entrelaçando nossos dedos. Começamos a andar em direção a areia.

- Nós decidimos vir à praia no mesmo dia que todo mundo! – disse, vendo a areia tomada por pessoas deitadas e crianças fazendo castelos de areia.
- Ali está mais vazio. – Eu apontei e nós começamos a andar naquela direção. Paramos em um lugar bem próximo da água.
- Aqui está bom, né? – perguntou, olhando o mar em sua frente.
- Está bom. – Eu disse, tirando a bolsa do meu ombro e colocando-a sobre areia. Olhei pro e ele estava olhando pra mim. Quando ele viu que eu olhei pra ele, o sorriso em seu rosto aumentou.
- O que foi? – Eu perguntei, me aproximando dele. Ele colocou os braços em torno da minha cintura descoberta. Minhas mãos estavam perto de seus ombros, enquanto eu olhava seu rosto de perto.
- Nada. – Ele negou com a cabeça. – Apenas apreciando. – Ele disse, me fazendo corar um pouco. Olhei pro seu rosto, que estava bem próximo ao meu e olhei seu boné.
- Eu já disse que amo quando você usa boné? – Eu perguntei e ele achou graça.
- Eu gostei do seu biquíni. – disse daquele jeito atrevido. Eu ri, negando com a cabeça.
- Mas nem dá pra ver ele direito. – Eu parei de rir para poder falar.
- Exatamente. Se eu gostei do pouco que dá pra ver, imagina quando der pra ver todo o resto? – se segurava para não rir.
- Dá pra parar de tentar me deixar envergonhada? – Eu pedi, já estava ficando mais do que vermelha.
- Ta bom, já parei. – se aproximou, me roubando um selinho. Ok, foi mais de um. Foram vários. – Você quer alguma coisa? Vou comprar água pra mim. – perguntou, enquanto ainda estávamos colados.
- Quero uma água também. – Eu disse, tirando minhas mãos dele e me afastando.
- Ok, eu já volto. – me olhou com um fraco sorriso. – Não sai daqui. – saiu, indo atrás do vendedor de água.

O sol estava tão forte, que se eu não tirasse a roupa logo, ficaria com as marcas das mesmas. pediu a água ao vendedor e olhou pra mim para ver se eu ainda estava no mesmo lugar. Ele paralisou quando viu eu tirar o shorts e depois a blusinha. Ele não teve reação, ele só ficou olhando, sem piscar. O vendedor começou a olhá-lo, sem entender.

- Moço? – O vendedor tentou chamar a atenção do . – MOÇO! – Ele gritou e parecia que havia acordado de um transe. – São 5 reais. – O moço disse com as duas garrafas de água na mão.
- Ahn, só um minuto. – riu de si mesmo. Colocou a mão no bolso e pagou o vendedor, segurando as duas garrafas de água nas mãos.

Eu não sei por que, mas parecia que todos estavam me olhando. Eu estava com um pouco de vergonha. Acontece isso sempre que eu fico de biquíni em algum lugar. Logo eu me acostumo. Me deitei na areia, apoiando a minha cabeça em minha bolsa. A areia não estava nem tão quente e nem tão fria, estava ótima.

- Aja naturalmente, . Aja naturalmente. – repetiu pra si mesmo por diversas vezes, enquanto se aproximava de onde eu estava. Chegou ao meu lado e olhou rapidamente, antes mesmo que eu percebesse que era ele ao meu lado. – Aqui está. – disse, estendendo a garrafinha em minha direção.
- Obrigada. – Eu me sentei e peguei a garrafinha. se sentou ao meu lado e tirou a sua regata, ficando sem camisa. Sim, eu estava maluca para olhar, mas eu não sou tão cara de pau assim. abriu a sua garrafa e começou a beber água.
- Você vai entrar na água agora? – Eu perguntei, olhando pra ele. Sim, eu disse qualquer coisa só para poder olhá-lo.
- Não. Você vai? – perguntou, olhando pra mim.
- Daqui a pouco. – Eu disse, fechando a garrafa de água novamente e me deitando novamente na areia. ficou também fechou a sua garrafa e água e se virou de lado, tirando o seu boné e dando uma rápida ajeitada em seu cabelo. Também se deitou, apoiando a sua cabeça em minha barriga. Eu sorri ao perceber o que ele havia feito e levei uma das minhas mãos até a sua cabeça, mexendo em seu cabelo. também sorriu, gostando do carinho que eu fazia em seu cabelo. – Quando nós vamos começar a compor a música da formatura? – Eu perguntei, mesmo sem estarmos olhando um pro rosto do outro.
- Eu já tenho algumas coisas em mente. Tenho até uma melodia. – disse, adorando o carinho que eu fazia em seu cabelo.
- Sério? Você tem que me mostrar. – Eu pedi, extremamente curiosa.
- Antes de irmos pra sua casa, passamos na minha casa para eu trocar de roupa e eu te mostro no piano lá de casa. – disse.
- Vai dizer que você também sabe tocar piano? – Eu perguntei, sem acreditar.
- Meu pai tocava. Eu sei pouca coisa, mas ainda prefiro o violão. – riu.
- Mais alguma coisa que eu não sei sobre você? – Eu levantei um pouco a cabeça para olhá-lo.
- Tem mais algumas coisas, mas eu acho que você não vai querer saber disso agora. Talvez daqui algum tempo. – voltou a rir. Garoto safado! - Eu vou fingir que não percebi o duplo sentido da sua frase. – Eu ri, negando com a cabeça.

Ficamos mais algum tempo conversando ali. me falava mais ou menos de como ele achava que deveria ser a letra da música. Ele achava que deveria ser algo mais lento, já que se trataria da despedida de todos da escola. Eu concordei com tudo o que ele disse. entendia bem mais desse mundo da música do que eu. Se ele estava dizendo, realmente ele sabia do que estava falando.

- Acho que vou dar um mergulho. Eu estou morrendo de calor nesse sol. – Eu disse e ele tirou a cabeça de minha barriga, voltando a ficar sentado.
- Vai lá então. – sorriu pra mim.
- Não quer vir comigo? – Eu fiz bico.
- Eu vou daqui a pouco. – disse e eu concordei.
- Não demora. – Eu pedi, me levantando. Tirei o meu ray-ban e comecei a andar em direção a água, que não estava tão longe.

observava eu me afastar. Na verdade, ele estava olhando pra minha bunda. Eu cheguei na beira do mar e a água molhou os meus pés. Estava um pouco gelada sim. Olhei pra trás e vi que estava me olhando. Fiz careta, demonstrando o quanto a água estava gelada e ele riu. Fez um sinal com a mão, dizendo que era pra eu entrar de uma vez na água. Eu fui entrando, segurando alguns gritos. ESTAVA MUITO GELADA. Usei toda a minha coragem e mergulhei, quando a água já estava batendo acima da minha barriga. Quando voltei à superfície e olhei pro . Chamei ele com as mãos e ele voltou a fazer sinal de que daqui a pouco ele ia. Eu fiz cara feia e voltei e dar mais alguns mergulhos.

estava pensando em como o tempo estava passando rápido. Ele queria que o tempo parasse, para que o dia que eu fosse pra Nova York não chegasse nunca. Ele não sabia como as coisas iam funcionar ou se iam funcionar. Só em pensar no meu último dia na cidade, ele já sentia vontade de me abraçar bem forte para não me deixar ir. Ele queria ser egoísta. Ah, como ele queria! Só para que ele pudesse me pedir para ficar, porque ele sabe que se ele fizesse isso, eu ficaria. Mas ele infelizmente não era egoísta.

Deixou seus pensamentos de lado e se levantou. Eu já estava a uns 10 minutos nadando sozinha e ele queria ir até lá me fazer companhia. Tirou o seu chinelo e colocou o seu ray-ban junto com o meu, dentro da minha bolsa. Começou a andar em direção ao mar e entendeu o que eu quis dizer com aquela careta. A água estava mesmo gelada, mas isso não o impediria de chegar até mim e me fazer companhia. Eu estava de costas pra praia e nem percebi que ele estava chegando até mim. Eu mergulhei umas 3 vezes seguidas e na última vez, dei de cara com o quando voltei a superfície da água.

- QUE SUSTO! – Eu gritei, rindo.
- Calma, sou eu. – Ele se aproximou, colocando seus braços em torno da minha cintura. Eu sorri, feliz por ele estar ali. Meus braços estavam em torno do seu pescoço.
- Eu achei que você não viria mais. – Eu disse, olhando seu cabelo todo molhado.
- E deixar você sozinha com todos esses garotos em volta de você? – cerrou os olhos, negando com a cabeça.
- Então foi só por isso que você veio? – Eu arqueei a sobrancelha e ele riu, negando com a cabeça.
- Claro que não. – Ele beijou o meu rosto e logo chegou em meus lábios, me dando um selinho. – Eu vim por você. Nós nunca nadamos juntos. – disse, me fazendo sorrir com todos aqueles beijos que ele estava me dando.
- Verdade. – Eu concordei, olhando nos olhos dele. Era a primeira vez que eu olhava pra eles de tão perto naquele dia.
- Já que da outra vez você preferiu o Mark, né? – revirou os olhos ao citar o nome de Mark.
- Você tem mesmo que estragar o momento? – Eu fiz careta e ele riu.
- Não. – me trouxe pra mais perto dele. Ele estava me abraçando sem camisa. Tem noção disso? – Eu só quero que isso seja uma boa lembrança pra nós. – sorriu fraco e eu sabia que ele estava se referindo a Nova York.
- E será, por que nós estamos juntos e você é a melhor companhia do mundo. – Eu disse, dando um longo selinho nele. Ele puxou o meu lábio inferior, fazendo com que aquele selinho se transformasse em um beijo. Eu sentia as gotas de água salgada que caiam de seu cabelo molhado e escorriam pelo seu rosto, chegando muitas vezes em nossos lábios. Mantive uma mão em sua nuca e a outra veio pra frente, tocando a sua bochecha.

O beijo foi demorado. Nós não nos importamos que houvessem dezenas de pessoas a nossa volta. Aquele era um momento só nosso, que nós não poderíamos viver por mais tanto tempo. Nós estávamos aproveitando o máximo agora e ninguém estragaria isso. O beijo terminou com um sorriso de ambos.

- Eu vou sentir falta do seu beijo. – comentou, me roubando mais um selinho. Meu coração se apertou ao ouvi-lo dizer aquilo. Era a primeira vez que ele dava sinais de que estava se preocupando com a minha ida pra Nova York. Era a primeira vez que ele dizia que sentiria falta de alguma coisa enquanto eu estivesse fora.
- Eu também. – Eu quem dei um selinho nele dessa vez. Nos olhamos por um tempo com aquele olhar de tristeza, mas o sorriso ainda permanecia em nossos lábios. percebeu que aquele seu comentário havia me deixado mais triste do que deveria e resolveu mudar o assunto.
- Eu nem mergulhei direito ainda. – riu, tirando seus braços que ainda estavam em torno do meu corpo. – Espera. – mergulhou e eu mergulhei em seguida. Estávamos frente a frente e ele riu, quando me viu embaixo da água. Nos olhamos e fez careta. Eu também comecei a rir e logo em seguida fiz outra careta. Ele gargalhou e volto à superfície. Deveria estar sem ar. Eu também estava e voltei ao topo.
- Espera, volta lá pra baixo. Vou fazer uma coisa. – Eu pedi e ele riu sem mesmo saber do que se tratava. Ele mergulhou novamente e eu também. Ele estava me olhando, esperando que eu mostrasse. Eu tentaria dizer ‘eu te amo’ embaixo da água.

abriu os braços, demonstrando que estava esperando por qualquer ação minha. Eu apontei pra mim mesma, fiz um coração com as mãos e apontei pra ele. riu e depois fez cara de comovido. Fez os mesmos gestos que eu, dizendo que também me amava. Eu fiz cara de boba e ele se aproximou, selando os meus lábios mesmo embaixo da água. Voltamos à superfície com os lábios colados e só descolamos para rir.

- Awn, que bonitinha. – olhou pra mim, me zoando.
- Cala a boca, vai. – Eu o empurrei, rindo. – Vamos sair daqui, vai. – Eu comecei a nadar em direção a areia. Estávamos indo pro mais raso. Eu estava mais a frente do .
- Espera! – gritou e eu continuei andando de costas pra ele. Eu comecei a andar mais rápido, apenas para irritá-lo. – Não vai me esperar? – gritou em tom de ameaça. Olhei pra trás e acenei com a mão, dizendo que o deixaria ali. Continuei andando em direção a beira da água. A água já batia em minha canela, quando eu ouvi um barulhão de água. Olhei pra trás pra ver o que era e vi correndo em minha direção.
- Não! – Eu também sai correndo, rindo como uma doida. A água não estava me deixando correr direito, mas isso não parecia um problema pro . A cada segundo ele chegava mais perto de mim. Corremos por um tempo. Até que eu consegui resistir bastante. Parei atrás de um garotinho que devia ter uns 6 anos. parou na frente dele, sem saber pra qual lado corria pra me pegar. – E agora, ? – Eu perguntei e ele ameaçou ir pra um dos lados e eu fui pro outro. Ele parou novamente.
- Você está cansada. Devia desistir. Sabe que eu vou te pegar. – disse, tentando me fazer ceder.
- Não estou cansada. – Eu ergui os ombros, mentindo.
- Não? – segurou a risada. Ameaçou a ir pra um dos lados e eu sai correndo novamente. Dessa vez ele conseguiu me alcançar. Um dos braços dele fez a volta em minha barriga e ele me segurou, me levantando do chão. Nós dois começamos a rir e ele voltou a me colocar no chão e eu fiquei de frente pra ele.
- Você sempre foi uma péssima corredora, . – disse, olhando meu rosto de perto.
- Dessa vez eu dei trabalho. – Eu ri, me achando. negou com a cabeça me dando um selinho. Sua mão estava em minha cintura. – Eu estou ficando cada vez melhor. – Eu pisquei pra ele e ele me beijou de novo, como se nem estivesse dando atenção ao que eu estava dizendo.

O beijo foi se intensificando e as duas mãos dele estavam em minha cintura. A cada segundo que o beijo se intensificava, ele apertava ainda mais a minha cintura. Não havia muita gente do lado que nós corremos. A maioria das pessoas estavam em um local mais fundo do mar. Essa foi a nossa sorte. Uma das mãos de foi descendo e antes mesmo que eu percebesse, ela estava em minha bunda. Eu comecei a rir, acabando de vez com o beijo.

- , o que você está fazendo? – Eu perguntei pra ele, segurando a risada. Ele sorriu, quase rindo. Levantou as duas mãos, demonstrando inocência.
- Já parei! – começou a rir. Meus braços ainda estavam em torno do pescoço dele. – O que está acontecendo com você nos últimos dias? – Eu ri, olhando seu rosto de perto.
- Eu não sei. – sorriu, ainda achando graça. – Eu.. – Antes que ele terminasse a frase, uma enorme onda nos alcançou e nos fez perder o equilíbrio. Nós caímos juntos, quase na areia da praia. Eu cai em cima do e nós começamos a rir novamente.
- Ai.. – Eu resmunguei e o não parava de rir. – Desculpa, eu cai em cima de você. – Eu comecei a me mover para sair de cima dele e ele me segurou.
- Não, espera. Ta tudo bem. – parou de rir, mas ainda sorria empolgadamente. Olhei pra ele de muito perto. Nossos narizes estavam quase se tocando. – Você se importa? – perguntou com um sorriso safado no rosto.
- Com o que? – Eu me fiz de boba, queria que ele dissesse.
- Que eu aja assim às vezes? – Ele olhou meus lábios e depois os meus olhos.
- Na verdade não. – Eu mordi o lábio inferior, fazendo com que ele voltasse a olhar em meus lábios. – Mas, quando for a minha vez você também vai ter que ser bem flexível. – Eu disse em um tom de provocação e ele começou a rir.
- Não, não, não. – foi se levantando e sentando. – Eu não consigo lidar com isso. – Ele disse, olhando pra mim, rindo. Eu comecei a rir também, pois eu sabia que ele agiria daquele jeito.
- Não sabe brincar, não brinca. – Eu me levantei ainda rindo.
- Não dá pra brincar com isso, garota. É covardia. – Ele apontou pra mim, se levantando.
- Bobo.. – Eu não conseguia parar de rir.
- Vamos embora, vai. – passou por mim e segurou a minha mão, me puxando.
- Eu estou com fome. – Eu avisei, quando chegamos no lugar que estávamos antes. Nossas coisas ainda estavam lá.
- Eu também. – concordou. – Vamos passar na minha casa rapidinho e vamos comer em algum lugar. – disse, se enxugando na sua toalha. Eu também fazia o mesmo com a minha. Coloquei a minha blusinha e o meu shortinho novamente. colocou o boné e a camisa. Pendurou o ray-ban na gola da regata e eu nem tirei o meu da bolsa.

Fomos até o carro do e fomos pra casa dele. Pendurei o ray-ban em meu cabelo para que ele parecesse menos bagunçado. Eu não podia estar horrível na frente da família dele.

- Vem. – segurou a minha mão, enquanto caminhávamos até a porta de sua casa. – Para, você ta linda. – disse, vendo que eu não parava de arrumar o cabelo.

abriu a porta de sua casa e a sala estava vazia. Ouvi uma pessoa correndo no andar de cima e tive certeza de que era . fechou a porta e foi até a cozinha, procurando a sua mãe. Ela estava lá.

- Oi mãe. – disse, assustando a sua mãe.
- Oi, querido. – Ela sorriu docemente.
- A está ali na sala. – apontou em direção à sala, querendo que sua mãe fosse até lá.
- Ahn, eu estou indo. – Ela largou tudo o que estava fazendo para ir até a sala. – ! – Ela disse com uma voz amorosa.
- Olá, Sra. Jonas. – Eu sorri, sem jeito.
- Eu vou me trocar e já volto. – viu que eu já estava acompanhada e subiu as escadas correndo.
- Como você está? – A mãe dele perguntou, atenciosa.
- Eu estou muito bem e a Sra. ? – Eu retribui a atenção.
- Também estou bem. – Ela concordou com a cabeça.
- ! – Ouvi gritar o meu nome. Ela desceu as escadas correndo como um furacão.
- Oi linda. – Eu me agachei para abraça-la.
- Eu estava com muitas saudades. – Ela me abraçou de forma tão apertada, que eu até fiquei comovida.
- Eu também. – Eu terminei o abraço para olhá-la. - Você está cada vez maior e mais linda. – Eu analisei e ela sorriu, envergonhada.
- Você também está muito bonita. teve sorte de encontrar você. – Ela deu o sorriso mais lindo do mundo.
- Own, você é um amor. – Eu disse, acariciando o cabelo dela.
- Ela fala de você o dia inteiro, . – A mãe de sorriu.
- Verdade? E fala bem ou mal? – Eu olhei pra e ela riu.
- Bem, né! – continuou rindo.
- Pronto. – desceu as escadas, vestindo a camisa. Ele havia trocado o shorts e agora vestia um tênis. Ele estava com outra regata, mas era bem parecida com a antiga.
- , eu já estava me esquecendo. – A mãe de começou a dizer, quando ele já estava ao lado dela. – Você vai ter que ficar com a hoje no final da tarde. – Ela decretou.
- Ahn, por quê? – fez careta.
- Eu vou ir ao cabelereiro e fazer algumas compras. – A mãe dele explicou.
- Leva ela! – sorriu, achando uma ótima ideia
- Nós ficamos com ela. – Eu olhei pro , fazendo cara feia.
- EBAA! – começou a comemorar.
- Ficamos? – me olhou, fazendo careta.
- Vamos levar ela no parque. – Eu afirmei, sorrindo pra mãe deles.
- EBA! EBA! – voltou a comemorar e logo em seguida, abraçou a minha cintura. – Viu, viu? Seu bobo. – mostrou a língua. riu, olhando pra mim.
- Muito obrigada. – A mãe deles me agradeceu com um enorme sorriso.
- Imagina, eu vou adorar. – Eu demonstrei ser a melhor nora do mundo.
- Nós vamos sair pra um jantar ás 21hrs. Você chega até lá né, mãe? – olhou pra sua mãe.
- Chego, claro. Eu vou sair ás 18hrs e volto ás 19:45. – Ela avisou.
- Ótimo. – concordou. – Tudo bem, então. Nós ficamos com essa pirralha. – disse só pra irritar .
- Não sou pirralha. – olhou pra ele, furiosa.
- Para de irritar ela, . – Eu ri, negando com a cabeça.
- Ta bom. – revirou os olhos. – Agora vem aqui. Eu quero te mostrar. – segurou a minha mão e me levou até o piano, que ficava no centro da sua sala de estar. – Senta aqui. – disse, se sentando e deixando um espaço para eu me sentar ao seu lado.
- Ok. – Eu me sentei, curiosa para conhecer a melodia.
- Então, eu pensei em algo assim. – Ele tocou com aquela expressão séria. Olhou pra mim para saber o que eu estava achando e continuou tocando. Eu sorri pra ele, impressionada com o quanto ele tocava bem. – O que você acha? – Ele perguntou, sorrindo pra mim.
- É linda, eu adorei. – Eu disse, escutando a melodia mais uma vez. – É muito boa. – Eu reafirmei.
- Ela surgiu do nada na minha cabeça e eu resolvi mostrar pra você. – Ele contou, parando de tocar.
- Você é ótimo nisso, . – Eu sorri, impressionada. – Você toca muito bem. – Eu elogiei e ele sorriu, sem jeito.
- Você não sabe tocar mesmo? – perguntou.
- Nada! – Eu ri da minha incompetência.
- Tenta. – voltou a olhar pro piano. – Eu vou fazer e você tenta fazer igual. – me olhou rapidamente e voltou a encarar o piano. Ele tocou algumas poucas notas e eu o observei.
- Sua vez. – me observou, esperando que eu tocasse.
- Eu não consigo. Olha.. – Eu quase ri e tentei tocar as mesmas notas que ele. É claro que ficou horrível. – Eu não consigo! – Eu disse, rindo.
- Qualquer dia eu te ensino. – também riu. Ele queria sair logo dali, pois estava com fome.
- Você está com fome, né? – Eu disse e ele riu.
- Muita! – se levantou.
- Vamos então. – Eu também me levantei.
- Mãe, vamos sair. – gritou e a mãe dele voltou pra sala. ainda estava ao meu lado.
- Certo. Até mais tarde e mais uma vez, obrigada. – Ela segurou a minha mão, me olhando da forma mais carinhosa do mundo.
- Imagina. – Eu neguei com a cabeça, sem jeito.
- Até mais tarde, lindinha. – Eu me abaixei para beijar o seu rosto. Ela também beijou o meu.
- Até. – Ela estava tão empolgada, que seus olhos brilhavam.
- Fica pronta que vou passar aqui te pegar, hein. – avisou e concordou com a cabeça.
- Tchau. – Eu me despedi delas mais uma vez.

Nós saímos da casa dele. Estávamos realmente famintos. Não sabíamos onde almoçar e decidimos ir ao MC Donalds. Fazia um tempo que não íamos lá e estávamos com vontade de comer um lanche de lá. Tinha um perto da nossa escola. Nós já conhecíamos os atendentes de lá e eles sempre nos atendiam mais rápido por isso. É claro que fomos lá. Quanto mais rápido, melhor!

- Até que não tem tanta gente. – analisou, enquanto entravamos no restaurante de mãos dadas.
- Não mesmo. – Eu até estranhei. Fomos em direção à fila. Ela estava tão pequena, que nem valia a pena falar com os atendentes que nós conhecíamos.
- O que você vai querer? – perguntou, olhando o cardápio no telão.
- O de sempre. – Eu disse, quase rindo. Eu sempre pedia o mesmo lanche.
- Totalmente imprevisível. – riu. – Não sei qual vou querer. – ficou olhando pro mesmo cardápio por um tempo, sem se decidir. Olhei pro lado e vi um cartaz há alguns passos de mim. Nele havia o anúncio de um novo lanche.
- E aquele ali? – Eu apontei pro cartaz. olhou e não foi o cartaz o que ele viu.
- Espera. Aquele não é o e a ? – apontou para os amigos, que andavam de mãos dadas pelo restaurante. Ela estava rindo de alguma coisa que ele dizia.
- São eles! – Eu abri a boca, chocada.
- Não acredito! – riu. Havíamos pegado eles no flagra! Continuamos observando e vimos eles pararem em uma mesa. Eles se sentaram com duas garotas. Eu não achei que estivesse enxergando direito. Parecia a Amber e a . – Ah não.. – disse, baixinho. Era a confirmação que eu precisava. Sim, eram elas! conversava com as duas e elas riam de alguma coisa. fez careta e ele olhou pra ela, dando um selinho nela em seguida.
- e a estão juntos? – perguntou, fazendo careta.
- A pergunta certa é: Porque elas sabem disso e nos não? – Eu olhei pra ele, séria. já sabia o que eu estava pensando.
- .. – Ele negou com a cabeça.
- Eu não acredito que o escondeu isso de mim. – Eu olhei pro e depois pra eles, incrédula. – Eu não acredito que ele contou pra ELA antes de contar pra mim. – Eu estava furiosa e muito chateada.
- Espera... – viu eu dando alguns passos em direção a eles.
- Fica na fila e pega os lanches. Eu já volto. - Eu pedi, me afastando ainda mais.
- O que você vai fazer? – me olhou, sério.
- Eu já cansei disso. – Eu sai, indo em direção a mesa em que os 4 estavam. Eu ia acabar com isso agora.






2° PARTE:



OUÇA A MÚSICA ABAIXO,ENQUANTO LÊ ESSE TRECHO:



A cada passo que eu dava em direção a eles a minha angustia aumentava. Eu queria voltar, eu queria sair dali e fingir pra mim mesma que não tinha visto aquilo, que e não haviam feito isso comigo. O meu melhor amigo não pode ter preferido contar uma coisa tão importante pra ele pra Amber e não pra mim. A raiva era quem estava me conduzindo até lá. A raiva de todos eles. Parei na frente da mesa deles e respirei fundo, forçando o meu melhor sorriso.

- Hey! – Eu disse, apoiando minhas mãos na ponta da mesa. estava em um dos meus lados e Amber estava no outro. levantou a cabeça, apenas para ter certeza de que não era eu. Isso era o que ele mais desejava. – Eu espero não estar atrapalhando vocês. – Eu disse, olhando rapidamente pra todos eles.

Amber revirou os olhos sem fazer questão de disfarçar. apenas ficou séria, me analisando. As duas não sabiam o porquê da minha presença ser tão terrivelmente trágica. Elas não sabiam que e ainda não haviam me contado sobre o romance.

- Oi... . – sorriu, meio assustado. O braço dele que estava sobre os ombros de voltou rapidamente pro seu devido lugar. sorria, nervosa. Ela me conhecia e sabia que eu já havia percebido o que estava acontecendo entre eles. – O que você está fazendo aqui? – perguntou no impulso. Quando percebeu o quão estranha tinha parecido a sua pergunta, ele tentou concertar. – Eu nem te vi. – Ele riu forçado.
- Eu e estávamos na praia. – Eu apontei com a cabeça em direção ao caixa. estava olhando tudo de longe, preocupado. – Nós paramos aqui pra comer. – Eu expliquei, vendo Amber virar-se para trás e acenar para . Amber está perdendo a noção de perigo. Está doida pra usar o planinho de saúde dela, né?
- Senta aqui. – sorriu, tentando me acalmar indiretamente.
- Não, imagina. – Eu continuava com aquele sorriso falso, apenas esperando a hora certa de atacar. – Eu não quero estragar essa linda reunião de amigos. – Eu encarei , que sorriu, sem jeito. Ele já sabia o que viria a seguir. Ele estava ferrado!
- Então porque ainda está aqui? – Amber disse, quase rindo da minha cara. Olhei pra ela e sorri com superioridade.
- Sabe o que é? – Eu fingi estar empolgada. – Eu estava tão curiosa que tive que vir perguntar. – Eu a encarei e ela já me olhava, séria. Sabia o que estava por vim. – Um copo de água foi suficiente pra você se afogar ou da próxima vez devo usar dois copos? – Eu sorri, falsamente. Amber cerrou os olhos e suspirou, furiosa. Eu voltei a encará-la, mas dessa vez de forma séria. – Não brinca comigo, garota. – Eu a ameacei e sorri, voltando a olhar pro e depois pra .
- , calma. – pediu, não por causa da Amber, mas por causa dele. Ele sabia que a qualquer momento aquela bomba-relógio estouraria em suas mãos.
- Calma? – Eu quase ri. – Eu estou calma. Porque eu não estaria, certo? – Eu continuei dando uma de cínica. – tentou me convencer a não vir aqui. Acho que ele estava com medo que eu descobrisse algo que não devia. – Eu continuei sendo hipócrita.
- Você devia escutá-lo da próxima vez. – disse, séria.
- Agora não, . Estou falando com os outros amigos ingratos agora. – Eu nem olhei pra ela ao responder. Tenho certeza que ela ficou bastante irritada. Sabe o que é melhor? Eu não me importo.
- .. – fez uma cara triste e negou com a cabeça.
- Então eu pensei: ‘Porque eu vou fingir que não vi os meus amigos? É claro que eu vou falar com eles. É claro que eles não estão escondendo nada de mim.’ – Eu olhei nos olhos do . – Porque são isso que os melhores amigos fazem não é, ? Eles não guardam segredos uns dos outros. – Eu não consegui mais manter o sorriso no rosto por causa da minha raiva.
- Eu ia contar... – me olhou com tristeza.
- Pra que? – Eu quase sorri. - Porque você deveria me contar? Porque eu merecia saber disso, não é? Eu sou só sua... – Eu ia dizer ‘melhor amiga’, mas eu não sabia se aquele posto ainda era meu. – Eu não sei o que eu sou. – Eu neguei com a cabeça, rindo. Sim, eu estava rindo para não chorar.
- É claro que você sabe! – olhou pra mim, sério. – Você é a minha melhor amiga. Você sabe disso. – Ele estava achando um absurdo eu duvidar daquilo.
- Não! – Eu disse do jeito mais sério do mundo. até se assustou. – Você não sabe o que isso quer dizer. – Eu apontei pra ele, olhando-o com raiva. – Nenhuns de vocês sabem. – Eu olhei para , e . Finalmente olhei pra Amber e forcei um sorriso. – Menos você, não é? Você sim é uma melhor amiga verdadeira e fiel. – Eu me referia à amizade dela e de . – Com os métodos que você usa, é impossível que fosse diferente. – Eu disse, sarcástica.
- Pelo jeito ele já falou com você. – Amber riu da minha cara, como quem dissesse ‘Se ferrou, vai ter que continuar me aturando como melhor amiga dele.’
- É claro que ele falou. – Eu não achei a menor graça. – Espero que a amizade de vocês não termine de um jeito tão triste como da outra vez. – Eu disse, fingindo estar triste, mas eu ainda tinha um sorriso básico no rosto.
- O que você quer dizer? – Ela arqueou a sobrancelha, começando a ficar irritada.
- Estou querendo dizer que eu realmente sinto muito por ter acabado daquele jeito. Quer dizer, você não pode me culpar por aquilo, certo? – Eu fiz cara de dúvida.
- Não estou entendendo aonde você quer chegar. – Amber fez careta, como se eu estivesse falando a coisa mais sem sentido do mundo.
- Lembra daquela época que você gosta tanto de lembrar? – Eu olhei pra ela. – Aquela em que eu ignorava o e você fazia tudo por ele? – Eu perguntei e ela continuou me olhando. – Ele terminou com você por minha causa, mesmo quando eu nem me importava com ele. – Eu disse e sorri. – Espero que não guarde ressentimentos disso. – Eu fiz bico e ela suspirou, se segurando.
- Eu não guardo. – Ela tentou sorrir.
- Eu admiro isso, já que não deve ter sido nada fácil ver o cara que você ama jogando tudo o que vocês tinham fora pra se arriscar com alguém com quem ele não tinha absolutamente nada. – Eu disse, dessa vez com um enorme sorriso. Amber ameaçou se levantar para me enfrentar, mas a segurou.
- Dá pra vocês pararem? – pediu, irritado.
- Eu não entendo. Porque você não está defendendo ela? – Eu apontei pra Amber. – Que tipo de melhor amigo você é? – Eu perguntei, cerrando os olhos em sua direção.
- Nossa, ! Precisa fazer tanto drama por causa de um segredo? – rolou os olhos.
- Drama? – Eu sorri fraco. – Você adora subestimar os segredos, né? Você acha que eles são só segredos e que não machucam ninguém, não é? – Eu estava dando indiretas sobre o envolvimento dela no término do namoro de e Amber. Ela ainda escondia isso de Amber. – Não me surpreende vindo de você. – Eu a olhei com desgosto e ela ficou séria, sabendo do que eu estava falando.
- Desde quando você se tornou tão baixa? – negou com a cabeça, me olhando com cara de nojo.
- Não é ser baixa, é não ser idiota. Eu deixei de ser a amiga idiota! Aquela que faz tudo pelos amigos e não recebe nada em troca. – Eu olhei pra . Ela sabia o que eu sentia em relação a Amber, então ela fazia ideia do quanto eu estava magoada.
- ... – me chamou, demonstrando-se arrependido.
- Deixa nós explicarmos, . – pediu, ainda com uma expressão de tristeza.
- Não. – Eu dei alguns passos pra longe da mesa. – Eu já cansei de passar por isso. – Eu olhei de forma decepcionante para e . – Eu vou embora. – Eu virei às costas e engoli o choro até eu chegar em , sentindo meus olhos começarem a lacrimejar. Eu estava orgulhosa de mim mesma. Pela primeira vez eu consegui demonstrar a minha decepção através de duras palavras ao invés de lágrimas. Cheguei em frente ao . Ele me olhava de forma aflita, sem saber o que havia acontecido.
- Me dá a chave do carro? Eu vou te esperar lá. – Eu abri uma das mãos, esperando a chave. Ele me olhou, preocupado.
- Tudo bem? – Ele queria saber o que havia acontecido.
- Está. – Eu forcei um sorriso, apenas para não preocupa-lo. Ele me entregou a chave e eu selei os lábios dele rapidamente, me afastando em seguida. Passei pela porta, andando rapidamente. Eu não queria que ninguém viesse atrás de mim, mas eu sabia que alguém viria. Aumentei a velocidade dos meus passos e cheguei ao carro de .
- ! – gritou da porta do restaurante. Eu nem olhei pra trás, apenas abri a porta do carro e entrei. Passei a mão pelo meu rosto, exausta com todos aqueles problemas, aquelas traições que estavam vindo de todos os lados. Eu suspirei e passei uma das minhas mãos pelos meus olhos, secando as lágrimas que começavam a surgir lá. Não, eu fui forte até agora. Eu não vou ceder agora!

estava se aproximando cada vez mais. Ele estava sozinho. já devia ter feito a cabeça de contra mim também. estava chegando e eu não sabia o que fazer. Eu não queria conversar agora, porque eu sei que faria papel de idiota, eu demonstraria fraqueza. Ele não merece nem o meu sofrimento. Ele já estava há alguns passos do carro, quando eu travei a porta do carro por dentro. Ele tentou abri-la umas 3 vezes e não conseguiu.

- , por favor! Vamos conversar! – falou, me olhando através do vidro do carro. Eu nem olhei pra ele. Cruzei os braços e continuei olhando pra frente. Ele viu que eu nem me movi e começou a entrar em desespero. – ! – Ele gritou, batendo na janela do carro. Eu novamente não respondi. negou com a cabeça, não se conformando com o que estava acontecendo.
- Merda! – Ele suspirou, se afastando um pouco do carro, sem saber o que fazer. Viu saindo pela porta do restaurante e correu até ele. – , ! – Ele gritou, enquanto se aproximava do amigo.
- O que aconteceu? – perguntou, carregando os lanches nas mãos.
- Convence ela a me ouvir! – pediu, sem explicar nada.
- Calma, cara! – olhou pro amigo, vendo o seu desespero.
- Ela está brava comigo, . – falou rápido. – Ela nunca vai me perdoar. Eu tenho que falar com ela. – sabia o quanto o envolvimento da Amber nessa história piorava tudo.
- Eu não sei o que eu posso fazer pra ajudar. Eu... – olhou pro de forma confusa. – Eu vou tentar. – começou a andar em direção ao carro. o acompanhou. Chegaram no carro e olhou pro , sério. – Espera aqui. – pediu, dando a volta no carro, parando em frente à porta do motorista. Ele bateu no vidro e eu olhei para ver se era ele mesmo. Me estiquei e destravei a sua porta e ele a abriu. Ele não entrou no carro, apenas agachou e me entregou os lanches. Eu peguei sem dizer nada e ele continuou me olhando.
- O que? – Eu perguntei, depois que notei ele me observar por um tempo.
- O quer falar com você. – Ele disse em um tom baixo.
- Eu sei. – Eu deixei de olhá-lo. – Eu não me importo. – Eu disse, sem expressar sentimento algum. Eu ainda estava me segurando.
- Eu sei que se importa. – me olhou com um olhar compreensivo.
- Eu não me importo mais. – Eu repeti, negando com a cabeça. – Dói muito se importar. – Eu estava sendo mais fria do que jamais fui. Estava sendo forçado, eu sei, mas não era sempre que eu conseguia.

levantou a cabeça, olhando pro . Ele negou com a cabeça, demonstrando que não estava conseguindo me convencer a ter aquela conversa. encarou , pensativo. Não sabia mais o que fazer ou como falar comigo. Tentaria a sua última opção.

- É isso o que ela faz, né? – gritou para que eu pudesse ouvir. – Ela dá uma de durona, mas na hora da conversa ela foge! Ela fala o que tem que falar e sai correndo, porque não consegue ouvir a resposta. – gritou e fez careta como quem dissesse: ‘Ta maluco?’. abaixou a cabeça novamente para me olhar.
- Esse idiota está tentando me manipular? – Eu revirei os olhos e quase riu.
- É o que parece. – fez careta e voltou a olhar pro , negando com a cabeça, apenas para mostrar que também não havia funcionado. se revoltou de vez. Ele andou até a frente do carro, que era a direção em que ele sabia que eu estava olhando.
- Você não é durona? Vem aqui me enfrentar então! – gritou, abrindo os braços. – Vem aqui descontar a sua raiva em mim. ANDA! – continuou gritando em tom de provocação. Ele estava me irritando. Eu sabia que ele estava apenas tentando me fazer ir falar com ele, mas ele estava me tirando do sério! Eu o encarei, ainda de dentro no carro. Eu queria estapeá-lo e xingá-lo de todos os palavrões existentes. Eu destravei a porta do carro e sai, quase quebrando a porta de tanta raiva.
- VOCÊ QUER CONVERSAR? – Eu gritei, indo na direção dele. – Eu vou conversar com você! – Eu cheguei na frente dele e comecei a estapeá-lo em forma de desabafo. – SEU IDIOTA. – Eu continuei estapeando ele, enquanto ele se defendia com as mãos. Eu senti o braço de fazer a volta em minha cintura e me puxar pra trás.
- Hey! Espera, fica calma. – disse perto do meu ouvido. – Tudo bem. – Ele sussurrou, enquanto eu fuzilava com o olhar. Eu respirei fundo e continuei olhando pra ele. – Pode me soltar. Eu vou me controlar. – Eu pedi e rapidamente me soltou. Ele acreditava em mim.

sabia o que eu estava passando. É como se toda essa coisa da Amber estivesse se acumulando todo esse tempo e agora eu havia chego no limite. Ter a minha amizade com o meu melhor amigo abalada foi a gota d’água. Ver o meu melhor amigo preferindo ela, me levou ao desespero. Toda a raiva que eu reprimi todo esse tempo seria extravasada agora.

- Você não podia ter feito isso comigo! – Eu voltei a olhá-lo com toda a raiva do mundo. – Você não.. – Eu neguei com a cabeça, sem conseguir terminar a frase com tanta raiva que eu estava.
- Com o que você exatamente está brava? – também parecia irritado. – Com o fato de eu não ter te contado ou por eu ter contado primeiro pra Amber? – me olhou, sério.
- Brava? – Eu quase sorri. – EU ESTOU BEM MAIS DO QUE BRAVA. Você estragou com tudo! – Quando eu percebia que eu estava gritando, eu tentava me conter. Eu estava revoltadíssima!
- Você não respondeu a minha pergunta! – me enfrentou. – PORQUE VOCÊ ESTÁ BRAVA? – gritou. Quem que esse viado acha que é pra gritar comigo?
- PORQUE EU ESTOU BRAVA? – Eu sorri, sarcasticamente. – Quem foi que ouviu você falar todos esses anos sobre a ? Quem foi que nunca deixou você desistir dela, depois de uma briga de vocês? Quem foi que te incentivou? Quem foi quem te aconselhou todos esses anos? – A cada pergunta eu dava um passo na direção dele. Parei na frente dele e olhei em seus olhos. – FUI EU! SEMPRE FUI EU! – Eu bati no peito. A cara de bravo de desapareceu. Havia tristeza em seus olhos. – E sabe por quê? – Eu perguntei retoricamente. – Porque EU ME IMPORTAVA! Porque eu sempre notei o jeito que os seus olhos brilhavam quando você via ela! Por que... eu era a sua melhor amiga. – Eu continuei olhando seus olhos com raiva. Eu nem acredito que estava conseguindo dizer isso sem chorar.
- Você é a minha melhor amiga. – afirmou, passando as mãos pelos olhos. Acho que ele sentiu que as lágrimas estavam rondando a região.
- Não. Para! – Eu neguei com a cabeça.
- Eu não pensei em nada disso! Eu não... estava pensando. – disse como se odiasse a si mesmo.
- Exatamente! Deveria ser involuntário! É isso o que quer dizer ser melhor amigo de alguém! Quando alguma coisa acontece, seja boa ou ruim, a primeira pessoa que vem em sua cabeça, a primeira pessoa pra quem você pensa em ligar é pro seu melhor amigo. Porque você sabe que independente do que aconteça, ele vai estar do seu lado. – Eu disse, voltando a sentir o meu lado emotivo transparecer. – Eu não fui essa pessoa. – Eu reassumi o controle. – Não foi em mim que você pensou, ! – Eu afirmei, sentindo o choro descer pela minha garganta. Eu estava engolindo tudo aquilo.
- Você não sabe do que está falando. – negou com a cabeça com os olhos cheios de lágrimas.
- A única coisa que eu sei é que não foi pra mim que você quis contar o melhor acontecimento da sua vida. Não foi pra mim que o seu maior sonho havia se realizado. – Eu sentia um nó na garganta, que não me deixava nem falar direito. – FOI PRA AMBER! – Eu gritei com a raiva no limite.
- Você também não me contou sobre você e o ! – Ele finalmente achou algo que pudesse salvá-lo.
- Eu não contei pra ninguém. foi a primeira a descobrir, mas não era a primeira que eu queria que soubesse. Não era para as minhas 3 melhores amigas, não era o meu irmão e nem pra minha mãe. Era pra você! – Eu disse e ele se sentiu ainda pior.
- Eu só faço merda. – disse pra si mesmo em um tom quase inaudível.
- Tinha que ser ela, ? – Eu olhei pra ele, desapontada. – Podia ser a , podia ser o ou o meu irmão, mas a Amber? – Eu conseguia ver as lágrimas nos olhos dele. – O que ela já fez por você? Porque logo ela? – Eu perguntei, sem entender. – Porque você tinha que trair a nossa amizade por causa daquela garota? Quem te deu esse direito? Quem deu esse direito a ela? – Meu corpo explodiria a qualquer momento com tanta pressão que eu estava fazendo pra suportar tudo aquilo.
- Eu não queria te magoar. Eu não queria que você se sentisse traída por mim. – Ele se aproximou e eu me afastei. – Eu sinto muito. – Ele abaixou a cabeça.
- Mais alguma coisa? – Eu precisava ir embora dali.
- Tem algo que eu possa fazer pra concertar? – Ele perguntou, passando as mãos pelos olhos, secando as lágrimas que haviam lá.
- Não. – Eu deixei de olhá-lo por poucos segundos, encarando o chão. – Só me deixa em paz, ok? – Eu pedi, passando uma das mãos pelos meus cabelos. – Eu quero que você e a sejam muito felizes. – Eu comecei a respirar mais rápido, porque eu sabia que não aguentaria segurar tudo aquilo dentro de mim por muito tempo. – E seja um bom amigo pra Amber, ok? – Dizer isso foi a mesma coisa que ter arrancado meu coração com as próprias mãos. Eu queria dizer mais coisas pra ele, mas eu precisava sair dali. Eu virei de costas e vi encostado no capô de seu carro com os braços cruzados, observando a conversa de longe. Quando ele viu eu me aproximar, ele foi até a porta do passageiro abrir a porta pra mim.
- EU VOU TE PROVAR QUE VOCÊ AINDA É A MINHA MELHOR AMIGA. – Ouvi gritar, enquanto eu entrava no carro. – Você vai ver. – Ele não conseguiu gritar, porque as lágrimas o impediram.

Eu e crescemos juntos. Nós sempre fomos melhores amigos. Nos entediámos como ninguém. Ele sempre sabia o que eu estava pensando e eu também sabia o que ele pensava. Nós sempre fizemos muito um pelo outro. Nos conhecíamos muito bem. Ter aquela conversa e não ter visto nenhuma lágrima escorrer pelo meu rosto significava pra ele que as coisas estavam muito ruins. Significava que a minha raiva era maior do que qualquer outro sentimento que eu tinha por ele. sabia que eu estava magoada e ele sim fazia ideia do tamanho da minha decepção, porque ele viu o que eu sofri a minha vida toda por causa da Amber. Ele foi o que mais viu de perto o jeito que eu ficava quando ela chegava na cidade. sabia disso, ele sabia o quanto isso foi ruim na minha vida e ele foi contar tudo aquilo logo pra ela! Pra Amber! observou o carro sair do estacionamento do restaurante e se afastar.

não havia dito nada desde que havia entrado no carro. O silêncio reinava e tinha medo de dizer qualquer coisa. Ele estava sentindo toda aquela pressão dentro de mim, ele me conhecia. sabia que eu estava prestes a explodir. Ele queria que eu fizesse isso sozinha. Ele queria que eu mesma decidisse a hora explodir. Eu percebia ele me olhar, enquanto ele dirigia.

- Tudo bem? – perguntou, me olhando. O farol estava fechado.
- Está. – Eu menti novamente pra ele e pra mim mesma. Tinha algo dentro de mim, me sufocando, acabando com as minhas forças. Parecia que todo aquele peso de ter perdido a amizade de , e tinha vindo de uma vez só.

Chegamos em minha casa. O lanche estava no banco traseiro e eu não estava com a mínima fome. O carro parou e eu desci rapidamente. me observou, pegando o lanche o mais rápido que consegui no banco traseiro do carro e depois trancando o mesmo. Ele acelerou o passo, mas não conseguiu me alcançar. Eu abri a porta e esbarrei em que descia as escadas. Ele me olhou subir as escadas daquele jeito e depois olhou pro , percebendo a expressão de tristeza em seu rosto.

- O que aconteceu? – perguntou, descendo o último degrau e ficando de frente pro .
- Ela e o brigaram. – foi breve. – Ela não está nada bem. – adicionou, colocando os lanches sobre a mesa. ficou imediatamente preocupado.

Eu cheguei em meu quarto e finalmente pude respirar normalmente. Joguei a minha bolsa de qualquer jeito sobre a cama. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas e a dor que eu achei que sumiria no momento em que eu pudesse respirar novamente não foi embora. Ela estava ainda maior agora. Ela estava me sufocando e eu não estava conseguindo fazê-la parar. Eu tentava respirar com mais intensidade e todo o ar que eu puxava pra dentro de mim parecia ser dor. Eu passei uma das mãos pelo cabelo, sem saber o que fazer. Eu ainda não estava chorando, mas era o que eu mais queria. A raiva ainda parecia estar segurando tudo aquilo dentro de mim. Eu olhei por todo o meu quarto, sem saber como fazer aquela dor parar. Encarei o meu armário e paralisei por um tempo. Parecia o certo a se fazer.

- ... – Ouvi a voz de , mas isso não me impediu de ir até o meu armário e abrir as portas dele com agressividade.
- Espera, o que você está fazendo? – fez cara de confuso, me observando.
- Eu cansei... – Eu comecei a mexer em minhas roupas e comecei a tirar algumas peças de roupas e jogá-las sobre a minha cama. – Eu não quero mais nada disso na minha vida. – Eu comecei a pegar fotos e papeis que estavam no fundo do meu guarda-roupa e jogá-las no chão.
- Para, . – disse, assim que eu virei de costas pro guarda roupa. – Está tudo bem. – disse, tentando se aproximar.
- NÃO! NÃO ESTÁ! – Eu gritei, empurrando ele pra longe de mim. Meus olhos estavam transbordando lágrimas, mas eu não as deixava cair. Fui em direção a minha cama e me sentei ao lado das roupas que eu havia jogado ali. Eram roupas que eu havia ganhado de presente de todos eles. Eram roupas que me faziam lembrar deles, os meus amigos. Eu comecei a rasga-las com uma raiva que parecia não caber em mim. – Eu não quero mais isso. – Eu disse, rasgando peça por peça. A blusinha que havia me dado, o vestido que comprou porque tinha achado a minha cara, a camiseta do time de futebol da escola que havia mandado fazer especialmente pra mim.
- , para com isso! Você está me deixando preocupado. – sentou em minha frente na cama.
- Não fique! Faça como eles! – Eu disse, terminando de rasgar a última peça. – Pare de se importar comigo. – Eu olhei pra ele e vi seus olhos tristes me encararem. Eu me levantei da cama, me jogando no chão em frente aos papeis e fotos que eu havia tirado de dentro do meu guarda-roupa.
- , não. – pediu, antes que eu começasse a rasgar as cartas que e viviam me mandando quando estávamos na 5° série. Nelas nós dizíamos que seriamos amigas para sempre e que nunca íamos nos separar. Esse era um costume nosso. Nós ficávamos trocando cartinhas de amizade.
- Eles não se importam mais! – Eu disse, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eu já não conseguia dizer tudo aquilo com a raiva que eu queria. – Eu perdi as minhas amigas, o meu melhor amigo... – Eu parei e olhei pra uma foto minha e da . – Porque eles não se importam mais comigo. – Toda a minha dor e raiva viraram desespero. O meu choro aumentou. Olhei pro chão e vi a corrente que havia me dado, que dizia ‘Melhores Amigos’ e era dividida em dois corações. Metade estava com ele e a outra estava comigo. Ela estava em minha mão agora e eu comecei a chorar mais alto e de forma mais dolorosa. Eu a apertei e a olhei por um tempo em minhas mãos. – Eles não precisam mais de mim. – Eu disse chorando mais do que nunca. Coloquei as mãos em meu rosto e continuei chorando daquele jeito que também fazia doer em e .
- .. – chamou o amigo e o olhou. Os olhos de estavam cheios de lágrimas e apontou pra mim com a cabeça. Ele queria que fosse até ali me ajudar.

engoliu o seu choro. Ele não queria fazer com que eu me sentisse ainda pior. Deu alguns passos em minha direção e se ajoelhou em minha frente. Tirou as minhas mãos do meu rosto e o encarou, vendo toda aquela dor e lágrimas se misturando.
- Para de chorar, amor. – Ele pediu daquele jeito todo carinhoso. – Eu estou aqui com você. Eu não vou deixar mais ninguém te machucar. – Ele se aproximou, colocando minha cabeça sobre o seu peito e me abraçando.
- Eu não sei mais como ser forte. – Eu disse, ainda chorando desesperadamente. – Eu não sou forte pra lidar com tudo isso. – Eu passei meus braços em torno dele e o abracei o mais forte de consegui. Apertei a sua blusa, enquanto sentia as mãos dele subirem e descerem pelas minhas costas. – Eu não consigo ser forte. – Eu disse entre soluços. – Eu não consigo. – Eu repeti, fechando os olhos, querendo fazer com que toda aquelas lágrimas parassem de sair dos meus olhos. ficou um tempo me abraçando e quando ele descolou os nossos corpos era pra ele poder olhar em meu rosto. Ele me olhou e tirou algumas mexas de cabelo que estava grudadas em meu rosto por causa das lágrimas. sorriu de forma fraca e nem deixou os dentes a mostra.
- Tudo bem não ser forte ás vezes. – Ele negou com a cabeça com aquele mesmo sorriso. Eu engoli o choro e respirei com calma, querendo me acalmar. – Eu vou ser forte por você, ok? – acariciou o meu rosto e passou os dedos embaixo dos meus olhos, secando as lágrimas que haviam lá. – Eu não vou deixar mais nada de ruim acontecer. – Ele disse e se aproximou, beijando calmamente e minha testa. Eu fechei os olhos e passei meus braços em torno dele, demonstrando o quanto aquilo estava me ajudando.
- Obrigada. – Eu disse, ainda sem abrir os olhos. Toquei o rosto dele e trouxe o rosto dele pra baixo e assim que percebi que seus lábios estavam na frente dos meus, os selei. – Obrigada por tudo. – Eu disse, depois de descolarmos os nossos lábios. Olhei os olhos dele e descobri um verdadeiro motivo para ser forte. Eu ainda respirava de forma rápida, porque eu ainda estava me acalmando, mas as lágrimas ao menos haviam desaparecido.
- ? – se agachou ao meu lado. Eu olhei pra ele e ele sorriu. – Nunca mais faça isso de novo. – Ele pediu um pouco mais sério. – Você me assustou. – disse e eu quase sorri.
- Me desculpa. – Eu olhei pra ele.
– Vem, levanta. – Ele se levantou e estendeu a mão em minha direção. Eu a segurei e ele me puxou. – Vem você também, . – Ele fez voz fina e manteve a mão esticada em direção ao . Ele riu e negou com a cabeça.
- Sai fora! – se levantou sozinho e gargalhou. Eu nem dei muita atenção para o que eles estavam falando. Estava olhando pra minha cama, que estava cheia de roupas rasgadas. também olhou pra cama e soube o que deveria fazer.
- Eu vou levar isso pra baixo. – se aproximou da cama e pegou toda a roupa que eu havia rasgado e saiu do quarto, deixando eu e sozinhos.
- Escuta... – disse, tocando as minhas costas. Eu me virei para olhá-lo. – Nós podemos falar sobre isso? – Ele perguntou, não querendo ser inconveniente.
- O que você quer saber? – Eu não me importei, mas eu tinha medo que ele dissesse algo sobre a Amber. Algo pra defender ela.
- Eu entendo sobre a e o , mas... – fez cara de dúvida.
- A ? – Eu deduzi e ele afirmou com a cabeça. – Ela preferiu ficar do lado da Amber. – Eu suspirei. – Ela não atura o fato de eu odiar a prima dela. Ela começou a me tratar mal e nós brigamos. – Eu resumi tudo de uma vez.
- Eu sabia... – negou com a cabeça, fazendo careta. – Ela não sabe o que está fazendo. – analisou, irritado.
- Deixa pra lá, . – Eu neguei com a cabeça, olhando ele de perto. – Eu não me importo mais, lembra? Não mais. – Eu me aproximei e selei os seus lábios rapidamente.
- Você está bem agora? – perguntou, depois que descolamos os nossos lábios. Ele ainda parecia preocupado.
- Eu acho que sim... – Eu tentei sorrir. – Você tem essa habilidade de fazer as coisas ficarem bem. – Ele sorriu ao me ouvir dizer aquilo. Selou os meus lábios mais uma vez.
- Eu não quero mais ver você daquele jeito, ok? – Ele disse, observando o meu rosto. Colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.
- Certo. – Eu sorri apenas por perceber a preocupação dele comigo. Eu me afastei dele e me agachei para pegar aqueles papeis e fotos no chão. – Eu fiz uma bagunça. – Eu fiz careta. Não, não foi nada legal pegar aquelas coisas que antes eram boas lembranças pra mim.

me ajudou a pegar as coisas. Ele separou as fotos que eu não havia rasgado e as guardou em uma das gavetas do meu criado mudo. Eu separei o que eu havia rasgado para jogar no lixo depois. A única coisa que havia restado no chão era a corrente de . Eu a peguei e a observei por um tempo. Eu estava me lembrando de quando ele havia me dado. Foi mais ou menos na 6° série. me observou enquanto eu encarava aquela corrente. Eu a olhei pela última vez e depois olhei pro , esticando a minha mão.

- Pega. – Eu disse e ele nem se moveu. Não entendeu o que eu queria que ele fizesse. – Devolva pra ele. – Eu pedi e ele me olhou, impressionado. Não esperava que eu pedisse aquilo.
- Tem certeza? – perguntou, chateado com a situação. Ele sabia o quanto aquela corrente significava pra mim.
- Por favor, pega. – Eu soltei uma parte da corrente, fazendo com que ela se abrisse. a olhou e estendeu a sua mão, colocando-a embaixo da minha. Eu soltei a corrente e ele fechou a mão. Eu me levantei, fingindo pra mim mesma que fazer aquilo não havia sido doloroso.

Não, eu não havia superado aquilo. Esse é o tipo de coisa insuperável. Amor é um sentimento muito poderoso. Você faz as maiores loucuras por ele sem nem perceber, mas apesar disso, você sabe que em alguma hora você vai se machucar. Você ama alguém, sabendo que em alguma hora esse alguém vai te magoar. Amizade? Amizade não. Você espera as melhores coisas de uma amizade. Você espera que aquelas pessoas estejam com você a vida toda e quando você menos espera, elas não fazem mais parte dela. Você nunca está preparado para ser magoado por um amigo, nem pelo melhor deles.

- Eu preciso tomar banho. – Eu voltei a olhar em direção do meu armário.
- Você ainda vai me ajudar com o seu irmão e a ? – perguntou, me observando de costas. Eu pegava a roupa que eu colocaria depois do banho.
- Claro. – Eu olhei rapidamente pra trás. – Eu vou estar melhor depois do banho. – Eu afirmei, fechando a porta do guarda-roupa.
- Eu vou te esperar lá embaixo então. – apontou pra porta atrás dele.
- Está bom. Daqui a pouco eu desço. – Eu avisei e ele sorriu, afirmando com a cabeça. Pegou os papeis resgados no chão. – Vou jogar isso. – Ele voltou a se levantar, se afastando e saindo do meu quarto.

Fui pro banho e aproveitei para pensar um pouco, como eu costumo fazer. Apesar de tudo o que eu fiz e de como eu havia me sentido há minutos atrás, eu não podia continuar daquele jeito. Não só por mim, mas pelo . Ele não gostava de me ver assim e eu não podia arruinar os nossos últimos dias por causa daquelas pessoas que nem mereciam o meu tempo. Eu me esforçaria a partir de agora para não deixar que eles me atingissem, pra não deixar nada estragar esses últimos dias com o .

HORA DE MUDAR A MÚSICA:



Sai do banho e fui direito trocar de roupa. Já coloquei a roupa (VEJA AQUI)que usaria para ir ao parque com e dali algumas horas. Deixei o cabelo (ainda molhado) solto. Desci as escadas com um humor totalmente diferente. estava na sala com . Eles estavam jogando um jogo de videogame qualquer.

- Hey... – Eu disse, chegando na sala. Eles me olharam, vendo que eu estava com a cara melhor. sorriu, satisfeito.
- Hey linda! – O sorriso de aumentou. Eu andei até ele e me sentei ao seu lado. Um dos braços dele passou em volta de mim, me puxando pra mais perto dele. Selei os lábios dele rapidamente, porque o estava ali. Olhamos pro , que estava fazendo cara de nojo.
- O que foi, cara? – quase riu.
- Nada. – Ele riu e negou com a cabeça. – Subiu um vomitinho, mas eu to legal. – sorriu.
- Vai aprendendo... – Eu disse rindo e fez cara feia e negou com a cabeça. – Onde estão a mãe e o pai? – Eu perguntei, percebendo que só havia nós ali.
- Eles foram ver alguma sobre a sua casa em Nova York. – não sabia muitos detalhes.
- Ahn é! Eles me falaram sobre isso. – Eu me lembrei vagamente da minha mãe ter me dito algo sobre isso.
- Então, o que vamos fazer? – se referiu ao nosso plano dele reconquistar a .
- Nós tivemos uma ideia. – explicou.
- Envolve um motel? – perguntou, sério.
- Não. – Eu arqueei a sobrancelha.
- Cama? – deu um sorrisinho.
- Também não. – forçou um sorriso.
- Droga! – disse, desapontado.
- É um encontro romântico, lembra? Não uma refilmagem de American Pie. – disse e fez cara de insatisfeito.
- Certo. Qual é o plano? – disse, sabendo que odiaria o que ouviria. – Só pra deixar claro que fazer serenata, pular de paraquedas e cantar ao vivo está fora de cogitação. – já logo avisou.
- Não tem nada de errado com a última opção. – Eu olhei com cara feia.
- Tem muita coisa errada nisso pra mim, querida. – sorriu com sarcasmo.
- Nós pensamos em um jantar. – estava ficando de saco cheio e foi direto ao assunto.
- Jantar? – fez cara de pensativo e afirmou com a cabeça, demonstrando que não era tão ruim.
- Um jantar duplo. – explicou.
- Jantar duplo? – arregalou os olhos. – O que? A vai levar uma amiga? – sorriu, empolgado. – Não brinca com os meus sentimentos desse jeito, cara. – riu.
- Não, idiota. – Eu revirei os olhos, segurando a risada. estava tendo ataques de risos do meu lado. – Eu e também vamos no jantar para te ajudar. – Eu expliquei de uma vez.
- A minha ideia foi bem melhor. – fez careta.
- Nós vamos pra te dar uma ajuda. Sem que a perceba, é claro. – deu mais detalhes.
- Quando vai ser isso? Hoje tem a festa dos alunos. – lembrou. Tinha até se esquecido.
- É mesmo.. – também havia se esquecido.
- Vamos pra festa depois. – Eu dei a ideia.
- Você vai querer ir? – estranhou. Achou que depois do que aconteceu hoje, eu quisesse evitar encontrar todos.
- Claro. Você é o capitão do time, certo? Você não pode faltar e eu vou te fazer companhia. – Eu sorri e me olhou, comovido.
- Sério? – me olhou com um sorriso bobo.
- Dá pra focar em mim? – disse, impaciente. Eu e olhamos pro , irritados.
- Ta bom! Vamos começar logo isso. – se levantou do sofá.
- Espera. A já sabe desse jantar? – perguntou, se levantando.
- Eu vou ligar pra ela. – Eu avisei, mostrando o meu celular.
- Então liga logo. Se ela não aceitar ir, eu nem preciso aprender essa coisa ridícula. – cruzou os braços me olhando. Eu ri, negando com a cabeça. Digitei o telefone e escutei ele chamar algumas vezes.
- Oi ! – me atendeu, toda amorosa. Nem parecia a mesma garota da noite retrasada.
- ! – Eu olhei pro , ele estava sorrindo pra mim.
- Como você está, gata? – perguntou.
- Estou bem e você? – Eu também perguntei.
- Também. – Ela respondeu. – O que está rolando? – queria saber o motivo de eu ter ligado.
- Na verdade, é o que vai rolar. – Eu ri, fazendo careta. Não sabia se ela aceitaria.
- Como assim? – Ela não entendeu.
- Vamos sair pra jantar hoje? – Eu olhei pro e ele parecia aflito.
- Mas hoje não é a festa da escola? – fez careta. Não queria perder a festa da escola. Era sempre muito boa, ainda mais agora que nós éramos os veteranos.
- Sim, mas vamos jantar antes e depois vamos pra festa. – Eu expliquei.
- Ahn, então pode ser! – sorriu, achando a ideia ótima. – Quem vai? – Ela perguntou e eu fiz careta.
- Eu, você, o e... o . – Eu escutei o telefone ficar em silêncio por um tempo.
- Como um encontro duplo? – arqueou a sobrancelha.
- Ele quer uma chance pra acertar as coisas com você, . – Eu abri o jogo de uma vez. revirou os olhos.
- Eu já dei milhões de chance. Estou dando desde que começamos a ficar juntos! – disse, irritada.
- A última! Eu não estou pedindo pra você aceita-lo de volta. Estou pedindo pra você dar a ele mais uma chance de lutar por você. – Eu disse, tentando comovê-la.
- Eu não sei.. – realmente estava indecisa.
- Por favor, por mim! – Eu implorei. – Se der errado, você pode ficar brava comigo! – Eu estava mesmo me esforçando.
- Ok! Ok! – suspirou e logo depois sorriu. – Vamos fazer isso. – Ela riu.
- Ótimo! – Eu afirmei com a cabeça, demonstrando pro que ela havia aceitado. começou a dançar pela sala. – Ele passa te pegar ás 21hrs, certo? – Eu perguntei.
- Tudo bem. – Ela sorriu. Apesar de tudo, ela estava empolgada. Ela ainda amava o e agora ele parecia estar dando o valor que ela sempre mereceu receber. – Beijos, até mais tarde. – Ela disse, antes de desligar.
- Beijos. – Eu desliguei, olhando pro .
- VOCÊ É FODA! – apontou pra mim.
- Eu sei, querido. – Eu pisquei pra ele.
- Certo, vamos começar logo com isso, porque daqui a pouco nós temos que sair com a minha irmã. – olhou pra mim, querendo que focássemos no que realmente era importante. O jantar não adiantaria de nada se não soubesse como ser romântico.
- Beleza, vamos começar com essa coisa ridícula logo. – olhou pro , mostrando-se pronto.
- Antes, eu tenho que fazer algumas perguntas. – ficou de frente pro . Eles estavam de pé e eu ainda estava sentada no sofá.
- Ok, então faça. – o olhou, sério.
- Quantas vezes por dia você dizia pra ela que você a amava? – perguntou, sério.
- Está falando sério? – arqueou a sobrancelha.
- Estou. – arqueou a sobrancelha.
- Por quê? Quantas vezes por dia você fala pra minha irmã? – olhou pra mim e depois voltou a olhar pro . Eu e nos olhamos, pensativos. Nunca paramos pra contar. fez cara feia. – Não, não. Esquece! Eu nem quero saber! – sabia que o número de vezes seria mais do que ele pudesse suportar. Eu e rimos.
- Responda pergunta, . – Eu pedi e ele me olhou.
- 3 vezes por semana? – fez careta, sabendo que era muito pouco.
- 3 vezes por semana!? – o olhou, assustado.
- 4 vezes... por semana? – sorriu, tentando melhorar a sua situação.
- Cara... – negou com a cabeça, rindo.
- O que? – não entendeu. – Eu não sou um gravador pra ficar repetindo. Ela já sabe! – disse, achando que aquilo fazia todo o sentido.
- , você tem que lembra-la disso sempre que puder. Mulheres gostam de ouvir isso. Deixa elas mais seguras em relação ao que você sente por elas. – explicou.
- Que coisa mais sem sentido. – revirou os olhos.
- Tudo relacionado as mulheres é sem sentido. Não é pra fazer sentido, é pra ser sentido. – disse, sabiamente.
- Por que elas são tão complicadas? – abriu os braços, indignado.
- Primeira lição: você nunca vai entendê-las. Não tente, finja! – afirmou.
- Ele está certo. Eu não posso negar. – Eu concordei, ainda sentada no sofá.
- Está vendo? – riu, apontando pra mim. – Se eu disser isso pra ela amanhã, provavelmente ela terá outra reação. – continuou rindo e também riu.
- Sim, nós somos um pouco instáveis. Ainda mais se estivermos na TPM. Qualquer coisa pode dos ferir e magoar. – Eu revirei os olhos.
- Independente de qualquer coisa, você tem que demonstrar a elas que você se importa e que entende pelo que elas estão passando. – continuou a sua explicação.
- Sim, mesmo que elas sejam sensíveis, instáveis, choronas... – Eu fui dizendo.
- Reclamonas, depressivas... – continuou dizendo e eu fiz cara feia pra ele.
- Sim.. – Eu concordei, querendo demonstrar que aqueles adjetivos já eram suficientes.
- Chatas, insuportáveis, as vezes irritantantemente sentimentais e... – não pararia de dizer tão cedo.
- Ele já entendeu, ! – Eu disse, séria. olhou pra mim e sorriu, sem jeito.
- Eu nem percebi que eu.. – continuou com aquele sorriso.
- Apenas continue a sua explicação. – Eu forcei um sorriso.
- Ok. – voltou a olhar pro , que estava rindo. – Você precisa dizer essas coisas pra elas por causa desse lado sentimental delas. Elas não são como nós, elas gostam de ver que nós nos importamos. O único jeito de demonstrarmos é através das palavras. – voltou a explicar.
- Entendi. – afirmou com a cabeça. – Toda essa baboseira serve só para aumentar o ego delas e para elas terem certeza de que não vamos trocá-las pela primeira prostituta que passar em nossa frente. – disse como se fosse algo normal. voltou a rir.
- Você entendeu! – deixou passar. Pelo menos havia entendido o sentido de tudo aquilo.
- Ta e o que mais? – queria aprender tudo de uma vez.
- Ser romântico não é só dizer coisas românticas. É um conjunto de palavras e ações. – voltou a explicar.
- Sei.. – fez careta.
- Você tem que ser cavalheiro. – foi direto ao ponto.
- Eu era! – justificou. – Eu sempre abria os refrigerantes pra e sempre deixava ela pegar a comida antes de mim quando íamos nos restaurantes. – tinha orgulho do que estava dizendo. Eu coloquei uma das minhas mãos no meu rosto e neguei com a cabeça.
- , eu estou falando sobre abrir a porta do carro pra ela. – rolou os olhos.
- Eu não entendo isso! Ela tem mãos, não tem? Ela mesma tem que abrir ou vai ficar muito dependente de mim. – disso, sério.
- Você não está fazendo um favor pra ela, você está sendo cavalheiro. – negou com a cabeça.
- Ser escravo, você quer dizer? Elas gostam de nos fazer de escravos também? – olhou pra mim.
- Definitivamente. – Eu quase ri, afirmando com a cabeça.
- Vê-las de empregadas parece muito mais divertido pra mim. Digo, roupas de empregadas são sexy’s, certo? – sorriu pro .
- Com certeza! – concordou, rindo.
- NÃO QUE VOCÊ JÁ TENHA IMAGINADO A MINHA IRMÃ DESSA FORMA, CERTO? – disse em um tom mais alto e havia um sorriso falso em seu rosto.
- Não, não. – riu, sem jeito. – É claro que não. – ficou sério no segundo seguinte.
- Bom. – sorriu, satisfeito. – Então, eu tenho mesmo que ser cavalheiro? – Ele fez careta.
- Sim, abrir a porta do carro e puxar a cadeira para ela sentar no restaurante. – explicou.
- Ta, eu entendi. – Ele suspirou. – O que mais? – queria saber se tinha mais alguma coisa.
- Espera, agora me mostra o jeito que você sorri pra ela. – olhou pro , esperando o tal sorriso.
- O que? – arqueou a sobrancelha.
- O jeito que você sorri pra ela. – repetiu.
- É o jeito que eu sorrio pra todo mundo! – riu, achando que era maluco.
- Sempre tem um sorriso que você dá só pra ela. – explicou.
- Eu não faço ideia do que você está falando, mas se você quiser eu posso te mostrar outra coisa que eu dei só pra ela. – disse, sério.
- Oh meu Deus... – passou a mão pelo rosto, chorando de rir. Eu não conseguia me controlar.
- O que? – não entendeu. – Não... – finalmente entendeu e fez careta. – Eu estou falando dessas flores. – apontou pro vaso de flores que havia em cima de um móvel da sala. – Eu dei um igual a esse pra uma vez. – completou, fazendo cara feia pra mim e pro . – Você está muito safado atualmente. – cerrou os olhos pro .
- Eu? – fingiu estar ofendido.
- Mantenha toda essa safadeza longe da minha irmã. – disse em tom de aviso.
- Não tem safadeza nenhuma. – fez careta, sabia que poderia se meter em problemas se continuasse com esse assunto. - Cara, você vai levar isso a sério ou não? – o olhou, bravo. – Isso é um interesse seu e não meu. Não quer aprender, não aprende. – estava irritado. Estava perdendo o tempo dele para o ficar tirando com a sua cara.
- Ok, ok! Desculpa. – mostrou-se arrependido. – Eu não resisti. – voltou a rir, mas segurou a risada para não deixar mais bravo. – Falar coisas românticas, ser cavalheiro e o que mais? – quis mostrar que queria continuar.
- O jeito que você trata ela. O jeito que você abraça, olha, sorri e beija ela. Tem que ser especial e não a mesma coisa de sempre, não o mesmo jeito que você age com as outras pessoas, porque ela é diferente. – voltou a explicar.
- Certo, eu vou trabalhar nisso. – disse, pensativo. Ele estava memorizando todas aquelas coisas.
- Isso é importante. – Eu concordei.
- Como eu devo olhar pra ela, ? – quase riu, olhando pro .
- Eu não sei... – também riu. – Cada um tem o seu jeito. – Ele completou.
- Como é o seu jeito? – perguntou um pouco mais sério.
- Algo como.. – fez um olhar sedutor. É claro que ele estava brincando. quase riu.
- Cara, da última vez que alguém me olhou assim, eu estava no quarto do e você sabe onde isso terminou. – disse e eu quase morri de tanto rir.
- Vai se ferrar. – disse, não conseguindo controlar a sua risada.
- Eu estou ficando com ciúmes. – Eu disse, ainda rindo.
- E como você abraça ela? – o olhou com um sorriso engraçado no rosto.
- , se você quer um abraço meu é só falar! – abriu os braços e fez cara de nojo.
- Não vai acontecer. – riu, negando com a cabeça.
- Isso geralmente funciona com as garotas. – sorriu pra mim.
- É, funciona.. – Eu ri e pisquei um dos olhos pra ele.
- Certo, eu já aprendi tudo? Onde eu pego o meu diploma? – abriu os braços.
- Diploma? – riu. – Cara, você deve ser o pior aluno de todos. – Ele negou com a cabeça.
- Qual é! Não foi tão ruim assim. – fez careta.
- Você vai ter que provar hoje à noite. – Eu me levantei do sofá.
- Falando nisso, nós precisamos combinar algumas coisas pra nós podermos nos comunicar durante o jantar sem a perceber. – adicionou.
- Eu não sei.. – fez cara de pensativo.
- O pode fazer alguma coisa, algum sinal que só você saiba. Ai você vai perceber que está fazendo ou dizendo algo errado. – Eu também estava pensando em algo.
- Você pode me chutar por debaixo da mesa. – deu a ideia.
- É uma boa ideia. – concordou.
- Vai ser isso então. – finalizou o assunto.
- Não vai esquecer de abrir a porta do carro quando você for busca-la e de puxar a cadeira pra ela sentar no restaurante. – relembrou.
- Não vou esquecer. – revirou os olhos.
- Certo. Podemos ir então? – Eu olhei pro .
- Podemos. Já está quase na hora da minha mãe sair. – colocou a mão no bolso, tirando a chave de seu bolso.
- Vejo vocês ás 21hrs. Onde mesmo? – achou que não se lembrava, mas na verdade ele nem sabia.
- Aquela pizzaria perto da escola, sabe? – disse.
- Na esquina daquele shopping? – estava em dúvida.
- Lá mesmo! – sorriu.
- Vou estar lá. – sorriu pro amigo e depois pra mim.
- Ok, até lá. – esticou o braço e eles fizeram o seu típico toque de mãos.
- Obrigado, cara. – sorriu, agradecido.
- Sempre que precisar, amigo. – também sorriu.
- Capricha no visual, irmão. – Eu pisquei pra ele.
- Está brincando? Quando é que eu não capricho, garotinha? – disse de um jeito engraçado.
- Você sempre arrasa. – Eu disse com um sorriso um pouco mais fraco. Me aproximei e o abracei apertado. – Obrigada por hoje. – Eu disse, me referindo ao modo com que ele havia me apoiado na hora em que eu entrei naquele desespero sem fim. sorriu, comovido com aquele abraço.
- É o meu trabalho, certo? Cuidar da minha irmãzinha pentelha? – disse de forma carinhosa. Eu terminei o abraço para olhá-lo. Toquei o seu rosto e o observei.
- Eu te amo. – Eu disse e ele sorriu, sem jeito.
- Qual é, corta essa. – fez careta.
- Ok. – Eu ri, negando com a cabeça. – Até. – Eu me afastei dele, indo ao lado do .
- Não se esquece de falar as coisas certas. Lembre-se de todos aqueles filmes românticos e toscos que ela te fez assistir. – gritou, saindo pela porta.
- Eu vou. – gritou, rindo.

Eu fechei a porta e nós caminhos até o carro dele. Entramos no carro e ligou o rádio. Deu a partida e começamos a ir em direção a casa dele. No rádio tocava uma música lenta, acho que era da Adele. Nós ficamos um tempo em silêncio.

- Eu acho muito bonita essa sua amizade com o seu irmão. – disse e depois me olhou, deixando de dar atenção ao trânsito.
- Ele é incrível. – Eu sorri fraco. – Até mesmo quando ele fica com vergonha de demonstrar que se importa. – Eu ri, olhando pro .
- Ele demonstra. Do jeito dele, mas ele demonstra. – também riu.
- Ele já fez tanto por mim, que quando eu penso que vou ficar longe dele eu sinto vontade de desistir de tudo. – Eu voltei a sorrir daquele jeito meio triste. – Tem noção de quantas culpas e castigos ele já levou dos meus pais pra me defender? Às vezes eu chegava mais tarde do que deveria em casa ou eu saia quando eu estava de castigo e sempre quando eu ia ser castigada, ele aparecia e dava um jeito de dizer que ele era o culpado e não eu. – Eu neguei com a cabeça, enquanto as memórias passavam pela minha cabeça.
- Eu lembro dessa época. – olhou pra mim, rindo.
- Eu não fui sempre tão comportada assim. – Eu também ri. – Teve até uma vez que ia ter um show do Maroon 5 na cidade. Eu estava de castigo. Eu não tinha dinheiro pro ingresso e nem tinha como ir. Naquela noite depois dos meus pais irem dormir, ele foi até o meu quarto, dizendo que me levaria no show. Nós saímos pela janela e quando chegamos lá, ele pagou o ingresso pra mim. – Eu disse, lembrando daquele dia tão divertido.
- Eu nunca soube disso. – olhou pra mim, chocado.
- me pediu pra não contar pra ninguém que ele havia ido ao show do Maroon 5. Você sabe, ele não é fã. – Eu disse, achando engraçado.
- Eu entendo perfeitamente. – fez careta. Ele também não era fã. – E eu guardarei esse segredo. – riu pra mim.
- Obrigada. – Eu também ri. Ficamos um tempo em silêncio, parecia pensativo com alguma coisa.
- Quer saber de uma coisa? – me olhou, mais sério.
- O que? – Eu fiquei observando ele.
- Eu tenho medo da reação da quando ela souber que ela não é totalmente a minha irmã. – disse, sem me olhar. Ele estava prestando a atenção no trânsito.
- Ela é a sua irmã, . Nada muda isso. Uma certidão de nascimento não vai mudar o que você significa pra ela. – Eu tentei tranquiliza-lo em relação a aquele assunto.
- Eu sei, mas é que nós brigamos tanto. Quando ela souber de tudo, não vai haver mais aquela desculpa de que ‘irmão brigam’. – explicou melhor o seu medo.
- Porque não? Vocês vão continuar sendo irmãos. – Eu voltei a dizer.
- Eu sei disso. Ela é a minha irmã, ela sempre vai ser a minha irmã. Eu sempre vou cuidar dela, eu sempre vou fazer de tudo pra ela ser feliz, mas isso é o que eu sinto. Eu não sei o que ela vai sentir. Eu não sei se ela ainda vai me considerar o irmão dela. – ficava meio triste com o assunto, porque seu pai estava indiretamente envolvido nesse assunto.
- Não vai acontecer. – Eu peguei a mãos dele e entrelacei os nossos dedos. – Eu tenho certeza, ok? – Eu depositei um beijo na parte superior de sua mão. Ele me olhou, admirado.
- Eu não sei o que vai acontecer se um dia ela disser que eu não sou o irmão dela. É uma das coisas que eu mais tenho medo de ouvir. – continuou a dizer.
- Ela não vai! – Eu afirmei, convicta. – Olha pra mim. – Eu pedi, aproveitando que estávamos em uma rua pouco movimentada. Ele me olhou e eu soltei a sua mão e a levei até o seu rosto. Ele aproveitou que a sua mão estava por perto e a deixou sobre a minha coxa, um pouco acima de meu joelho. – Para de ser paranoico, ok? Não vai acontecer. Ela nunca vai dizer isso, porque você é o melhor irmão que ela poderia ter. Ela tem sorte de ter um irmão como você e ela sabe disso. Eu tenho certeza. – Eu disse e logo me aproximei, selando seus lábios. sorriu como um bobo quando desgrudamos os nossos lábios.
- Eu amo tanto você. Sabia disso? – voltou a olhar rapidamente pra rua e depois pra mim.
- Eu sei, mas você pode ficar repetindo isso quantas vezes quiser. – Eu ri, voltando a me sentar da forma correta em meu banco. A mão dele continuava em minha coxa. É claro que eu notei, mas não disse nada. Não havia nada demais.

Chegamos na casa dele. esperava na varanda da casa. Foi só ela ver o carro de estacionar, que ela saiu correndo em nossa direção. Ela era tão linda e amorosa comigo, que eu até me impressionava. Descemos do carro e fomos até ela, que nos esperava com um enorme sorriso na calçada.

- Demorei? – perguntou, passando a mão pela cabeça de sua irmã.
- Não, eu acabei de ficar pronta. – Ela levantou a cabeça e sorriu pra ele.
- Tem alguém aqui que está a fim de ir ao parque? – Eu perguntei, apenas para atiçar a vontade dela.
- EU, EU, EU! – Ela pulou com uma das mãos levantada.
- Vamos lá, então. – Eu pisquei pra ela, que correu até o meu lado e segurou a minha mão.
- Eu vou buscar uma coisa lá dentro. Entre no carro que eu já volto. – saiu correndo em direção a casa.

Eu fiz o que ele pediu. Levei até o carro e ajudei ela a entrar no banco traseiro. Me sentei no banco da frente e coloquei o cinto de segurança. Liguei o rádio apenas para descontrair. Olhei pra casa e vi vindo correndo em direção ao carro. Havia um caderno em suas mãos. Abriu a porta do carro, se sentando ao meu lado.

- Pronto. – Ele colocou o caderno sobre o meu colo e colocou o seu sinto de segurança.
- O que é isso? – Eu perguntei, folheando o caderno, que tinha todas as suas páginas brancas.
- Enquanto ela brinca, nós podemos escrever a sua música. – Ele disse, ligando o carro.
- É mesmo. Boa ideia! – Eu reconheci.
- Que música? – perguntou, sem entender.
- Uma música que a vai cantar. – explicou sem muitos detalhes.
- A é uma cantora? – pareceu surpresa.
- Não, não. – Eu ri brevemente. – Eu só canto ás vezes, não sou tão boa. – Eu olhei pra trás para poder ver o seu lindo rosto.
- Mentira! Ela arrasa. – disse, recebendo olhares feios meus.
- E eu vou poder ver quando você for cantar? – perguntou, sorridente.
- Claro. É a minha formatura, vai estar todo mundo lá. – se adiantou, antes de eu responder.
- Eba! – bateu palmas, comemorando. - Você vai cantar com ela, ? – perguntou, confusa.
- Não. Eu vou só ajuda-la na música. – respondeu, enquanto dirigia.
- E já estamos chegando? – olhou com dificuldade pela janela.
- Quase. – sorriu ao perceber o quanto ela estava empolgada.
- Espero que tenha amigas pra eu brincar lá. – suspirou, ansiosa.

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Chegamos no parque e estava eufórica. O lugar estava cheio de crianças. Era um desses parquinhos de crianças, sabe? Com brinquedos, bancos e árvores. Descemos do carro e segurou em minha mão e depois a de , ficando entre nós. Depois que atravessamos a rua, fomos em direção a uma árvore.

- , presta a atenção. – soltou a mão dela e agachou em sua frente. – Eu e a vamos ficar sentados aqui. – começou a explicar. – Não saia do parque, toma cuidado com os brinquedos e sem brigar com as outras crianças. – alertou.
- Ta bom. – afirmou com a cabeça.
- Então vai lá. – se levantou, dando espaço para ela correr até as outras crianças.
- Se divirta. – Eu me abaixei e beijei o seu rosto. Ela devolveu o beijo, soltou a minha mão e saiu correndo em direção ás outras crianças.

Eu olhei pro e ele observava com um sorriso fraco. Eu me aproximei, passando meus braços em torno de sua cintura e encostei a minha cabeça em seu peito. O sorriso dele aumentou por eu tê-lo abraçado. Colocou seus braços em torno de mim, me abraçando. Beijou a minha cabeça, acariciando as minhas costas com uma das mãos.

- Você vai levá-la mesmo para ver a minha apresentação de formatura? – Eu perguntei.
- Agora eu já disse que levaria. – fez careta.
- Ela já sabe que eu vou me mudar? – Eu perguntei novamente, terminando o abraço para poder olhar no rosto dele.
- Não. – negou com a cabeça.
- Melhor... – Eu sorri, chateada só por tocar naquele assunto.
- É... – Ele concordou com um sorriso fraco.
- Então, vamos escrever a música? – Eu mudei o assunto. Não sabia nem porque havia tocado no assunto anterior.
- Vamos. – entendeu a minha rápida mudança de assunto. – O caderno ficou no carro? – me olhou. Ele havia deixado o caderno comigo.
- Ficou! Droga! – Eu fiz careta. – Eu vou pegar. – Eu estiquei a mão, querendo a chave.
- Não, eu pego. – negou com a cabeça.
- Eu pego. Fui eu que esqueci, né? – Eu peguei a chave de sua mão. – Eu já volto. – Eu sai andando rapidamente em direção ao carro. Destravei e abri a sua porta, pegando o caderno que estava em cima do banco do passageiro. A caneta também estava junto com o caderno. Fechei a porta e voltei rapidamente pra onde estava . Quando cheguei na árvore, vi que ele estava sentado, encostando suas costas na mesma. – Aqui. – Eu mostrei o caderno pra ele.
- Senta aqui. – Ele mostrou o espaço em sua frente. Eu me abaixei e sentei entre as pernas dele, encostando minhas costas em seu peitoral.
- Então? Por onde começamos? – Eu perguntei, encarando a folha e a caneta entre os meus dedos.
- Eu não sei. Você pode falar um pouco sobre você mesma. Você também é uma formanda. O que está sentindo? – tentou aconselhar. Eu voltei a encarar o papel.
- Eu não sei... – Eu ri, negando com a cabeça. Eu era péssima naquilo.
- Fala sobre uma inspiração. O que inspira você? – perguntou, falando quase em meu ouvido.
- Você. – Eu disse e me virei um pouco para olhá-lo.
- Eu? – Ele sorriu, sem acreditar.
- É... – Eu confirmei, meio sem jeito.
- Então, escreva sobre isso. – disse, ainda meio bobo com o que eu havia falado.
- Eu já sei. – Eu comecei a escrever, enquanto me observava.
- Você pode escrever sobre o fato de ter crescido e agora estar pronta pro futuro, sabe? – tentou me dar mais alguns conselhos.
- Hoje. – Eu disse e fez careta, não entendendo.
- O que? – Ele queria que eu explicasse.
- Hoje eu acordei pra realidade. – Eu comecei a explicar. – Eu ainda não havia encarado o fato de que agora as minhas responsabilidades são diferentes. Eu não havia entendido que as coisas não são mais como há anos atrás. Hoje eu fui obrigada a aprender isso da pior maneira possível. – Eu me referia a minha briga com o . – Eu pirei, eu tentei fugir da realidade, eu não queria assumir pra mim mesma que tudo estava diferente. Você me trouxe de volta pra realidade. Você me fez ver que as pessoas certas nunca vão sair da minha vida. É como se eu tivesse crescido e aprendido tudo o que deveria em um só dia. – Eu terminei de explicar e me olhou, comovido.
- Wow, isso é ótimo. Escreva isso. – sorriu fraco. – A sua música vai ficar incrível. – Ele previu, já na primeira estrofe da música.

me ajudava com algumas frases para que elas entrassem na melodia que ele já havia criado. Algumas vezes, eu queria colocar algo na música e eu não sabia como colocar em palavras. sempre sabia como me ajudar e como fazer as palavras descreverem exatamente o que eu estava sentindo.

- O que mais? – perguntou, querendo saber sobre o que mais eu queria escrever. – O que você quer falar para os formandos? – estava tentando me guiar pro caminho certo.
- Eu quero que eles saibam o quão importante é o fato de eles acreditarem neles. Essa fase é cheia de incertezas e inseguranças. Eles têm que ser fortes e não desistir das coisas que eles querem, mesmo que elas sejam difíceis, mesmo que todos digam que eles não vão conseguir. Eu quero que eles saibam o quão valioso é o acreditar. Se eles não acreditarem neles e no que eles são capazes, quem vai? Eles não podem desistir, mesmo que tudo dê errado, porque é o destino deles, é a vida deles, sabe? – Eu expliquei e voltei a escrever.
- Esse é um ótimo conselho. – estava orgulhoso por me ouvir falando aquelas coisas, que antes eram problemas pra mim.
- A música está ficando ótima. – Eu disse, deixando de olhar o caderno para olhar pra ele.
- Sim, está. – olhou pro caderno e depois pra mim.
- Obrigada por estar me ajudando. – Eu ainda olhava pra ele. – Eu estaria pirando sem a sua ajuda. – Eu toquei o seu rosto e ele fechou os olhos, como se aquele momento fosse muito especial pra ele. Ele sorriu, sem que eu dissesse mais nada. Selei os seus lábios e depois que descolamos os nossos lábios, ele abriu os olhos. percebeu que eu estava meio chateada, apesar de estar sorrindo. Algo estava me incomodando. Ele observou meu rosto de perto, colocando uma mexa atrás da orelha.
- O que há de errado? – perguntou, depois de eu virar o meu corpo. Eu ainda estava em frente a ele, mas eu não estava mais de costas. Eu havia virado o meu corpo e agora eu estava encostando as minhas costas em uma das pernas que ele havia levantado. Meu corpo estava de lado pra ele, mas a visão que tínhamos um do outro melhorou bastante.
- Medo... – Eu respondi, sem olhá-lo. Eu olhava algumas crianças brincarem no balanço.
- Do que? – ficou um pouco mais sério, ainda me olhando. Eu abaixei a cabeça e peguei a sua mão, entrelaçando os nossos dedos.
- Eu não sei... – Eu quase sorri, negando com a cabeça. – Do novo, do desconhecido... – Eu nem ia dizer a última parte, mas eu tive que dizer. – Não ter você por perto. – Olhei pra ele e ele me olhava de um jeito triste, mas havia um sorriso em seu rosto, aquele que até escondia seus dentes.
- Eu não vou estar tão longe. – tentou me convencer de que não era tão ruim.
- Parece muito longe pra mim. – Eu neguei com a cabeça.
- Eu sei que parece, mas...- O sorriso de aumentou, enquanto ele acariciava a minha mão com os seus dedos. – Eu vou estar lá. Meu coração ainda está com você, lembra? Uma parte de mim vai estar lá com você. – me olhou nos olhos.
- Uma parte minha também vai ficar aqui. – Eu disse com um sorriso fraco. – A melhor delas. – Eu completei e o sorriso dele aumentou.
- Está vendo? – ainda sorria. – Não precisa ter medo. – Ele negou com a cabeça.
- E se as coisas derem errado? E se eu tiver problemas? Quem vai fazer as coisas ficarem bem? – Eu estava querendo dizer isso pra ele há algum tempo, mas eu só havia tido coragem agora.
- Eu. Eu não estou deixando você. – me olhou, sério. – Se você precisar de mim, basta me ligar. – afirmou com convicção. – A qualquer hora e eu largo tudo. Avião, trem, metrô, carro, tanto faz. Eu vou! – disse de forma séria, mas eu via os vestígios de lágrimas nos olhos dele.
- Não é a mesma coisa. – Eu neguei com a cabeça. – Quando eu estou com você, eu não tenho medo de nada. Porque você está do meu lado. – Eu estava tentando explicar o que eu estava sentindo. – Quando você está do meu lado, eu me sinto a pessoa mais protegida do mundo como se nada pudesse me machucar. – Eu finalizei.
- E você é a pessoa que eu mais quero proteger no mundo. – afirmou. – É por isso que eu quero que acredite quando eu digo que eu vou proteger. – Ele continuava sério. – Você acha que eu não vou estar lá, mas a verdade é que eu vou! Eu vou estar pensando em você cada segundo do meu dia. Eu só não vou estar lá fisicamente, mas eu vou estar de todas as outras maneiras. – tocou o meu rosto, me olhando de perto. – Você nunca esteve sozinha desde que nos conhecemos porque você sempre esteve na minha cabeça, nos meus pensamentos. Isso não vai mudar. – sorriu fraco.
- Eu sei disso. – Eu suspirei, irritada comigo mesma. – Me desculpa se eu sou tão dramática. Eu só... – Eu neguei com a cabeça. – Eu nem me lembro como é não estar com você. – Eu disse, olhando pra ele.
- Eu espero que não se lembre tão cedo. – trouxe a minha mão pra perto da sua boca e a beijou. – A distancia não vai apagar o que nós vivemos e o que nós ainda temos pra viver juntos. – Ele aproximou os nossos rostos e selou carinhosamente os meus lábios. – Eu sempre vou estar olhando por você, onde quer que você esteja. – sorriu fraco.
- Eu sei que vai. – Eu olhei nos olhos dele e dei um desajeitado sorriso.
- Me dê a sua mão. – olhou pra baixo, procurando a minha mão.
- Aqui. – Eu a estendi e ele a segurou.
- Espera. – disse, pegando a caneta que antes estávamos usando para escrever a música. Eu não fazia ideia do que ele estava fazendo, eu só sentia que ele estava escrevendo algo na parte superior, um pouco abaixo do dedão. me olhou com um sorriso animado e depois voltou a olhar pra minha mão. Eu não conseguia enxergar o que ele estava escrevendo. Fiquei esperando ele terminar.
- O que você está fazendo? – Eu estava segurando a risada, pois a caneta estava fazendo cócegas.
- Pronto. – Ele olhou o desenho que havia feito e depois me olhou, esperando pela minha reação. Eu trouxe a minha mão pra mais perto do meu campo de visão e vi o coração que ele havia desenhado. Foi a coisa mais fofa que ele já fez.
- Um coração... – Eu sorri, totalmente comovida. Senti até meus olhos lagrimejarem.
- Todas as vezes que você se sentir sozinha, todas as vezes que você sentir a minha falta e as coisas não estiverem indo bem, desenhe um coração nesse mesmo lugar. Meu coração... – foi dizendo, vendo as lágrimas em meus olhos aumentarem. – Você vai saber que não estará sozinha. Você vai saber que eu vou estar pensando em você naquele exato momento.– olhou rapidamente pro coração que havia desenhado. – Você vai saber que eu vou estar ao lado do telefone esperando você me ligar pra contar como foi o seu dia e pra dizer que eu amo você. – Ele voltou a me olhar com aquele olhar doce que me fazia querer abraça-lo pra sempre.
- Eu vou fazer isso. – Eu senti uma lágrima escorrer pelos meus olhos e eu a enxuguei rapidamente com os meus dedos. – E eu amei o seu coração. – Eu ri, olhando para o desenho que ele havia feito.
- Eu não sou tão bom nisso, eu sei. – negou com a cabeça, rindo.
- Não, ele está lindo. – Eu passe alguns dedos sobre o coração. – Garotos não sabem desenhar corações. – Eu analisei, ainda sorrindo de forma empolgada. Meus olhos ainda tinham lágrimas e eu estava rindo apenas para escondê-las.
- Então agora eu sou gay. É isso? – fingiu estar indignado.
- Não, não é isso. – Eu ri de verdade dessa vez. percebia quando eu estava chateada ou triste. Ele sempre tentava me fazer sorrir quando isso acontecia e ele sempre conseguia. – É um elogio! Todo mundo deveria saber como se desenhar um coração. – Eu afirmei e riu, negando com a cabeça.
- Acha que só porque você vai morar em Nova York, pode sair julgando todo mundo desse jeito? – cerrou os olhos, ainda brincando.
- Não. – Eu continuei rindo, sabendo que ele estava brincando. – É que... – Eu ia dizer, mas alguém me interrompeu.
- Quem vai morar em Nova York? – perguntou, parada em nossa frente. Eu olhei imediatamente pra ela e fez careta.
- Não sei. Quem? – tentou enganar a irmã.
- Eu ouvi você dizendo, seu bobo. – riu da cara de , sem saber a importância daquilo.
- Eu? Eu não disse nada disso. – riu forçado. – Eu.. – Ele ia inventar mais e mais desculpas, que em uma hora ou outra seriam desmentidas.
- Não, . – Eu olhei pra ele. – Não adianta. Ela vai saber de qualquer jeito. – Eu neguei com a cabeça e ele ficou sério.
- Saber do que? – cruzou os braços.
- ... – pausou.
- O que? – Ela fez careta, demonstrando que não estava entendendo nada.
- A vai morar em Nova York. – Ele disse de uma vez. me olhou, esperando eu dizer que era mentira.
- Mas lá é muito longe. – ficou séria.
- Não é tão longe. – tentou facilitar as coisas, mas não funcionou.
- É longe sim! – o puniu com o olhar. Ela sabia que ele estava tentando fazê-la de boba.
- Eu vou vir visitar vocês sempre. – Eu tentei sorrir. – Vocês também podem ir me visitar. – Ela nem retribuiu o sorriso.
- Você vai continuar aqui né, ? – Ela olhou confusa pro irmão.
- Vou. – afirmou.
- Você vai ficar sozinha, ? – fez uma carinha triste.
- Eu vou, mas não é por tanto tempo. Eu só vou passar um tempo estudando e depois eu volto pra cá. – Eu avisei e ela pareceu menos chateada.
- Mas o meu irmão vai ficar triste se você for. – olhou com tristeza pro . Ele ficou totalmente chateado.
- Não, eu vou ficar bem. – disse de forma carinhosa. – É o sonho dela, . Sabe aquele seu sonho de ser a melhor amiga do papai noel? – perguntou e viu ela afirmar com a cabeça. – É a mesma coisa. Isso vai fazê-la feliz e nós temos que ficar feliz por ela. – pediu.
- Eu estou feliz, mas ao mesmo tempo estou triste. – sorriu fraco. – Eu achei que vocês iam ser felizes para sempre. Sabe, igual o meu livro da cinderela? – nos olhos. Eu olhei pro e ele negou com a cabeça com uma expressão triste.
- Nós vamos. – Eu afirmei rapidamente. – Não é, ? – Eu voltei a olhar pra ele. Eu queria que ele confirmasse pra sentir mais firmeza.
- Sim, nós vamos continuar sendo namorados. – O sorriso de aumentou. – E eu vou continuar achando ela linda, como você. – olhou pra mim e depois pra ela. Ele conseguiu arrancar um sorriso dela.
- Então tudo bem. Menos mal... – Ela continuou sorrindo por causa do elogio de .
- Não se preocupe, ok? – Eu pedi, apertando rapidamente a ponta do nariz dela. voltou a rir.
- Ta bom. – Ela sorriu daquele jeito lindo, que até me fazia esquecer as coisas tristes.
- Então, vamos embora? A mãe já deve estar chegando em casa. – aproveitou a descontração para mudar o assunto.
- Já? – fez um bico.
- Nós vamos sair daqui a pouco. – avisou, enquanto eu me levantava.
- Vocês vão sair pra dar uns beijinhos? – riu.
- O que? – fez careta, quase rindo. Achou que não tinha escutado direito.
- Acha que eu não vi vocês se beijando aqui? – cerrou os olhos pra mim e pro .
- É tudo culpa do seu irmão. Não tenho nada a ver com isso. – Eu levantei as mãos, demonstrando ser inocente.
- Minha, né? – riu pra mim, me condenando. – Me ajudem aqui, vai. – esticou os braços, querendo que ajudássemos eles a se levantar do chão.
- Eu pego uma mão e você pega a outra, . – Eu olhei pra ela e ela afirmou com a cabeça. Nós puxamos 2 vezes e ele nem se moveu.
- Vamos! – nos incentivou.
- Mais forte, ! – pediu e eu atendi o seu pedido. Puxamos mais uma vez e dessa vez, conseguimos levantar . – Uhul! – fez uma dancinha para comemorar.
- Bate aqui. – Eu estendi o braço e ela bateu na minha mão. – Uhul! – Eu disse e nós duas rimos.
- Uhul! – fingiu uma voz de mulher. – Legal, agora vamos. – apontou pro carro.
- Se despediu dos seus amigos? – Eu perguntei pra ela. olhou pra trás e gritou para as outras crianças, se despedindo e acenando com a mão.

Fomos pro carro. achou melhor me deixar em casa primeiro, assim eu teria mais tempo de me arrumar. Ele me deixou em casa prometendo voltar em uma hora. também se despediu, amorosa como sempre. Ela disse que ia contar para todos os amigos sobre a minha apresentação na formatura e que eles ficariam com inveja dela. Eu achei bobo, mas é claro que era importante ver o jeito que ela se orgulhava de mim.

Eu cheguei em casa como um furacão, já que eu tinha pouco tempo para me arrumar. e estavam no carro no caminho pra casa. Eles estavam em silêncio, mas estava doida para falar sobre aquele assunto! Ela não perderia a oportunidade.

- ? – Ela o chamou e ele olhou. havia deixado ela ir no banco da frente dessa vez. – Você vai mesmo deixar a ir pra Nova York? – Ela perguntou.
- Eu amo ela e quero vê-la feliz. Ela vai ser feliz lá. – explicou.
- Porque você não parece estar falando a verdade? – arqueou uma das sobrancelhas.
- Porque eu mentiria? – olhou pra ela, irritado.
- Você não quer que ela vá! – deduziu.
- Pare de falar o que você não sabe. – nem deu atenção. Ela era só uma criança! O que ela sabia da vida?
- Você acha que eu sou boba, mas eu não sou. – disse, séria. – Acha que eu não vejo o quanto você demora pra dormir todos os dias? – cruzou os braços.
- Você anda me espiando agora? – tentava achar qualquer motivo para mudar o foco da conversa.
- Não. Eu apenas fico escutando você andando pra lá e pra cá e vejo a luz do seu quarto acesa. – Ela explicou. escutou em silêncio e não teve coragem de olhá-la. – Eu sei que você está triste. – disse em um tom também triste.
- De onde você está tirando essas coisas? – a olhou, irritado.
- Para de me enganar. – Ela revirou os olhos.
- Ela vai embora! O que você quer que eu faça? Ela decidiu e eu vou respeitar. – disse, quase gritando.
- Fala pra ela! – dizia como se fosse óbvio. – Pede pra ela não ir. – Ela completou.
- Você está maluca? Eu não posso fazer isso. – quase riu do absurdo que estava ouvindo.
- Não pode ou não quer porque tem medo do que ela vai achar? – rolou os olhos.
- O que você está fazendo? – a olhou, assustado. – Já não mandei você parar de ver novelas? Você não tem idade pra ver essas coisas e ... dizer essas coisas. – fez cara de implicância. Ele tentava mudar o foco novamente.
- Eu posso não ter idade, mas o medroso daqui é você. – respondeu a altura. a olhou, indignado. - Você vai perder ela, . – disse, intolerante.
- Porque está dizendo isso? – olhou pra ela, curioso.
- Você já olhou pra ela? Ela é bonita, . – disse. – Você acha que ela vai ficar namorando você? – arqueou a sobrancelha.
- Você pode não acreditar, mas ela gosta de mim. – foi irônico.
- Então mostre que você gosta dela também e peça pra ela ficar! – estava perdendo a paciência.
- Se ela quisesse ficar, já teria decidido. – disse, ficando confuso.
- Talvez ela só esteja esperando você pedir pra ela ficar. – respondeu, séria. ficou poucos segundos em silêncio, pensando.
- Espera! – negou com a cabeça. – Porque eu estou aceitando conselhos de uma criança de 8 anos? – Ele pensou em voz alta.
- São 8 anos e 3 meses! – revirou os olhos e suspirou longamente. – Depois não diga que eu não avisei. – Ela se calou e também não quis falar mais nada a respeito. Ele não podia negar que aquela conversa com a fez ele rever alguns pensamentos.

Chegaram em casa e a mãe deles já estava em casa. O pai de também. Ela contou tudo sobre o passeio pra eles, enquanto subiu pra tomar banho. Ele tentaria esquecer aquela história de Nova York por pelo menos aquela noite. Era a festa da escola.




VOLTEMOS PARA A MÚSICA ANIMADA:



Tomei um banho rápido e fui me trocar. Faltava meia hora pro passar me buscar e eu ainda nem tinha colocado o vestido, mas eu já tinha escolhido qual usaria. Eu havia guardado ele para uma ocasião especial e específica. Parecia o vestido perfeito para se usar naquela noite. O vestido perfeito para sambar na cara da Amber e de todos os que acham que só ela sabe jogar esse jogo e que acham que a coitadinha da está sofrendo por estar perdendo os seus amigos. Além disso, eu era a namorada do capitão do time. Eu não podia ir de qualquer jeito, eu tinha a obrigação de ser a atração da festa ao lado dele.

Eu passei a maquiagem que foi muito bem feita por mim. Eu não quis nada simples dessa vez. Lápis preto, blush e tudo o que eu tinha direito. Prendi só um dos lados do cabelo e o puxei todo pro outro lado, deixando ele solto apenas em um dos lados. Coloquei o vestido (VEJA AQUI)e depois o salto. Passei perfume, coloquei o brinco, a aliança, uma gargantilha, uma pulseira e dei uma última retocada no batom, quando a buzina do carro de tocou. Conferi no espelho uma última vez e desci as escadas o mais rápido que consegui.

Passei pela sala e me despedi dos meus pais. estava na sala, também estava saindo para ir buscar a . Ele me olhou com uma cara de nojo. Sua irmã estava gostosa, isso não era bom.

- Gostei da sua blusa. Quando vai colocar a calça? – disse, se referindo ao tamanho do meu vestido.
- Muito engraçado. – Eu forcei um sorriso.
- Pai, você vai deixa-la sair desse jeito? – olhou feio pro meu pai.
- Não tem nada de errado. Eu também usava vestidos assim quando tinha a idade dela. – Minha mãe me apoiou. Na verdade, ela só estava permitindo que eu usasse aquele vestido porque ela sabia que eu estaria com o . Ele sabia muito bem como manter qualquer outro garoto longe de mim.
- Verdade, eu me lembro. – Meu pai olhou pra minha mãe com uma cara de safado. Eu e fizemos cara de nojo.
- Eu não posso lidar com isso agora. – colocou a carteira no bolso e virou-se de costas.
- Eu não posso lidar com isso tipo... nunca! – Eu disse, indo em direção a porta. Eu abri a porta e estava em minha frente. Ele já ia bater na porta. No primeiro momento ele sorriu, achando a situação engraçada e no segundo momento ele desceu os seus olhos pelo meu corpo, me analisando.
- Que olhar é esse? – chegou ao meu lado e viu me olhando.
- Que olhar? – riu, sem jeito. Eu dei alguns passos pra frente para fechar a porta atrás de mim.
- Quer um papel pra secar toda essa baba? – disse, irônico.
- Na verdade, eu quero. – riu de si mesmo. o encarou por um tempo.
- Eu estou brincando, idiota. – arqueou a sobrancelha.
- O que você ainda está fazendo aqui? Você está atrasado! – mudou o assunto.
- É, eu sei! – afirmou, sério. – Sorte a sua. – forçou um sorriso. – Encontro vocês lá. – avisou se afastando. – Continue virgem, . – piscou pro amigo, que fingiu achar engraçado e lhe mostrou o dedo do meio. saiu rindo.
- Seu irmão é um idiota. – me olhou, fazendo careta.
- Deixa ele pra lá. – Eu neguei com a cabeça, me aproximando e selando rapidamente os seus lábios. Olhei pra ele de perto e ele observou todo o meu rosto.
- Você está... – Ele ia dizer e parou, sem saber como continuar.
- Você também. – Eu sabia o que ele queria dizer. Afastei os nossos corpos e olhei ele por inteiro. Ele usava uma camiseta polo colada com as cores vermelha e preta, que eram as cores da escola. Os 3 botões estavam abertos. A calça jeans era preta e o seu tênis também. O único acessório que ele estava usando era a sua aliança de compromisso.
- E o seu vestido podia ser menos curto. – Ele se curvou um pouco para voltar a olhar as minhas pernas.
- É o que andam me dizendo. – Eu fiz careta. - Eu achei que você gostasse de vestidos curtos. – Eu olhei pra ele, segurando a risada.
- Eu gosto quando só EU posso ver você com eles. – fingiu uma cara feia.
- Pra que ser tão egoísta? – Eu revirei os olhos, enquanto caminhávamos em direção ao carro.
- Sou mesmo! – me olhou, sério. – Deixa eu ver algum imbecil olhando pra sua bunda pra ver. – disse de forma ameaçadora.
- , você é o capitão do time. Eles te respeitam. – Eu ri, querendo deixar ele despreocupado.
- É bom eles respeitarem você também ou alguém vai sair de olho roxo daquela festa hoje. – forçou um sorriso.
- Para de ser paranoico... – Eu revirei os olhos, entrando no carro.

Fomos em direção ao restaurante. Pelo jeito, chegaríamos antes de e . Tínhamos escolhido um restaurante que ficava perto do local da festa dos alunos. Todo ano, um dos alunos fazia a festa em sua casa para os alunos da escola. Esse ano, um dos garotos do time ia ser responsável pela festa. A festa sempre acontecia para comemorar o final do ano letivo e sempre rolava bebidas e brigas. Os alunos bebiam e acabam pelados na piscina ou bêbados em cima da mesa. Tinha exceções, claro. As músicas eram sempre boas e era bem divertido, por isso nós gostávamos sempre de ir.

- Parece que eles ainda não chegaram. – disse, quando chegamos na recepção do restaurante. – Mesa pra 4 pessoas. – adicionou, quando a recepcionista o olhou.
- Por aqui. – Ela queria que nós a acompanhássemos até a mesa que sentaríamos.
- Obrigada. – Eu agradeci, quando a recepcionista se afastou. Nos sentamos lado a lado. Havia 2 lugares vagos em nossa frente.
- Como será que ele está se saindo? – sorriu pra mim. Ele se referia ao meu irmão.

havia acabado de chegar na casa de . Ela já esperava por ele. Ele olhou no retrovisor antes de sair do carro e viu que parecia bonito. Abriu a porta do carro e foi em direção a casa da . Bateu na porta uma vez e ela não demorou a atender. Ele a olhou com um sorriso bobo.

- Oi . – Ele estava se controlando para não olhá-la dos pés a cabeça.
- Oi. – também estava sem jeito. As borboletas ainda faziam festa em seu estômago toda vez que ele estava por perto. Ele se aproximou e beijou uma de suas bochechas. se surpreendeu. Parecia que ele realmente havia mudado.
- Nós podemos ir? – Ele apontou em direção ao carro.
- Claro, vamos. – Ela também estava sorrindo como uma boba. Fechou a porta de sua casa e ajeitou o seu vestido, puxando-o um pouco mais pra baixo. Ele era preto, curto e estava bem colado em seu corpo.

e ela estavam lado a lado, indo em direção ao carro. Ele não sabia se segurava a mão dela ou não. Achou melhor não, não queria ir rápido demais. Apesar de todas aquelas regras, estava feliz por estar vivendo aquele momento novamente. Eles chegaram no carro e estava pronta para abrir a porta para poder entrar, mas ela foi surpreendida. Uma surpresa boa.

- Não, espera. Deixa que eu abro. – se antecipou e abriu a porta do carro. o olhou com uma cara engraçada.
- O que você está fazendo? – perguntou.
- Abrindo a porta pra você. – quase riu.
- Você está bem? – arqueou a sobrancelha.
- Estou melhor agora que você está aqui. – sorriu, sem mostrar os dentes.
- Você está me assustando. – riu, entrando no carro. também riu, fechando a porta e dando a volta no carro para se sentar em seu banco. Saiu com o carro, indo em direção ao restaurante. - Onde nós vamos? – perguntou, colocando o sinto de segurança.
- Aquele restaurante perto da escola. A e o já devem estar lá. – explicou. não respondeu, apenas sorriu. Após um certo silêncio, sabia que tinha que falar alguma coisa.- Você está... linda. – Ele disse, ainda sem jeito. olhou pra ele, achando a atitude mais fofa do mundo.
- Obrigada. – quase riu. – Eu gostei da sua camiseta. – Ela disse, sem olhá-lo. também não a olhou, apenas sorriu, pois sabia que estava se saindo bem.

Eles não conversaram muito. estava com medo de dizer qualquer coisa errada. Era melhor conversar com o por perto, assim ele poderia ajuda-lo. e chegaram no restaurante. desceu do carro rapidamente para abrir a porta para . estava conseguindo o que queria. saiu do carro se sentindo uma princesa. Era exatamente isso! estava fazendo ela se sentir uma princesa.

- Onde eles estão? – perguntou, quando eles chegaram na recepção .
- Eu não sei. – olhou para dentro do restaurante e viu eu e sentados. – Ali! – Ele apontou para que a recepcionista visse.
- Fiquem á vontade. – Ela sorriu, dando passagem para e passassem.

e não estavam de mãos dadas, mas estavam lado a lado. queria que segurasse a sua mão, mas ela não forçaria nada daquilo. é quem tinha que tomar aquela atitude e não ela. estava maluco para agarrar . O vestido dela havia deixado ele maluco. nunca havia se controlado tanto na vida.

- Eles estão chegando. – me olhou, depois de vê-los se aproximar.
- Pronto? – Eu perguntei, me referindo ao plano.
- Espero que o seu irmão esteja. – suspirou. – Vamos ver se ele vai puxar a cadeira pra ela. – observou eles chegarem na mesa.
- Oi . – Eu sorri pra ela.
- ! Como você está? – estava toda empolgada. ficou parado e fez careta pra ele. finalmente se tocou do que tinha que fazer. Puxou a cadeira e olhou pra ele, incrédula. – O que foi? – arqueou a sobrancelha.
- Não vai sentar? – apontou para a cadeira com a cabeça. continuou com aquela expressão de perplexidade. Olhou pra mim, segurando a risada. Eu não aguentei e ri. Era realmente muito engraçado ver agir daquele jeito. sentou na minha frente. estava sentado na frente de , já que ia chutá-lo, quando fosse necessário.
- Eu estou bem e você? – Eu finalmente respondi a pergunta dela.
- Eu estou bem também. – Ela riu. Ainda estava meio chocada com tudo aquilo. Era loucura.
- Quanto tempo, . – sorriu pra amiga.
- Você e a estão tão juntos que não tem nem mais tempo para os amigos. – fingiu um bico.
- Eu falo pra eles que eles precisam ser menos grudentos. Isso é ridículo. – foi dizendo. – É tanta frescura, que às vezes me dá vontade de... – estava todo empolgado dizendo. –AI! – olhou com cara feia. tinha chutado ele por debaixo da mesa.
- O que aconteceu?- olhou pro , sem entender.
- Câimbra! – improvisou rapidamente.
- Ele reclamou mesmo que estava com câimbra hoje mais cedo. – riu falsamente.
- Mas o que você estava dizendo mesmo, ? – Eu estava me segurando muito pra não rir.
- Eu estava dizendo que ser grudento demais é muito chato. Você pode ser romântico sem ser grudento. – sorriu, orgulhoso da sua improvisação.
- Eu não sou grudento. – revirou os olhos.
- Verdade, ele não é. – Eu confirmei apenas pra agradar o .
- Viu? – fez careta pro .
- E como estão os preparativos pra Nova York, ? – sorriu pra mim.
- Estão devagar ainda. – Eu fiz careta.
- Já está quase chegando a hora, doida. – Ela riu.
- Eu sei, estou atrasada. – Eu ri, fazendo careta.
- E como vocês vão ficar? – Ela se referia a mim e ao .
- Vamos ficar como estamos agora. Não vai mudar nada. – se antecipou.
- Não vai? – arqueou a sobrancelha.
- Ok, o que você esta querendo dizer? – Eu olhei pra ele, séria. Todo mundo vai começar a dizer agora que o namoro à distância não vai funcionar?
- , você vai estar em Nova York e ele aqui, livre e desimpedido. – quase riu. – Ele vai entrar na faculdade. Imagina quantas gostosas não vão ter lá? – fez careta e o chutou. Não só por ele ter falado coisa errada, mas por pelo jeito que ele estava tratando aquela situação. – Quer dizer, imagina quantas belas garotas nerds não vão ter lá? – forçou um sorriso.
- Eu confio nele. – Eu cruzei os braços.
- Eu acho que se duas pessoas se amam, nada separa. – disse com um sorriso discreto. Ela estava dando uma indireta para . fez cara de nojo.
- Essa é a coisa mais... – ia dizer algo negativo, quando o chutou novamente. – LINDA que eu já ouvi! – fez cara feia pro e depois sorriu pra .
- Sério? – fez cara de boba.
- Você tem toda a razão. – não conseguia parar de sorrir pra ela. – Isso foi lindo, . Meus olhos até se encheram de lágrimas. – fingiu estar secando as lágrimas. Todos olharam pra ele, fazendo careta. Exagerado...
- Ele anda muito emotivo esses dias. – tentou amenizar a situação.
- É, eu meio que notei. – quase riu. viu que deveria pegar mais leve. – Mas, vocês vão ficar bem. Vai dar tudo certo. – piscou pra mim e pro .
- Obrigada, gata. – Eu pisquei de volta.
- E você, ? Já decidiu o que vai fazer depois da escola? – quis mudar o assunto, pois sabia que ele não era o mais agradável. Sem tirar a estranheza de , que havia deixado ela bastante assustada.
- Já. Vou estudar Publicidade da Faculdade de Atlantic City. – respondeu, orgulhoso de si mesmo. – E você? – perguntou.
- Vou fazer moda. – riu pra mim. Eu já sabia! Ela sempre disse que faria moda. – Não sei em qual faculdade ainda. Fiz alguns vestibulares, mas o resultado ainda não foi divulgado. – Ela sorriu. – Torçam por mim! – Ela cruzou os dedos.
- Eu acredito em você e sei que vai conseguir. – disse sem nem perceber. Todos olharam pra ele, espantados. Ele ficou rapidamente envergonhado e riu para descontrair.
- Bem, obrigada. – também estava envergonhada. riu pro e afirmou com a cabeça, como quem dissesse ‘Esse é o meu garoto.’.
- E você, ? O que vai fazer da vida? – perguntou. Viu ali uma oportunidade de demonstrar que quer algo no futuro. Isso surpreenderia .
- Vou continuar lindo, gostoso e sensual, é claro! – riu e recebeu um novo chute de . – Filho da put... – Ele resmungou baixo, abaixando a cabeça. Sua canela já deveria estar roxa.
- O que? – fez careta de quem não tinha escutado.
- Eu vou cuidar do meu carro. – achou que era uma resposta melhor. – Aquela belezura precisa de mim. Entendem? – riu, piscando pra . o chutou novamente. – Eu vou quebrar a sua perna depois, eu juro. – resmungou baixinho, olhando para o lado contrário em que estava para que ela não ouvisse. ouviu e riu.
- Quebrar o que? – olhou pra ele, assustada.
- Quebrar a minha cabeça de tanto estudar! – forçou um sorriso. – Eu vou estudar também. – Ele afirmou com a cabeça.
- Deus é bom! – Eu rolei os olhos. – Achei que seria sustentado pelos nossos pais pra sempre. – Eu segurei a risada.
- Nossa! E quem é que vai te sustentar em Nova York? – cruzou os braços. – Ah não ser que você venda um dos rins pra pagar a conta de água e para comprar seus preciosos vestidos. – Meu irmão disse, irônico.
- Não estamos falando de mim, estamos falando de você. – Eu fingi que não havia me ofendido com aquele comentário dele.
- É, estamos falando de você! – me ajudou. – Qual profissão você quer seguir? – voltou pro assunto ‘futuro’.
- Não sei ainda. Eu não achei nada que me interesse ou que se pareça comigo. – disse, pensativo.
- Já deve ter passado algo pela sua cabeça... – sorriu pra ele.
- O que você mais gosta de fazer? Quando você souber responder essa pergunta, saberá o que fará no futuro. – explicou.
- Então já sei. – riu.
- O que é? – perguntou, ansiosa.
- Garoto de programa. – gargalhou de sua própria piada. ficou séria e voltou a chutá-lo. Ele olhou pra e viu que ela não havia gostado. – Só estou brincando! – continuou rindo. Um sorriso surgiu no rosto de .
- Ele nunca leva nada a sério. – Eu ri, apenas para não tornar aquela critica tão severa.
- Talvez eu siga a mesma profissão que você, irmãzinha. – voltou a rir.
- Você quer ser médico agora? – arqueou a sobrancelha.
- Brincar de médico, sem ter que me fingir de médico deve ser maravilhoso. – voltou a rir da sua gracinha. Eu coloquei a mão no rosto, inconformada. não aguentou e riu.
- Isso é verdade! Brincar de médico não é nada mal. – gargalhou. ficou rapidamente sério.
- COMO VOCÊ SABE DISSO? – cerrou os olhos pro .
- Eu não. Eu... – começou a gaguejar. – Eu não quis dizer isso. – sorriu, nervoso. – Eu jamais faria isso... com ela. – Ele apontou pra mim. – Quer dizer, eu nunca... – Ele parou, não sabendo mais como continuar. Me olhou e eu segurava a risada. – Uma ajudinha aqui? – ainda sorria daquele jeito nervoso. Eu não me manifestei. – Não? Ok. – Ele forçou um sorriso maior e olhou pro . – Cara, eu não.. – ia dizendo e eu o interrompi.
-Não, nós não fizemos sexo, ok? Supera isso. – Eu fui direto ao ponto. me olhou com os olhos esbugalhados.
- Quanta sutileza. – riu, impressionado.
- É o que ele quer saber, não é? – Eu ergui os ombros.
- Eu sei muito bem como é. Se faz de romântico e meloso, mas tem uma safadeza oculta maior que a minha. – cerrou os olhos pro . o chutou. estava tão preocupado com a minha virgindade, que esqueceu do modo correto de se comportar perto da . Ele percebeu rapidamente e tentaria improvisar. – Mas é claro que se houver amor, não há problemas. – forçou um sorriso. parecia estar em uma montanha russa.
- , vamos ao banheiro? – Eu perguntei, querendo tirá-la dali por pouco tempo. e precisavam conversar. estava falando muita besteira e estava focando nas coisas erradas.
- Vamos. – sorriu pra mim e se levantou. Nós saímos juntas e fomos em direção ao banheiro. Foi só ver que havia se afastado e ele voltou a olhar pro de forma furiosa.
- ESQUECE O QUE EU DISSE! – apontou o dedo pro . – Nem com todo o amor do mundo você vai dormir com a minha irmã. TA ENTENDENDO? – disse de forma ameaçadora.
- Porque estamos falando disso? Esse jantar é sobre você e não sobre mim. – disse, irritado.
- ENTENDEU OU NÃO, Jonas? – ainda olhava pra ele de forma furiosa.
- Uhh, me chamou de Jonas? Agora sim eu estou com medo. – fingiu uma cara de medroso. – Eu entendi, cara. – suspirou, negando com a cabeça. – Mas você sabe que um dia vai acontecer, certo? – O sorriso falso de era visível. Ele sabia que aquilo poderia fazer soca-lo até algumas horas.
- Sim, eu sei. Daqui a 30 anos, quando vocês já tiverem casados e cuidando de 3 gatos e 5 cachorros. – também forçou um sorriso.
- E o que acha que vamos fazer na lua de mel? – o olhou, segurando a risada.
- Para com isso, cara! – não sabia se estava triste ou bravo. – Vai ser o pior dia da minha vida. – Ele suspirou longamente.
- E vai ser o melhor do meu. – disse e ameaçou a se levantar para lhe dar alguns socos. – Não, não! – o segurou na cadeira com as mãos. – Estou brincando! É só brincadeira. – deu um tapinha no ombro do amigo.
- Não brinca com isso, cara. Você pode acabar perdendo um dente a qualquer dia desses. – respirou fundo para se acalmar.
- Certo, vamos falar sobre a ? – quis mudar o assunto para não piorar as coisas.
- Precisava chutar tão forte porra? – fez careta.
- Precisava falar tanta besteira? – disse no mesmo tom.
- Tudo o que eu falo é errado agora. Liberdade de expressão, meu amigo! – argumentou.
- Você quer ser livre ou quer a namorada de volta? – fez cara de tédio. era sempre cabeça dura.
- Eu não quero ser igual a você! Eu só quero ser romântico! – explicou. – Esse é o meu jeito. Eu posso ser eu e posso ser romântico. – Ele estava irritado.
- ‘Você’ e ‘Romântico’ são duas palavras que realmente não combinam. – também estava se irritando.
- Ta! Ta bom! – se revoltou. – Então eu tenho que sentar, me comportar e falar como um virgem escroto? – Ele perguntou, indignado.
- Isso está ficando muito forçado. Tem que ser algo natural. Eu não tenho como te falar exatamente o que dizer ou como agir. Tem algumas dicas, mas você é que tem que saber quando usá-las ou como usá-las. – explicou.
- Isso faria bem mais sentido se eu tivesse entendido toda essa porcaria que você acabou de falar. – fez careta.
- Você não pode falar que o amor é algo bom em um minuto e falar que é um lixo e chato no outro. – disse, impaciente. – Está dando pra perceber que é forçado. – Ele explicou mais uma vez.
- Me desculpa se eu não sou um bom ator, enquanto levo chutes por debaixo da mesa. – também estava irritado com tudo. Se não fosse pela , ele desistiria daquela loucura agora.

Eu e havíamos entrado do banheiro. O local era extremamente chique, assim como o resto do restaurante. Ela abriu a sua bolsa, enquanto olhava no espelho e de lá tirou um batom. Eu ajeitava o meu cabelo e também dava alguns retoques na maquiagem, já que iriamos pra uma festa daqui a pouco.

- E então? – Eu perguntei, me referindo ao .
- Ele está diferente. – riu, me olhando.
- Muito. – Eu também ri, negando com a cabeça. Ela nem sabia o quanto aquilo era engraçado.
- É estranho, mas.. é bom, eu acho. – Ela ainda estava em dúvida sobre aquilo.
- É, ele está se esforçando. – Eu forcei um sorriso. Pelo menos aquilo estava valendo pra alguma coisa.
- Eu fico feliz com isso. – sorriu pra mim. – Ele está tentando me agradar e está se esforçando. Quer dizer que ainda sente alguma coisa por mim. – estava aliviada.
- Ele é louco por você, . – Eu a tranquilizei ainda mais.
- Eu fiquei com medo dele desistir de mim. – riu novamente, nervosa.
- Ele não vai. Ele ama você. – Eu disse e o sorriso dela triplicou de tamanho.
- Ele não me beijou ainda. Vamos ver por mais quanto tempo ele aguenta. – Ela riu, sem jeito.
- Não provoque, garota. – Eu gargalhei, guardando as minhas coisas de volta na bolsa.

Saímos do banheiro e começamos a andar em direção a mesa. Eu estava demorando o máximo que eu podia para que e pudessem perceber a nossa presença.

- Elas estão vindo. – finalmente nos viu. – Escuta, para de falar sobre sexo o tempo inteiro. Não tem problema falar sobre sentimentos. Fala do seu jeito, seja a versão romântica do e não a do , ok? – pediu e não deu nem tempo de responder, porque eu e já havíamos chego na mesa.
- Vamos comer? – Eu perguntei, assim que me sentei.
- Eu estou faminta. – concordou.
- Vamos pedir a comida então. – disse, chamando o garçom. pensava em diversas coisas que podia falar. Estava se esforçando mesmo.

Pedimos nossos pratos. O garçom avisou que não demoraria. Nós conversamos mais um pouco até a comida chegar. estava falando muito pouco, quase mudo. Ele tinha medo de estragar tudo. tentava trazer ele o tempo todo pra conversa, mas ele só dava respostas rápidas. Ele não sabia o que quis dizer com ‘Versão romântica do ’. nem sabia que esse seu lado existia, mas ele sabia que tudo se tratava de sinceridade. Ele tinha que falar o que realmente sentia, sem vergonha ou medo de parecer idiota.

- Então... – olhou pro , entre uma garfada e outra. – Você realmente não sabe que carreira pretende seguir? – voltou no assunto. Queria uma resposta decente dessa vez.
- Na verdade, eu sei. – negou com a cabeça. – Eu só não sei se é pra mim. – Ele riu, inseguro.
- Como assim? – Eu também estava prestando a atenção na conversa. É o futuro do meu irmão, dá licença?
- Você fez algum vestibular? – perguntou.
- Eu fiz, mas eu ainda não vi os resultados. Eles vão sair essa semana. – sorriu fraco.
- Você fez vestibular pra que? Você não me contou. – o olhou, interessado.
- Bem, eu gosto de carros. Eu sempre me interessei por essas coisas. Sempre fui bom em cuidar dos meus carros e mexer na mecânica deles. – dizia, sério. – Eu achei que... Engenharia fosse uma boa área. – fez careta, vendo nossa expressão de perplexidade.
- Você está brincando? – sorriu, maravilhada.
- Eu sei, sou burro demais pra isso. – riu.
- Não, não. – negou com a cabeça com o mesmo sorriso. - Eu estou feliz por você. Quer dizer, foi uma surpresa, mas foi uma surpresa boa. – Ela o olhou de um jeito doce.
- Que orgulho de você. – Eu olhei pro meu irmão, comovida.
- Corta essa, . – revirou os olhos. gargalhou da reação dele.
- Eu também estou orgulhosa. – também disse. a olhou, sem jeito.
- Eu não sou um caso perdido. Está vendo? – Ele riu.
- Quem diria que você mudaria tanto em tão pouco tempo. – mordeu o lábio inferior. Ela também estava envergonhada.
- Quando a motivação é boa, as mudanças são uma questão de tempo. – disse com um sorriso bobo. A motivação que ele se referiu era a . No segundo seguinte ele ficou mais sério. – Eu disse mesmo isso? – Ele fez careta.
- Você disse, cara. – gargalhou.
- Oh, droga. – negou com a cabeça, fazendo careta.
- Não, eu gostei. Eu amei ouvir isso. – tentou deixa-lo mais confortável com a situação.
- Foi a coisa mais gay que eu já disse na vida. – riu de si mesmo.
- A motivação é mesmo boa. – Eu adicionei, rindo pra .
- Em todos os sentidos. – disse de forma safada e depois se tocou que tinha dito aquilo em voz alta. – Quer dizer, eu não... – ia arrumar, mas viu que a estava rindo. – Quer saber? É isso mesmo que eu queria dizer. – disse, vendo rir. Olhou pro e viu ele sorrir. estava fazendo o que havia dito pra ele fazer. Estava sendo ele mesmo, mas com um pouco mais de sentimento e romantismo. Esse é o caminho certo.
- Isso já ficou constrangedor demais. Mudem o assunto. – segurava uma risada.
- E as garotas, ? – atendeu o pedido do ‘namorado’.
- Você já está sabendo, né? – Eu fiz careta e ela afirmou com a cabeça. – Complicado. – Eu dei um sorriso triste.
- Eu não vou nem entrar nessa confusão. Eu sou amiga de todas e nunca escolheria um lado. – foi imparcial.
- Faça isso. É o certo a se fazer. – Eu disse para ela ver que aquilo não havia me deixado nem um pouco chateada. Ela estava mesmo certa. Era o que todos tinham que ter feito desde o começo.
- Eu falei pra não irmos na festa hoje. – se intrometeu.
- Elas vão estar lá. Todas elas. – fez careta.
- Eu vou pelo e não por elas. – Eu respondi rapidamente.
- Você vai ficar sozinha lá, . – me olhou, sério. Também estava tentando me convencer.
- Não vai não. Vamos ficar com ela. – informou. a olhou com uma cara feia.
- Vamos? – Ele arqueou a sobrancelha.
- Claro! O que mais poderíamos fazer? – perguntou.
- Você sabe, coisas... – comprimiu a risada em um sorriso.
- Não se importem comigo. Vão se divertir. – Eu estava rindo com a safadeza do meu irmão.
- Não, não. Não vou deixar você sozinha. – sorriu pra mim.
- Eu também vou estar lá. Não vou te deixar sozinha. – sorriu pra mim.
- Eu sei que não vai. – Eu me aproximei e beijei o seu rosto.
- Falando na festa, vamos? Já começou há meia hora. – olhou no relógio.
- Todos já acabaram de comer? – Eu perguntei, olhando o prato de todos.
- Já. – me respondeu, depois de também olhar para os pratos.
- Vou chamar o garçom. – fez o que disse e o garçom se aproximou.

Os pratos foram retirados da mesa, enquanto o garçom trazia a conta. e dividiram a divida, que não havia ficado tão cara quanto imaginávamos. Levantamos da mesa e fomos em direção à saída do restaurante. Eu e estávamos de mãos dadas e e andavam (mais uma vez) lado a lado. queria muito segurar a mão dela, mas não sabia como ela reagiria. Preferiu deixar as coisas frias por enquanto.

- Nos encontramos lá. – beijou o meu rosto e depois se afastou.
- Até já. – Eu acenei com uma das mãos.
- , você vai deixar a ir à festa com esse vestido? – perguntou pro amigo.
- Eu já falei pra ela trocar. – fez cara feia pra mim.
- Que tirar o que! É maravilhoso. – sorriu pra mim.
- Estão vendo? – Eu mostrei a língua pra eles.
- Teimosa. – revirou os olhos. – , fica de olho nela. – pediu, sério.
- Eu olharia mesmo se você não pedisse. – disse com segundas intenções. Todos nós rimos, menos o .
- HÁ-HÁ-HÁ. – forçou uma risada. – Hilário, Jonas. – Ele acrescentou, virando-se de costas e indo em direção ao carro. estava com ele.
- Vejo vocês lá. – gritou, ainda rindo.
- Você adora provocar ele. – Eu ri, negando com a cabeça.
- Ele fica tão bravo. É engraçado. – também riu, enquanto chegávamos em seu carro.
- Olha. – Eu disse, olhando pra trás e também olhou. Vimos abrir a porta do carro pra .
- Esse é o meu garoto. – sorriu, orgulhoso.
- Antes tarde do que nunca. – Eu disse, entrando no carro, depois de também abrir a porta pra mim.
- Ele está se saindo bem. – afirmou. – Ele pegou o jeito. – Ele completou. Já estava sentado ao meu lado no carro.
- E a ainda é louca por ele. – Eu disse com absoluta certeza.
- Nosso trabalho está feito. – esticou o braço para que eu batesse a minha mão na dele.
- Devemos cobrar da próxima vez. – Eu disse e ele riu.
- Definitivamente. – concordou. – é um ingrato. Eu ajudo ele e ele vive no meu pé. – negou com a cabeça.
- É, ele não tem pegado leve com você, não é? – Eu quase ri, sabendo sobre o que ele estava se referindo.
- Sabe o que ele me disse hoje? – riu antes mesmo de contar.
- O que? – Eu estava curiosa.
- Disse que o pior dia da vida dele, vai ser o dia da nossa lua de mel. – me olhou, para ver a minha reação.
- Ele é tão dramático. – Eu revirei os olhos. - Ele vive achando que nós já dormimos juntos ou que estamos planejando algo assim. – Eu voltei a rir.
- Eu não sei de onde ele tira essas coisas. – negou com a cabeça.
- Nem eu. – Eu concordei com ele. ficou um tempo em silêncio. Ele queria aproveitar que estávamos falando sobre aquele assunto para perguntar coisas que ele queria perguntar a tempos.
- Posso perguntar uma coisa? – sorriu, sem jeito.
- Pode. – Eu não fazia ideia do que se tratava, só sabia que aquilo deixava ele bem envergonhado.
- O que você acha disso? – me olhou, apesar de estar dirigindo.
- Isso o que? – Eu fazia ideia do que ele falava, mas não tinha certeza. Um sorriso espontâneo surgiu em meu rosto.
- Isso. – riu rapidamente. Suas bochechas estavam rosadas.
- Sobre... sexo? – Eu perguntei, desconsertada.
- É... – afirmou.
- Agora? – Eu arqueei a sobrancelha.
- Não! – riu descontroladamente. – O que você pensa sobre isso? Quer dizer, as garotas idealizam isso, certo? Elas tem em mente como elas querem que seja, como o cara deve ser. Não sei. – estava sério, mas ao mesmo tempo tinha um ar riso.
- Eu acho que tem que ser especial. Tem que ser com uma pessoa especial. – Eu não sabia muito bem o que dizer. – Não pode ser algo planejado. Não é como um encontro que tem dia e hora marcada. Tem que acontecer naturalmente, sem planos. – Eu expliquei da melhor forma que eu consegui.
- Eu também acho isso. Tem que ser real e ser de momento. – concordou, sem se prolongar muito.
- E eu posso perguntar uma coisa? – Eu mordi o lábio inferior, pois estava muito sem graça.
- Claro. – sabia que eu tinha esse direito, pois eu havia deixado ele me perguntar também.
- O diz, mas eu não sei se é brincadeira. – Eu estava muito envergonhada por perguntar, mas a minha curiosidade era maior. – Você é virgem mesmo ou? – Eu fiquei olhando pra ele. Ele me olhou e cerrou os olhos.
- Esse é o tipo de pergunta que nunca se deve fazer a um homem. – continuou me olhando daquele jeito.
- Tarde demais! – Ergui os ombros.
- Ninguém acredita quando eu digo, mas sim. Eu sou. – parecia não se orgulhar do que estava dizendo.
- Por quê? – Eu perguntei sem pensar.
- Por quê? – riu. – Eu não sei. Um dia eu acordei e decidi que ia morrer virgem porque sim. – disse de forma sarcástica.
- Não! – Eu ri, negando com a cabeça. – Estou perguntando por que você resolveu esperar até agora? Com certeza não faltou oportunidades. – Eu o observei.
- Foi o que você disse. Não teve aquele momento certo e nem a garota certa. – explicou.
- Garota certa? – Eu não podia deixar de perguntar. – E como ela deve ser? – Eu queria saber se eu tinha chances. Ele me olhou e sorriu daquele jeito incrível, demonstrando que estava desconsertado e ao mesmo tempo tão seguro do que diria.
- Ela deve ser como você. – Ele respondeu, enquanto estávamos parados no farol. O meu sorriso bobo aumentou. Eu me segurei para não demonstrar a minha real reação sobre aquilo.
- Não tem uma segunda opção? Acho que a primeira ainda não está pronta pra isso. – Eu voltei a morder o lábio inferior.
- E onde está o problema? No momento certo ou no cara certo? – quis saber como eu realmente me sentia em relação aquilo.
- No momento. É um grande passo e eu estou dando vários grandes passos agora. Eu preciso desacelerar um pouco a minha vida, sabe? – Eu não queria que ele entendesse mal. – Mas o cara é realmente o certo. – Eu sorri pra ele.
- Eu entendo totalmente. – disse, depois de estacionar o carro. Havíamos chego na tal festa. – Mas saiba que eu espero. – já havia desligado o carro e virou o seu corpo para a minha direção, para poder me ver melhor. – Eu sou bom nisso, certo? – Ele quase riu.
- É, você é especialista nisso. – Eu ri baixo.
- Mas quando você estiver pronta, você me avisa. Liga, manda sms, manda carta, solta fogos, faz dança da chuva, qualquer coisa, mas me avisa. – disse ainda segurando a risada.
- Você será o primeiro a saber. – Eu afirmei, piscando um dos olhos pra ele.
- E o seu irmão tem que ser o último. – riu dessa vez.
- Ele será! Acredite em mim. – Eu ri junto com ele. – Se ele descobrir, eu nunca vou poder saber se esse tal de Jonas Power é tão poderoso assim. – Eu disse , aproximando meu rosto do dele. cerrou os olhos, sabia que eu estava provocando.
- Nem começa. – negou com a cabeça e selou os meus lábios em meio a sorrisos.
- O que? – Eu me fiz de inocente.
- Essa conversa foi muito esclarecedora, mas acho que temos uma festa pra ir. – olhou meu rosto de perto.
- É, eles devem estar esperando o capitão do time. – Eu me afastei para abrir a porta do carro. Abri antes mesmo que a abrisse pra mim. Não havia necessidade. Ele trancou o carro e eu fui até ele para que fossemos juntos até a entrada da casa.
- Tem muita gente aqui. – disse, enquanto andávamos de mãos dadas em direção à porta.
- Aquele cara está desmaiado? – Eu apontei pra um garoto que estava jogado na grama.
- Provavelmente. – riu junto comigo.

Chegamos na porta e tocamos a campainha umas 3 vezes. Ninguém atendeu. A música estava alta, ninguém deveria estar ouvindo a campainha. tentou abrir a porta e conseguiu, vendo dezenas de pessoas gritando, cantando e dançando. Havia algumas rodinhas de amigos, conversando e olhando pra bunda das garotas que dançavam com seus shorts curtos e haviam nerds de todos os tipos.

- Isso está uma loucura. – Eu ri, impressionada. me puxava pra dentro da casa. Passávamos entre as pessoas e alguns paravam para nos olhar. Era o capitão do time passando, né?
- Hey ! – Era o que as pessoas mais diziam a nossa volta. O parava de 5 em 5 segundos para cumprimentar alguns alunos e amigos do time.
- Está pronto pra final do campeonato na semana que vem, ? – Um garoto perguntou.
- Claro que estou. Vamos acabar com eles. – sorriu de forma empolgada.

Andamos por mais um tempo. Havia pessoas que conhecíamos, mas tinha pessoas que nunca havíamos visto na vida. Parecia que havia penetras na festa! foi me levando pra um lugar menos movimentado, o que foi quase impossível de se achar.

- Eu não conheço todo mundo daqui. – Eu gritei em seu ouvido por causa da música alta.
- Deve ser o pessoal da escola que vamos enfrentar na semana que vem. – deduziu. Acontecia sempre na festa dos alunos, mas não tanto como dessa vez.
- Já viu o e a ? – Eu perguntei, enquanto ele ainda me puxava pela mão.
- Achei eles. – Ele gritou, sem me olhar. Continuei sendo puxada por ele até pararmos em um canto da sala da casa. – Aqui. – me colocou na frente de .
- Finalmente! – gritou na minha cara. estava dançando ao seu lado.
- Ta todo mundo bêbado nesse lugar! – gargalhou, vendo as pessoas dançarem feito malucos no centro da sala.
- Viu os caras? – perguntou, se referindo aos jogadores do time da escola.
- Eu vi alguns... – olhou pra trás, vendo se via mais alguém.
- Eu vi uns caras do time da escola adversária aqui. Os filhos da puta vieram só pra provocar. – fez cara feia.
- Vou acabar com eles na semana que vem. – riu, negando com a cabeça.
- PORRA, ESTAVAM SE ESCONDENDO? – chegou, gritando na orelha de .
- DESCULPA, ESQUECI O MEU SINALIZADOR EM CASA. – gritou de volta. Sim, a grosseria também foi pelo que havia feito comigo. Eu olhei pra ele e ele também me olhou. Ele tinha acabado de me ver ali. Eu desviei o olhar o mais rápido que consegui.
- Vocês viram que tem uns caras da outra escola aqui? – perguntou, olhando pro .
- Eu vi. – negou com a cabeça.
- Ali, os caras do time estão no chamando. Vamos lá! – apontou para os seus companheiros de time, que estavam do outro lado da sala.
- Não, não vou. – respondeu, olhando pra mim.
- Vai lá, . – Eu pedi com um sorriso. – Eu vou estar te esperando aqui. – Eu me aproximei, selando seus lábios.
- Você fica com ela, ? – olhou pra amiga.
- Fico. – o empurrou para que ele fosse de uma vez. também puxou e foi indo atrás deles. ainda estava meio perto, quando olhou pra trás e me viu. Ele não aguentava. Ele tinha que ir lá tentar falar comigo. Ele parou e voltou a andar na minha direção.
- Quase nem dá pra dançar aqui. – Eu olhei pra , que tentava alguns passos.
- Esses idiotas ficam empurrando. – resmungou, fazendo cara feia.
- . – Alguém me chamou, me fazendo olhar pra frente. estava ali.
- Dá o fora, . – Eu suspirei, virando de costas pra ele. Ele veio ao meu lado.
- Dá pra conversar comigo? – se irritou.
- Não! – Eu gritei e sorri falsamente. – DÁ PRA SAIR DO MEU PÉ? QUE DROGA! – Eu gritei, furiosa.
- Não precisa ser grossa assim! – Ele suspirou, incomodado.
- Eu vou ser grossa se EU quiser. Sabe por quê? Porque eu não me importo com o que você pensa sobre mim. Eu não me importo com você. - Eu disse com facilidade. Não estava sendo difícil dizer aquilo pra mim, porque era a verdade.
- Porque está agindo assim? Você não é assim. – me olhou, chateado.
- É ASSIM QUE EU SOU QUANDO NÃO TENHO UM MELHOR AMIGO. – Eu gritei e sorri com superioridade. – Melhor se acostumar, porque eu não estou aqui pra agradar ninguém. – Eu disse e sai, deixando ele falando sozinho. estava por perto, passei por ela e nem olhei. Ela e se entreolharam, sabendo que não seria fácil reconquistar a minha amizade.
- Tudo bem? – chegou ao meu lado.
- Tudo ótimo. – Eu sorri, ajeitando o meu vestido.

Amber e já estavam na festa há algum tempo. Elas viram quando eu entrei, elas viram quando eu cheguei com aquele vestido maravilhoso e o recalque tomou conta. Amber ficou maluca, o ciúmes por eu estar sendo a garota ao lado do era incontrolável

. - Oi garotas. – voltou. Ele estava sozinho. Olhei pra onde ele estava e vi que ainda conversava com os amigos.
- Oi. – sorriu da forma mais charmosa que conseguiu. a olhou de cima a baixo. – Como você pôde estar ficando melhor a cada dia? – a olhou de um jeito mais sexy.
- Eu não mereço isso. – Eu virei de costas, não querendo ouvir aquela conversa deles. Dei alguns passos para me distanciar um pouco deles, mas continuei por perto. Eu estava distraída e não percebi quando alguém chegou ao meu lado. Colocou o braço em meus ombros como se fôssemos as pessoas mais íntimas do mundo.
- Sabe, eu gostei do seu vestido, mas ainda não consigo gostar de você. – Aquela voz ridícula era totalmente reconhecível. Jessie!
- Estou chorando por dentro, eu juro. – Eu revirei os olhos, tirando o braço dela com força dos meus ombros.
- Cadê o seu namoradinho gostoso? – Jessie colocou as mãos na cintura.
- Está aqui no meu punho. Quer ver? – Eu forcei um sorriso.
- Nossa, como ela está brava! – Jessie fingiu estar impressionada.
- Não me provoca, Jessie. – Eu disse em tom de ameaça.
- Porque será que ela está tão furiosa? – Jessie cruzou os braços, fazendo cara de pensativa. – Será que é por causa do melhor amigo palhaço e traidor, porém gostoso? – Ela dizia com aquele sarcasmo insuportável. – Ou será pelas duas melhores amigas traidoras e idiotas? Talvez.. – Jessie ergueu os ombros.
- Cala a boca. – Eu fuzilei ela com os olhos. Não sei como ela sabia de tudo aquilo, mas ok!
- Mas eu aposto mesmo é na loira recalcada e ex-namorada ridícula. – Jessie quase riu.
- Não vai citar a capitã das líderes de torcida vadia e escrota que acha que sabe alguma coisa da minha vida? – Eu forcei novamente um falso sorriso.
- Ela deixa você maluca, não é? – Jessie ainda falava sobre a Amber.
- Vai embora, Jessie. – Eu fiz careta, demonstrando estar de saco cheio com aquela conversa.
- Eu não gosto dela também. – Jessie fez careta. – Sabe o que isso quer dizer? – Jessie sorriu, se achando esperta.
- Que uma vadia tem a capacidade de reconhecer a outra? – Eu disse, séria.
- Temos algo em comum, . – Jessie estava ignorando todos os meus insultos.
- E? – Eu não entendi o que ela estava querendo.
- Faríamos uma bela dupla, não acha? – Jessie propôs.
- Eu gosto de homem, querida. – Eu ri da cara dela.
- Você sabe do que eu estou falando. – Jessie revirou os olhos. Se estava vindo da Jessie, não era coisa boa.
- Não sei não. – Eu neguei com a cabeça.
- Vamos nos unir contra ela. Vamos acabar com toda aquela perfeição que ela acha que tem. Vamos ser as novas panteras. – Jessie fez referencia ao filme. Eu segurei a risada quando ela disse a última frase.
- Já te avisaram que são TRÊS PANTERAS e não DUAS, sua imbecil? – Eu não estava acreditando. Ela não podia estar falando sério. – Acha que eu vou me unir a toda essa sua burrice? – Eu cruzei os braços. Jessie estava se sentindo totalmente ofendida agora.
- Você se acha a esperta, não é? – Jessie fez cara de nojo.
- Tchau, Jessie. – Eu fiz careta e deixei ela falando sozinha. Não valia a pena perder o meu tempo com ela.

Dei alguns passos pra onde e estavam e vi que eles ainda estavam tendo aquela conversa íntima. Não quis me aproximar. Aproveitei que estava com sede e fui pegar uma bebida, provavelmente um refrigerante. Comecei a passar novamente com dificuldade entre as pessoas que dançavam. O lugar onde estavam as bebidas não ficava tão longe.

conversava animadamente com os amigos. Os alunos consideravam ele como um ídolo. era o ídolo da escola. Ele é quem salvaria a escola na final do campeonato da semana que vem. O último jogo dele pela escola. Todos estavam muito animados e ansiosos para o jogo. Eles só falavam disso.

- ? – Amber chegou ao lado dele.
- Amber! Oi. – Ele cumprimentou a amiga com um beijo no rosto.
- Percebi o movimento quando você chegou. Imaginei que era você. – disse, ao lado da Amber.
- Eu acabei de chegar mesmo. – sorriu para as duas.
- Cadê a sua namoradinha? Não acredito que não veio. – fez piada. a olhou, sério.
- Ela está com o . É claro que ela veio. – não estava gostando do tom da .
- Você não sabe o barraco que ela fez hoje no MC! Foi ridículo! – disse, fazendo careta.
- É, não foi legal. – Amber negou com a cabeça.
- Eu fiquei sabendo. – não sabia onde estava querendo chegar.
- Ela é muito imatura. Fica chorando por tudo, faz drama por tudo. – suspirou, irritada. estava ao lado do e escutou o que ela disse.
- Eu já volto. – olhou para os amigos e se afastou deles para falar com e Amber. – O que você estava dizendo? – queria que repetisse.
- A está muito imatura. Eu não sei como você a aguenta. – disse, quase rindo.
- O que você está tentando fazer? – a olhou, demonstrando-se insatisfeito.
- Como assim? – não entendeu porque ele havia ficado tão sério de repente.
- Porque está falando assim dela? Ela era a sua amiga! – abriu os braços, irritado.
- Era! – disse, séria.
- Você acha que se você ficar falando mal dela pra mim vai me fazer trocá-la pela Amber? – estava achando a a pessoa mais idiota do mundo.
- Não seria uma má troca, não é? – provocou.
- ... – Amber quis intervir.
- O que há de errado com você!? – estava perplexo com aquele comportamento de .
- Qual é o espanto? – riu da cara dele.
- Você é maluca! – negou com a cabeça.
- Por quê? O que eu disse demais? – não entendia. Amber parecia bem melhor pra ela.
- VOCÊ QUIS QUE EU TERMINASSE COM A SUA PRIMA E AGORA QUER QUE EU TERMINE COM A PRA VOLTAR PRA SUA PRIMA? – gritou. Amber olhou pra , sem entender.
- Como assim? – Amber olhou pro e depois pra . nem deu atenção pra Amber.
- VOCÊ é a imatura de toda essa história! – disse, furioso.
- Qual é, ? Tudo isso só por causa da ? – fez careta.
- Escuta bem, . – a olhou de mais perto. – Pensa muito bem antes de falar qualquer coisa dela. Ela é uma pessoa melhor do que você jamais foi! – dizia com todo o ódio. Ele estava fazendo aquilo por mim. – E quer saber? A melhor coisa que aconteceu na vida dela foi a Amber ter voltado. Sabe por quê? Porque só assim ela pôde saber a cobra que era, quem ela chamava de melhor amiga. – viu os olhos de se encherem de lágrimas.
- , que história é essa? – Amber não estava entendendo nada. Como a sua prima pôde ter feito terminar com ela?
- Pergunta pra sua prima. – apontou a cabeça pra . – Conheça a sua verdadeira prima. – olhou pra com descaso e saiu deixando-a falando sozinha.
- ! Sobre o que ele estava falando? – Amber olhou pra prima com medo do que descobriria a seguir.

Eu estava perto da mesa de bebidas. Quase peguei um copo de cerveja ao invés de guaraná. Ainda bem que eu cheirei aquilo antes de tomar. Eu ainda estava ao lado da mesa de bebidas, enquanto bebia o meu refrigerante. Eu estava observando todos se divertirem e dançarem. Aquela festa só estava uma droga pra mim? Deixei o copo sobre a mesa e comecei a andar em direção aonde estavam e . Eu estava passando perto de uma das paredes da sala. Parecia que a passagem por ali estava mais livre do que pelo meio das pessoas dançando. Senti uma mão em minha cintura, que me colocou contra a parede.

- Você é o prêmio ideal pro capitão do time vencedor da final de semana que vem. – Não, não podia ser ele. Estava meio escuro, eu não conseguia ver ele direito, mas a voz era totalmente reconhecível.
- Peter? – Eu respirei com dificuldade, pois ele estava me apertando contra a parede.
- Sentiu saudades, ? – Peter sorriu daquele jeito que ele considerava sensual.













CONTINUA...









Nota da Autora: 


Hey! Então, eu espero que estejam gostando da fanfic. Está dando muito trabalho, mas eu estou AMANDO escrevê-la. Eu me inspirei em uma outra fanfic que eu li e fiz as minhas MUITAS alterações (com a autorização da autora da mesma). Como vocês já perceberam, ela está em andamento. Eu vou postar de acordo com o que eu for escrevendo. 

Vocês devem ter percebido que nessa fanfic, os Jonas não são tão 'politicamente corretos' e nem tem uma banda. Eu achei legal fazer uma coisa diferente.

Enfim, deixe o seu comentário aqui embaixo. A sua opinião é importante, pois me incentiva a escrever ainda mais e mais.

Beijos e qualquer coisa e erro, mandem reply pra mim lá no @jonasnobrasil . 


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